Bovinos / Grãos / Máquinas
Práticas para reduzir emissões de carbono podem ampliar competitividade da pecuária nacional
Ao implantar o manejo mais sustentável ou o ILP, há um aumento de estoque do carbono do solo, que pode ser beneficiado ainda com a terminação de animais em intervalo mais curto de tempo, ou seja, fornecendo ao mercado animais terminados jovens, reduzindo a emissão durante o processo produtivo e entregando um produto com características desejáveis como marmoreio e maciez.

A contribuição da pecuária brasileira no processo de preservação do meio ambiente e no combate às mudanças climáticas pode avançar nos próximos anos, com uma aplicação em maior escala de sistemas de produção que façam uso de práticas adequadas de manejo do pastejo, fertilização estratégica, e de sistemas de integração, como Integração Lavoura Pecuária (ILP) e Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF). “O estímulo à adoção dessas boas práticas agropecuárias podem acarretar melhorias consideráveis em termos de produtividade e resiliência dos sistemas de produção da pecuária nacional. Além disso, sua aplicação possibilita valorizar nossos sistemas de produção por impactarem na redução de emissão de metano entérico pelo rebanho durante o processo produtivo a pasto”, explica Marcia Silveira, pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo.

Foto: Gabriel Faria
Ao implantar o manejo mais sustentável ou o ILP, há um aumento de estoque do carbono do solo, que pode ser beneficiado ainda, de acordo com Marcia, com a terminação de animais em intervalo mais curto de tempo, ou seja, fornecendo ao mercado animais terminados jovens, reduzindo a emissão durante o processo produtivo e entregando um produto com características desejáveis como marmoreio e maciez.
Nesse sentido, a Embrapa criou diretrizes técnicas para que produtores rurais possam nortear a produção sustentável de bovinos. A marca Carne Carbono Neutro (CCN), desenvolvida entre 2012 e 2020, pode ser usada em sistemas pecuários com árvores, tendo como premissa o monitoramento dos componentes do sistema – solo, planta, animal e floresta -, e traz como práticas, por exemplo, ILPF, plantio direto, manejo do pastejo, bem estar animal, manejo de adubação/fertilização, destino de madeira para serraria. Já a marca conceito Carne Baixo Carbono (CBC), cujas diretrizes foram lançadas em 2020, está associada a sistemas pecuários sem a presença de árvores e o solo é o componente chave para evitar o retorno do carbono para a atmosfera.
Para apoiar os produtores, um guia prático foi elaborado pela organização Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, a fim de trazer os conceitos gerais e apresentar os requisitos mínimos deste protocolo. O Guia para a produção de baixo carbono: aplicação do protocolo da carne baixo carbono (CBC) da Embrapa já foi apresentado aos pecuaristas em encontros específicos e agora está disponível em versão digital. A produção foi realizada com o apoio da Marfrig e financiamento da NICFI. “O guia fornece um passo a passo para a implementação do protocolo, servindo como um referencial de partida para os produtores que tiverem interesse em entender mais, antes de ingressarem neste processo de certificação”, explicou Natália Grossi, analista de cadeias agropecuárias da Amigos da Terra.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR
“Essas duas marcas permitem aos produtores materializar e reconhecer seus sistemas de produção como sustentáveis, por meio da certificação de determinada área ou da propriedade como um todo, sendo esse um processo reconhecido, certificável e auditável, o que pode gerar uma perspectiva de maior visibilidade e competitividade nos mercados interno e externo diante das demandas de mercado atual”, avalia Marcia.
As marcas são fruto da parceria estratégica da Embrapa com a Marfrig Global Foods. “A CBC coloca a pecuária em um espaço no rol de soluções inovadoras para o alcance das metas climáticas e apresenta o pioneirismo do Brasil quando o assunto é mitigação de GEEs pelo próprio processo produtivo da pecuária”, pondera Natalia.
A implementação das práticas acontece em áreas consolidadas, algumas em estado de degradação, ou seja, não há a necessidade de abrir novas áreas e avançar sobre a vegetação nativa. “Estão ainda associadas à rastreabilidade individual dos animais, uma forte tendência do mercado”, diz Natália, que relembra que a AdT e a Embrapa lançaram um guia prático para orientar a sua aplicação e disseminar os seus principais conceitos entre os pecuaristas. O produtor rural pode solicitar a adesão da CCN, cujo processo é gerenciado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pela plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal. A marca conceito CBC está em processo de viabilização.
As diretrizes técnicas para a produção de Carne Baixo Carbono e Carne Carbono Neutro têm passado por ajustes ou atualizações dentro de uma lógica de melhoria contínua e

