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Pontos de atenção na criação de bezerras leiteiras

O manejo nutricional adequado passa por cuidar das vacas secas, dar conforto e atender todos os requisitos nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Salus

Uma fase que requer cuidados, investimentos e com grande potencial de trazer retorno financeiro para a propriedade: é assim que a criação de bezerras leiteiras deveria ser enxergada por produtores e técnicos no Brasil. Tudo começa com um adequado manejo reprodutivo e nutricional das mães dessas bezerras. No quesito reprodução devemos ter bastante atenção ao acasalamento bem-feito, escolha dos touros adequados, avaliação dos protocolos hormonais e estratégias de manejo para aumentar a possibilidade de emprenhar as vacas.

O manejo nutricional adequado passa por cuidar das vacas secas, dar conforto e atender todos os requisitos nutricionais. As vacas pré-parto devem estar em um lote específico, receber as vacinas indicadas para minimizar doenças e aumentar a qualidade de colostro, ter acesso à dieta aniônica e receber os nutrientes suficientes para que elas possam ter uma boa produção e qualidade de colostro.

O futuro de uma propriedade leiteira está diretamente relacionado ao que fazemos dentro do bezerreiro e aos cuidados que temos com as bezerras desde o nascimento até o fim da fase de amamentação. É essencial que façamos a identificação das bezerras após o nascimento e que seja feita a cura de umbigo com iodo 10% até que o coto umbilical esteja seco.

As instalações devem ser limpas e aconchegantes com o intuito de minimizar as doenças infecciosas e impedir que as bezerras passem frio ou calor. O planejamento das estruturas é fundamental e uma equipe bem treinada e dedicada faz total diferença para o sucesso dessa fase.

Vale a pena destacar alguns pontos cruciais para o desenvolvimento das bezerras e um fator determinante para a longevidade destes animais é a colostragem. Um bom plano alimentar deve ser estabelecido e por isso vamos destacar também a dieta líquida e a dieta sólida.

Primeiro: Colostragem

O fornecimento de colostro deve ser feito imediatamente após o parto e de preferência nas primeiras 2 horas de vida da bezerra. As bezerras devem receber 10% do peso vivo de colostro e atualmente existe uma recomendação de fazer um repasse de colostro 12 horas após o nascimento na quantidade de 5% do peso vivo. Exemplo: bezerra de 40 kg. Fornecer 4 litros de colostro nas primeiras horas de vida e depois fazer uma segunda mamada de 2 litros de colostro. O colostro deve ser fornecido através de mamadeira ou por passagem de sonda esofágica por alguém treinado.

Imagem 1

O colostro deve ser avaliado quanto à sua qualidade e uma forma de se fazer essa avaliação à campo é através do refratômetro de brix.
Para esta avaliação é necessária uma amostra de colostro fresco e o objetivo é que tenhamos colostro com resultados maiores de 25 graus Brix. A imagem 1 é de uma leitura de qualidade de colostro no refratômetro:

Para um monitoramento adequado da colostragem é importante fazer a coleta de sangue das bezerras entre 2 e 7 dias após o seu nascimento para avaliar como está a transferência da imunidade passiva. O objetivo neste caso é que as bezerras tenham altos níveis de imunoglobulinas séricas e que estejam bem protegidas contra os patógenos aos quais serão expostas. O esquema 1 mostra como deve ser o procedimento:

Esquema 1

Segundo: dieta líquida

As bezerras nascem com o sistema rúmen-retículo pouco desenvolvido e por isso a importância da dieta líquida. Estes animais são totalmente dependentes dos lácteos na fase inicial da vida e por isso é de extrema importância que possamos fornecer leite limpo e/ou sucedâneo de qualidade para estas bezerras. Quantidades entre 750 e 900 g de sólidos lácteos por dia são aquelas que demonstram maiores resultados para bezerras da raça holandesa, o que seria equivalente a 6 a 8 litros de leite por dia.

A utilização de prebióticos e probióticos (leveduras vivas, Bacillus subtilis e licheniformes) proporciona excelentes resultados durante essa fase e deve fazer parte das estratégias para garantir o alto desempenho. A diarreia é uma doença que acomete quase 100% das bezerras no primeiro mês de vida, pode causar alta morbidade e se não for bem manejada pode levar à altos índices de mortalidade. O fornecimento de pré e probióticos ajuda a minimizar o impacto dessa doença, diminui a intensidade e duração das diarreias e ajuda na recuperação rápida dos animais debilitados.

Terceiro: dieta sólida

A dieta sólida é o principal combustível para que haja um correto desenvolvimento dos pré-estômagos e são essenciais para que as bezerras passem da fase de pré-ruminante para ruminante. O consumo de concentrado de qualidade é importante para o desenvolvimento das papilas ruminais e deve ser suficiente para que as bezerras tenham bons resultados na fase final do período de amamentação e principalmente após a desmama.

O concentrado precisa ser fornecido para as bezerras desde o nascimento, deve ser à base de milho, farelo de soja e alguma fonte de fibra como casca de soja ou farelo de trigo em baixas inclusões. Em geral, os concentrados para bezerras devem ter entre 22 e 24% de proteína bruta e fibra em detergente neutro (FDN) entre 15 a 25%. Não é recomendada a utilização de ureia para as bezerras nessa primeira fase da vida.

Conclusão

É importante o produtor e os técnicos envolvidos na atividade leiteira enxergarem a fase de criação de bezerras como um investimento e que os frutos serão colhidos no futuro com animais saudáveis, longevos e com potencial para produzir grande quantidade de leite.

A pesquisa científica avança rápido e é fundamental que estejamos atentos aos novos conceitos, façamos o básico bem feito e possamos investir em novas tecnologias para alcançar excelentes resultados.

As referências bibliográficas estão com o autor.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: Por Clóvis Guimarães Médico veterinário, mestre em Produção de Ruminantes, com foco em Bovinos Leiteiros, líder de Bovinos de Leite na Salus Nutrição Animal

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Boletim do leite de novembro

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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