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Suínos / Peixes

Pneumonias bacterianas dos suínos: uma breve revisão

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As doenças respiratórias nos suínos se manifestam principalmente através das pneumonias, processos infecciosos que se instalam nos pulmões após a penetração de um agente infeccioso que pode ser de origem bacteriana, viral ou fúngica. As doenças respiratórias representam um dos principais problemas nas granjas de suínos, causando mortalidade, atraso no desenvolvimento, falta de uniformidade dos lotes e condenação de carcaças, assim, constituindo uma doença de alto custo para o suinocultor e causando prejuízos econômicos. Neste artigo faremos uma breve revisão dos principais agentes bacterianos isolados em processos pneumônicos que geralmente estão associados ao Pasteurella multocida (Pm), Mycoplasma hyopneumoniae (Mh); Haemophilus parasuis (Hp) e Actinobacillus pleuropneumoniae (App).

A Pm é um cocobacilo Gram Negativo, produtor de dois tipos de toxinas: a endotoxina e a protéica. Embora a Pm seja considerada um agente secundário, algumas cepas são capazes de produzir lesões pneumonias e pleurites, sugerindo que Pm também possa atuar como agente primário. A Pm se associa ao Mh sendo a co-infecção mais comum da pneumonia enzoótica. A presença de Pm, mesmo as cepas primariamente não patogênicas, agrava a pneumonia iniciada pelo Mh. Os sinais clínicos variam em severidade, dependendo da amostra de Pm envolvida e do grau de imunidade do animal. São descritas três formas clínicas: aguda, subaguda e crônica.

Matéria completa, cujo auto é o  Dr. André Mauricio Buzato, médico veterinário, gerente técnico comercial – Suínos da Vétoquinol, você pode acompanhar na edição impressa do jornal O Presente Rural que esta em circulação.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Teste genômico aprimora criação do pirarucu

Nova ferramenta aprimora gestão, uso, seleção e melhoramento genético de matrizes dessa espécie de peixe, de forma simples e prática. Solução também abrange tecnologias para tilápia, tambaqui, camarão e truta.

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Tecnologia traz soluções para os processos de gestão, uso, seleção e melhoramento genético de matrizes do pirarucu - Fotos: Simone Oliveira Yokoyama

Já está disponível para os aquicultores brasileiros o ArapaimaPLUS, mais uma ferramenta da família AquaPLUS, desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF). A plataforma, que oferece soluções genômicas para tilápia, camarão cinza, truta e tambaqui (veja mais detalhes em quadro abaixo), passa a abranger também o pirarucu (Arapaima gigas), especialmente para produção em cativeiro. A nova tecnologia traz soluções para os processos de gestão, uso, seleção e melhoramento genético de matrizes dessa espécie de peixe, prezando pela simplicidade, praticidade, baixo custo de adoção e alto retorno no investimento por parte do público-alvo.

O pesquisador Alexandre Caetano, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do ArapaimaPLUS, explica que, na prática, trata-se de um teste genômico útil para análises de paternidade, parentesco, identificação individual e variabilidade genética para o pirarucu, que pode ser aplicado ao gerenciamento genealógico de plantéis de reprodutores utilizados na piscicultura para reproduzir a espécie.

Segundo Caetano, “a solução oferece todas as aplicações básicas que as outras ferramentas têm – como manejo genético e análise genética de reprodutores –, mas também tem potencial para dar suporte aos processos de rastreabilidade e monitoramento de populações selvagens e produtos da pesca”.

O pesquisador pontua ainda que, por uma série de fatores, a produção de pirarucu em cativeiro ainda não “decolou” no Brasil. Desafios técnicos básicos relacionados à reprodução e ao manejo do animal ainda persistem. “A tilápia (Oreochromis niloticus), por exemplo, a espécie mais criada em cativeiro no País, se reproduz sozinha, com menos de um ano de idade”, comenta. Mas espécies nativas, como o pirarucu e o tambaqui (Colossoma macropomum), não se reproduzem com facilidade em cativeiro e são necessários anos até que atinjam a idade reprodutiva.

