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Pragas de pastagens merecem maior atenção dos pecuaristas
Além de afetarem o desenvolvimento de forrageiras, diversos insetos causam prejuízos diretos à pecuária comprometendo a produção de carne e de leite
Por muitas décadas os pastos não tiveram uma atenção especial dos pecuaristas. Isto impactou negativamente o crescimento da produtividade por área, que ainda hoje é muito baixa – considerando a média nacional de somente uma unidade animal por hectare (UA). O resultado foi o crescimento cada vez maior de pragas nas pastagens.
Os pecuaristas que desejam continuar ativos na atividade, aumentando a lotação por área e tendo lucro, precisam manter as pastagens sempre sadias – e isso passa inevitavelmente pelo controle de pragas. Classificadas como ocasionais ou gerais, elas podem não causar prejuízos diretos às plantas, mas provocam grandes prejuízos aos pecuaristas. A melhor forma de enfrentar e combater essas pragas, é com base na sua identificação, e adoção de estratégias de manejo preventivo e controle na área de produção.
Existem aproximadamente 500 espécies de insetos vivendo nas pastagens, número que de primeira pode assustar, mas de todas essas, poucas realmente comprometem o rendimento, e um grupo ainda menor tem potencial de provocar danos econômicos significativos à atividade pecuária.
De acordo com a engenheira agrônoma, Andreza Cruz, técnica em sementes da Soesp – Sementes Oeste Paulista de Presidente Prudente/SP, o ataque de pragas pode ser prejudicial em diversos momentos – do desenvolvimento das forrageiras, podendo afetar desde o desenvolvimento da raiz, até sua parte aérea. “Na fase inicial, por exemplo, elas são responsáveis por causar atrasos ou falhas no estabelecimento de uma nova área de pastagem — o que é péssimo tanto para a produção leiteira quanto para a produção de carne”, destaca.
Se o pecuarista pretende dar início a um confinamento no fim do período de chuvas, por exemplo, ele deve certificar-se de que o pastejo ocorreu normalmente e não teve a interferência indesejada de nenhuma praga, pois isso pode comprometer a alta eficiência do rebanho a ser confinado.
A principal praga – Cigarrinha
O ataque de pragas nas pastagens é dividido em grupos de acordo com o local onde ocorrem os ataques, como raízes, talos e folhas. Entre as mais devastadoras estão as Cigarrinhas, velhas conhecidas dos pecuaristas. Estes insetos, são sugadores de gramíneas, como os capins. Entre as principais cigarrinhas destaque para: Zulia entreriana, Deois flavopicta; Deois schach; e a Mahanarva fimbriolata. “É importante citar também que os ataques de cigarrinhas se iniciam geralmente nos meses chuvosos. Nesse período, ocorre a eclosão dos ovos, que resistem às condições adversas do período da seca, dando origem às ninfas, a fase jovem da cigarrinha”, acrescenta a engenheira agrônoma.
Após a eclosão, as ninfas se alojam na base das gramíneas forrageiras, junto ao solo para sugar seiva, onde permanecem envoltas por uma espuma que elas mesmas produzem por meio da secreção das glândulas de Batelli. Essa espuma os protege da desidratação pela radiação solar e do controle de inseticidas químicos. O ciclo de vida das cigarrinhas costuma variar de acordo com cada espécie: em média, 78 dias (a 25ºC, tendo o período embrionário, a fase de ninfa e a fase adulta, duração de 21, 37 e 20 dias, respectivamente).
Controle da cigarrinha-das-pastagens
O controle das cigarrinhas-das-pastagens compreende vários métodos, os quais constituem um programa de controle integrado de pragas (MIP), alinhando os controles químico e biológico, que se configura como a melhor e mais eficaz estratégia.
Essa estratégia inicia-se com a adoção do controle químico exatamente quando surgirem os primeiros adultos após o início da estação chuvosa. Nesse momento, os inseticidas irão agir, principalmente, sobre os adultos de cigarrinhas, já que as ninfas ficam protegidas pela espuma.
Após o controle químico inicial, devem ser realizadas as aplicações do fungo Metarhizium anisopliae (controle biológico) na dosagem mínima de 2,0 x 1012 conídios/ha (200 g de fungo puro) utilizando 200 a 300 litros de água/ha, quando aparecerem as ninfas da segunda e terceira gerações.
Outro controle é o cultural, fazendo o uso de cultivares mais resistentes como a BRS Ipyporã, que tem uma resistência por antibiose que bloqueia o desenvolvimento das ninfas. Por outro lado, outras cultivares devem ser evitadas, tais como Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha cv. La Libertad (MG-4) e Brachiaria ruziziensis, que são altamente susceptíveis aos ataques de cigarrinhas.
