Bovinos / Grãos / Máquinas
Preço do leite ao produtor avança pelo sexto mês seguido
Na parcial deste ano, o preço do leite ao produtor acumula avanço real de 18,7%.
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O preço do leite captado em abril registrou aumento de 5,1% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,4576/litro na “Média Brasil” do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Trata-se da sexta alta mensal consecutiva. Assim, na parcial deste ano, o preço do leite ao produtor acumula avanço real de 18,7% (os valores foram deflacionados pelo IPCA de abril).
A valorização do leite ao produtor segue sendo explicada pela redução da produção. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea registrou queda de 0,37% de para março para abril; e, no acumulado do ano, a baixa é de 7,8%.
Além dos menores investimentos dentro da porteira no final do ano passado, o avanço da entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste e o atraso da safra do Sul, devido ao clima adverso, têm prejudicado a oferta do leite cru. Consequentemente, a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima seguiu intensa, sustentando o movimento de valorização. E esse cenário deve se manter também em maio, reforçado pelas altas consideráveis nos preços do leite spot e pela especulação de agentes de mercado, tendo em vista os impactos negativos das enchentes do Rio Grande do Sul sobre a atividade pecuária leiteira do estado.
Contudo, esse movimento altista pode perder força a partir de junho, em decorrência de uma combinação de fatores. Primeiramente, a oferta do leite cru tende a se recuperar, ainda que de forma lenta, e o incremento da margem do produtor nesses últimos meses deve favorecer a captação. Em segundo lugar, os laticínios relatam dificuldades em realizar o repasse da alta do campo aos preços dos derivados. Os canais de distribuição seguiram pressionando as negociações com as indústrias para obter preços de lácteos mais baixos, o que resultou em variações pouco expressivas nas cotações do UHT, da muçarela e do leite em pó em abril. Com margem reduzida na venda dos derivados, especialmente os mais “comoditizados”, os laticínios podem ter dificuldades em manter o ritmo de altas nos preços pagos aos produtores.
Além disso, as importações continuam sendo um fator de pressão sobre o mercado lácteo. Dados da Secex mostram que, de janeiro a abril, as compras externas somaram quase 774 milhões de litros em equivalente leite, 15% a mais que no mesmo período do ano passado.
Gráfico 1 – Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de abril/2024). Fonte: Cepea-Esalq/USP.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Menos produtores e mais produção
O papel da tecnologia na atividade leiteira
A adoção de tecnologias, como sistemas automatizados de ordenha e software de gestão, têm sido fundamentais para melhorar a eficiência operacional e a produtividade das fazendas remanescentes.
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Tecnificação e gestão eficiente estão entre os principais investimentos que os produtores têm feito para conseguir aumentar a produção de leite, ampliar a sua qualidade, além de reduzir os custos de produção em tempos de mão de obra escassa. “Neste negócio é preciso cuidar de muitos fatores. A fazenda não vai para frente sem qualidade na recria, na gestão financeira, na reprodutiva, na qualidade do leite e em tantos outros aspectos. Na época dos nossos pais, eles trabalhavam de maneira braçal e, grande parte das vezes, o gerenciamento e a gestão acabavam ficando de lado, reduzindo a rentabilidade da propriedade”, compara o produtor João Vitor Secco.
A constatação do jovem que sucede os pais e tios na gestão da Cabanha DS, em Vila Lângaro (RS), se reforça em números. No estado, a quantidade de produtores diminuiu 60,78% desde 2015, com mais de 51 mil deixando a atividade, de acordo com dados de 2023 da Emater-RS. A produtividade de litros/vaca/dia, no entanto, seguiu em curva contrária, crescendo quase 40%. Essa tendência destaca a importância de investir em novas tecnologias e práticas de gestão para manter a viabilidade econômica das propriedades leiteiras.
A adoção de tecnologias, como sistemas automatizados de ordenha e software de gestão, têm sido fundamentais para melhorar a eficiência operacional e a produtividade das fazendas remanescentes. Os detalhes da proposta de João Vitor Secco serão expostos no maior evento de gestão voltada ao setor lácteo, o 11ª Interleite Sul, que acontece nos dias 18 e 19 de setembro, em Chapecó (SC). “Vamos trazer exemplos de produtores para inspirar e gerar insights ajudando a preparar, do ponto de vista estratégico, os técnicos, os produtores e as empresas atuantes no setor lácteo, sobre mudanças como a redução no número de propriedades e a profissionalização, falando ainda sobre como tornar a atividade atrativa para os trabalhadores, aumentando a produtividade da mão-de-obra”, explica Marcelo Pereira de Carvalho, coordenador geral da Interleite Sul.
Durante o evento, também serão discutidos temas como a aplicação de inteligência artificial na gestão das fazendas leiteiras, o impacto das mudanças climáticas na produção de leite e as oportunidades oferecidas pela produção sustentável e com baixo impacto ambiental. O objetivo é proporcionar uma visão abrangente e atualizada das tendências e desafios enfrentados pelo setor, promovendo a troca de experiências e conhecimentos entre os participantes.
