Avicultura 2º Dia do Avicultor
Plantio de grãos e produção de ração respondem por 85% da pegada de carbono da avicultura
Com a carne de frango liderando as proteínas mais consumidas no globo, os avicultores podem vislumbrar um futuro promissor para a atividade, no entanto é preciso avançar de forma inteligente na produção sustentável.
Estimativas apontam que até 2050 vai aumentar 70% a necessidade de proteína animal no mundo. Para isso será necessário produzir mais 263 milhões de toneladas frente as atuais 445 milhões de toneladas produzidas de proteína animal em todo o globo. Esse cenário se desenha devido ao crescente aumento populacional, que deve chegar a quase 10 bilhões de pessoas nos próximos 28 anos, agravado diante de um planeta com limites em recursos naturais renováveis.
Com a carne de frango liderando as proteínas mais consumidas no globo, os avicultores podem vislumbrar um futuro promissor para a atividade, no entanto é preciso avançar de forma inteligente na produção sustentável. É o que afirmou o gerente de Desenvolvimento de Negócios Sustentáveis em Nutrição e Saúde Animal, José Francisco Miranda, durante sua palestra no 2º Dia do Avicultor O Presente Rural, realizado em 25 de agosto em formato híbrido, transmitido de Marechal Cândido Rondon, PR, alcançando mais de 6,5 mil pessoas.
Conforme Miranda, a produção animal desempenha um papel importante na sociedade e seus produtos fazem parte de uma dieta saudável e balanceada. “A produção animal transforma subprodutos que representam uma carga alta para o meio ambiente em proteínas e produtos de consumo, usa terras marginais para produzir proteína altamente digerível, é o principal agente do ciclo de nutrientes e fertilidade do solo em sistemas intensivos, e ainda a produção animal é um fator chave do status socioeconômico”, lista o profissional.
Contudo, a avicultura tem um impacto ambiental que precisa ser cuidado, seja pelo uso de água, da terra e da energia, pelas emissões de gases do efeito estufa (GEE), fósforo e nitrogênio, emissões de amônia, pela biodiversidade ou pela perda e desperdício de alimentos. “Todos esses fatores vão degradando o meio ambiente, então é necessário que haja um equilíbrio, o que abre espaço para sustentabilidade na produção animal”, frisa Miranda.
Como medir a sustentabilidade
De acordo com o profissional, para medir a sustentabilidade na produção animal é preciso dividir os processos em duas etapas: tudo que é realizado antes e tudo que feito depois do frigorífico, uma vez que há diferentes fontes de emissão de gases em cada fase. “Ao mensurar os produtos transformados pelo uso da terra, do ciclo completo da avicultura até a indústria de processamento, o produtor é o maior impactado pelas emissões GEE dos animais. Contudo, para reduzir essas emissões o produtor não precisa fazer nada além do que já faz bem. Ser sustentável é fazer mais com menos”, salienta Miranda.
Para fazer essas medições, as metodologias de cálculo foram desenvolvidas por diversos organismos internacionais, tais como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Avaliação e Desempenho Ambiental na Pecuária (LEAP), Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima (IPCC), Avaliação do ciclo de vida (ACV) ISO 14040, Instituto Global de Alimentação LCA (GFLI), entre outros.
Miranda explica que a mensuração dos possíveis impactos ambientais causados pelo resultado da produção de aves pode ser medido pelo método ACV, no qual são analisados tudo que acontece na vida de um animal, para dizer o quanto é sustentável e quanto é sua pegada de carbono. “Os dados para fazer essa medição incluem mudança no uso da terra, uso de fertilizantes, uso de alimentação, produção agrícola, tratamento de ração e práticas de gestão da granja”, menciona o especialista.
Pegada de carbono na produção de aves
Cerca de 29% do planeta é composto por terra, o que corresponde a 104 milhões de km², deste total, em torno de 40 milhões km² é ocupado pela agricultura no mundo, daí a importância de entender o quanto a carne de frango impacta nas emissões de GEE, uma vez que a alimentação dos animais é feita à base de grãos de milho e soja principalmente. “Quando se planta grãos transformamos o uso natural da terra e o peso desta transformação na avicultura é superior a 14 kg de CO2 equivalente”, expõe Miranda.
Conforme a plataforma Nosso Mundo em Dados, para cada quilo de carne de frango produzido mundialmente são emitidos 9,87kg de gás carbônico equivalente (CO2 eq). E na produção de ovos a emissão chega a 4,67kg de CO2 eq. “Essas metodologias existentes servem para chegarmos nestes dados de referência, para que então possamos traçar um plano de ação que vise a diminuição da pegada de carbono das aves no meio ambiente. O problema maior dessas emissões pelos frangos de corte está no uso da terra, chegando a 3,5kg de CO2 eq para cada quilo de carne; e na ração, que representa outros 2,5kg de CO2 eq para cada quilo de carne. Já na produção de ovos, o que mais impacta é a alimentação, com as aves emitindo 2,2kg de CO2 eq”, indica Miranda.