Obstáculos
No caso do pirarucu, ainda não existe protocolo estabelecido para a indução hormonal e a retirada manual dos gametas, como é feito com muitas das espécies nativas. Desse modo, é preciso colocar o casal de peixes no tanque para que eles se reproduzam naturalmente. “A questão é que, na natureza, os pirarucus machos disputam território. Por isso, cada casal precisa ser colocado em um tanque diferente, o que exige muito espaço. Se colocar dois casais em um mesmo tanque, eles vão lutar pelo espaço. Imagine dois peixes de 250 quilos brigando entre si”, observa Caetano.

Outro aspecto que dificulta a reprodução em cativeiro é que, na maior parte dos peixes, a fêmea desova todos os óvulos de uma vez, e eles são fecundados pelo macho. Já a fêmea do pirarucu vai soltando os óvulos em lotes, que vão sendo fertilizados aos poucos. Com as análises realizadas utilizando o ArapaimaPLUS, a equipe da Embrapa fornece orientações para o produtor otimizar a formação dos casais, evitando o acasalamento entre animais de parentesco próximo e as perdas decorrentes, gerando, portanto, animais de alto potencial produtivo.

Foto: Siglia Souza

O segundo fator complicador na criação desse peixe em cativeiro no Brasil está relacionado às flutuações de preços no mercado. “Em condições normais, a extração da espécie pela pesca consegue abastecer o mercado a preços competitivos. Por isso, para o produtor de pirarucu em cativeiro, em um ano de pesca boa, o valor de venda no mercado fica abaixo do custo de produção”, assinala o pesquisador. A espécie ocorre na Bacia Amazônica, que é uma área muito extensa, e também na região do Araguaia/Tocantins. “Apenas nos anos em que a pesca não é tão boa, em função de algum evento climático, é que vale a pena produzir na região”, explica.

Nicho
Um aspecto positivo, segundo Caetano, é que o pirarucu pode crescer até 10 quilos no primeiro ano de vida. “Não tem outra espécie de peixe que se equipare.” Além disso, alguns produtores já conseguem produzir alevinos de pirarucu em cativeiro, e outros resolveram a questão das oscilações de preço instalando-se em locais próximos aos mercados consumidores. O pesquisador cita o caso de um produtor na região de Jundiaí, São Paulo, que apesar de não conseguir fazer a reprodução, traz os alevinos de outra região.

“Ele enfrenta uma complicação a mais, pois os animais não suportam o frio do inverno na região. Por isso, é preciso fazer tudo em estufas, em sistemas que chamamos de ‘fechados’. Em compensação, consegue colocar um produto de altíssima qualidade em um mercado bem valorizado, que é São Paulo, onde há alta gastronomia, hotéis etc. É um nicho interessante. Independentemente da pesca, ele está ali, ao lado do mercado consumidor, e consegue ser competitivo com um produto fresquíssimo”, afirma Caetano, lembrando que os produtores da Região Norte sofrem mais com as oscilações de mercado.

Ferramenta também serve para monitoramento e rastreabilidade
Além de auxiliar no desenvolvimento da piscicultura, como as demais ferramentas da família AquaPLUS, o ArapaimaPLUS traz outras possibilidades de uso. Uma delas é o monitoramento de populações selvagens de pirarucu. A tecnologia conseguiu corroborar, por exemplo, um fato que já estava descrito na literatura: a variabilidade genética existente entre populações de pirarucu que vivem em diferentes pontos das bacias hidrográficas onde a espécie ocorre naturalmente.

“Na calha do Amazonas, a diferença genética do pirarucu que vive na cabeceira com relação ao que vive na foz é maior do que entre o boi taurino e o boi zebuíno, que são consideradas subespécies do ponto de vista taxonômico. No Araguaia/Tocantins é mais diverso ainda, geneticamente falando, apesar de todas as populações serem consideradas da mesma espécie”, diz Caetano.

A ferramenta também permite monitorar o escape de peixes na piscicultura, e como isso pode afetar as populações nativas. Na criação de peixes, é possível misturar materiais genéticos que não se encontrariam na natureza. “Se um produtor de Manaus traz matrizes de Belém ou do Acre, e dentro da piscicultura esses animais se reproduzirem, vão fazer uma reprodução que jamais ocorreria de forma natural”, afirma o pesquisador. Caso esses alevinos escapem, poderão posteriormente se reproduzir com os peixes selvagens do local. Isso não traz prejuízos econômicos para o produtor, mas pode contaminar geneticamente as populações locais. “As consequências potenciais desse escape ainda não estão mensuradas, principalmente em espécies selvagens”, explica Caetano. De acordo com ele, o ArapaimaPLUS pode ser utilizado por órgãos ambientais, organizações não governamentais ou certificadoras para monitorar essa questão.