incorporação de novas práticas ou tecnologias que contribuam para uma produção mais sustentável. As duas marcas estão alinhadas ao Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+) e ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC).
Segundo a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, esses protocolos, nos últimos anos, têm ganhado espaço em todo território nacional, bem como tem sido tema de discussões técnicas e científicas a nível nacional e internacional. “Têm também despertado interesse de produtores e técnicos, no sentido de começar a produzir mediante adoção de práticas mais conservacionista, ou no sentido de valorar seus sistemas de produção”, destacou.
Em sua avaliação, mediante a divulgação cada vez maior desses protocolos e a demanda de mercado, a tendência é que sua adoção cresça. “Paulatinamente as práticas preconizadas por esses protocolos tendem a serem cada vez mais adotadas no sentido de poderem se tornar comuns no futuro. Isso seria um grande avanço para nossa agropecuária”, conclui.
Mais iniciativas
- A Fair Food oferece certificações e selos que promovem práticas sustentáveis na produção de alimentos de origem animal. A Certificação Redutor da Pegada de Carbono é destinada a produtos que comprovadamente reduzem emissões de gases de efeito estufa (GEE) na produção animal. O selo GO PLANET™ certifica carnes e produtos lácteos que ajudam a cuidar do planeta, garantindo a redução de emissões de metano na fazenda e a rastreabilidade industrial, esse selo é utilizado pela CARAPRETA, uma empresa de proteínas nobres 100% brasileira.
- O leite No Carbon conta com o selo Carbon Free, da ONG Iniciativa Verde, que certifica a neutralidade de carbono da empresa, de acordo com normativas internacionais. Esse selo comunica de forma clara ao mercado e aos consumidores que a marca contribui ativamente para a construção de um mundo mais sustentável, reforçando seu compromisso com a neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Bovinos / Grãos / Máquinas
Brasil apresenta na COP30 ações que unem produtividade e redução de metano na pecuária
Iniciativas do Mapa destacam inovação, assistência técnica e parcerias internacionais para ampliar tecnologias sustentáveis e fortalecer a pecuária de baixa emissão.

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou, nesta segunda-feira (17), na Blue Zone da COP30, as principais ações brasileiras que associam ganho de produtividade à redução das emissões de metano na pecuária. A agenda reuniu representantes de financiadores como Global Methane Hub e Environmental Defense Fund (EDF), além de organizações multilaterais como a FAO, a Climate and Clean Air Coalition (CCAC) e a Clean Air Task Force (CATF).
O Mapa foi representado por Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável, que destacou a integração entre inovação, assistência técnica e práticas sustentáveis para acelerar a transição climática no campo.

