Notícias Agronegócio
Plano Safra deve disponibilizar R$ 14,3 bilhões para investimentos em Santa Catarina
Plano Safra 2019/20 terá R$ 225,59 bilhões para investimentos em todo país, um aumento de 30% em relação ao último ano

Os agricultores e pescadores de Santa Catarina contarão com uma disponibilidade maior de recursos nesse Plano Safra. A expectativa é de que sejam destinados R$ 14,3 bilhões para crédito rural, seguro agrícola e apoio à comercialização da produção catarinense. O Plano Safra 2019/20 terá R$ 225,59 bilhões para investimentos em todo país, um aumento de 30% em relação ao último ano.
Se as cotas estaduais acompanharem o crescimento do Plano Nacional, Santa Catarina terá R$14,3 bilhões em recursos para a próxima safra. O crédito rural está disponível desde a segunda-feira (01), início do ano-safra, e contemplará pequenos e médios agricultores e pescadores.
“O Plano Safra é um apoio importante para a agricultura. Esse ano, o Governo Federal ampliou os recursos e mudou o foco do Plano, atendendo inclusive os pescadores. Em Santa Catarina, nós temos uma boa expectativa, esperamos buscar mais tecnologia e inovação para alavancar a produção catarinense”, ressalta o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Ricardo de Gouvêa.
Só o Branco do Brasil, uma das instituições que atuam com crédito rural, espera investir R$ 7,7 bilhões em Santa Catarina com o Plano Safra 2019/20, sendo R$ 2,2 bilhões para os pequenos produtores enquadrados no Programa de Agricultura Familiar (Pronaf), R$ 600 milhões para os médios produtores (Pronamp) e R$ 4,9 bilhões para os demais produtores e cooperativas. Sem contar os recursos captados por cooperativas de crédito e bancos privados.
Vantagens do Plano Safra
Os grandes atrativos do Plano Safra são as taxas de juros e o acesso ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro e Proagro Mais) e ao Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), exclusivos para quem tem crédito rural.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) e vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Zeferino Pedrozo, destaca que o conjunto de medidas anunciado pelo Governo Federal beneficia os produtores rurais e contempla vários pleitos apresentados pelo setor produtivo. “A unificação da agricultura, com pequenos, médios e grandes em um único plano, com a manutenção de taxas mais baixas para o Pronaf. E a ampliação dos recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR), que vai dobrar a área segurada no país. A medida terá impacto na atração de investimentos privados, inclusive investimentos internacionais”.
As taxas de juros para agricultores e pescadores são de 3% e 4,6% ao ano para pequenos; em 6% ao ano para os médios e pequenos produtores que não se enquadram no Pronaf; e em 8% para os demais.
Novidades
Os recursos para o Seguro Agrícola foram ampliados. Este ano, o Ministério da Agricultur, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou R$ 1 bilhão para subvenção ao seguro rural, mais do que o dobro do ano passado. Em Santa Catarina, os fruticultores, em especial produtores de maçã, são grandes beneficiários dessa linha de apoio.
Pela primeira vez, recursos do Pronaf poderão ser usados para construção e reforma de moradias de pequenos agricultores. Foram destinados R$ 500 milhões para essa finalidade, valor suficiente para construir 10 mil casas, de acordo com o Mapa.
As empresas de pescado e produtos da aquicultura, além das cooperativas de pescadores, contarão com financiamento para comercialização. Foram criados preços de referência para esses produtos.
Aplicação de recursos em Santa Catarina
No último Plano Safra, os produtores catarinenses mobilizaram aproximadamente R$ 11 bilhões em recursos, com mais de 122 mil contratos. Com 1,12% do território nacional, Santa Catarina respondeu por 7% das aplicações nacionais e por 13,6% das aplicações do Pronaf.
Os valores utilizados em Santa Catarina foram divididos em: R$ 4,11 bilhões para custeio; R$ 2 bilhões para investimentos; R$ 3,7 bilhões para comercialização e R$ 780 milhões para industrialização.
Soma-se ainda os R$ 3 bilhões aplicados por produtores enquadrados no Pronaf. Nessa modalidade foram 81,7 mil contratos, R$ 1,59 bilhão aplicados em atividades agrícolas e R$ 1,47 bilhão na pecuária.
Os números são disponibilizados pelo Banco Central do Brasil e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).

Notícias Antimicrobianos na agropecuária
Comissão de Agricultura aprova texto que suspende decreto do Pronara
Proposta cita conceitos vagos, falta de critérios técnicos e interferência indevida em políticas agrícolas e incentivos econômicos.

O projeto que susta os efeitos do Decreto nº 12.538/2025, que instituiu o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), foi aprovado nesta quarta-feira (26) na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, sob relatoria do deputado Pezenti (MDB-SC), coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O parlamentar argumenta que o Executivo extrapolou seu poder regulamentar ao criar uma política pública nacional sem autorização legislativa específica, envolvendo temas como política agrícola, incentivos econômicos e governança administrativa.

