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Por que suplementar?

O desenvolvimento e aprimoramento dos suplementos minerais, dos proteinados, dos suplementos vitamínicos injetáveis, orais e premix contribuíram para o desenvolvimento da produção animal, na prevenção de doenças de origens nutricionais, na correção das deficiências minerais, vitamínicas, potencializando a produção de carne, leite e ovos.

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A produção animal no Brasil, pecuária de corte, leite, avicultura e suinocultura, apresentou um avanço nos últimos 30 anos, tornando o país um dos maiores produtores e exportadores de proteína animal do mundo. Tudo isso motivado por vários fatores, como o avanço do melhoramento genético e as melhorias dos manejos sanitário e nutricional.
Outro fator que merece destaque é o uso de suplementos vitamínicos, minerais e aminoácidos (injetáveis, oral, ou em pó) por parte dos produtores. Vale citar que o uso de suplementos minerais e proteinados na pecuária de corte e leite corrige e previne as carências.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O desenvolvimento e aprimoramento dos suplementos minerais (sal mineral), dos proteinados, dos suplementos vitamínicos injetáveis, orais e premix contribuíram para o desenvolvimento da produção animal, na prevenção de doenças de origens nutricionais, na correção das deficiências minerais, vitamínicas, potencializando a produção de carne, leite e ovos.

Os avanços da pesquisa técnica e científica da nutrição animal nos últimos 50 anos possibilitou a melhoria da produção animal e consequentemente a produção de alimentos. Os estudos, além de avaliar o valor nutritivo dos alimentos, evoluíram para avaliação dos processos fisiológicos e como eles são afetados.

Tais estudos levaram ao desenvolvimento de compostos e suplementos que atuam no metabolismo, aumentando a eficiência fisiológica (principalmente na utilização de alimentos) e consequentemente aumentando a produção animal.

Um dos exemplos são os suplementos injetáveis múltiplos, nos quais cada nutriente tem uma ação específica.

Um pesquisador compara o animal como uma empresa industrial. Segundo ele, na empresa industrial existem três fatores importantes: matéria-prima, máquina e produto. Ao fazer a comparação, seu corpo é uma máquina, aquilo que entra no animal é a matéria-prima. Ele precisa deste alimento para produzir (em seus processos biológicos) e o produto final é carne, leite, bezerro, ovos, excreções, entre outros. Mas precisa haver um balanço desses fatores, senão haverá desgaste da máquina e cessa a produção. O animal, como qualquer outra máquina, precisa ter sua manutenção durante o processo produtivo, passando por manutenções preventivas e corretivas (caso das deficiências nutricionais). O uso de suplementos é uma poderosa ferramenta para a manutenção do organismo animal, considerando que nem todos os nutrientes estão presentes na composição de sua dieta.

Respostas

Por que suplementar? Esta é a pergunta que grande parte dos produtores fazem aos técnicos sempre olhando pelo lado econômico, sem se preocupar com o lado técnico e fisiológico da questão.

Diante do exposto, o artigo pretende responder aos questionamentos do uso dos diversos tipos de suplementos.

Foto: Shutterstock

Suplementar significa complementar, adicionar, suprir. Quando se faz uso de qualquer suplemento, completa-se, corrige-se a composição das dietas, ou atende-se as necessidades dos animais, desta forma responde-se aos questionamentos do porquê suplementar. O mesmo autor esclarece que as quantidades de nutrientes exigidas pelos animais para o perfeito desenvolvimento de suas funções são expressas em termos das necessidades. Essas necessidades são expressas em duas ordens, a se destacar:

Necessidades para manutenção: representam as quantidades de nutrientes exigidas por um animal sadio, mantido em um local compatível com sua saúde, suficiente parta manter seu organismo em perfeito “funcionamento” sem ganhar ou perder peso.

Necessidades para produção: representam as quantidades exigidas pelo animal para geração de alguma finalidade produtiva. Consideram-se como produções: crescimento, engorda, reprodução, produção de carne, leite, ovos, entre outros.

