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Alta do milho acompanha avanço do plantio no Sul do Brasil
Valorização acompanha forte demanda e plantio segue em ritmo acelerado, mas produtores mantêm cautela na comercialização.

O preço do milho apresentou recuperação em setembro, tanto na Bolsa de Chicago (CBOT) quanto no mercado interno brasileiro, impulsionado pelo receio de menor produtividade nos Estados Unidos e pela sólida demanda externa e para etanol. No Brasil, o plantio da 1ª safra avançou de forma satisfatória, especialmente na região Sul.
Na CBOT, o milho teve alta de 7% em relação a agosto, atingindo USD 4,12 por bushel. O clima seco e quente em agosto nos Estados Unidos elevou o risco de quebra de produtividade, que se confirma parcialmente com o início da colheita. A demanda para produção de etanol e os embarques internacionais contribuíram para a sustentação dos preços.

No mercado interno, a valorização acompanhou o movimento externo. Em Campinas, o cereal subiu 1,5%, cotado a R$ 64,80/saca, enquanto em Sorriso a alta foi de 4%, alcançando R$ 46,50/saca. Apesar disso, os produtores mantêm cautela na comercialização, com cerca de 55% da safra 2024/25 já vendida, abaixo da média histórica de 60% para o período.
O plantio da 1ª safra apresentou bom avanço na região Sul, beneficiado por condições climáticas favoráveis. Dados da Conab indicam que 31% da área projetada já foi semeada, com destaque para Paraná (84%), Santa Catarina (72%) e Rio Grande do Sul (83%).
Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura (USDA) divulgou que os estoques trimestrais de milho para a safra 2024/25 fecharam em 38,9 milhões de toneladas, acima da expectativa do mercado de 33,9 milhões de toneladas, mas abaixo do estoque de setembro de 2024, que era de 44,8 milhões de toneladas. O número sugere que o USDA pode revisar o balanço da safra americana nas próximas divulgações, ajustando os estoques para cima.

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Agro brasileiro mira expansão com possível acordo entre Mercosul e Emirados Árabes
Setor aposta em novos mercados no Oriente Médio, mas mantém atenção ao tarifaço dos EUA e aos riscos econômicos para 2026.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que o acordo de livre comércio entre Mercosul e Emirados Árabes Unidos, caso seja concluído, pode ampliar não só as exportações brasileiras para o país do Golfo, mas também para outros mercados árabes. A avaliação foi feita pela diretora de Relações Internacionais da entidade, Sueme Mori, durante coletiva online realizada na terça-feira (09), na qual a CNA apresentou o balanço de 2025 e as projeções para 2026.
Segundo Mori, o agronegócio brasileiro mantém um “relacionamento estável” com os países do Oriente Médio e do Norte da África. Ela destacou que os Emirados Árabes funcionam como um importante polo de distribuição e reexportação, o que tende a abrir portas para outros destinos da região.

Embora tarifas não sejam o maior entrave, a diretora explicou que um acordo comercial ajuda a destravar outros tipos de barreiras, melhora o ambiente de negócios e cria condições para ampliar o acesso dos produtos brasileiros. “É uma região que depende muito da importação de alimentos, e nós, como maior exportador líquido de alimentos do mundo, temos grande interesse em avançar. A diversificação de mercados e produtos é prioridade para o Brasil e para a CNA”, afirmou.
Mori também ressaltou que o Mercosul tem ampliado sua agenda de negociações com outros países. Para ela, a entrada dos Emirados nesse processo “traz expectativa muito positiva”. Ainda assim, ponderou que 2026 pode trazer desafios: caso os Estados Unidos mantenham a taxação de 40% sobre produtos brasileiros, o impacto pode chegar a US$ 2,7 bilhões ao longo do ano. Até novembro de 2025, porém, o agro brasileiro conseguiu crescer 1,7% nas exportações, mesmo sob o tarifaço.
Produção recorde e desafios internos
O presidente da CNA, João Martins, destacou que o país atingiu neste ano uma safra recorde de 354,8 milhões de toneladas de grãos, apesar da restrição de crédito e dos problemas climáticos. Para ele, o próximo passo é ampliar a capacidade produtiva e exportadora.
O diretor técnico da entidade, Bruno Lucchi, listou os principais pontos de atenção para 2026: Selic ainda alta, dívida pública crescente, insegurança jurídica, ano eleitoral e efeitos dos fenômenos climáticos La Niña (já em andamento) e El Niño (esperado para o próximo ano).
Segundo ele, o cenário pode dificultar cortes de gastos e pressionar a inflação, o que impactaria produtores e atrasaria a queda dos juros. A expectativa da CNA é que a Selic termine 2026 em 12,25% ao ano — ainda elevada.
Lucchi também alertou para o aumento da inadimplência entre produtores e observou que muitos deles têm recorrido ao próprio capital para manter investimentos no campo.
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Coamo antecipa R$ 200 milhões das sobras aos cooperados
Pagamento do “13º do cooperado” beneficia mais de 32,5 mil associados nos três estados, com valores proporcionais à movimentação de 2025.