Além disso, é possível incorporar a ferramenta ao processo de rastreabilidade, como um mecanismo de comprovação genética de origem dos produtos. “Na Amazônia, existem reservas extrativistas que comercializam o pirarucu pescado no local. Mas depois que o peixe é processado, mesmo que seja rastreado, não tem como comprovar geneticamente a origem do produto. O ArapaimaPLUS oferece uma ferramenta prática para validar geneticamente esse rastreamento”, esclarece o pesquisador, destacando que a tecnologia poderá abrir um novo capítulo no processo de rastreabilidade de peixes, ao indicar com precisão de onde veio cada animal.

Escape leva pirarucu ao RioTietê
O escape de pisciculturas já gerou situações curiosas, como o caso dos pirarucus pescados no Rio Tietê, em São Paulo, bem longe da área de ocorrência natural da espécie. “Nesse caso, o prejuízo é menor, uma vez que os animais, até onde se sabe, não conseguem se reproduzir na região, por falta dos gatilhos ambientais necessários, e acabam sendo capturados. Mas até lá, eles atuam como predadores que podem afetar a cadeia alimentar do local”, esclarece Caetano.

O gatilho ambiental a que se refere o pesquisador é a migração que os peixes precisam fazer todos os anos para se reproduzir. A maior parte das espécies do Brasil faz a piracema: na época da reprodução, sobem para as cabeceiras dos rios para se reproduzir e depois o material genético ali depositado se dispersa pela bacia hidrográfica. Já com o pirarucu, o processo é diferente. Para se reproduzir, ele migra da calha dos rios para a várzea, na época das águas, e da várzea para a calha, quando o nível da água desce. Diferentemente dos rios amazônicos, o Tietê não oferece essa condição.

Produtores confiantes na nova tecnologia
O presidente-executivo da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), Francisco Medeiros, destaca que, por motivos diferentes, o pirarucu sempre despertou um interesse muito grande de pescadores, consumidores e produtores. “Mas todos são unânimes em afirmar que esse peixe amazônico encanta pela beleza, pelo tamanho e, principalmente, pelo sabor diferenciado”, assinala.

De acordo com ele, a maior parte da carne de pirarucu que chega ao mercado é oriunda da pesca, hoje bem estruturada com projetos de manejo, o que não impediu o interesse de produtores de peixes para a oportunidade de explorar essa espécie.

Porém, Medeiros confirma que os desafios ainda são grandes. “Ao começar o processo de domesticação, para transformar o pirarucu em um produto da piscicultura com resultados econômicos, encontramos uma série de dificuldades, principalmente relacionadas à alimentação e à reprodução. Por se tratar de uma espécie muito antiga, o sistema reprodutivo é totalmente diferente do de outros peixes”, aponta o presidente-executivo da Peixe BR.

Ele ressalta que muitos produtores não obtiveram sucesso por desconhecer a identidade genética dos animais. “Nesse sentido, a ferramenta ArapaimaPLUS permite a elaboração de um programa reprodutivo capaz de gerar os melhores resultados zootécnicos que a espécie pode proporcionar”, afirma.

Foto: Siglia Souza

Medeiros explica que, diferentemente dos demais peixes amazônicos que são explorados na piscicultura, o pirarucu forma grupos familiares muitos específicos e locais, o que proporciona uma variabilidade genética muito maior do que a encontrada em espécies que fazem migração ou que nadam nos principais rios da região.

“A identificação dessa realidade só foi possível com o ArapaimaPLUS. Agora, com esse conhecimento, devemos trabalhar para a formação de famílias e acasalamentos que proporcionem o melhor resultado zootécnico, sem perder a riqueza genética que esses peixes carregam. Vemos um futuro promissor para a espécie e os negócios”, conclui.

A produtora Simone Oliveira, filha do Sr. Megumi (Pedrinho) Yokoyama, de Rondônia, é uma das que está apostando no ArapaimaPLUS como ferramenta para alavancar a criação de pirarucu. Ela já utiliza o TambaPLUS, com bons resultados, e recentemente, enviou as nadadeiras das matrizes de pirarucu para análise de consanguinidade, em Brasília.