Foto: Mapa
Segundo ele, a adoção de tecnologias alinhadas ao Plano ABC+ e a estratégias de intensificação sustentável reforça o papel do Brasil como referência global em pecuária de baixa emissão. “A experiência brasileira demonstra que o ganho de produtividade na pecuária é uma medida efetiva na redução da intensidade de emissões de metano, conciliando sustentabilidade e renda para o produtor rural”, destacou Bruno Brasil.
Durante o encontro foram discutidas possibilidades de financiamento para serviços de ATER digital com foco em ampliar o acesso de produtores a soluções tecnológicas e sustentáveis. As instituições presentes reforçaram a importância de parcerias internacionais para fortalecer iniciativas que apoiam a redução do metano e a adaptação climática na agropecuária.
Bovinos / Grãos / Máquinas Irregularidades sanitárias
Cargueiro barrado na Turquia inicia retorno após dois meses sem desembarque
Retorno deve durar cerca de um mês, com chegada prevista para 14 de dezembro. As condições a bordo têm sido descritas por testemunhas como degradantes, com forte odor, infestação de moscas e carcaças acumuladas no convés, em processo avançado de decomposição.

Cerca de três mil vacas estão há dois meses confinadas em um navio que não obteve autorização para desembarcar sua carga na Turquia, após autoridades identificarem graves irregularidades na documentação sanitária e na identificação dos animais. A inspeção turca constatou que 146 bovinos estavam sem brincos de identificação ou com numeração ilegível, enquanto 469 apresentavam marcas que não correspondiam às listas oficiais de importação, falhas que acenderam o alerta para riscos sanitários, incluindo a possível transmissão de doenças. Também foi reportada a morte de 48 animais durante a viagem.
O cargueiro Spiridon II deixou Montevidéu, Capital do Uruguai, em 20 de setembro, e chegou à região do porto de Bandırma em 22 de outubro. Desde então, não recebeu permissão para desembarcar as vacas, destinadas à produção de leite. Após semanas ancorado, o navio deixou Bandırma na última sexta-feira (14), cruzou o Estreito de Çanakkale e agora navega de volta rumo ao Uruguai. Segundo dados da plataforma MarineTraffic, o retorno deve durar cerca de um mês, com chegada prevista para 14 de dezembro.

Fotos: Reprodução
Odor forte e infestação de moscas
As condições a bordo têm sido descritas por testemunhas como degradantes, com forte odor, infestação de moscas e carcaças acumuladas no convés, em processo avançado de decomposição. Além das mortes registradas, a organização Animal Welfare Foundation (AWF) relatou, com base em informações obtidas localmente, o nascimento de cerca de 140 bezerros durante a travessia.
Retorno a Uruguai
A especialista em bem-estar animal Maria Boada, da AWF, alertou que muitos dos bovinos não devem resistir a uma segunda viagem de um mês até Montevidéu e que o navio aparenta ter estoque insuficiente de alimento. Ela também afirmou ser provável que os animais mortos tenham sido descartados no mar.