A Coamo realiza nesta quarta-feira (10), a antecipação de R$ 200 milhões das sobras aos mais de 32,5 mil cooperados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Conhecido como o “13º do cooperado”, o benefício integra o calendário anual da cooperativa.
O pagamento é proporcional à participação de cada cooperado nas atividades da cooperativa na entrega de soja, milho, trigo e na aquisição de insumos ao longo do ano. Serão antecipados R$ 0,70 por saca de soja; R$ 0,20 por saca de milho; R$ 0,20 por saca de trigo; e 1,5% sobre o valor dos insumos adquiridos pelos cooperados. O restante das sobras será repassado aos associados após a Assembleia Geral Ordinária, marcada para fevereiro de 2026.
O presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini, afirma que a antecipação das sobras acompanha a história da cooperativa. “A Coamo possui tradição do pagamento antecipado nesta época do ano. Essa condição é realizada desde a sua fundação, há 55 anos.”
Ele destaca que o resultado é consequência da participação dos cooperados e da gestão da cooperativa. “Comemoramos novamente esses bons resultados, fruto da participação efetiva dos cooperados e da boa administração da diretoria.”
Segundo Gallassini, o montante corresponde à movimentação registrada ao longo de 2025. “É um valor significativo, que soma cerca de R$ 200 milhões. O cooperado poderá utilizá-lo como desejar, e a antecipação contribui para que tenha um fim de ano mais tranquilo.”
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Paraná agiliza recebimento de embalagens de agrotóxicos com nova normativa conjunta
Resolução Sedest/IAT nº 10/2025 moderniza treinamentos, amplia autonomia dos postos de recebimento e reforça a capacitação obrigatória para garantir descarte seguro em todo o Estado.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e o Instituto Água e Terra (IAT) publicaram uma normativa em conjunto que busca agilizar o recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos no Paraná. O procedimento, coordenado no Estado pelo IAT, pelo Instituto Nacional de Processamento De Embalagens Vazias (InpEV) e pelas 17 associações de revendedores de agrotóxicos estaduais, é essencial para garantir que o descarte do material seja feito de forma apropriada, apenas por canais autorizados e licenciados pelo órgão ambiental.
A Resolução Conjunta reforça a necessidade de capacitação obrigatória dos funcionários responsáveis pelo processo, com a possibilidade de execução de parte do treinamento de forma online.
Além disso, o processo é agora ministrado pelos gestores das unidades de recebimento e supervisionado pelo IAT, sem a necessidade de o órgão ambiental estar presencialmente no local. “A capacitação é extremamente importante para estarmos sempre com equipes qualificadas para garantir que o sistema funcione de forma apropriada. Anteriormente, o IAT e as associações tinham que marcar as datas dos treinamentos em conjunto, o que era mais demorado. Agora, o próprio InpEV ou as associações podem marcar o treinamento, enquanto a parte do IAT pode ser feita de forma online, sem necessidade de estarmos presencialmente no local”, explica o engenheiro agrônomo da Divisão de Resíduos Sólidos do IAT, Rui Mueller.
As capacitações são marcadas conforme a necessidade dos postos de recebimento e costumam reunir participantes de várias regiões do Estado. O treinamento é composto por uma etapa teórica, onde são abordados aspectos técnicos das embalagens e do sistema de recebimento, e uma etapa prática, em que os participantes trabalham o manuseio das embalagens e o preenchimento dos recibos com informações do material recebido. Para concluir o processo, é feito um teste de aptidão, e os funcionários que adquirem uma nota apropriada recebem um certificado emitido pelo IAT.
Recebimento
No Paraná, o recebimento das embalagens pode ser feito em uma série de espaços autorizados, seguindo os critérios da Resolução CONAMA nº 465/2014 e do processo de licenciamento ambiental do IAT.
Ao todo, existem aproximadamente 50 postos de recebimento fixos no Estado, além de vários espaços itinerantes, que fazem um tratamento prévio dos resíduos recebidos pelos agricultores. As embalagens são então encaminhadas para uma de 12 centrais de recebimento, que fazem um preparo para diminuir o volume do material e facilitar o transporte para a destinação final. Cerca de 90% dos resíduos são transferidos para recicladoras licenciadas de todo o País, enquanto o restante é incinerado.
Além da necessidade de adequação dos locais, o processo de recebimento também envolve a conscientização direta dos agricultores usuários de agrotóxicos sobre a importância e as formas corretas da devolução do material. Mueller aponta que no caso de as embalagens não serem descartadas de forma apropriada, ou serem encaminhadas para algum ponto de coleta não autorizado, o próprio agricultor pode ser responsabilizado. Seguindo os critérios da Portaria IAT nº 492/2025, a multa para a entrega irregular de embalagens de agrotóxicos é de R$ 5 mil, com um acréscimo de R$ 100 por embalagem fora dos padrões exigidos.
“Hoje, graças a uma série de ações, temos um número muito pequeno de agricultores que fazem o descarte de forma errada. As associações também fazem uma capacitação específica para os revendedores, para que os agricultores sejam informados no momento da compra sobre os critérios adequados para a devolução das embalagens. Além disso, as ações de fiscalização do IAT também contribuem para esse processo”, complementa o engenheiro agrônomo.



