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Plantio Direto potencializa sequestro de carbono e contribui para a conservação ambiental

Cultivo conservacionista provoca o mínimo de revolvimento do solo, diminui o uso de máquinas no campo e reduz o surgimento de erosão.

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Divulgação/Paulo Kurtz/Embrapa

A neutralização das emissões de gases nocivos ao planeta é um dos principais temas discutidos na 26ª Conferência do Clima (COP26), que começou no dia 31 de outubro e segue até sexta-feira (12), em Glasgow, na Escócia. Neste assunto, o agronegócio tem papel fundamental para contribuir com a desaceleração das mudanças climáticas no mundo, utilizando de práticas sustentáveis que auxiliam no sequestro do carbono da atmosfera e aumenta a produtividade sem necessidade de ampliar a cultivada.

Sobre a emissão e sequestro de carbono, o agronegócio brasileiro e principalmente o mato-grossense tem como grande trunfo o Sistema de Plantio Direto (SPD), uma prática conservacionista de cultivo e manejo do solo que proporciona benefícios técnicos, econômicos e ambientais, pois a prática sequestra carbono em quantidade considerável. De acordo com a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto (Febrapdp), o sistema é utilizado em 36 milhões de hectares no país, e pode sequestrar até 56 milhões de toneladas de CO2.

De acordo com o pesquisador na área de solos e sistema de produção da Fundação Mato Grosso, Felipe Bertol, esse sistema traz inúmeros benefícios para a produtividade na agricultura, além de contribuir com a conservação ambiental. Segundo ele, a manutenção da palhagem no solo contribui também para mitigar o surgimento de erosão e o simples fato de não revolver o solo já diminui a emissão de carbono na superfície.

“Se não fosse o plantio direto praticado pelo agronegócio em Mato Grosso e no Brasil, a emissão de carbono poderia ser até quatro vezes maior do que é hoje, esse sistema impacta também nas questões hídricas, pois apesar de estarmos passando por uma crise hídrica, se não houvesse esse sistema que adotamos hoje, as recargas de água nos mananciais não seriam tão altas e a falta de água seria ainda mais frequente e mais severa”, explica.

De acordo com estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a área plantada de algodão no Estado este ano foi de 942,4 mil hectares, e a previsão é que a safra atual atinja 1,6 milhão de toneladas. O cultivo do algodão é feito em sua maioria no sistema de plantio direto, o que segundo o diretor-executivo do Instituto Mato-grossense do Algodão ImaMT, Alvaro Salles, é um dos fatores que contribuem para o sequestro de carbono e evita a queima de combustível das máquinas no campo.

“Isso porque no plantio direto, a semeadura é feita no solo não revolvido, sem prévia aração ou gradagem, o que retira dos campos as máquinas e por tanto não há tanto consumo de combustível. Quase que 100% dos produtores de algodão no Estado praticam esse sistema, o cultivo do algodão em específico, por ocorrer em um período considerado longo, contribui para o sequestro de carbono do ar”, pontua.

Ainda segundo Salles, os produtores recobrem o solo com gramíneas como preparação para o plantio do algodão. “Com o crescimento dessa vegetação já ocorre o sequestro de carbono e aumenta a quantidade de matéria orgânica no solo. Além de evitar erosões no solo, esse sistema ajuda a controlar o surgimento de ervas daninhas, o que consequentemente diminui a quantidade de agroquímico aplicada na produção”, acrescenta.

O presidente do Fórum Agro MT, Itamar Canossa, destaca os avanços conquistados pelo agronegócio, inclusive com o aumento da tecnologia empregada no campo, além de investimentos em técnicas de cultivo conservacionista, que promovem diversos benefícios aos produtores e ao meio ambiente. “Isso mostra que o agronegócio também está trabalhando com objetivo de impactar cada vez menos no meio ambiente. São soluções que beneficiam não só a produção de alimento no país, mas como também busca meios de se tornar cada vez mais sustentável e contribuir para diminuir as mudanças climáticas”.

Programa Carbono Neutro

Além da presença de centenas de líderes de Estado, entidades do agronegócio, organizações da sociedade civil, grandes empresas e cientistas marcarão presença nas mesas de negociação da COP26 para apresentarem suas considerações próprias.

Na ocasião, o governo de Mato Grosso apresentou o programa Carbono Neutro MT, que tem como meta neutralizar a emissão de carbono das atividades econômicas do Estado até 2035, 15 anos antes da meta global.

O programa é alicerçado em 12 pilares, já colocados em ação: a manutenção do ativo florestal do Estado, manejo florestal sustentável, regularização fundiária, melhorias na gestão de áreas protegidas, reflorestamentos comerciais, restauração de florestas, redução do risco de incêndios, manejo sustentável para a produção agropecuária, proteção de vegetação secundária em áreas de desmatamento legal, recuperação de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta, e produção e consumo de biocombustíveis.

Fórum Agro MT

Criado em 2014 com o objetivo de fomentar o desenvolvimento do agronegócio de Mato Grosso, para buscar soluções, o fortalecimento e o crescimento do segmento no Estado. Tem como objetivo harmonizar as atividades das entidades participantes com as principais demandas do momento e ainda fortalecer o poder de representação do setor e estimular políticas públicas para o desenvolvimento da agropecuária.

É formado pela Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), Acrismat (Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso), Ampa (Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão), Aprosmat (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso) e Famato (Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso).

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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