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Pork 20 anos retorna e reúne cinco mil profissionais
Maior evento mundial do segmento contou com mais de 2.600 inscritos e 150 empresas participantes
Foi uma volta marcada pelas cenas tradicionais das nove edições da PorkExpo e Congresso Internacional de Suinocultura, encontro mais representativo do segmento no mundo nas últimas duas décadas. Um mergulho em Ciência e Pesquisa, negociações intensas na Feira de Negócios, vários lançamentos, premiação e o sorriso no rosto de todos os congressistas e visitantes, em meio a uma série sem fim de delícias preparadas com a carne suína, a mais consumida no planeta.
O Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention sediou a ‘Pork 20 Anos & 10º Congresso Latino Americano de Suinocultura’, a Pork 20 Anos, nos últimos dias 26 e 27 em Foz do Iguaçu (PR), quatro anos depois da paralisação provocada pela pandemia da Covid-19. Uma espera que valeu a pena.
Na entrada, uma decoração estilizada com balões de gás em tom rosa para relembrar o maior motivo de satisfação e dos negócios de todos os presentes: o PORCO. E um brinde com taças de champagne para matar a saudade desde o último momento, em 2018.
Não demorou e outro sucesso tomou forma. Foram 2.637 inscritos e público total de cinco mil pessoas em dois dias de evento, 26 e 27 de outubro. Gente de mais de vinte países, 150 corporações industriais representadas e setenta empresas com estandes na Feira de Negócios. Tudo para acompanhar uma programação moderna, inovadora. Espaço de negócios, confraternização e celebração da proteína mais saborosa. Uma autêntica ‘PorkExperience’, momento de reunião dos profissionais, executivos e palestrantes mais qualificados internacionalmente. Todos debatendo como vencer os desafios da produção sustentável e segurança alimentar da Nova Era.
Programação técnica
Um cardápio de quarenta palestras tratou de temas como biossegurança, nutrição de precisão, produção sustentável, dietas da matriz ao suíno abatido, a granja do futuro 5.0, o mercado global de carnes e grãos, os desafios da zootecnia, a digitalização dos processos, o panorama do alimento do futuro, as novas gerações de consumidores, a explosão populacional da África e da Ásia, ESG, o alimento premium e o que a sociedade quer de uma proteína saudável e de qualidade.
Tudo conduzido por expert´s do gabarito de Sérgio De Zen, Glauber Machado, Osler Desouzart, Leandro Hackenhaar, Luan Souza dos Santos, Antonio Correia, Cleandro Pazinato Dias, Bruno Silva, Guilherme Brandt, Lia Hoving, José Antonio Ribas Junior, Wagner Yanaguizawa, Sung W. Kim, Djane Dallanora, Luis Rangel, Marcelo Miele, Paulo Verdi, César Augusto Garbossa, Rafael Nunes, Luis Rasquilha, Jussimar Bassani e Janice Zanella,Jackson Zenati, Ines Andretta e Horário Rostagno.
Painel Especial ABCS
Grandes momentos marcaram a Pork 20 Anos. O ‘Painel Especial ABCS’, realizado na manhã do segundo dia de evento, promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, discutiu temas como produção, preços, exportação, consumo e a melhoria da relação com o mercado. Com palestras do consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Alvimar Jalles, do consultor de mercado da ABCS, Iuri Pinheiro Machado, José Roberto Goulart, Presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul e Elias José Zydeck, Diretor Executivo da Frimesa.
“Guerra, pandemia, inflação, doenças nos rebanhos. Em um mundo globalizado, os acontecimentos internacionais têm impacto também globalizado”, alertou Iuri Machado. “Nosso negócio é assim. Tem que saber passar pelas crises. Fica no mercado quem é resistente, faz planejamento, está preparado, sabe trabalhar, cuidar da casa, tem estoque de milho. E a cadeia tem aprimorado a produção, venda e apresentação da carne suína. O que é um grande incentivo para que o consumidor compre a proteína”, receitou José Roberto Goulart. Um dado enaltecido por Elias Zydeck. “Avançamos no mercado interno e temos uma previsão de que até 2030 o Brasil esteja consumindo 25 kg per capita de carne suína”.
Depois do debate, a Associação, representada pelo Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, e pela Diretora de Marketing e Novos Projetos Lívia Machado, prestaram uma homenagem ao executivo Luciano Roppa, CEO da Yes Sinergy e um dos nomes mais conceituados do setor, e à Flávia Roppa, Presidente da Pork 20 Anos, mentora de vários encontros dirigidos à Suinocultura brasileira e mundial e filha do respeitado profissional.
