Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas Feno

Pontos importantes para ter um alimento de qualidade

Profissional explica pontos importantes como a desidratação das plantas forrageiras, os benefícios de um feno bem feito para a produção de leite, o correto armazenamento do feno, entre outros

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

Os cuidados com a pastagem fazem uma grande diferença para o produtor rural que buscar ter alimentos – com qualidade – o ano todo. A reportagem de O Presente Rural conversou com a zootecnista, doutora em Nutrição e Produção Animal e professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Marcela Abbado Neres. A profissional explica pontos importantes como a desidratação das plantas forrageiras, os benefícios de um feno bem feito para a produção de leite, o correto armazenamento do feno, entre outro.

O Presente Rural – Por que desidratar as plantas forrageiras?

Marcela Abbado Neres – Existe duas formas de conservar a forragem depois de cortada. A primeira seria por acidificação (pH<4,2) por processo de fermentação em meio anaeróbio (sem oxigênio). Quem faz essa acidificação são bactérias presentes na própria planta, mas que conhecemos muito, pois estão presentes nos iogurtes e outros alimentos fermentados que são os Lactobacillus. A outra forma de conservar é desidratando a planta cortada que de 80% de água passa a 15% de água.

Essas duas técnicas tem como objetivo principal evitar a deterioração dessas plantas por bactérias e fungos indesejáveis. As bactérias indesejáveis degradam proteínas e carboidratos deixando assim esses nutrientes indisponíveis para os animais e algumas bactérias inclusive transformam algumas proteínas em compostos tóxicos.

Então na fenação desidratamos as plantas ao sol para reduzir a umidade pois existe um índice chamado índice de atividade de água (AW). Quando a AW está abaixo de 0,70 não temos crescimento elevado de micro-organismos que deterioram o feno.

O Presente Rural – Quais plantas são indicadas para produção de feno?

Marcela Abbado Neres – Antes de citar as plantas é importante entender as características que esta planta deve ter. As plantas indicadas para produção de feno devem ter as hastes finas, pois assim facilita a desidratação da planta. As folhas perdem água rapidamente, mas as hastes são mais resistentes a desidratação. Então quanto mais espessas e grossas as hastes mais as plantas demoram para atingir a umidade ideal para armazenamento sem comprometer sua qualidade.

Outra característica importante são os pontos de crescimento dessas plantas, ou seja, de onde surgem novas folhas. Plantas para fenação devem sempre manter os pontos de crescimento próximos do solo, pois os cortes dessas plantas para fenação ocorrem numa altura de 5 a 6 cm do solo. Assim esses pontos de crescimento são preservados dos cortes e o tempo de recuperação da planta antes do novo corte é rápido. Plantas cespitosas como o capim Napier elevam muito rápido seus pontos de crescimento. Então em um capim Tifton 85 no verão podemos ter intervalos de cortes de 30 dias. No capim Napier além do aumento do número de dias para secar (hastes são grossas), este precisa de 60 dias para passar por um novo corte.

  • A planta deve ser produtiva em termos de kg de massa de forragem por alqueire;
  • Ter elevado valor nutricional;
  • Ser resistente à pragas e doenças; mas no Brasil tem ocorrido em algumas áreas de produção de feno ataques de lagartas e cigarrinha das pastagens.

Sendo assim no Brasil temos como opção o capim Tifton 85, Jiggs, coastcross e a leguminosa alfafa. Outras forrageiras também estão sendo utilizadas para produção de feno como braquiárias (essa mais indicada para gado de corte, pelo valor nutricional). As espécies de inverno também são utilizadas para produção de feno como a aveia e o azevém.

O importante é o produtor não confundir feno com palhada. A palhada é a sobra de uma cultura como por exemplo o trigo. São volumosos de baixo valor nutricional e não devem ser usadas na alimentação de vacas de leite.

O Presente Rural – Qual a importância de desidratar a planta?

Marcela Abbado Neres – A desidratação da planta vai reduzir o teor de matéria seca dessa planta e consequentemente a atividade de água (AW), inibindo assim o crescimento de fungos que são potenciais produtores de micotoxinas. As micotoxinas são prejudiciais à saúde dos animais e podem passar para o leite não sendo eliminadas no processo de pasteurização.

Feno armazenado com umidade elevada pode perder seu valor nutricional por ação de micro-organismos e inclusive entrar em combustão.

