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Bovinos / Grãos / Máquinas

Potencial das pastagens brasileiras e o avanço na produção sustentável de carne bovina

Um sistema bem planejado, aliado à adequada adubação, permite potencializar a taxa de lotação e propicia uma forragem de melhor qualidade, com boa disponibilidade, por maior tempo.

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Foto: Divulgação

Para a eficiência na produção de carne bovina, particularmente no contexto de animais mantidos a pasto, é crucial minimizar custos e maximizar índices produtivos, garantindo o sucesso financeiro da operação. No cerne da produção de carne desses bovinos está o manejo meticuloso das culturas forrageiras e outras práticas essenciais para o sucesso da atividade. O sistema inicia na escolha de gramíneas e outras culturas forrageiras, que devem respeitar as características locais de solo, clima e sazonalidade anual.

Neste contexto, um sistema bem planejado, aliado à adequada adubação, permite potencializar a taxa de lotação e propicia uma forragem de melhor qualidade, com boa disponibilidade, por maior tempo. Além disso, é possível considerar que o animal alocado em um sistema bem planejado fará menor deslocamento em busca de nutrientes, favorecendo o consumo, reduzindo gastos energéticos e, consequentemente, aumentando a produção.

O primeiro ponto a se considerar é a condição do solo e a necessidade de correção. A coleta de amostras e análises regulares da terra e também da forragem são essenciais para determinar a disponibilidade de nutrientes, incluindo níveis de proteínas, energia, fibras e minerais. A compreensão da composição nutricional da forragem permite um melhor aproveitamento da área disponível, além de direcionar a formulação de uma dieta de suplementação mais precisa.

Outro ponto importante é prevenir o subpastejo e o superpastejo, ajustando taxas de lotação e adotando sistemas de manejo que promovam a regeneração da pastagem. Isso significa entender a realidade de cada propriedade para poder adotar a prática que melhor se enquadre.

Existem alguns modelos mais comumente utilizados, sendo o pastejo contínuo um dos principais sistemas adotados por conta da praticidade. É uma possibilidade que precisa de atenção no ajuste da quantidade de animais de acordo com a disponibilidade de forragem, visto que os animais permanecem o tempo todo na mesma área.

Outra estratégia mais interessante é o pastejo rotacionado, que consiste na utilização de dois ou mais piquetes, que são alternados para que um esteja em uso, e os demais, em descanso e rebrota da forragem. Nesse caso, o produtor precisa ajustar a lotação e também se atentar para o momento correto de entrada e saída dos animais de acordo com a altura de cada cultura forrageira. Este sistema, se trabalhado corretamente, permite melhor aproveitamento na colheita da forragem, maximizando a produção de gado a pasto.

Essas práticas de manejo planejados não só sustentam o ecossistema, mas também aumentam a capacidade de suporte do solo e o sequestro de carbono. Além disso, pastagens bem geridas atenuam os processos de erosão do solo e melhoram a biodisponibilidade dos nutrientes, tornando o sistema capaz de se manter ao longo dos anos, o que implica em um processo produtivo sustentável. Ao aproveitar o potencial regenerativo dos próprios animais que pastam, os produtores contribuem para a restauração de pastagens degradadas e para a preservação dos ecossistemas naturais.

Na sequência, o próximo passo se dá pela escolha da forrageira mais adequada, que deve respeitar a meta produtiva, a região de inserção, a sazonalidade e o aporte nutricional. No Brasil, a predominância do cultivo de forragens direcionadas aos bovinos são gramíneas, principalmente as Brachiarias (Urochloa spp.) e os Panicuns (Megathyrsus spp). Apesar disso, por ser um país de grandes dimensões, com variedade de solo, temperatura e pluviosidade, os produtores têm diversas outras possibilidades a serem direcionadas para cada região, inclusive de algumas leguminosas como a aveia e a leucena. Ao escolher uma cultura adequada, o produtor consegue planejar as demais estratégias nutricionais em busca de atingir os objetivos de produção.

Entre as possibilidades de complementação do aporte nutricional para os animais, a suplementação se dá como excelente alternativa, já que é de fácil acesso ao produtor. O mercado oferece hoje uma série de produtos prontos para uso ou para formulações de dietas à pasto, contemplando os diferentes períodos do ano e as diferentes defasagens na pastagem que precisam ser supridas. Ou seja, projetar uma estratégia nutricional ideal para a produção de carne bovina alimentada a pasto envolve equilibrar as necessidades nutricionais do gado com os recursos forrageiros disponíveis.

Nesse ponto, é importante desenvolver uma dieta balanceada que atenda às exigências nutricionais do gado nas diferentes fases de produção (ex.: crescimento, terminação, lactação). Além disso, é necessário considerar fatores como idade, peso, estado fisiológico e metas de produção, ao formular dietas. Assim, é possível determinar a necessidade de suplementação somente mineral, proteica ou ainda proteica energética.