“O Doutor Luciano é um incansável apoiador da suinocultura brasileira e vem tendo um papel fundamental na modernização do segmento ao longo das últimas décadas. É um símbolo para todos nós. Já a Flávia tornou-se uma referência nos eventos do setor, sempre apoiando as entidades e abrindo espaço importantíssimo para valorizarmos e fazermos o marketing da nossa proteína”, justificou Marcelo Lopes. “A Família Roppa é uma marca da suinocultura brasileira. Somos muito gratos pelo espaço que sempre tivemos para incentivar o consumo desse alimento nobre da gastronomia e da saúde nacional e internacional”, referendou Lívia Machado.
Carne Suína na Air Fryer
Na sequência, foi lançada a cartilha de receitas ‘Carne Suína na Air Fryer – Descubra o chef em você by Jimmy Ogro’, produzida pela entidade para promover o consumo da proteína. Com pratos idealizados pelo Chefe de Cozinha Jimmy Ogro, um dos mais conhecidos e carismáticos do Brasil. Barriga de porco à pururuca, costelinha barbecue, linguiça suína e batatas, hambúrguer de pernil suíno, filé-mignon suíno e copa-lombo suíno. “Eu estou cada vez mais envolvido e dedicado à carne de porco. É a proteína mais presente no meu restaurante. Para mim, é a mais gostosa de preparar e comer. E também desejo ajudar as pessoas a fazer pratos saborosos e rápidos dentro de casa. Vou criar ainda mais receitas para essa panela tão interessante que é a Air Fryer”, arrematou Jimmy. Fechando as atividades, a ABCS ofereceu a todos os participantes do congresso um delicioso sanduíche de carne suína desfiada com molho.
Desafios da suinocultura
O encontro ainda se debruçou sobre momentos desafiadores da área. A suinocultura brasileira vive um momento difícil. As exportações bateram recorde nos dois últimos dois anos, passando de um milhão de toneladas e com a abertura de novos mercados no exterior, mas as granjas sofrem com os custos de produção, turbinados com a valorização dos grãos, pandemia, pane na Logística, os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, além da queda nas vendas para a China, que se recuperou das perdas com a Peste Suína Africana (PSA). “A situação é difícil, mas o criador precisa acreditar. Gente pode ficar no meio do caminho. Mas a saída é seguir produzindo, acreditando na atividade, usando tecnologia e trabalhando com muito profissionalismo. As outras proteínas também sofrem. A carne de frango pode ter chegado ao teto de consumo, a carne bovina chegou ao piso na opção do varejo. Entendam que o mundo cresce, as populações vão precisar comer e quem abastece o planeta são os produtores de alimentos, como os suinocultores”, contextualizou Osler Desouzart, um dos maiores especialistas mundiais em mercado mundial de carnes e grãos.
Trabalhos Científicos
Outro momento histórico da Pork é a premiação dos Trabalhos Científicos, que leva informações originais e inovações nas diversas áreas de estudo da Suinocultura. Disputa que sempre tem a avaliação dos pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves. Ao todo, foram distribuídos R$ 6 mil em prêmios, sendo R$ 2 mil para cada ganhador, nas categorias Tecnologia, Reprodução e Nutrição. Na primeira, quem levou o primeiro lugar foi o trabalho ‘Modelos para alimentação de precisão para suínos em grupo’. Em Reprodução, o premiado foi o estudo ‘Sincronização do estro em fêmeas suínas pós-desmamadas’. E na área de Nutrição a pesquisa vencedora foi o tema ‘Validação de método de cálculo de diâmetro geométrico médio via mensurador de granulometria para a indústria de ração animal’.
A entrega dos cheques foi realizada no espaço da Feira de Negócios da Pork 20, no estande da Embrapa, sob a condução da médica veterinária, pesquisadora e ex-diretora da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella. “É uma honra homenagear esses profissionais, que trabalham em seus postos e ainda encontram tempo para investigar, pesquisar novos caminhos para a cadeia ter ainda mais sucesso nos negócios. Mirar o futuro e descobrir soluções e alternativas é fundamental”, afirmou Janice Zanella.
A carne suína
E a vedete maior da Pork. A Carne suína. Em cada canto. Suíno defumado, desfiado, assado, em salame, na linguiça, em conserva, gelado no vinagrete, no presunto ibérico, no sanduba, no espeto, picadinho, na grelha, no lombo.
“Nesta décima edição, comemoramos vinte anos ao lado dos amigos da cadeia produtiva. Pensando juntos, discutindo, trocando informações e casos de sucesso, comendo carne gostosa e comemorando a vida e o prazer em trabalhar para alimentar o mundo com alimento saudável e seguro”, comentou feliz da vida Flavia Roppa.
Um verdadeiro convite para muitas novidades que serão anunciadas em breve. E que será o novo marco da Suinocultura Latino-Americana.
A PorkExpo Laltam 2023, encontro anual, também em Foz do Iguaçu, que debuta de 07 a 09 de novembro do ano que vem.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.