Outras reflexões

Vale enfatizar outras reflexões respondendo aos questionamentos da necessidade de suplementar os animais, principalmente quando se trata da produção de bovinos de corte e leite. Teoricamente, as forragens consideradas de alta qualidade devem ser capazes de fornecer os nutrientes necessários para atender as exigências dos animais em pastejo, quais sejam energia, proteína, vitaminas e minerais. Entretanto, a qualidade das pastagens no Brasil tem na sazonalidade climática (pastagens verdes na época das chuvas e secas nas épocas de estiagens), um dos fatores limitantes para o desenvolvimento produtivo dos animais, comprometendo a reprodução, engorda, recria e demais índices produtivos.

Nos locais produtivos, onde não há possibilidade de produção e fornecimento contínuo de pastagens de qualidade ao longo do ano, o uso de sistemas de alimentação combinando pastagens, fornecimento de silagens, feno, suplementos adicionais (minerais e proteinados) são requeridos para viabilizar o ajuste nutricional necessário e com isso atender as necessidades nutricionais dos animais.

No caso das vitaminas, minerais e aminoácidos, além do fornecimento de silagens, fenos de boa qualidade (mais econômico), a suplementação pode ser oferecida por meio de rações concentradas, suplementos alimentares em pó e suplementos injetáveis.

Suplementação a pasto com suplementos minerais e proteinados?

A suplementação a pasto atua como o ato de adicionar os nutrientes à nutrição dos animais na pastagem, relacionando-os com a exigência dos animais em pastejo. Os suplementos são comumente utilizados para adicionar nutrientes extras ou suprir aqueles limitantes ao desempenho do animal.

Utiliza-se a suplementação a pasto no Brasil em virtude das alterações quantitativas e qualitativas observadas nas pastagens ao longo do ano, principalmente no período seco do ano, quando a qualidade nutricional tem uma queda significativa, principalmente nos valores proteicos e minerais, levando a baixa produção de carne e leite neste período.

Assim surge-se a necessidade de ofertar suplementos minerais e suplementos minerais proteinados com a finalidade de corrigir as deficiências proteicas presentes nas pastagens.

No período chuvoso administra-se o suplemento proteinado energético no intuito de potencializar o ganho de peso dos animais. São várias as vantagens de se utilizar a suplementação a pasto, a se destacar: corrige a deficiência de nutrientes das forragens, aumenta a capacidade de suporte das pastagens, auxilia no manejo das pastagens, previne as doenças carenciais, mantém o peso dos animais no período seco e em muitos casos, dependendo do tipo de proteinado ofertado (médio ou alto consumo), ocorre uma engorda relativa.

Alguns autores fazem considerações, nas quais considera-se pertinente quanto a utilização dos suplementos minerais e proteinados, a fim de que os suplementos minerais devem ser administrados durante os 365 dias do ano, em todas as categorias animais, e se possível com o teor de fósforo adequado para cada finalidade produtiva (reprodução, engorda, crescimento, entre outros). O mercado oferece um suplemento proteinado para cada época do ano.

Vários fatores interferem na ingestão dos suplementos, nos quais os produtores e técnicos devem ficar atentos, como: patologias na boca dos animais, animais doentes, mistura inadequada, temperatura ambiente, cocho descoberto (interferência das chuvas), altura do cocho, largura do cocho muito curta e localização do cocho. Todos esses fatores podem levar os animais a uma ingestão inadequada e como consequência levar as deficiências nutricionais.

Suplementos a base de minerais, vitaminas e aminoácidos

A deficiência de vitaminas e minerais é uma realidade cada vez mais comum nos manejos nutricionais da produção animal. Apesar dos pecuaristas oferecerem volumosos e suplementação mineral/proteica aos animais, os produtores darem ração aos animais para manter uma saúde equilibrada e aumentar a produção, algumas fases da produção exigem muito do organismo animal, como a reprodução, a gestação, a produção intensiva (confinamento, semiconfinamento e engorda de leitões), a produção leiteira, quadro de doenças infecciosas, parasitárias que podem levar a uma carência de nutrientes importantes para a saúde dos animais e comprometer o processo produtivo.

Nesses casos, a suplementação a base de vitaminas, sais minerais e aminoácidos pode ser uma alternativa para repor esses nutrientes e evitar problemas de saúde decorrentes da deficiência nutricional.

