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Plasma spray dried reduz dependência de antibióticos em dietas de suínos em crescimento e terminação

SDP fornece um melhor retorno econômico em relação ao custo da alimentação em comparação com o uso tradicional de AGP

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Arquivo/OP Rural

 Artigo escrito por Luís Rangel, APC, São Paulo, Brasil

Existe um movimento regulatório global crescente para garantir o uso prudente de antibióticos em fazendas produtoras de leite, carne, ovos, peixes e frutos do mar, a fim de reduzir a prevalência de patógenos resistentes a antibióticos que afetam a saúde humana. O resultado dessas mudanças regulatórias poderá restringir o tempo de uso de antibióticos, poderá eliminar o uso de antibióticos que são utilizados em medicina humana em produção animal, e encerrar o uso de antimicrobianos em níveis subterapêuticos em rações para fins de promoção de crescimento. Produtores de suínos precisam de alternativas para antibióticos promotores de crescimento (AGP), como ferramentas de gerenciamento de saúde que possam efetivamente manter o bem-estar e a produtividade dos suínos, enquanto eliminam ou reduzem o uso de AGP.

Por quase três décadas, o plasma spray dried (SDP) tem sido comumente utilizado em dietas para ajudar suínos na transição do período estressante do desmame (2 a 4 semanas após o desmame). Uma meta-análise abrangente sugeriu que leitões desmamados alimentados com SDP aumentaram o consumo de alimento e a taxa de ganho de peso, independente da presença ou ausência de AGP na ração. O referido trabalho também mostrou que os leitões desmamados alimentados com SDP apresentam melhor conversão alimentar na ausência de AGP na alimentação. A melhora na conversão alimentar em suínos alimentados com SDP, na ausência de AGP na ração, sugere que o SDP pode ser uma alternativa eficaz para manter a melhoria da conversão alimentar tipicamente obtida quando se utiliza AGP.

Recentemente, o SDP tem sido utilizado como uma ferramenta para contribuir com o uso prudente de antimicrobianos em suínos de crescimento e terminação. Essa aplicação será discutida a seguir.

Potencial inclusão de SDP na alimentação de suínos para crescimento e terminação para reduzir a dependência de antibióticos

Ensaio em condições comerciais no Brasil, com 1.500 suínos suíno alojados aos 65 dias de idade e alimentados com dietas com AGP ou pulsos terapêuticos, em concentrações profiláticas de antibióticos (ATP) ou com SDP em várias fases até o abate (Tabela 1).

Suínos alimentados com T3 apresentaram maior ganho de peso médio diário (P = 0,01) quando comparados com T2, demonstrando que o SDP pode suportar o crescimento dos suínos sem o uso de AGP (Figura 1). Suínos de Crescimento/Terminação que receberam SDP em combinação com ATP (T4) apresentaram melhor conversão alimentar (P <0,03), vs. T2 com ATP e AGP (Figura 2). Os tratamentos T5, com apenas três pulsos de SDP, e o T3, com um pulso de 2% SDP na dieta de alojamento associado com ATP, mas sem AGP, apresentaram cerca de R$ 4,70 ou $1,20 USD/ suíno a mais de receita, menos o custo de alimentação e tratamento médico (IOFCM), quando comparado ao T2, que utilizou o regime profilático tradicional empregando ATP e AGP, durante um período de preços muito baixos do suíno vivo. O T3 também apresentou melhor receita (P <0,01) em relação ao T2, T4 e T5. Os autores concluíram que o uso estratégico de SDP em dietas para suínos em crescimento/ terminação pode ser adotado como uma ferramenta para reduzir a dependência de antimicrobianos, mantendo a saúde e o desempenho semelhantes e, com isso, contribuir para a produção de suínos lucrativa. Quando este experimento foi conduzido, em 2018, o T3 gerou 2,5% mais IOFCM em comparação com o T2, por cabeça, em um momento de preços baixos do suíno. Considerando o preço atual de suínos e ingredientes para a alimentação, em 2020, no Brasil, o T3 geraria 3,1% mais IOFCM em comparação ao T2, ou R$ 17,75/ a mais por cabeça.

Em 2020 pesquisadores avaliaram os efeitos do uso estratégico do SDP em substituição aos antibióticos promotores de crescimento (AGP) no alimento sobre a saúde e o desempenho de suínos em crescimento, em condições comerciais, no Brasil, para determinar se o SDP poderia reduzir a dependência de antimicrobianos. Um total de 240 suínos de crescimento (65 dias de idade) foram aleatoriamente alojados para um tratamento com dieta controle ou SDP (10 baias por tratamento). Ambos os tratamentos usaram o mesmo programa de pulsos de antibiótico terapêutico/ profilático (ATP). As dietas do tratamento SDP continham 1,5% e 0,75% de SDP formulado nas dietas crescimento 1 e terminação 2, respectivamente, mas não continham o AGP utilizado nas dietas controle (Tabela 2).

Os efeitos dos tratamentos sobre o peso vivo médio (PV), ganho de peso médio diário (GPD), consumo médio de alimento diário (CMD), conversão alimentar (CA) e receita menos o custo alimentar (IOFC) estão apresentados na Tabela 3. Entre 65 e 105 dias de idade, o tratamento SDP teve melhor GPD, CA e maior PV aos 105 dias do experimento (P <0,05) em comparação com o tratamento controle. Ao longo de todo o estudo, a CA foi melhor (P <0,10) para o tratamento SDP, o que resultou em US $ 0,73/ suíno a mais de IOFC em comparação com o tratamento controle. Esses resultados concordam com outros pesquisadores, que também relataram melhor desempenho e receita utilizando SDP para substituir AGP em dietas de suínos em fase de crescimento/ terminação. Em ambos os estudos, o uso estratégico de SDP na alimentação de suínos de crescimento/ terminação foi tão eficaz quanto os antimicrobianos, oferecendo, assim, uma nova abordagem para reduzir a dependência de antimicrobianos, de acordo com as novas regulamentações para produção animal vigentes no Brasil.

 

Conclusão

O uso estratégico de SDP na alimentação de suínos de crescimento/terminação pode ser uma ferramenta para granjas reduzirem a dependência de AGP, enquanto mantém a saúde e o desempenho dos suínos. O SDP fornece um melhor retorno econômico em relação ao custo da alimentação em comparação com o uso tradicional de AGP na alimentação de animais de crescimento/terminação.

Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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