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PorkExpo desse ano terá o 1º Congresso Nacional das Mulheres da Suinocultura
Criadoras de vários estados brasileiros mostram o poder feminino nas granjas e refletem as conquistas que serão celebradas no ‘1º Congresso Nacional das Mulheres da Suinocultura’, em Foz do Iguaçu, de 7 a 9 de novembro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention

A história de Ana Carla de Oliveira Bueno combina em tudo com a garra das mulheres que fazem a suinocultura latino-americana, dia após dia. Ela nasceu em Ponta Grossa, mora em Carambeí e cuida de uma granja em Castro, ao lado de uma colaboradora, a Suzimara Felix. Tudo no Paraná. A Granja Bueno surgiu em 2018, mesmo lugar onde ela e o marido faziam engorda de bovinos. A produção envolve recria e engorda e é integrada da JBS – Seara, recebendo leitões com leitões com 23 quilos e levando para o abate com média de 130 kg. São três lotes ao ano, com mil animais em cada um. A Ana também tem direito a ração, medicamentos e assistência técnica. “Meu marido trabalha com comércio de veículos há 26 anos e eu passeava bastante na chácara. Nós conversamos e ele me incentivou a entrar no negócio. Na pandemia, passei a morar na granja, cuidando de tudo de perto. E adorei. Apaixonei-me pela atividade, pelos animais, eles têm uma integração muito grande com a gente. Não é só o manejo, eu me apaixonei mesmo pela suinocultura”, conta.
E as dificuldades dos ciclos da atividade obrigaram a Ana a ir atrás de informação. E surgiram os primeiros contatos, por telefone, que deram origem ao grupo ‘Mulheres da Suinocultura’. “Eu não sabia nada da atividade, não tinha para onde correr. Falei com os antigos donos da granja e a filha deles, a Paula, falou: vai fazendo assim, assado. Eu ligava para eles quando o animal ficava doente. E comecei a perceber que outras mulheres estavam fazendo isso para entender o negócio e sair do mundinho da ‘porteira para dentro’. Então, decidimos usar a tecnologia a nosso favor. Trocar informações, experiências. Outras também passaram por isso”. Pois hoje são 130 mulheres conectadas pelo Whatsapp, Instagram e Facebook. “Aumentando a visibilidade das mulheres, para o mundo inteiro ver. Temos mulheres do Brasil inteiro. Independentes, integradas e cooperadas. E mais de cinco mil seguidores”, fala animada a suinocultora, que tem dois filhos, de 14 e 17 anos, e foi escolhida pela Revista Forbes como uma das ‘100 mais poderosas do Agronegócio’, em 2021.
São histórias como esta que vão marcar o ‘1º Congresso Nacional das Mulheres da Suinocultura’, momento inédito da cadeia produtiva da proteína mais consumida no planeta, que vai marcar época em Foz do Iguaçu, de 7 a 9 de novembro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention. Destacando a força e experiência das criadoras, trabalhadoras, cientistas, mães e esposas dos suinocultores que atuam nas granjas do país inteiro, ajudando nos resultados da suinocultura latino-americana. Um estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realizado em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que, atualmente, as mulheres administram mais de 30 milhões de hectares do Agro Brasil, algo como 8,4% das áreas rurais do país.
“Já pensei em parar porque não são poucas as dificuldades. Hoje, eu não quero parar. Muito pelo contrário. Estou fazendo investimentos em conjunto com a integradora. E nosso grupo de mulheres tem qualidade. É gente que precisa de ajuda, faz perguntas, incentiva uma as outra. O dia-a-dia da granja não é fácil. Uma fala que recebeu um lote ruim, outra fala que está cansada, falamos do momento do parto das matrizes. Hoje, temos uma irmandade. E todo mundo cresce. E continuamos porque visualizamos as histórias que deram certo. Temos a prática. Cada granja é uma granja. Desde parto até terminação. E as próprias empresas acabam ajudando. E até conseguimos realizar o nosso 1º Encontro Presencial, com as mulheres da suinocultura da região de Castro (PR)”, comemora Ana Carla de Oliveira Bueno.
É a força dela, e de todas as mulheres da suinocultura do Brasil e da América, que você vai acompanhar em Foz do Iguaçu (PR), durante a PORKEXPO LATAM 2023. Até lá!

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