Uma das opções de suplementação é a via oral, em que as vitaminas e minerais são ingeridos por meio de comprimidos, pós ou líquidos. No entanto, nem sempre essa opção é suficiente para garantir a absorção completa dos nutrientes pelo organismo.

Outro fator a enfatizar é a administração via oral de suplementos a base de líquidos para determinadas espécies como os bovinos e suínos, cujo manejo dos animais impedem uma melhor administração dos suplementos.

Injetáveis

Nesse sentido, o uso dos suplementos injetáveis surge como uma alternativa interessante para garantir uma absorção mais rápida e completa dos nutrientes. A grande vantagem do uso dos suplementos injetáveis é que eles são absorvidos de forma mais rápida pelo organismo, adentram na corrente sanguínea promovendo ações aceleradas, no que tange a prevenção e na correção dos sintomas carenciais.

Atualmente a indústria tem desenvolvido suplementos injetáveis com múltiplos nutrientes, cuja finalidade principal é desempenhar simultaneamente várias funções no organismo. Os suplementos injetáveis a base de minerais e aminoácidos, acrescidos ou não de vitaminas, atuam também com potencializadores de desempenho e são aplicados antes e durante o processo produtivo, como na reprodução (fêmeas e machos), produção intensiva (confinamento e semiconfinamento) e recria acelerada.

Os suplementos injetáveis também são utilizados em animais convalescentes após as cirurgias, na recuperação de patologias toxicológicas e nos casos de animais com dificuldades de se alimentarem.

Conclusões

Portanto, o uso de suplementos tem contribuído para o aumento da produção animal. Suplementar significa acrescentar, complementar, suprir e o seu uso baseia-se nas necessidades de manutenção e produção por parte dos animais e são utilizados para corrigir ou suprir as deficiências, de acordo com as necessidades.

O uso da suplementação a pasto, com suplementos minerais e proteinados, cuja principal função é a correção das deficiências nutricionais presentes nas pastagens, e também o uso de suplementos a base de minerais, vitaminas e aminoácidos em suas várias formas de administração, destacando-se os suplementos injetáveis múltiplos, desempenham funções simultâneas, no qual conferem absorção rápida pelo animal e segura.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Guilherme Augusto Vieira, PhD médico-veterinário, mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde e doutor em História das Ciências 

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Especialista explica como a nutrição fetal molda bezerros mais saudáveis e produtivos

Desempenha um papel determinando na produção de bezerros de alta qualidade, impactando diretamente o desenvolvimento dos animais desde o início da gestação até o momento do parto.

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A nutrição fetal desempenha um papel determinando na produção de bezerros de alta qualidade, impactando diretamente o desenvolvimento dos animais desde o início da gestação até o momento do parto. Estudos recentes demonstram que uma nutrição adequada durante as fases críticas de desenvolvimento fetal – do segundo ao sétimo mês – não só garante melhores índices de crescimento e saúde dos bezerros, como também influencia o desempenho produtivo ao longo da vida dos animais.

Com a adoção de estratégias nutricionais específicas para vacas prenhes, os pecuaristas podem otimizar os recursos disponíveis, assegurando uma progênie mais saudável, resistente e, sobretudo, produtiva. “Bezerros nascidos de vacas melhor nutridas durante a gestação apresentam maior peso tanto na desmama quanto no abate, além de produzirem carne de qualidade superior e carcaças mais pesadas. Isso acontece porque as vacas que emprenham no início da estação de monta passam grande parte da gestação em melhores condições nutricionais em relação às vacas que emprenham o final do período”, enfatizou o zootecnista, mestre e doutor em Nutrição e Produção de Ruminantes, e gerente Global de Tecnologia Bovinos de Corte na Cargill Animal Nutrition, Pedro Veiga, durante o 28º Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores, evento que integrou a programação da ExpoGenética 2024, dia 16 de agosto, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

A nutrição materna impacta diretamente o desenvolvimento intrauterino do bezerro, influenciando a formação de órgãos, músculos, tecido adiposo e o sistema imunológico. “De acordo com o ambiente intrauterino que o bezerro encontrar será possível garantir o bom desenvolvimento ao longo da sua vida ou comprometer seu desenvolvimento se a nutrição materna não for bem realizada”, mencionou Veiga.