O Presente Rural – Quais as vantagens do feno para vacas de leite?

Marcela Abbado Neres – Vacas de leite recebem na sua dieta uma proporção maior de concentrado (milho moído e farelo de soja) podendo chegar a 60% do total da dieta. O rúmen precisa manter um pH ao redor de   6,4 para sobrevivência das bactérias que colonizam esse compartimento do estômago. O alimento concentrado tende a baixar o pH do rúmen quando fornecido em grandes quantidades, então essas vacas precisam de fibra na sua dieta, e fibra longa (ao redor de 5 a 7 cm) pois a fibra estimula a produção de saliva (pela ruminação) e a saliva contribui para o aumento do pH do rúmen. Outra vantagem da fibra longo conhecida como fibra fisicamente efetiva é que no rúmen essa fibra longa aumenta a produção de ácido acético, que é o precursos da gordura do leite.

Sendo assim pastagens, silagens e feno são fontes de fibra. Outra vantagem do feno para vacas de leite é que algumas espécies forrageiras possuem teores de proteína bruta acima de 14% podendo chegar a 20% de proteína bruta. Feno tem um teor energético mais baixo em relação a silagem de milho, portanto os dois se complementam.

O Presente Rural – Quais os benefícios do feno bem feito?

Marcela Abbado Neres – Essa é uma questão muito importante. A produção do feno deve ser muito bem acompanhada em todas as etapas, inclusive no armazenamento. Se negligenciarmos em alguma etapa, teremos com certeza resultados insatisfatórios no produto final. Como exemplo: a falta de análise de solo e adubação dos campos de feno vai se refletir na menor produção de massa por área, aumentar o intervalo entre cortes, reduzir o valor nutricional do feno.  O corte deverá ser realizado no ponto de crescimento ótimo da forrageira pois se a planta estiver com idade de rebrota mais avançada, o valor nutricional vai reduzir. Mas veja, para quem produz feno essa etapa não é fácil pois as vezes a planta está com a idade certa para ser cortada, mas as condições climáticas (chuvas) não permitem o corte. Assim o produtor precisa esperar uma janela (dias sem chuvas e sem nebulosidade) para fazer o corte com segurança.

As viragens são importantes por permite uma desidratação uniforme. Quando cortamos um feno, forma-se uma camada de 8 a 10 cm de forragem depositada no solo. A camada inferior fica em contato com o solo e a outra exposta ao sol. A camada de forragem cortada e em contato com o solo tende a desidratar mais lentamente em relação as plantas que estão na camada superior. Assim a viragem vai permitir uma desidratação uniforme.

O enleiramento deve ocorrer no ponto ideal de matéria seca (15 a 12%). O produtor experiente sabe quando o feno está no ponto ideal torcendo o feno. Existe hoje no mercado medidores de umidade do feno, que também são utilizados pelos produtores para medir antes de enfardar. Também não é vantagem secar demasiadamente o feno pois esse se torna quebradiço e as perdas de folhas são maiores. As perdas de folhas são maiores pois elas secam mais rápido. Se compararmos o valor nutricional de folhas e colmos, temos maiores teores de proteína bruta e melhor digestibilidade nas folhas.

O armazenamento também é outra etapa importante pois o feno deve ser armazenado em galpões protegidos de umidade, com cobertura, ventilação, evitar incidência solar direto no feno e usar pallets de madeira para evitar o contato direto do feno com o solo evitando assim que a umidade do solo passe para o feno.

O Presente Rural – Como evitar problemas de fungos no feno?

Marcela Abbado Neres – Um feno não é 100% livre de fungos. Em um experimento realizado por nós na Unioeste comparamos as populações em quantidade e espécies de fungos em uma área produtora de feno. Foi observado uma maior população de fungos no solo, raízes e material vegetal morto depositado sobre o solo. Então se o produtor tomar o cuidado necessário ao usar os equipamentos de viragem e enleiramento, evitamos a contaminação excessiva de fungos no feno armazenado. Mas com os cuidados necessários podemos reduzir muito a população desses fungos. O mais importante é o teor de umidade do feno que deve ser como dito anteriormente abaixo de 15%. Mas não adianta armazenar com umidade abaixo de 15% num galpão com cobertura deficiente, quando em situação de chuva, esse feno é molhado. Uma característica do feno é que ele é higroscópico, ou seja, ele absorve umidade. Então se a umidade relativa do ar aumenta ocorre um ligeiro acréscimo na umidade do feno.