Foto: Reprodução
A veterinária australiana Lynn Simpson, referência internacional em transporte marítimo de animais, lançou novos alertas ao relatar vazamento de fluidos provenientes de carcaças em decomposição no convés, destacando riscos ao bem-estar animal, à saúde pública e à segurança ambiental.
Esta não é uma situação isolada envolvendo a exportação de animais vivos. Ao redor do mundo, casos como esse se repetem, cada vez com maior frequência, devido à péssima condição dos chamados navios boiadeiros. A exportação de animais vivos é uma das atividades de maior impacto negativo da pecuária, as más condições de higiene e bem-estar nos navios causam intenso sofrimento animal e oferecem riscos à saúde pública e ao meio ambiente.
Outros casos
Em 2024, o navio transportador de animais vivos Al Kuwait atracou no porto da Cidade do Cabo para carregar ração. A chegada do curral flutuante poluiu o ar da capital legislativa da África do Sul e seu cartão-postal mais característico com o cheiro fétido de esterco de 19.000 touros embarcados no Brasil para serem enviados ao Iraque. O episódio foi exposto pela National Council of Societies for the Prevention of Cruelty to Animals (NSPCA).
A equipe da NSPCA que embarcou no navio descreveu o que testemunhou como abominável. Além de animais mortos, outros animais feridos e doentes foram encontrados a bordo, alguns dos quais tiveram que ser sacrificados. Havia escassez de medicamentos necessários para lidar com os problemas de saúde animal encontrados, entre eles um surto de conjuntivite bovina. Tampouco havia assistência médica suficiente: apenas dois veterinários, auxiliados por quatro tratadores, acompanhavam os 19.000 touros.
Em 2019, o Queen Hind naufragou no Porto de Midia na Romênia, pouco após zarpar carregado com milhares de ovinos vivos. Em 2022, o Al Badri 1, também carregado, adernou e afundou em um berço de atracação do porto de Suakin, no Sudão. O navio que afundou no porto romeno, o Queen Hind, esteve no Brasil apenas alguns meses antes do acidente. Investigações subsequentes indicaram diversas irregularidades, inclusive a existência de compartimentos de carga ocultos. Tanto o Haidar quanto o Queen Hind e o Al Badri 1 eram navios convertidos.
Em 2018, uma operação de exportação de bovinos vivos causou intensa poluição do ar na cidade de Santos-SP, em decorrência do acúmulo de fezes e urina dos animais na embarcação, o navio de bandeira panamenha MV Nada. Os 27 mil bois pertenciam à Minerva e tinham por destino a Turquia. A empresa foi multada pela prefeitura municipal por infração ambiental e maus tratos animais.
Em 2015, na cidade de Barcarena (PA), o navio Haidar, com quase 5 mil bois vivos, 28 tripulantes a bordo e 700 toneladas de óleo, naufragou no Porto de Vila do Conde. A decomposição dos corpos dos animais mortos e o vazamento de óleo do navio provocaram um dos piores desastres ambientais da história do estado. As carcaças e o óleo que vazou do Haidar deixaram um rastro de contaminação que alcançou a cidade de Belém, cerca de 60 km rio abaixo.
Em 2012, 2.750 bois morreram asfixiados a bordo do navio de bandeira panamenha MV Gracia Del Mar, em decorrência de uma pane no sistema de ventilação durante a viagem. Os animais, fornecidos pela Minerva, foram embarcados no porto de Vila do Conde, em Barcarena-PA, e tinham por destino o Egito.
No Porto de São Sebastião, o terceiro do país que mais exporta animais vivos, a população relata como fica a cidade nos dias de operação: o trânsito fica congestionado pelo grande fluxo de caminhões; o mau cheiro das fezes e da urina dos animais empesteia o ar e prejudica o turismo na região. Este cenário foi retratado no documentário “Elias: O Boi que Aprendeu a Nadar”, da Mercy For Animals.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Casos de raiva no Paraná exigem cuidados redobrados nas propriedades
Crescimento dos focos da doença mobiliza autoridades, Sistema Faep e produtores na vacinação obrigatória, reforço da vigilância e ações de educação sanitária em diversas regiões.