A resistência imunológica dos bezerros ao nascimento está diretamente relacionada à qualidade e quantidade de colostro ingerido nas primeiras horas de vida. Vacas com nutrição deficiente produzem colostro menos rico em imunoglobulinas, retardando a maturação do sistema imunológico intrauterino e comprometendo a saúde dos animais.

Para garantir a qualidade dos bezerros, o profissional frisou a importância de priorizar nutrientes como energia, proteína, minerais e vitaminas durante a gestação. Em ambientes tropicais, como o Brasil, a deficiência proteica durante a época seca pode ser um desafio, exigindo correções na dieta das vacas. “Se a mãe não produz colostro em quantidade e qualidade adequadas, o bezerro não receberá toda a imunidade passiva necessária, aumentando o risco de doenças, especialmente neonatais”, alertou.

Estratégias para nutrição fetal em sistemas extensivos

Em sistemas de produção extensivos, Veiga recomenda a adoção de práticas como o planejamento forrageiro e a suplementação estratégica. “É essencial garantir um balanço positivo de forragem ao longo do ano e desenvolver estratégias para minimizar o vazio forrageiro, como o uso de silagem ou feno. Além disso, um plano suplementar adequado ao estágio de produção da vaca é fundamental para manter a nutrição equilibrada: mineral e vitamínico durante a época das águas; e proteico na época da seca”, frisou, acrescentando: “Garantir a execução deste plano nutricional depende de pessoas treinadas, capacitadas, motivadas na propriedade, além de estrutura de cocho e das estradas para que esse suplemento chegue a boca da vaca”.

Impactos na qualidade do bezerro

O período mais crítico da gestação, em termos de impacto na qualidade do bezerro, é o terço médio, entre o terceiro e o sétimo mês. “É nesse momento que ocorrem as miogêneses secundárias, responsáveis pela formação da maioria das fibras musculares esqueléticas. Se a vaca enfrentar estresse nutricional, ambiental ou sanitário nesse período, o potencial de crescimento do bezerro pode ser comprometido”, detalhou Veiga.

Em relação à qualidade da carne, especialmente no que diz respeito ao marmoreio, o terço final da gestação é de extrema importância, pois é nessa fase que ocorre a adipogênese. “Se a nutrição da vaca não for equilibrada nesse período, a qualidade do bezerro será comprometida, impactando diretamente a capacidade de produzir uma carne de qualidade superior”, afirmou.

O zootecnista reforça ainda que, para melhorar os índices produtivos e o bem-estar na pecuária de corte, é essencial estabelecer um plano nutricional para as fêmeas ao longo do ano, adaptado a cada estágio produtivo. Esse planejamento deve contemplar desde a estação de monta até a gestação e o período pós-desmame, quando o pecuarista deve focar em recuperar a condição corporal da vaca, aproveitando a menor demanda energética após a retirada do bezerro. “O maior desafio atualmente é a execução desse plano, devido à escassez de mão de obra qualificada, o que muitas vezes impede que as estratégias planejadas sejam efetivamente implementadas. Garantir que o plano nutricional seja seguido à risca é um dos principais obstáculos enfrentados pelas fazendas, não apenas na pecuária de cria, mas em todo o setor de modo geral”, salientou.

Veiga explica que as principais diferenças na nutrição fetal entre bezerros destinados à produção de carne de alta qualidade e aqueles voltados para produção em larga escala dependem amplamente do perfil de carne que o pecuarista deseja alcançar. “Para produzir carne com alto marmoreio, é fundamental garantir uma nutrição robusta da vaca no terço final da gestação, fase em que se formam os adipócitos intramusculares, responsáveis pela diferenciação da carne de alta qualidade. Por outro lado, para a produção de carne commodity, essa fase não é tão crítica”, expõe, enfatizando que, independente do objetivo final a nutrição durante a gestação é essencial para maximizar o potencial produtivo do bezerro.

