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Suínos / Peixes

Práticas simples – mas rotina rigorosa – auxiliam suinocultor na retirada de antimicrobianos

Caminho mais coerente tem sido adoção de estratégias de manejo e sanidade que reduzam fatores de risco, proporcionando melhor condição ao suíno para enfrentar os desafios

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Práticas simples, mas extremamente eficazes, são chaves para utilizar os antimicrobianos de forma racional, sem prejudicar o desempenho produtivo na suinocultura. Esse foi o tom da palestra de Paulo Eduardo Bennemann, que falou sobre estratégias de biosseguridade focadas na redução do emprego de antimicrobianos na produção de suínos, realizada durante a programação científica do 11º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura. Organizado pelo Nucleovet (Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas), o evento foi realizado de 21 a 23 de agosto em Chapecó, SC.

Paulo Eduardo Bennemann é médico veterinário pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre e doutor em Ciências Veterinárias pela mesma instituição. Atualmente, atua como professor e pesquisador da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) no curso de Medicina Veterinária. Também é docente permanente do programa de pós-graduação em Sanidade e Produção Animal Aplicadas a Pequenas Propriedades.

Conforme Bennemann, a pressão para o uso prudente de antimicrobianos na produção de suínos tem sido foco das principais discussões técnicas da cadeia de produção. “A busca, no momento, é por alternativas”. Para ele, o banimento total dos fármacos com atividade antimicrobiana não deve acontecer na produção de suínos devido aos grandes desafios sanitários. “Porém, o bem-estar animal exige atitudes para minimizar as enfermidades nos animais”.

O caminho mais coerente, destaca Bennemann, tem sido a adoção de estratégias de manejo e sanidade que reduzam os fatores de risco, proporcionando uma melhor condição ao suíno para enfrentar os desafios. “A biosseguridade é fator chave na redução destes riscos”, afirma.

Estabelecer um programa de biosseguridade, salienta o palestrante, implica em reduzir as pressões de infecção exercida sobre determinada fase de produção. “Não se trata apenas de impedir a entrada de novos agentes no sistema, mas de gerenciar os existentes, estabelecendo o equilíbrio entre animais e microbiota”.

Bennemann destacou o conceito de saúde única, disseminado pela Organização Mundial de Saúde. “A OMS amplia a abordagem do conceito de biosseguridade. Além da importância do animal, a saúde humana e o ecossistema completam a tríade One Health”, explica. O conceito justifica-se pelo fato de que 60% das doenças em humanos são originárias de animais. “Doenças emergentes dos últimos 30, 40 anos foram resultado da invasão de terras selvagens e mudanças de demografia”. O veterinário ainda esclarece que um dos conceitos mais relevantes de One Health inclui a avaliação e prevenção de bactérias resistentes a antimicrobianos.

Biosseguridade e antimicrobianos

Durante o SBSS, Bennemann lembrou que vários estudos demonstram a relação entre o índice de biosseguridade e saúde animal. “Influencia diretamente o desempenho zootécnico dos animais. Ações de manejo com base na biosseguridade e programas de vacinação são estratégias adotadas por profissionais para redução do uso de antimicrobianos sem prejuízos zootécnicos”.

Para Bennemann, o uso prudente de antimicrobianos envolve repensar o atual sistema de produção de suínos no Brasil. “Fatores como a transmissão facilitada de agentes devem ser minimizados”. Ele cita práticas frequentes que precisam ser revistas, como misturas de origens, alta densidade animal, falhas graves nos manejos de ambiência, entre outros. “É necessário mudar a forma de olhar para os animais, focando mais o individuo do que o grupo, reduzindo os tratamentos de massa e o uso de antimicrobianos nas rações”.

Além das medidas de biosseguridade, manejo ambiental e sanitário (vacinações), algumas alternativas favorecem uma maior digestibilidade de nutrientes e atividade enzimática. “Desenvolvimento da microbiota com uso de prebióticos e probióticos, entre outros”, sugere.

É fundamental adotar cuidados extremos com relação aos insumos utilizados na alimentação dos animais. “Matérias-primas de qualidade duvidosa, com a presença de micotoxinas, por exemplo, podem provocar perdas produtivas e intoxicações”. Além da boa alimentação, a qualidade da água é essencial para o desenvolvimento animal e bem-estar. Conforme Bennemann, água à vontade, com boas condições de temperatura e regulagem dos bebedouros, evita restrições de consumo. “Deve-se ofertar água de qualidade química, física e microbiológica, evitando problemas sanitários e nutricionais”.

Sistema em equilíbrio

“Tão importante quanto prevenir a entrada de novos agentes no sistema de produção, é reduzir a pressão de infecções existentes e manter o equilíbrio dos agentes circulantes na granja”, destaca Bennemann. Manter o equilíbrio é importante para o desempenho zootécnico e o status sanitário. “A ativação do sistema imune do animal demanda energia e, como consequência, a taxa de peso é afetada”.

Para manter o equilíbrio, Bennemann destaca a importância de medidas simples, como a adoção de instalações de quarentena e rígido controle sanitário. Além disso, infraestrutura (cercas, barreiras sanitárias, fumigador, barreiras verdes, arcos de desinfecção, entre outros). Ele também orienta o monitoramento do fluxo de pessoas, controle de moscas, roedores e a qualidade dos insumos.

 “Conhecer os principais agentes que desafiam o rebanho é essencial para a adoção de medidas efetivas visando o bem-estar animal e diminuir os impactos negativos das doenças”. Bennemann destaca que, na prática de campo, as alternativas incluem dados de epidemiologia, achados clínicos e de necropsia, ou ainda o apoio laboratorial. A vacinação é outra ferramenta importante para a manutenção do equilíbrio no sistema produtivo.

A importância das pessoas

Para Bennemann, adotar um programa efetivo de biosseguridade é relativamente simples. Envolve conhecer os desafios do sistema de produção e traçar objetivos definidos. “A maior dificuldade está em implementar e executar as medidas nas granjas. As ações em um programa de biosseguridade dependem do comprometimento das pessoas envolvidas”, alerta. “Para isso, treinamentos periódicos são fundamentais”, aposta.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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