Com a expectativa de reunir mais de mil profissionais do setor leiteiro em 23 palestras e encontros para networking, o Interleite Sul promete ser um ponto de encontro crucial para aqueles que buscam se atualizar e aprimorar suas práticas de gestão e produção.
A fazenda não vai para frente sem qualidade na recria, na gestão financeira, na reprodutiva, na qualidade do leite e em tantos outros aspectos.
Na época dos nossos pais, eles trabalhavam de maneira braçal e, grande parte das vezes, o gerenciamento e a gestão acabavam ficando de lado, reduzindo a rentabilidade da propriedade.
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Campanha de atualização de rebanhos encerra com 85,5% das explorações regularizadas
Com a finalização deste prazo, os produtores que não atualizaram seus rebanhos estão sujeitos a penalidades previstas na legislação, inclusive multas. Além disso, ficam impedidos de obter a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que possibilita a movimentação de animais entre propriedades e para abate nos frigoríficos.
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Com a finalização da campanha de atualização de rebanhos de 2024, na última segunda-feira (1º), os produtores que não cumpriram este prazo estão sujeitos a penalidades previstas na legislação, inclusive multas. Além disso, ficam impedidos de obter a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que possibilita a movimentação de animais entre propriedades e para abate nos frigoríficos.
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Fotos: Arnaldo Alves/AEN
Segundo o relatório divulgado na terça-feira (02) pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), 85,5% das explorações pecuárias foram atualizadas. Quarenta e seis municípios do Estado terminaram a campanha com 100% de suas explorações regulamentadas. Com valores acima de 80%, são 293 municípios em todo o Estado.
Abaixo de 60% foram contabilizados no relatório 22 municípios. Os índices menores foram registrados nos municípios de Jaguariaíva – 45,4%; Curitiba – 44,1%; Quatro Barras – 43,3%; Mandirituba – 40,9% e Pinhais – 39,2%.
Os proprietários que ainda não fizeram a atualização ainda podem realizar de forma espontânea nas unidades físicas da Adapar, mas o órgão também passará a fazer busca ativa de rebanho com cadastro não atualizado podendo gerar multa. A atualização precisa ser feita para todas as espécies animais existentes na propriedade (bovinos, búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho-da-seda).
Responsabilidade
Segundo o Departamento de Saúde Animal, existem 155 mil propriedades no Paraná e pouco mais de 191 mil explorações pecuárias, sendo que as principais espécies somam aproximadamente 8,6 milhões de bovinos, 7 milhões de suínos, 20 mil aviários, 240 mil equídeos, além de outros animais. Os dados do último relatório apontam que ainda estão pendentes 27.893 explorações, configurando um percentual de 14,6%.
De acordo com o chefe do Departamento de Saúde Animal (DESA), Rafael Gonçalves Dias, manter os cadastros atualizados junto à Adapar é uma responsabilidade crucial para todos os produtores rurais. “Essa prática não só beneficia os próprios produtores, mas também fortalece a agricultura e a pecuária do nosso estado como um todo”, salientou.
“A atualização dos cadastros permite um monitoramento mais eficaz da saúde dos rebanhos. Isso ajuda a identificar e controlar surtos de doenças de forma rápida e eficiente, prevenindo perdas e garantindo a qualidade dos produtos agropecuários, planejamento e políticas públicas, rastreabilidade e segurança alimentar”, afirmou Dias.
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Fatores econômicos e climáticos elevam cotações da arroba no segundo semestre, animando confinadores
Os ajustes indicam valores 6,5% maiores que os atuais para outubro de 2024 e cerca de 10% acima para novembro e dezembro deste ano.
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A diminuição na oferta de animais prontos para o abate, a baixa disponibilidade de pastagem neste período do ano e o dólar valorizado têm sustentado as cotações da arroba neste começo de segundo semestre.
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Foto: Divulgação/Arquivo
De acordo com pesquisadores do Cepea, a alta do animal somada ao atual cenário de preços de importantes insumos, como boi magro e milho, podem animar confinadores a produzir um pouco mais do que no ano passado.
A intenção em aumentar ou não o número de animais para engorda tem bastante influência também dos preços futuros do boi gordo (receita) na B3.
Os ajustes indicam valores 6,5% maiores que os atuais para outubro de 2024 e cerca de 10% acima para novembro e dezembro deste ano.
Quanto ao boi magro, levantamento do Cepea aponta tendência de queda desde fevereiro de 2021, perdendo, desde então, 41,1% do seu valor em termos reais.
Para o milho, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) esteve em R$ 57,02/sc de 60 kg em junho, recuo de 13,5% sobre o de janeiro, também em termos reais. No mesmo comparativo, o boi (Indicador Cepea/B3) se desvalorizou 12,4%, com a média indo para R$ 220,70.