O Presente Rural – Quais problemas esses fungos podem causar aos animais?

Marcela Abbado Neres – Os fungos são potenciais produtores de micotoxinas. Isso não quer dizer que se tem fungo tem micotoxinas. As micotoxinas são produzidas pelos fungos em condições específicas. Umidade relativa do ar, alternância de temperatura entre dia e noite. Isso vai depender de cada espécie de fungo. As micotoxinas afetam a saúde dos animais e a produção de leite dependendo da quantidade ingerida e da micotoxina. Cada espécie de fungo pode produzir uma ou até mais micotoxinas. Existem fungos que não produzem micotoxinas.

Os principais problemas são distúrbios metabólicos, afetam a imunidade, alguns são hepatóxicos, outros afetam sistema reprodutivo, levando a falhas reprodutivas (micotoxinas Zearalenona produzida pelo fungo do gênero Fusarium.

O Presente Rural – Como armazenar o feno? Quais dicas para armazenar da melhor forma?

Marcela Abbado Neres – Temos os produtores de feno que estão na atividade somente para venda. Este possuem galpões de armazenamento até que o feno seja despachado para o comprador. Temos o produtor de feno que usa na propriedade e vende parte do feno e temos aqueles produtores de leite que não produzem o feno, apenas fazem a aquisição. Em todas as situações acima, o feno deve ser armazenado em local específico para tal. Quando a produção de feno é muito alta ou a compra pelo produtor também é alta e não existe a possibilidade de armazenar no galpão específico pode-se improvisar locais para armazenamento. Mas o tempo do feno nesses locais deve ser o menor possível, não deve ficar em contato com o solo, não receber umidade proveniente de chuvas. Evitar presença de roedores e deposição de fezes de aves e outros animais.

O Presente Rural – Por que os fenos tipo A e B são melhores para vacas de leite? Qual a diferença para outros tipos?

Marcela Abbado Neres –

Essa é a tabela de classificação do feno. Vacas de leite são exigentes em nutrientes então optar sempre pelo feno tipo A ou B. O feno tipo C pode tem um teor de proteína baixo e um valor de fibra elevado. Significa que fibra alta demais (acima 69%) temos um componente impregnado nessa fibra chamado lignina o qual que está elevado também. A lignina prejudica a ação dos micro-organismos do rúmen sobre essas células. Reduzindo assim a liberação dos nutrientes presentes no feno e o aproveitamento desses nutrientes pelo animal.

O Presente Rural – Quais as etapas da produção de feno e quais os impactos dela na produção de leite?

Marcela Abbado Neres – Etapas

Corte: realizado quando temos um ótimo entre produção de matéria seca e qualidade da forragem. Realizado com segadeiras ou segadeiras condicionadoras (estas possuem batedores que cortam as hastes e facilita a desidratação delas). Deve ser realizado após a secagem do orvalho em qualquer horário do dia. Não deve ser realizado comorvalho depositado sobre as plantas.

Viragens: A viragem ocorrem algumas horas após o corte para facilitar uma desidratação uniforme. Quanto maior a quantidade de forragem por área, a altura de material depositado sobre o solo maior. Assim as viragens devem ser em número maior. Geralmente se faz de 2 a 3 viragens em todo o período de secagem.

Essa etapa deve evitar revolver parte do solo e material vegetal morto, como citado acima, pode vir a contaminar o feno com fungos e micotoxinas.

No inverno a incidência de orvalho é superior pela manhã e pelo fato da radiação solar ser menor o feno leva um tempo maior para secagem.

Enleiramento: O enleiramento ocorre quando a planta atingiu o teor de massa seca adequado, ou seja, entre 15 e 12%.  Usa-se um ancinho enleirador.

Enfardamento: O enfardamento ocorre logo após o enleiramento. Produtores que possuem dois tratores geralmente trabalham com um trator enleirando e outro enfardando. Assim o processo é mais rápido e menos passível de perdas por precipitação.

Recolhimento do feno no campo: Hoje já existe equipamentos próprios para recolher o feno e alocá-lo no galpão. Alguns produtores de feno para venda, ao enfardar, muitas vezes já carrega no caminhão para entrega, sem necessidade de armazenar na propriedade.