O maior impacto na sustentabilidade, segundo Miranda, acontece em relação às rações e grãos usados como matéria-prima para sua produção, representando 85% da pegada ambiental da avicultura. “O produtor precisa olhar para a ração e a sua transformação em proteína animal de forma muito cuidadosa, porque se a produção animal continuar como está hoje vai consumir uma porcentagem cada vez maior do orçamento global de GEE”, afirma Miranda.
Conforme a FAO, a nível global, a pecuária representa 14,5% das emissões de GEE de origem humana. E se a forma como os alimentos de origem animal é produzida hoje não sofrer mudanças, as emissões poderão aumentar para 27% até 2030 e em até 81% em 2050. “A tendência global requer medir e melhorar o impacto ambiental e essa mudança é impulsionada pela cadeia de valor. Os órgãos reguladores promovem mudanças na política para reduzir o impacto ambiental da agricultura e da pecuária para conseguir cumprir com os compromissos nacionais, enquanto os investidores e instituições bancárias pressionam as empresas para obterem relatórios ESG sobre a pegada de carbono, mirando um conjunto de métricas ambientais para entender o risco e o retorno dos negócios, acelerando a transição para uma economia net zero. E os varejistas puxados pelos consumidores procuram produtos e marcas que se conectem com os valores dos consumidores em termos de saúde e sustentabilidade”, pontua o especialista.
Classificação ESG
Mirando frisa que as classificações ESG são fundamentais para a reputação de empresa e marca, que cada vez mais investem em processos mais sustentáveis em seus negócios a fim de atrair investimentos com base em fazer bem ao fazer o bem. “A CDP, a SASB e a Sustainalytics são empresas que classificam a sustentabilidade das empresas segundo seu desempenho nas áreas de proteção ambiental, social e de governança corporativa. Cada vez mais as empresas estão se atentando para a importância de não agredir o meio ambiente em suas operações. No último ranking mundial divulgado pelo Fairr (Risco e Retorno do Investimento em Animais de Fazenda) indica que 17% das companhias abrem o número de CO2 eq relacionadas às produções animais, o que mostra que as organizações estão em busca da transparência em suas operações”, destaca Miranda.
Uma pesquisa realizada pela Carbon Trust, empresa norte-americana especializada na rota para o Net Zero, aponta que 67% dos consumidores estadunidenses são favoráveis à rotulagem ambiental e 64% são mais propensos a pensar positivamente de uma marca que demonstra que reduziu a pegada de carbono de seus produtos.
Os produtos comercializados com sustentabilidade nos Estados Unidos cresceram sete vezes mais rápido do que os produtos comercializados convencionalmente, de acordo com um estudo da Bloomberg. “Empresas e setores inteiros têm tomado iniciativas e realizado projetos para reduzir os seus impactos no ambiente, entre eles grandes marcas como a Nestlé, JBS, McDonald’s, Amaggi, Bunge, Cargill, que cada vez mais estão em busca de zerar as emissões de carbono em suas operações”, ressalta Miranda.
Médias globais
Miranda enfatiza que a medição da pegada ambiental real da produção é essencial para sustentabilidade, porém, têm organizações que insistem em fazer as médias globais. “O que é péssimo, porque quando se fala em médias globais está se considerando produtivo produtores inferiores a você, que tem meia dúzia de frango no fundo do quintal lá no meio da África, por exemplo, e essa produção com certeza é pouco sustentável, então não deveríamos ser julgados por médias globais. É preciso medir a pegada na produção de matérias-primas, na produção de rações, no uso de rações e na eliminação do esterco de forma individualizada, para termos número reais das emissões por setor”, evidencia.
Mitigação de emissões GEE
Através da aplicação de melhores práticas, Miranda informa que estudos da FAO indicam redução de 17% nos níveis de emissões GEE na avicultura, destacando três medidas para alcançar essa mitigação: incremento da produtividade, reduzindo a perda e o desperdício de alimentos, melhor uso dos nutrientes com a consequente redução da concentração de nitrogênio no esterco e suas espécies reativas, e inibição do metano entérico essencial para uma redução rápida e eficaz dos GEE.
Miranda destacou ainda cinco estratégias para gestão da pegada de carbono na produção de aves: planejar, que consiste em conhecer bem a sua granja, estruturar, elaborar estratégias de curto, médio e longo prazo; medir a realidade da granja e onde estão os resultados impactantes; implementar diferentes frentes de trabalho, com alinhamento estratégico; monitorar a granja para garantir a execução dos processos e medir sua evolução para possíveis correções da forma de trabalho; e melhorar constantemente os processos de produção, porque sustentabilidade é uma jornada, traçar metas a cada ano. “A sustentabilidade deve fazer parte da gestão da granja, não tem mais como fugir disso”, encerra Miranda.
Fica a dica
- Assuma a responsabilidade por sua pegada ambiental
- Não seja julgado pelas médias da indústria
- Aplique as melhores práticas para garantir a melhoria contínua
- Reduza sua pegada ambiental e risco empresarial enquanto melhora a resiliência e rentabilidade da produção animal
- Envolva seus funcionários, criando uma cultura de propósito e sustentabilidade em sua empresa
- Eleve o valor de sua empresa ou da sua marca e seja um líder em sustentabilidade
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Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.
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Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
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Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.