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PorkExpo Brasil & Latam 2024 prepara programação para demostrar a força produtiva da suinocultura
Evento traz novidades para mergulhar ainda mais no trabalho dos profissionais e das empresas que trabalham diretamente com a produção da proteína

A força da cadeia produtiva de carnes no Brasil tem sustentado o crescimento da oferta de proteínas e o fornecimento tanto para o mercado interno como às exportações. O setor deve retirar do campo quase 31 milhões de toneladas de carne suína, bovina e de frango neste ano, elevação de 3,9% na comparação com 2023. E vender como nunca para o mercado externo. O mesmo ocorre na suinocultura nacional, que deve produzir 5,5 milhões de toneladas em 2024, incremento de 3,7% sobre o ano anterior, atendendo os brasileiros que comem cada vez mais, com 4,22 milhões de toneladas, e os embarques internacionais, que vão bater novo recorde, com 1,29 milhão de toneladas.

Presidente da PorkExpo Latam 2024,Flávia Roppa: “A tarefa da PorkExpo é auxiliar e mobilizar todos os elos da cadeia em torno da Suinocultura do futuro, a suinocultura 2030” – Fotos: Divulgação/PorkExpo
E como acelerar essa potência produtiva nos próximos seis anos? É a principal proposta das atividades da PorkExpo Brasil & Latam 2024 – 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR), palco do que vai acontecer no Futuro da Ciência na Suinocultura. “Foi o olhar privilegiado sobre a força das granjas e das indústrias que fez a gente escolher o tema do encontro deste ano: ‘Suinocultura 2030!’. Temos que debater e antever todas as mudanças que a cadeia deve priorizar nos próximos seis anos, em termos de inovação, tecnologias, perspectivas de mercado, avanços em nutrição, genética, sanidade, manejo e bem-estar animal. A tarefa da PorkExpo é auxiliar e mobilizar todos os elos da cadeia em torno da Suinocultura do futuro, a suinocultura 2030”, exalta Flávia Roppa, presidente da PorkExpo Latam 2024.
Para tanto, a organização está organizando uma grande caravana para levar centenas de suinocultores a Foz do Iguaçu. A ação conta com a parceria de grandes cooperativas, expositores e diversos sindicatos rurais. “Queremos uma participação ativa dos suinocultores neste ano. São eles os primeiros motores da produção de carne suína no Brasil”, completa Flávia.
A PorkExpo 2024 será uma grande reunião de profissionais de mais de vinte países, que vão acompanhar palestras com tradução simultânea para Inglês, Português e Espanhol, além de participar de uma série de atividades em sete ambientes diferentes. Dentre as grandes novidades, estão a ‘1ª Academia do Fomento’, inteiramente voltada para extensionistas rurais e profissionais do fomento que amparam os criadores na granja e nos centros de produção. Pré-evento exclusivo que vai preceder a PorkExpo, no dia 22 de outubro, para profissionais e empresas apoiadoras, com vagas limitadas.
“Será um momento muito especial, que vai anteceder o evento, espaço fechado, com vagas limitadas, para os times das principais agroindústrias e cooperativas do Brasil e Paraguai. Vai ser a primeira academia do fomento de carnes do Continente. E está tendo uma aceitação fantástica do mercado. Muitas já garantiram que vão levar as equipes inteiras. É uma inovação, algo inédito, para ativar comunicação assertiva, ajudar produtores em dificuldades, implementar novas metodologias”, reforça a presidente da PorkExpo 2024.
Assim como a ‘OctoberPork’ e o ‘Festival de Torresmo’, hora de festa da proteína maior do mundo no calendário regional e nacional, localizado na divisa dos três estados do Sul do Brasil, potências de produção e vendas externas da carne suína nacional brasileira e da Tríplice Fronteira de proteínas e grãos de Argentina, Paraguai e Brasil.
Ainda tem a volta do tradicionalíssimo ‘Prêmio PorkWorld da Suinocultura’, que vai homenagear os cinco profissionais mais votados por destacaram-se na produção de carne suína.
No primeiro dia do evento, uma sala vai abrigar várias mesas redondas com os principais suinocultores, grandes cooperativas e líderes reconhecidos do setor. Gente que faz a diferença. Já a parte técnica vai dominar o segundo dia, com duas salas e palestrantes internacionais renomados abordando todas as áreas do sistema produtivo. Sem falar no ‘12º Congresso Latino Americano de Suinocultura’, com palestras técnicas, projeções econômicas e mesas redondas com importantes lideranças das carnes internacionais. Nova edição do sucesso do ‘Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura’, inteiramente voltado para o universo feminino do setor, e que debutou com brilho no ano passado. E a Feira de Negócios integralmente focada na Suinocultura, movimentando toda a força financeira, tecnológica e de novos insumos dirigida ao segmento.
“O grande trabalho da PorkExpo sempre foi unir todos os elos da cadeia, discutir o setor como um todo, a diversidade de ações exatamente para todos encontrarem dentro do evento conhecimento, relacionamento, marketing de carne, atendendo todas as pessoas interessadas e atuantes na suinocultura. É o nosso grande diferencial”, arremata Flávia.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