Todas essas etapas feitas da forma correta levam à um feno de boa qualidade para vacas de leite. Deve-se fazer a escolha da forrageira adequada para vacas de leite. Capins como Tifton 85, jiggs, Coastcross, aveia e azevém além da leguminosa alfafa são os mais indicados para vacas de leite. O manejo do campo de feno é importante também.

O Presente Rural – Por que é importante que o produtor tenha seus próprios equipamentos?

Marcela Abbado Neres – O produtor, quando começa na atividade, geralmente, terceiriza esse serviço. Ele contrata algum vizinho ou alguém quando a planta dele está no ponto de corte para fazer o feno. A medida que ele vai se capitalizando, ele vai adquirindo esses equipamentos. Isso acontece porque o feno tem cinco ou seis cortes no ano, diferente da silagem, que está caminhando para a terceirização. Isso acontece porque o silo é feito uma ou duas vezes ao ano. O produtor corta o milho para fazer silagem uma ou duas vezes. Dessa forma, esses equipamentos mais modernos e eficientes para fazer silagem tem um custo muito elevado, mais de R$ 1 milhão. Já um conjunto de fenação é caro, mas se o produtor comprar primeiro uma ceifadeira, depois compra um ancinho espalhador, ele vai se capitalizando e não fica dependente da terceirização, especialmente por questão da chuva, porque as vezes ele precisa fazer o corte e o fornecedor do serviço está em outra propriedade, então o produtor perde a janela de corte. Por isso essa questão do equipamento é importante e hoje em dia existem muitos bons equipamentos nacionais.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

2º Fórum Nacional do Leite chama atenção para diversidade da cadeia

Programa do fórum inclui palestras sobre temas importantes, como integração da produção de leite com a agricultura, comunicação eficaz, energia renovável e adoção de novas tecnologias.

Publicado em

em

Giuliano De Luca/OP Rural

O 2º Fórum Nacional do Leite, em Brasília, se torna o ponto de encontro para uma conversa crucial sobre o futuro da indústria leiteira. Entre terça 16) e quarta-feira (17), a Embrapa abre suas portas para este evento que promete não apenas debater, mas ser um catalisador de respostas para uma transformação positiva no setor leiteiro brasileiro.

Apesar dos desafios enfrentados, o setor leiteiro continua sendo uma peça fundamental da economia, presente em mais de 90% dos municípios do Brasil e empregando milhões de pessoas. O leite, um alimento indispensável desde o nascimento, representa mais do que apenas um produto, é um símbolo da história e cultura alimentar.

A Abraleite, liderando o evento, espera reunir uma variedade de vozes, desde autoridades públicas até produtores locais, para discutir questões como sustentabilidade, gestão, mercado, pesquisa, inovação e comunicação. Maria Antonieta Guazzelli, diretora de Comunicação e Marketing da Abraleite, destaca o engajamento do setor, mesmo em tempos desafiadores.

Porém, a realidade dentro do setor é diversa e complexa. A heterogeneidade reina, desde o volume de produção até o acesso a tecnologias e assistência técnica. Como Maria Antonieta observa, os produtores são verdadeiros heróis, enfrentando uma batalha diária para manter suas operações funcionando.

O programa do fórum inclui palestras sobre temas importantes, como integração da produção de leite com a agricultura, comunicação eficaz, energia renovável e adoção de novas tecnologias. Mas, além das discussões, o verdadeiro objetivo do evento é destacar a necessidade premente de uma cadeia produtiva mais estruturada e uniforme. “A mensagem principal do evento é a necessidade urgente de uma cadeia mais estruturada, com homogeneidade na qualidade, custo e estabilidade da produção de leite. Somente dessa maneira estaremos fortalecidos para elevar o produto a patamares semelhantes ao de commodities como soja e café”, destaca.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Declaração de Rebanho 2024 começa nesta segunda-feira no Rio Grande do Sul; saiba como fazer

Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online. Prazo encerra em 14 de junho.

Publicado em

em

Foto: Alf Ribeiro

A Declaração de Rebanho é uma obrigação sanitária de todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais. “Além do atendimento à legislação vigente, os dados nos dão embasamento para que tenhamos uma radiografia da distribuição das populações animais, das faixas etárias. Com isso, podemos ser mais assertivos em nossas políticas públicas de saúde animal”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi) do Rio Grande do Sul, Rosane Collares.

Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online. Um tutorial ensinando a realizar o preenchimento pode ser consultado aqui. Caso prefira, o produtor também pode fazer o preenchimento nos formulários em PDF ou presencialmente nas Inspetorias ou Escritórios de Defesa Agropecuária, com auxílio dos servidores da Seapi e assinando digitalmente com sua senha do Produtor Online.

A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade. Formulários específicos devem ser preenchidos para cada tipo de espécie animal que seja criada no estabelecimento, como equinos, suínos, bovinos, aves, peixes, abelhas, entre outros.

No formulário de caracterização da propriedade, há campos como situação fundiária, atividade principal desenvolvida na propriedade e somatória das áreas totais, em hectares, com explorações pecuárias. Já os formulários específicos sobre os animais têm questões sobre finalidade da criação, tipo de exploração, classificação da propriedade, tipo de manejo, entre outros.

Em 2023, a declaração teve adesão de 84,19%, índice que se manteve condizente com a média de declarações de rebanho entregues nos anos anteriores. O prazo  encerra em 14 de junho.

Fonte: Assessoria Seapi
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Governo do Paraná aumenta tributo de produtos lácteos importados

Desde 08 de abril, leite em pó e queijo muçarela de outros países estão pagando 7% de ICMS.

Publicado em

em

Foto: Albari Rosa

Após o pedido da Faep, o Governo do Paraná encampou duas medidas que devem ter impacto direto na competitividade do leite paranaense, que vem sofrendo com a importação recordes de produtos lácteos do Mercosul desde 2022. A primeira medida é o Decreto 5.396/2024, que altera o tratamento tributário para importação de leite em pó e queijo muçarela. A outra ação é um Projeto de Lei encaminhado à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para alterar a legislação tributária da importação desses produtos. As medidas atendem parcialmente o ofício enviado pela FAEP, no dia 2 de abril, pedindo ações urgentes de apoio à pecuária leiteira estadual.

Foto: Divulgação/Faep

“Essas medidas trazem um pouco de alento para o nosso produtor de leite, mas ainda precisamos buscar mais ações em prol da cadeia produtiva, que gera renda e empregos nos 399 municípios do Paraná”, destaca Ágide Meneguette, presidente do Sistema Faep/Senar-PR

Em relação ao Decreto 5.396/2024, até então, o leite em pó e queijo muçarela entravam no Paraná com isenção total de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Com a medida, esses produtos passam a pagar 7% de ICMS. Além disso, as indústrias, as maiores importadoras destes insumos, perdem o benefício de crédito presumido de 4% do ICMS. A medida está valendo desde 8 de abril.

Sobre o Projeto de Lei, caso ocorra a aprovação da proposta, as mudanças trazidas no Decreto 5.396/202 passam a ser definitivas. Conforma consta na proposta, encaminhada a Alep, a medida visa “evitar o encerramento da produção de leite e queijo em milhares de unidades produtivas paranaenses, o que geraria substancial impacto social e econômico local, promovendo, assim, o reequilíbrio da oferta dos referidos produtos no Paraná, bem como a proteção da produção nacional”.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Defesa do produtor
O Paraná é o segundo maior produtor de leite do país com uma produção de 4,4 bilhões de litros por ano. Porém, sem aumento no consumo doméstico e com custo de produção superior ao dos países vizinhos, a produção estadual permanece nos mesmos patamares desde 2014. Isso porque, com a entrada maciça de produtos lácteos dos países do Mercosul, principalmente da Argentina e do Uruguai, houve um desequilíbrio das contas dos pecuaristas paranaenses. “É nosso papel proteger essa cadeia para não perder todo o trabalho que levamos décadas para ser construído e que envolve capacitação técnica, investimento em tecnologia, genética e melhoria na qualidade do nosso produto”, argumenta Meneguette.

A Faep vem atuando para proteger os produtores paranaenses desde o início da crise. No ofício encaminhado ao governo no início de abril, a Federação solicitava, entre outras medidas, a suspensão das importações do Mercosul e adoção de medidas compensatórias ou salvaguardas imediatas; renegociação de dívidas vencidas e vincendas de todos os produtores de leite, incluindo o custeio; inserção permanente do leite nos programas sociais dos governos federal e estadual – inserção do leite no PAA e PNAE e a garantia de que os benefícios concedidos às beneficiadoras sejam repassados aos produtores, não apenas para as indústrias.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.