Desafios na nutrição fetal

O mestre e doutor em Nutrição e Produção de Ruminantes aponta que um dos principais desafios na adoção de estratégias de nutrição fetal em diferentes regiões do país e em variados sistemas de produção é a conscientização do produtor sobre a importância desse investimento. Ele destaca a necessidade de uma visão de longo prazo, onde o produtor compreenda que a nutrição fetal não é apenas um custo, mas um investimento que resulta em bezerros mais pesados, com maior potencial de ganho e que agregam valor ao sistema produtivo. “Garantir mão de obra qualificada para a implementação dessas estratégias é outro obstáculo significativo a ser superado pela cadeia produtiva”, reforça.

Em relação ao impacto do manejo nutricional durante a gestação na redução de problemas de saúde neonatais em bezerros, o zootecnista ressalta que a atenção deve ser redobrada com novilhas e primíparas, categorias mais exigentes e sensíveis a variações na nutrição. “A falta de uma nutrição adequada para esses animais pode resultar na produção de colostro em menor quantidade e com menos anticorpos, o que compromete seriamente a saúde dos bezerros. Essa deficiência aumenta a vulnerabilidade dos neonatos, especialmente à diarreia, que é o principal problema sanitário enfrentado por bezerros”, evidencia.

Ele também destacou a importância de inovar nas práticas nutricionais, como o uso de proteinados para vacas, uma abordagem ainda pouco explorada no Brasil, mas com grande potencial para melhorar a qualidade dos bezerros produzidos. “Quando se trata de nutrição para vaca o conceito de sal proteinado ainda é pouco utilizado, normalmente se usa sal com ureia”, mencionou.

A nutrição adequada das vacas ao longo de todo o ano, principalmente na seca, e o uso de biotécnicas reprodutivas como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) são tecnologias que propiciam concentrar prenhezes do cedo e obter bezerros que serão mais pesados à desmama e terão maior capacidade de crescimento ao longo da recria e engorda, tornando o sistema de produção mais eficiente e lucrativo.

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Fonte: O Presente Rural
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Professor Zequinha elenca fatores para desbloquear potencial genético dos bovinos

Explorou os desafios e as oportunidades da gestão genética no rebanho, destacou como as decisões e os manejos reprodutivos influenciam diretamente o futuro da produção animal.

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A expressão da genética reprodutiva tem se tornado uma preocupação central para produtores que buscam maximizar a eficiência e a produtividade de seus rebanhos. Esse tema foi destaque no 28º Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores, realizado em agosto, durante o primeiro dia da ExpoGenética 2024, em Uberaba (MG). Um dos mais influentes profissionais da pecuária mundial, José Luiz Moraes Vasconcelos chamou a atenção dos participantes com a provocativa pergunta: Estou preocupado com a expressão da genética reprodutiva?

Durante sua palestra, o professor Zequinha, como é carinhosamente conhecido, explorou os desafios e as oportunidades da gestão genética no rebanho, destacou como as decisões e os manejos reprodutivos influenciam diretamente o futuro da produção animal. O debate levantou questões essenciais sobre a seleção genética, o papel das novas tecnologias e as estratégias necessárias para garantir que o potencial genético dos animais seja plenamente atingido.

Entre os principais fatores que podem interferir na expressão da genética reprodutiva em rebanhos comerciais está a nutrição. “A reprodução com desempenho baixo é altamente influenciada pelo ambiente, e entre os fatores ambientais o que mais interfere é o manejo nutricional, seguido pelo estresse térmico”, explicou o médico-veterinário, doutor em Zootecnia e professor adjunto do Departamento de Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Botucatu (SP).

Manejo nutricional

Zequinha enfatiza que o manejo nutricional é essencial para garantir que o potencial genético reprodutivo dos animais seja plenamente expressado. No caso das novilhas, a nutrição adequada afeta diretamente o peso e a indução da puberdade. “Animais que alcançam maior peso no momento da indução tendem a apresentar taxas de prenhez mais elevadas e menor perda gestacional”, afirma.

Além disso, o doutor em Zootecnia diz que novilhas que entram na puberdade com maior peso também tendem a parir com um peso superior, o que contribui para uma redução significativa nos problemas relacionados ao parto. “Consequentemente, esses animais mais robustos ao parto demonstram uma melhor eficiência produtiva subsequente, o que reforça a importância de um manejo nutricional bem estruturado para garantir o máximo aproveitamento do potencial genético reprodutivo”, expõe.