Outro ponto de extrema importância e muitas vezes esquecido é o acesso a água limpa e fresca para todos os animais, essencial para a digestão adequada, absorção de nutrientes e saúde geral. Por fim, o investimento em uma infraestrutura adequada, com sistemas de água, cercas e instalações para facilitar o manejo eficiente do rebanho é o complemento de uma atividade bem gerida.

O pasto sempre foi uma ferramenta de fácil acesso para o produtor e, se bem utilizada, pode trazer resultados satisfatórios. Ao implementar estas estratégias, é possível aumentar a eficiência nos sistemas de produção, melhorando o desempenho, a rentabilidade e a sustentabilidade, mantendo o sistema viável.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Wellington Luiz de Paula Araújo Zootecnista, doutor em Nutrição e Produção Animal

Bovinos / Grãos / Máquinas Em Chapecó - Santa Catarina

Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite acontece em novembro

Primeiro lote de inscrições segue até 02 de outubro.

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Fotos: Divulgação/MB Comunicação

Referência em disseminação de conhecimento, aperfeiçoamento da classe, desenvolvimento de novas tecnologias e troca de experiências, o 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) ocorrerá nos dias 05, 06 e 07 de novembro, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), está com as inscrições abertas e contará com os painéis indústria, qualidade da forragem, saúde, manejo e ambiente. A programação ainda engloba a 8ª Brasil Sul Milk Fair e o 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte.

Presidente do Nucleovet, Tiago Mores: “Nossa missão é entregar um evento completo que demonstre e reforce a pujança da bovinocultura brasileira”

O presidente do Nucleovet, Tiago Mores, ressalta que o evento é organizado para oportunizar discussões atuais, com apresentação de novas soluções e geração de conexão entre empresas e profissionais. “Recebemos médicos veterinários, zootecnistas, técnicos, profissionais de agroindústrias, produtores rurais e estudantes de todo o Brasil e da América-Latina, nossa missão é entregar um evento completo que demonstre e reforce a pujança da bovinocultura brasileira”.

Na visão de Mores, o sucesso do evento também tem sido baseado em uma abordagem pragmática de assuntos do cotidiano e que possam agregar informação técnica e aplicação prática.

O presidente da comissão científica, Claiton André Zotti, explica que a programação é elaborada por uma comissão responsável por avaliar os temas de maior relevância para o setor na atualidade. “Com uma equipe formada por profissionais de diversos segmentos da cadeia produtiva, conseguimos construir uma programação riquíssima e que engloba importantes debates”, destaca.

Zotti reforça que as discussões são levantadas por renomados pesquisadores do setor, qualificando ainda mais a grade técnico-científica do evento. “Tratamos de um ramo complexo e desafiador, temos novas práticas e técnicas sendo desenvolvidas a todo momento. É crucial que profissionais da bovinocultura de leite e de corte mantenham-se atualizados acerca dos avanços do setor”.

Fonte: Assessoria MB Comunicação
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Nutrição de precisão: A importância da concentração de sólidos na dieta líquida de bezerras

O investimento em uma nutrição líquida balanceada nos primeiros meses de vida não é apenas uma preocupação com o presente, mas uma estratégia para o futuro.

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Foto: Divulgação/Agrifirm

Imagine um futuro onde suas vacas leiteiras são robustas, saudáveis e altamente produtivas. Parece um sonho? Esse futuro começa com: a concentração correta de sólidos na dieta líquida das suas bezerras. Muitos produtores enfrentam o desafio de garantir que suas bezerras recebam a nutrição adequada logo nos primeiros meses de vida. Mas como saber se a alimentação está no ponto certo?

Os sólidos na dieta líquida – que incluem proteínas, gorduras, lactose, vitaminas e minerais – são a chave para o desenvolvimento saudável das bezerras. Pense neles como os tijolos de uma construção. Cada tijolo colocado corretamente agora garantirá uma estrutura forte e resistente mais tarde. Por outro lado, uma quantidade insuficiente desses “tijolos” pode comprometer a base do seu rebanho.

Estudos mostram que a concentração ideal de sólidos na dieta líquida deve estar entre 12% e 15%. Essa faixa não é apenas um número técnico; ela representa o equilíbrio perfeito entre nutrição e digestibilidade. Uma dieta com cerca de 15% de sólidos oferece o que as bezerras precisam para um ganho de peso saudável, sem sobrecarregar seu sistema digestivo em desenvolvimento. É como dar o combustível certo para que elas possam correr em direção ao futuro.

E por falar em corrida, não é só o corpo que cresce mais forte. O rúmen das bezerras, crucial para a transição para alimentos sólidos, se desenvolve de forma mais eficiente com essa concentração de nutrientes. Proteínas e fibras de alta qualidade estimulam a atividade microbiana no rúmen, preparando o caminho para uma digestão eficaz de forragens e concentrados.

Além disso, uma boa nutrição líquida faz mais do que apenas crescer; ela protege. Bezerras bem nutridas, com a concentração adequada de sólidos, são mais resistentes a doenças, exigem menos intervenções veterinárias e têm uma chance muito maior de se tornarem vacas produtivas e longevas.

