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Possibilidade de interrupção das exportações ucranianas pode afetar oferta global de milho e elevar preços
Nos últimos dias, autoridades russas voltaram a bloquear a inspeção de navios que atravessam o corredor seguro para exportação de produtos agrícolas da Ucrânia.

No curto prazo, a continuidade da colheita de milho da primeira safra seguirá exercendo pressão nos preços internos. Um ponto de atenção, no caso do cereal, é a evolução do clima nas próximas semanas. aponta o boletim de abril da Consultoria Agro do Itaú/BBA. O plantio da segunda safra foi realizado fora da janela ideal em muitas áreas, aumentando os riscos. Porém, as previsões de momento são boas e não apontam problema iminente, porém isso é algo a ser monitorado.
Por outro lado, a alta do preço do açúcar pode favorecer as usinas de etanol de milho. Com a valorização do adoçante, as usinas de cana provavelmente darão preferência à produção de açúcar em detrimento do etanol. Os preços de etanol na B3 seguem valorizando, o que, junto com a mudança do ICMS favorecendo a competitividade do biocombustível sobre a gasolina, impulsionando o consumo, tende a beneficiar o resultado das usinas de etanol de milho. Preços futuros sinalizam queda, com o avanço do plantio nos Estados Unidos.
As informações mais recentes dão conta de que a neve está derretendo rapidamente ao norte do Cinturão do Milho americano, o que vem possibilitando bom avanço do plantio do cereal no país.
Segundo o USDA, até o último dia 23, 14% da área projetada havia sido plantada, contra 11% na média dos últimos cinco anos. A expectativa de uma grande safra de milho 2023/24 dos Estados Unidos vem pesando nos contratos mais longos do cereal, que seguem em queda.
Caso não haja problemas durante o plantio e desenvolvimento da safra americana, podemos ver quedas adicionais dos preços. O ponto de atenção é o corredor de exportação do Mar Negro. Nos últimos dias, autoridades russas voltaram a bloquear a inspeção de navios que atravessam o corredor seguro para exportação de produtos agrícolas da Ucrânia.
O mercado espera a continuidade do fluxo de grãos, mas caso tenha de lidar com a possibilidade de interrupção do andamento das exportações ucranianas de cereais, apertando ainda mais a oferta global de milho (e trigo), os preços devem reagir.

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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.
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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro
Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.
Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock
Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.
Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.
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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26
Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.
Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura
No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.
No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.
O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.