Maximização da expressão genética

Tecnologias de monitoramento e sensores, software de gestão reprodutiva, uso de suplementos nutricionais específicos, nutrigenômica, ultrassonografia reprodutiva, genômica, inseminação artificial e inseminação artificial em tempo fixo (IATF) estão desempenhando um papel fundamental na maximização da expressão genética, especialmente as voltadas para o aumento do ganho de peso e a melhoria do score de condição corporal dos animais. “Essas tecnologias são muito importante para garantir que o potencial reprodutivo das fêmeas, tanto jovens quanto adultas, seja plenamente alcançado”, frisa o médico-veterinário

No entanto, a correlação entre a seleção genética para características reprodutivas e a performance observada no campo depende diretamente da qualidade do manejo nutricional. “Mesmo com uma genética de alta qualidade, sem uma nutrição adequada, o potencial genético não será expressado em sua totalidade. Quanto melhor a genética dos animais, maior será a demanda por um manejo nutricional eficaz”, exalta o professor Zequinha.

Os produtores enfrentam o desafio contínuo de garantir uma nutrição adequada para seus rebanhos durante todo o ano. O fornecimento constante de volumoso, alimentação e suplementação de qualidade é fundamental para que os animais possam atingir um bom score de condição corporal e expressar plenamente seu potencial genético. “O conhecimento do potencial dos animais é fundamental para que o pecuarista possa ajustar o manejo e, assim, obter maior produtividade e eficiência reprodutiva”, enaltece o médico-veterinário.

O estresse ambiental é outro fator que afeta de forma significativa a expressão da genética reprodutiva. Todo estresse aumenta as exigências nutricionais dos animais, o que, por sua vez, impacta negativamente sua produtividade. “Para mitigar esses impactos, é essencial que os produtores adotem práticas de manejo que minimizem os fatores de estresse, garantindo que os animais possam se desenvolver em condições favoráveis”, salienta.

Sinais de alerta

Sinais de alerta, como resultados insatisfatórios de prenhez ou baixa eficiência em programas de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), podem indicar que a genética reprodutiva do rebanho não está sendo plenamente expressada. “Esses problemas podem estar ligados tanto à genética quanto ao manejo nutricional, sanitário e ambiental. A genética é uma ferramenta poderosa, mas sua eficácia depende de um manejo eficiente na fazenda, especialmente no que diz respeito à reprodução, que é altamente influenciada pelo ambiente. Assim, a reprodução se torna um termômetro da qualidade do manejo aplicado na propriedade, refletindo diretamente na eficiência e na rentabilidade da produção”, afirma.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Reajustes de setembro na pecuária de corte compensam perdas do ano

Levantamento do Cepea mostra que, no acumulado de setembro, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 teve forte acréscimo de 14,4%, fechando em R$ 274,35 no dia 30. No comparativo com a média de agosto, a de setembro (R$ 255,45) foi 8,7% maior.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

As cotações máximas do ano têm se renovado dia a dia tanto para o boi quanto para os animais de reposição e também para a carne no atacado.

Levantamento do Cepea mostra que, no acumulado de setembro, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 teve forte acréscimo de 14,4%, fechando em R$ 274,35 no dia 30.

No comparativo com a média de agosto, a de setembro (R$ 255,45) foi 8,7% maior.

No mercado atacadista de carne com osso da Grande São Paulo, a carcaça casada de vaca/novilha se valorizou 15,2% no balanço do último mês, com o quilo chegando a R$ 17,73 no dia 30; a carcaça casada de boi avançou 12,2%, a R$ 18,70.

Pesquisadores do Cepea explicam que, em julho e agosto, as cotações pecuárias ensaiaram o início da recuperação das quedas que se sucederam ao longo de todo o primeiro semestre.

Mas foi em setembro que os reajustes compensaram as perdas do ano.

Segundo pesquisadores do Cepea, a forte estiagem agravada por queimadas reduziu significativamente as ofertas de animais a pasto em setembro, ao mesmo tempo em que a demanda esteve aquecida.

 

 

 

Fonte: Assessoria Cepea
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