“Nossa expectativa é formar novos casais para acasalamentos, com zero de consanguinidade, para um melhor crescimento e desenvolvimento dos peixes. A ciência e a aquicultura sempre estiveram ligadas, agora mais do que nunca, com as novas tecnologias e pesquisas”, ressalta a produtora.

Futuras soluções para o setor produtivo
O projeto para desenvolvimento do ArapaimaPLUS contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e com a participação dos pesquisadores Michel Yamagishi, do Laboratório Multiusuário de Bioinformática da Embrapa Agricultura Digital (SP), que fez a mineração dos dados públicos para descoberta dos SNPs (polimorfismo de nucleotídeo simples – em inglês, single nucleotide polymorphism), e Patricia Ianella, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Já a validação da ferramenta foi parte do trabalho de mestrado da aluna Aline Campelo, da Universidade de Brasília (UnB), dentro do Programa de Pós-graduação em Ciências Animais.

O ArapaimaPLUS é o sexto produto disponível na família AquaPLUS, que já disponibiliza serviços para tambaqui (Colossoma macropomum): TambaPLUS Parentesco e TambaPLUS Pureza; para o camarão vannamei (Litopenaeus vannamei): VannaPLUS, para a tilápia (Oreochromis niloticus): TilaPLUS; e para a truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss): TrutaPLUS.

A Embrapa também está em fase de validação do desenvolvimento de plataformas para peixes como pirapitinga (Piaractus brachypomus) e pacu (Piaractus mesopotamicus). “Já temos demanda para outras espécies, como matrinxã (Brycon cephalus) e dourado (Salminus brasiliensis). Em princípio, vamos ter tecnologias para todas as espécies de interesse da aquicultura brasileira. Contribuir com o produtor é a nossa bandeira”, finaliza Caetano.

Interessados nos serviços de análise com a ferramenta ArapaimaPLUS, ou com qualquer outra ferramenta da família AquaPLUS, podem entrar em contato pelo telefone +55 (61) 3448-4662 ou pelo e-mail cenargen.sipt@embrapa.br.

Fonte: Assessoria Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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Suínos / Peixes

Cadeia do peixe mira profissionalização e negócios

Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global.

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Foto: Jaelson Lucas

A piscicultura e a pesca no Brasil têm se mostrado setores de vital importância econômica e alimentar, com um potencial de crescimento extraordinário. No entanto, para que esse potencial seja plenamente alcançado, é crucial enfatizar a constante profissionalização dessas áreas como uma ferramenta fundamental para impulsionar seu desenvolvimento.

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo no número de congressos e feiras de negócios dedicados à piscicultura e pesca. Recentemente, o evento Inovameat em Toledo e os próximos eventos organizados pelo IFC Brasil em Foz do Iguaçu, Itajaí e Belém até o fim deste ano destacam-se como importantes plataformas para a troca de conhecimento, experiências e tecnologias inovadoras.

Esses eventos não são apenas oportunidades para networking, mas também são catalisadores para a profissionalização do setor. Eles oferecem espaços para debates sobre as melhores práticas, novas técnicas de produção, avanços tecnológicos e questões regulatórias, fundamentais para elevar os padrões de qualidade, segurança e sustentabilidade da piscicultura brasileira.

É inegável que a profissionalização é um dos principais impulsionadores do crescimento desses setores. Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global. Além disso, a profissionalização contribui para a valorização do trabalho no campo, incentivando a adoção de práticas sustentáveis e responsáveis.

Um dos aspectos mais promissores é que a produção de peixes no Brasil vem crescendo a uma taxa superior à média das outras proteínas animais. Esse crescimento é resultado não apenas do potencial natural do país, mas também do esforço contínuo de profissionalização e modernização do setor.

É fundamental que os governos, instituições acadêmicas, empresas e profissionais do setor continuem investindo na profissionalização da piscicultura e da pesca. Isso inclui o desenvolvimento de programas educacionais, capacitação técnica, acesso a tecnologias inovadoras e apoio à pesquisa e desenvolvimento.