O investimento em uma nutrição líquida balanceada nos primeiros meses de vida não é apenas uma preocupação com o presente, mas uma estratégia para o futuro. Cada grama de sólidos bem dosada hoje se reflete em litros de leite amanhã, em vacas que produzem mais e por mais tempo, e em um rebanho que se destaca pela saúde e produtividade.

A Agrifirm é especialista em nutrição de animais jovens, focada em resultados.

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Fonte: Agrifirm
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Uma jornada de evolução no bem-estar animal: das cinco liberdades aos cinco domínios

Essa abordagem reflete um entendimento mais profundo da senciência animal e da importância de proporcionar experiências positivas, promovendo um nível de bem-estar elevado.

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Foto: Lensgo.AI/Giuliano De Luca/O Presente Rural

Nos anos 1960, uma revolução no cuidado com os animais começou a ganhar forma com a publicação do livro Animal Machines de Ruth Harrison. A narrativa de Harrison expôs as duras realidades da industrialização da produção animal, desencadeando uma reação em cadeia que culminou na criação do Comitê Brambell pelo parlamento britânico. Esse comitê deu origem ao conceito das cinco liberdades, um marco crucial na história do bem-estar animal.

As cinco liberdades foram formuladas para garantir que os animais fossem: livres de fome e sede; livres de desconforto; livres de dor, lesões e doenças; livres para expressar comportamento natural; e livres de medo e angústia.

Essas liberdades serviram como uma base essencial para o cuidado com os animais, enfatizando a prevenção de sofrimento. No entanto, com o tempo, as críticas surgiram. A principal crítica era que essas liberdades eram vistas como ideais inatingíveis, sem o poder de determinar o que é um nível aceitável de bem-estar animal em um sentido ético e prático, e focavam apenas na eliminação de experiências negativas, negligenciando a promoção de estados positivos. E afinal, tecnicamente, como assegurar estas liberdades?

Os cinco domínios: uma nova abordagem

Com o avanço do conhecimento científico e a crescente consciência sobre a complexidade das necessidades dos animais, tornou-se evidente que as cinco liberdades, embora importantes, não eram suficientes para garantir um bem-estar animal completo. Concomitante, ficou evidente que para avaliar o bem-estar animal, é necessário reconhecer os animais como seres sencientes, capazes de experimentar estados afetivos positivos e negativos.

Dessa forma, é claro que a ciência do bem-estar animal passou por uma evolução teórica significativa, refletida nos métodos de avaliação atuais, que além de considerar indicadores baseados em recursos (como a disponibilidade de alimento e água) e no ambiente (como a temperatura do ar), assim como os estados afetivos negativos vivenciados pelos animais (como fome, sede, dor e medo), agora também se avaliam os estados positivos (como prazer e contentamento). Essas mudanças representam um claro avanço conceitual e metodológico na ciência do bem-estar animal.

Proposto inicialmente em 1994, os cinco domínios expandiram o foco do bem-estar animal. Em vez de apenas evitar o sofrimento, essa abordagem se concentrou em promover experiências positivas. O modelo estruturado mais recente considera 5 domínios, 4 deles sendo estados internos ou físicos-funcionais do animal: nutrição, ambiente físico, saúde e interações comportamentais; esses 4 primeiros domínios influenciam experiências afetivas associados ao quinto domínio, estado mental.

Das cinco liberdades para “uma vida que vale a pena ser vivida”

Membro da equipe executiva da MBPS, Beatriz Pressi: “A transição de conceito das cinco liberdades para os cinco domínios representa uma evolução necessária para garantir um bem-estar animal mais holístico e positivo” – Foto: Divulgação/MBPS

Focando na evidência de que os animais buscam conscientemente atingir objetivos específicos ao interagir com o ambiente, outros animais e humanos, é essencial considerar todas as condições, tanto negativas quanto positivas, de cada um dos domínios. Com base nisso, em 2009, a FAWC (Farm Animal Welfare Council) reconheceu que o bem-estar dos animais deveria ser expresso pela sua qualidade de vida, propondo uma classificação dessa qualidade de vida como: todo e qualquer animal de produção tenha uma vida digna de ser vivida. Para proporcionar ao animal uma vida digna de ser vivida, é preciso adotar a boa criação, manejo e transporte cuidadosos, abate humanitário e, acima de tudo, criadores qualificados e conscienciosos.

Conclusão

A transição de conceito das cinco liberdades para os cinco domínios representa uma evolução necessária para garantir um bem-estar animal mais holístico e positivo. Ao adotar os cinco domínios é possível evitar o sofrimento, bem como promover uma vida digna e que vale a pena ser vivida. Essa abordagem reflete um entendimento mais profundo da senciência animal e da importância de proporcionar experiências positivas, promovendo um nível de bem-estar elevado. Ao obter este entendimento dos cinco domínios, aprender a aplicar e avaliar o bem-estar animal, é possível ser mais assertivo na resolução dos desafios na produção animal, contribuindo para uma convivência sustentável entre humanos e animais, estabelecendo um novo padrão de cuidado na pecuária.

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Fonte: Por Beatriz Pressi, membro da equipe executiva da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável
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