Muitos produtores acreditam que o “pé do boi” pode controlar as cigarrinhas, mas não é bem assim. O que acontece é que quando há um pastejo mais intenso entra mais luz na base das touceiras, onde as ninfas estão, podendo ajudar o controle, porém no próximo ciclo elas voltarão mais intensamente. Portanto, pode ser feito um pastejo intenso para ajudar, mas isso não irá acabar com as cigarrinhas do pasto.
Lagartas em pastagens
Em pastagens, as lagartas são consideradas pragas ocasionais, não ocorrendo de forma recorrente, mas quando estão em altos níveis populacionais elas têm o potencial alto de reduzir a quantidade de forragem disponível. O problema é que isso tem sido cada vez mais comum, principalmente devido aos cultivares de grandes culturas transgênicas com resistência à lagarta e à proximidade com lavouras, por isso a espécie Lagarta-do-cartucho ou lagarta militar (Spodoptera frugiperda) que somente atacava grãos, hoje é uma das principais.
Dessa forma, os ataques das lagartas precisam de controle logo no início do estabelecimento da pastagem, nos primeiros 5 dias de germinação da plântula forrageira, garantindo que ela se estabeleça como desejado.
As lagartas têm cinco fases de desenvolvimento e, tal como as cigarrinhas, devem ser combatidas enquanto ainda são jovens. Afinal, quanto maiores são, maior será o potencial de consumir o capim. “Dessa forma, recomenda-se que medidas sejam adotadas tão logo se constate os focos iniciais. O interessante é que, na fase inicial, o ataque destes insetos se inicia em reboleiras ou faixas, permitindo o controle em áreas relativamente pequenas”, destaca a especialista.
Nestas áreas, poderão ser aplicados inseticidas de baixa toxicidade e curto poder residual, sendo necessário retirar os animais da área tratada, respeitando o período de segurança estabelecido de cada produto utilizado.
Há também produtos biológicos à base de Bacillus thuringiensis que podem ser aplicados. Este é um inseticida microbiano seletivo para lagartas, não exigindo a retirada dos animais das áreas tratadas. Outra importante vantagem desse tipo de controle biológico consiste no fato de que não elimina os inimigos naturais presentes na pastagem. Estes produtos são mais eficazes contra a curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes).
Cupim
Os cupins são insetos-praga com altas frequências em pastagens, com seus ninhos sendo vistos em vários locais, principalmente a espécie Cornitermes cumulans. Há também a espécie Syntermes sp., conhecida como cupim de montículo. Ela é responsável por causar desuniformidade da lavoura. As raízes também podem ser atacadas, causando a morte das plantas.
Os números de cupinzeiros tendem a aumentar em áreas mais compactadas e degradadas, como muitas áreas de pastagens do Brasil. Com isso, pastagens mais degradadas tendem a apresentar níveis de infestação mais elevados. De acordo com a engenheira agrônoma, para o controle de cupins em pastagens, a melhor recomendação é eliminar os cupinzeiros no pasto. Para isso, como recomendação vale adotar: insira uma barra de ferro no cupinzeiro até 15 cm aprofundado na terra. Ali estará localizada a câmara da rainha, onde o cupinzeiro fica mole e com menor resistência. Na parte superior da barra de ferro, coloque uma mangueira com um funil e jogue o inseticida líquido.
Há a possibilidade de utilizar inseticidas em pastilhas, no qual o procedimento é o mesmo, porém após inserir dentro do cupinzeiro, ele deve ser lacrado com barro. O gás da pastilha será disseminado internamente, e os cupins irão morrer lá dentro. Depois disso, basta aguardar 10 dias para remover esses cupinzeiros. “O pecuarista nunca deve remover os cupinzeiros com os insetos ainda vivos. Nesse caso, a proliferação pode ser ainda maior”, ressalta Andreza.
Outras pragas novas
Existem outras pragas que hoje estão cada vez mais ganhando espaço nas pastagens como: formigas cortadeiras, percevejo-preto, gafanhotos e cochonilha dos capins. Mas dois deles estão crescendo pela dificuldade de identificação e controle que são a Pulguinha saltona, que é um micro-coleóptero que ataca nas horas mais frescas do dia e principalmente no início do desenvolvimento da plântula, se o produtor demorar para avaliar pode perder toda a área. E o outro é o Percevejo castanho, o controle químico é pouco eficaz, pois o inseto fica no solo e se alimenta de diversos tipos de plantas, então o melhor é a prevenção, com um bom preparo do solo, rotação de culturas e adubação e manejo da forrageira.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.