O Paraná tem registrado casos de raiva herbívora em rebanhos de animais de produção, o que acende o alerta para a necessidade de ações de controle da zoonose (doença infecciosa transmitida entre animais e seres humanos).
Por isso, as autoridades sanitárias, com apoio do Sistema Faep e produtores rurais, têm promovido uma série de medidas de controle, como vacinação obrigatória, reforço na vigilância e campanhas de educação. “Nas últimas décadas, o Sistema Faep investiu, de forma sistemática, na sanidade animal e na segurança das atividades agropecuárias. Agora, nas ações contra a raiva, não é diferente. Temos colaborado ativamente nas campanhas de disseminação de informações e de conscientização. É preciso ampliar a importância do controle dessa doença e garantir a proteção dos nossos rebanhos comerciais”, enfatiza o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Foto: Licia Rubinstein
A presença da raiva no Paraná é recorrente, o que exige atenção constante dos produtores. Porém, há uma região que concentra boa parte dos casos. Em 2024, o Estado confirmou 227 focos de raiva, sendo mais da metade em propriedades localizadas na área de abrangência das regionais de Cascavel e Laranjeiras do Sul. A situação se repete em 2025. Até setembro, já foram contabilizados 166 focos em 41 municípios, sendo 81 na região Oeste.
De acordo com chefe do Departamento de Saúde Animal da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, esse número elevado motivou a publicação da Portaria 368/2025, que torna obrigatória a vacinação contra raiva em 30 municípios da região Oeste do Paraná (veja a lista mais abaixo) para bovinos, búfalos, cavalos, asnos, mulas, ovinos e caprinos a partir de três meses de idade. “Simultaneamente, intensificamos a mobilização com o projeto ‘Adapar Educa a Campo’, que tem percorrido municípios da região para fortalecer a conscientização e engajamento local. Essas ações visam a contenção de focos ativos e a prevenção em áreas vizinhas para evitar a expansão da doença”, detalha Dias.
Em outubro, o órgão e o Sistema Faep realizaram reuniões e encontros em propriedades rurais, assentamentos e prefeituras, com um público estimado em 1,1 mil pessoas. Além disso, a campanha teve divulgação nos veículos de comunicação do Oeste. “O Sistema Faep apoiou diretamente essa ação. Esse projeto-piloto, cuja proposta é expandir para outras áreas da defesa agropecuária, promoveu a integração entre a agência e a sociedade por meio da educação sanitária”, explica Nicolle Wilsek, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP.
Confira os municípios onde a vacinação é obrigatória
- Boa Vista da Aparecida
- Braganey
- Campo Bonito
- Capanema
- Capitão Leônidas Marques
- Cascavel
- Catanduvas
- Céu Azul
- Diamante d’Oeste
- Foz do Iguaçu
- Guaraniaçu
- Ibema
- Itaipulândia
- Lindoeste
- Matelândia
- Medianeira
- Missal
- Planalto
- Pérola d’Oeste
- Quedas do Iguaçu
- Ramilândia
- Realeza
- Rio Bonito do Iguaçu
- Santa Lúcia
- Santa Tereza do Oeste
- Santa Terezinha de Itaipu
- São Miguel do Iguaçu
- Serranópolis do Iguaçu
- Três Barras do Paraná
- Vera Cruz do Oeste
Saiba como identificar casos de raiva

Foto: Fabiano Bastos
A raiva em herbívoros é transmitida, entre outras formas, por morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue de animais). Entre os sintomas da doença estão o isolamento do animal, apatia ou agitação, perda de apetite, salivação intensa e dificuldade para engolir, fezes secas e escuras, e progressiva paralisia dos membros. “Diante desses sinais clínicos, a doença é praticamente irreversível e fatal para os animais acometidos”, alerta Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar.
Se um produtor suspeitar de raiva em algum animal do rebanho, a orientação é: isolar o animal suspeito, notificar imediatamente à Adapar e não mexer ou manipular o animal sem proteção. “É importante que quando o animal morrer, o produtor solicite a visita da Adapar para coletar uma amostra. Além disso, ações importantes são reforçar a vacinação no entorno da propriedade, identificar possíveis abrigos de morcegos e monitorar os demais animais da propriedade”, orienta Dias.
Outros cuidados
O chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar enfatiza que, mesmo em municípios onde a vacinação não é obrigatória, o ato de imunizar o rebanho previne que animais suscetíveis sejam infectados caso o vírus chegue até aquela área. “Mesmo sem obrigatoriedade legal, vacinar ajuda a formar uma ‘cobertura imunológica’, que reduz o risco de propagação desde as áreas de foco. Vacinar antecipadamente constitui uma medida preventiva responsável e vantajosa, independentemente de obrigatoriedade legal”, reforça.
Segundo Nicolle Wilsek, técnica do Sistema FAEP, há medidas complementares que ajudam na prevenção da raiva e de outras doenças que podem afetar os rebanhos. “É preciso seguir boas práticas sanitárias, como manter o registro detalhado de vacinações, investir em capacitação contínua, incluir cláusulas de sanidade em transações de animais e promover a conscientização de cuidados pessoais no manejo”, destaca.



