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Práticas de manejo humanitário agregam valor à produção brasileira de frangos

Baseado em cinco pilares, o conceito busca promover uma criação mais sustentável, reduzindo o sofrimento animal e atendendo às demandas de consumidores cada vez mais conscientes.

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As práticas de manejo humanitário e bem-estar animal estabeleceram um novo padrão de qualidade e ética na produção de frangos de corte no Brasil. Baseado em cinco pilares, o conceito busca promover uma criação mais sustentável, reduzindo o sofrimento animal e atendendo às demandas de consumidores cada vez mais conscientes.

As práticas de bem-estar animal são orientadas por princípios que garantem condições de vida adequadas e respeitam as necessidades físicas e emocionais dos animais, promovendo uma produção mais ética e sustentável. Entre eles está a liberdade nutricional, que assegura que os animais tenham acesso a água e comida em quantidade, qualidade e frequência adequadas para atender às suas necessidades. Já liberdade sanitária garante que os animais estejam livres de doenças, dores e ferimentos, além de receberem tratamento apropriado quando necessário. A liberdade ambiental foca na criação de um ambiente confortável, com condições adequadas de temperatura, superfícies seguras e espaço suficiente para que os animais vivam com dignidade. Enquanto isso a liberdade comportamental destaca a importância de proporcionar espaço e convivência que permitam aos animais expressarem seus comportamentos naturais, promovendo bem-estar físico e mental. E a liberdade psicológica visa eliminar sentimentos negativos, como estresse, ansiedade ou medo, assegurando que os animais tenham uma vida equilibrada e livre de sofrimento emocional. “Esses princípios formam o alicerce para práticas que respeitam os animais e atendem às crescentes demandas da sociedade por produtos oriundos de cadeias produtivas mais éticas e responsáveis”, ressaltou o auditor fiscal federal agropecuário do Mapa/RS, Adriano da Silva Guahyba, durante sua participação na Conferência Brasil Sul da Indústria de Produção de Carne de Frango (Conbrasfran), realizada em meados de novembro na cidade de Gramado, RS.

Legislação e Certificação

No Brasil, a proteção dos animais começou a ser formalizada com o Decreto Presidencial nº 24.645 de 1934. Desde então, medidas como a Instrução Normativa nº 56/2008 e portarias recentes reforçam a necessidade de práticas éticas. Além disso, certificações internacionais, como a Global G.A.P. e o Certified Humane, promovem a adoção de padrões elevados na produção e processamento de aves.

Manejo humanitário

O manejo humanitário na produção de frangos de corte é baseado em seis pilares que asseguram a qualidade de vida dos animais e a sustentabilidade da produção. Guahyba destaca como esses princípios são aplicados de forma prática para promover o bem-estar animal em toda a cadeia produtiva.

Garantir acesso a água e alimentos saudáveis e nutritivos é essencial para o desenvolvimento saudável das aves. “Os sistemas de alimentação devem ser projetados para prevenir problemas de saúde e proporcionar fácil acesso ao alimento, enquanto os comedouros e bebedouros precisam estar bem posicionados para evitar contaminações ou derramamentos”, explica o profissional, frisando a importância de registros detalhados da alimentação, além de um suprimento emergencial de água para situações inesperadas.

A criação de um ambiente confortável é uma das prioridades no manejo humanitário. Isso inclui instalações adequadas, pisos e camas de qualidade, ventilação eficiente e iluminação apropriada. “A densidade populacional precisa ser controlada, e o enriquecimento ambiental é indispensável para permitir que as aves expressem comportamentos naturais”, afirma Guahyba.

A gestão eficiente é fundamental para o sucesso das práticas de bem-estar. O auditor fiscal reforça que os gerentes e funcionários devem ser capacitados para identificar e solucionar problemas, monitorar as condições das aves e operar equipamentos de forma eficaz. “Além disso, o tratamento compassivo é indispensável em todas as etapas, assim como o registro de ações e a manutenção de um ambiente livre de pestes e predadores”, menciona.

O cuidado com a saúde das aves é outra prioridade. “A prevenção de doenças começa com a seleção de animais saudáveis e o planejamento sanitário adequado”, afirma Guahyba, destacando a importância do monitoramento de problemas recorrentes, como lesões ou claudicação, e do tratamento rápido e eficaz de aves doentes. “Para situações extremas, a eutanásia de emergência deve ser realizada de forma ética, com descarte apropriado das carcaças”, frisa.

O profissional reforça que monitorar o bem-estar das aves durante a depopulação e o transporte, reduz o tempo de espera e evita o sofrimento desnecessário. “É fundamental descartar aves debilitadas antes do carregamento e garantir que os veículos de transporte tenham ventilação adequada e sistemas modulares para minimizar o estresse”, expõe Guahyba.

O auditor fiscal ressalta que o uso de equipamentos de insensibilização bem ajustados, a manutenção de registros detalhados e o monitoramento das aves em todas as etapas do abate garantem que não haja sofrimento antes da sangria e do processamento final. “A equipe precisa ser treinada e ter um número adequado de funcionários para executar os procedimentos de forma correta”, afirma o profissional.

Estratégia que agrega valor à produção

Auditor fiscal federal agropecuário do Mapa/RS, Adriano da Silva Guahyba: “Investir no manejo humanitário e no bem-estar animal não é apenas uma questão ética, mas também uma estratégia para garantir a competitividade da avicultura brasileira” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Para Guahyba, adotar os seis pilares do bem-estar animal não é apenas uma exigência normativa, mas também uma estratégia que agrega valor à produção e contribui para a sustentabilidade do setor.  “Investir no manejo humanitário e no bem-estar animal não é apenas uma questão ética, mas também uma estratégia para garantir a competitividade da avicultura brasileira. O futuro do setor depende de um equilíbrio entre produtividade e respeito pela vida animal, reforçando o compromisso do Brasil com uma produção mais humanizada e sustentável”, enfatiza.

Contudo, embora a legislação e as práticas estejam evoluindo, desafios como a adaptação de pequenos produtores e a padronização de processos em larga escala ainda persistem, relata o auditor fiscal.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na avicultura de corte e postura do Brasil acesse a versão digital de Avicultura Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

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Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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