Ao destacar a importância da profissionalização, reconhecemos que ela não é apenas uma necessidade, mas sim uma oportunidade para transformar a piscicultura e pesca brasileira em um setor ainda mais próspero, sustentável e competitivo no cenário internacional.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do Jornal O Presente Rural.
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Suínos / Peixes

Primeiro trimestre registra crescimento expressivo nas exportações brasileiras de peixe de cultivo

Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Consideráveis aumentos de 48% em valor e de 20% em peso estão entre os principais resultados das exportações brasileiras da piscicultura nos três primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020, quando a Embrapa começou a acompanhar sistematicamente esse mercado. Detalhando por mês, foram US$ 2,58 milhões em janeiro, US$ 2,61 milhões em fevereiro e US$ 3,54 milhões em março.

Foto: Cláudio Neves

Ainda representando percentual pequeno com relação a toda a produção nacional, as exportações brasileiras da piscicultura têm aumentado de maneira consistente nos últimos anos. De acordo com Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura na área de economia aquícola, o aumento da produção e da profissionalização da cadeia da piscicultura são alguns dos fatores que explicam o crescimento das exportações. “Apesar do mercado nacional absorver a grande maioria da produção, as empresas do setor têm buscado diversificar os canais de venda por meio das exportações”, expõe.

Entre as categorias de produtos, a mais exportada no primeiro trimestre de 2024 foi a de filés frescos ou refrigerados, que respondeu por 65% de todo o valor movimentado: U$ 5,65 milhões. Na sequência, com 23% do valor movimentado no período, aparece a categoria de peixes inteiros congelados. Esses e outros dados estão disponíveis de maneira gratuita no Informativo de Comércio Exterior da Piscicultura – Trimestre 01/2024. O boletim é editado pela Embrapa Pesca e Aquicultura e conta com a parceria da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Série histórica

A edição referente ao primeiro trimestre de 2024 é a 17ª ininterrupta. O trabalho da Embrapa de acompanhamento das exportações brasileiras da piscicultura começou em 2020; portanto, está entrando no quinto ano seguido. O que já permite construir uma série histórica e apontar algumas características desse setor. Manoel explica que a consolidação da tilápia como carro-chefe é a principal característica verificada ao longo desse período. “A importância do mercado norte-americano como principal destino das vendas e o crescimento dos embarques de filés frescos de tilápia são outros pontos de destaque”, ressalta.

Entre janeiro e março deste ano, 95% de todo o peixe exportado pelo Brasil foi tilápia. A espécie movimentou U$ 8,31 milhões. Na sequência, ambos com 2% de participação, aparecem bagres e curimatás.

E, também conforme dito pelo pesquisador, os Estados Unidos, novamente, foram o principal destino das exportações brasileiras da piscicultura no primeiro trimestre de 2024. Com 89% de participação, os valores movimentados chegaram a U$ 7,77 milhões. A seguir, cada país com 2%, estão China, Japão, Colômbia e Canadá. Diferença significativa entre o primeiro e os demais destinos.

Tilápia

Fazendo o recorte para a principal espécie exportada (que também é a mais cultivada no Brasil), dos U$ 8,31 milhões movimentados pela tilápia, U$ 5,64 milhões (ou 68%) foram na categoria de filés frescos ou refrigerados. Na sequência, com 23% da movimentação financeira (U$ 1,87 milhão), aparece a categoria de tilápia inteira congelada.

Com relação ao preço, quatro das cinco categorias tiveram aumento no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. A categoria que conseguiu maior preço foi a de filé fresco ou refrigerado, com U$ 7,57 por kg, registrando aumento de 17% com relação ao preço do primeiro trimestre do ano passado, que foi de U$ 6,45 por kg.

Paraná (com 81% dos valores), São Paulo (responsável por 12%) e Bahia (com 4% do total movimentado) foram os três estados que mais exportaram tilápia no primeiro trimestre de 2024. Nos três, a categoria de filés frescos ou refrigerados foi a líder.

E para os próximos trimestres, alguma mudança relevante pode acontecer? Quem responde é o pesquisador Manoel: “as exportações de outros peixes de cultivo têm crescido, em particular do tambaqui. Organizações e empresas da cadeia do tambaqui têm realizado ações para abertura de mercados no exterior (ex: Estados Unidos) e é possível que isso resulte num aumento das exportações nos próximos meses de 2024”.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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