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Por que o fluxo de caixa é uma questão de vida ou morte para o produtor rural?

Quando se trata de pequenos e médios produtores rurais, as dificuldades são ainda maiores para manter a sobrevivência do negócio

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 Artigo escrito por Rubens Corrêa Junior, co-fundador da Caury Gestão Corporativa, graduado em Ciências Contábeis e Administração de empresa, pós-graduado em Finanças e Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas e mestre em Gestão e Inovação na Indústria Animal pela Universidade de São Paulo

Gerir uma pequena e média empresa não é uma tarefa fácil para os seus gestores. Quando se trata de pequenos e médios produtores rurais, as dificuldades são ainda maiores para manter a sobrevivência do negócio. O principal desafio é controlar o fluxo de caixa da sua produção considerando fatores incontroláveis no mundo do agronegócio, tais como variação dos preços da produção agrícola, condições climáticas, riscos biológicos, entre outros.

Em um projeto de pesquisa de mestrado realizado na Universidade de São Paulo (USP), na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) na cidade de Pirassununga, interior de São Paulo, o pesquisador Rubens Corrêa Junior demonstrou com base em um caso real que o fluxo de caixa pode salvar um produtor rural da falência.

A pesquisa foi realizada juntamente com um produtor rural, no interior do estado de SP, que o procurou em 2016 com um pedido de ajuda para salvar seu negócio. Com um faturamento anual acima de R$ 6,0 milhões, o produtor possuía duas operações dentro da sua propriedade: produção de ovos para consumo humano e produção de suínos para abate.

Com forte dificuldade financeira e restrição de crédito no mercado, na qual não tinha dinheiro para manter os animais e as aves alimentados, muito menos para continuar com a operação funcionando por mais poucos dias, o projeto apresentado por Corrêa Junior teve um grande desafio: salvar rapidamente o produtor daquela situação.

Para o pesquisador, “o controle de fluxo de caixa é fundamental para garantir a continuidade de qualquer negócio. Essa ferramenta é tão importante e essencial para gerir o dinheiro no dia a dia, que se torna uma peça chave para ajudar o produtor tomar decisões.”

O uso do fluxo de caixa

Diante do cenário vivenciado após os primeiros encontros com o produtor, Corrêa Junior desenvolveu uma planilha de controle de fluxo de caixa a partir do modelo de fluxo de caixa FAS 95 da Financial Accounting Standards Board. “O que foi mais interessante dessa ferramenta é que o produtor teve acesso a um modelo de gestão adotado por grandes empresas multinacionais, porém de forma simples e objetiva para ele gerir seu negócio” relata Corrêa Junior.

Após a implementação do fluxo de caixa, as finanças do pequeno produtor começaram a ser organizadas em três grandes visões financeiras: operacional, investimentos e financiamentos. Com esse modelo de análise foi possível verificar que as duas operações da propriedade estavam deficitárias operacionalmente, isto é, as vendas de suínos e de ovos não eram suficientes para cobrirem os seus respectivos custos de produção.

Além da ferramenta mostrar a viabilidade financeira para cada operação, ela sinalização com precisão qual o dia, a semana e o mês que o produtor ficaria no vermelho, ou seja, o período que ele precisaria de dinheiro para não interromper sua operação.

Após a organização das finanças, Corrêa Junior utilizou a análise de SWOT, que é um método capaz de identificar as forças e fraquezas na produção de ovos e de suínos, assim como as oportunidades e ameaças que o produtor teria naquele momento. A partir dessa análise e juntamente com controle de fluxo de caixa, o pesquisador propôs ao produtor encerrar a operação de suínos, porque a produção e comercialização de ovos tinham muito mais capacidade para se reestruturar mesmo estando deficitária.

Superando as dificuldades

Após três meses da decisão de encerrar a operação de suínos, o produtor tinha retomado o pleno funcionamento da sua fábrica de ração, as aves voltaram aos padrões de produção devido à alimentação, os salários e benefícios para os funcionários foram regularizados e o negócio que estava com os dias contados para a falência começou a superar as dificuldades.

Com as finanças controladas diariamente, através do fluxo de caixa, as compras passaram a ser planejadas e bem negociadas e o endividamento renegociado, de acordo com a capacidade que o produtor tinha para pagar. Os resultados financeiros começaram a surgir e o período de estabilidade emocional do produtor começou a chegar.

Corrêa Junior afirma que “trabalhar sem um controle financeiro e sem saber o que irá acontecer nos próximos dias, na próxima semana ou pelo menos nos próximos três meses com o dinheiro do negócio, é a mesma coisa de você navegar com tempestade em alto mar sem uma bússola.”

Por isso, a falta de controle de fluxo de caixa pode levar qualquer negócio à falência, mesmo que ele apresente lucro. É considerada uma atividade essencial para evitar o caos em uma pequena e média empresa.

Os resultados alcançados

Os resultados obtidos com o uso da ferramenta do fluxo de caixa elevaram a disponibilidade de dinheiro para o negócio em 952% e garantiu ao produtor um saldo mínimo de caixa como uma segurança nos períodos sazonais de aumentos do preço de insumos para ração e queda no preço de venda de ovos.

Com a situação financeira estável, a pesquisa de Corrêa Junior abordou também melhorias de processos na gestão organizacional, o que proporcionou ao produtor mudanças de comportamento e de visão corporativa. “O negócio passou a ser visto como uma empresa profissional e não apenas como uma propriedade familiar” reforça Corrêa Junior.

O pesquisador enfatiza que, os pequenos e médios produtores rurais – assim como todos os demais empresários-, precisam saber como administrar o dinheiro gerado em caixa, a fim de beneficiar a empresa, ao invés de apenas utilizá-lo para aumentar seu padrão de vida pessoal ou aplicar seu uso incorretamente na gestão do negócio.

“O sucesso de uma pequena ou média empresa está associado à gestão de fluxo de caixa e às competências e comportamento do proprietário-gestor. O fluxo de caixa não é apenas uma ferramenta com um demonstrativo financeiro que pode garantir a recuperação de uma empresa, mas também é uma ferramenta que pode aumentar a eficiência do negócio.” aponta o pesquisador.

A pesquisa foi orientada e desenvolvida lado a lado com o Prof. Dr. Augusto Hauber Gameiro, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e coordenador-chefe do Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal – LAE.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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