Deputado Pezenti: “O decreto introduz conceitos vagos e ideologicamente marcados, destituídos de base técnico-científica, em afronta ao princípio da segurança jurídica”
“O decreto introduz conceitos vagos e ideologicamente marcados, destituídos de base técnico-científica, em afronta ao princípio da segurança jurídica. Suas disposições interferem diretamente na política agrícola e na ordem econômica, ao impactar custos de produção, incentivos fiscais e instrumentos de crédito rural — temas que exigem disciplina legal”, explicou Pezenti.
De acordo com o autor do PDL 443/2025, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), coordenador da Comissão de Seguro Rural da FPA, o decreto propõe uma estrutura de governança que carece de critérios técnicos para sua implementação, e muitas das ações sugeridas sobrepõem-se a programas já consolidados, como o PARA (Anvisa) e o SINITOX (Fiocruz), criando riscos de duplicidade, aumento de burocracia e uso ineficiente de recursos.

Deputado Rodolfo Nogueira: “Este é um projeto importante para a segurança alimentar e para as garantias do produtor rural”
“Este é um projeto importante para a segurança alimentar e para as garantias do produtor rural. Lembrando que os defensivos agrícolas são insumos essenciais para a proteção das lavouras, e isso traz a garantia do alimento na mesa do povo brasileiro”, finalizou Nogueira.
A proposta segue agora para análise das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Notícias
Parque do Show Rural vira megacanteiro de obras para reforçar estrutura da edição 2026
Melhorias incluem 45 mil m² a mais de estacionamento, novas lanchonetes, pavimentação e estrutura ampliada para expositores.

O presidente da Coopavel e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) para Assuntos do Agronegócio, Dilvo Grolli, apresentou nesta quarta-feira (26) um panorama das obras em andamento e dos preparativos para a 38ª edição do Show Rural. Um dos maiores eventos técnicos do agronegócio mundial, o Show Rural será realizado de 09 a 13 de fevereiro de 2026. A tradicional missa de abertura está marcada para 11 horas de 08 de fevereiro, na área que abriga o parque desde 1989. “O parque parece um grande canteiro de obras. Inúmeras melhorias estão em curso para oferecer uma experiência única aos visitantes que estarão em Cascavel em busca de novidades para as atividades rurais”, afirmou, destacando o apoio histórico da Acic ao evento.

Presidente da Coopavel e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) para Assuntos do Agronegócio, Dilvo Grolli: “. Inúmeras melhorias estão em curso para oferecer uma experiência única aos visitantes que estarão em Cascavel em busca de novidades para as atividades rurais” – Fotos: Divulgação/Coopavel
Entre as intervenções estruturais citadas pelo presidente da Coopavel estão a ampliação do prédio da administração, a expansão do hub Espaço Impulso e a ampliação do galpão dedicado ao pequeno produtor. As iniciativas são desenvolvidas em parceria com o Itaipu Parquetec e a Itaipu Binacional.
Uma das principais frentes é a ampliação do estacionamento, que ganhará 45 mil metros quadrados adicionais. Com isso, a capacidade passará de 17 mil para 22 mil veículos e de 400 para mais de 700 ônibus por dia. Uma nova passarela, instalada no interior do antigo estacionamento, fará a ligação direta com o acesso principal do parque.
As obras de mobilidade também incluem a pavimentação asfáltica de mais de 2,5 quilômetros de vias, todas com cinco metros de largura, e a cobertura de 11 quilômetros de ruas, garantindo mais conforto ao público esperado para visitar os 600 expositores já confirmados.
O pacote de melhorias contempla ainda duas novas lanchonetes, novas linhas de buffet no restaurante e a reforma completa dos 28 conjuntos de banheiros. Uma nova área será aberta para expansão de estandes, acomodando expositores que buscam espaços mais amplos.
Grolli reforçou o caráter regional e a representatividade do evento. “O Show Rural é um evento de Cascavel e do Oeste do Paraná, que leva para o mundo o melhor do que somos e do que é o agronegócio brasileiro”, destacou.
A edição de 2026 terá como tema “A força que vem de dentro”. Tanto o acesso ao parque quanto o estacionamento seguirão gratuitos, como tradição do evento.
Notícias
Brasil busca ampliar lista de produtos com sobretaxa nos EUA
País aposta em articulação diplomática, crédito à indústria e agenda estratégica para consolidar presença no mercado americano.

Os impactos do tarifaço, as negociações do Brasil com o governo dos EUA e as medidas para ampliar o acesso dos produtos brasileiros àquele mercado foram temas da participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, na abertura da 3ª edição do Encontro Empresarial Brasil–EUA, nesta terça-feira (25).
Alckmin participou remotamente do encontro, que é promovido pela Amcham Brasil em São Paulo. “É diálogo e negociação. O próximo passo é excluir mais produtos e reduzir alíquotas. Vamos acelerar o processo”, afirmou Alckmin.
Nos últimos meses, os Estados Unidos eliminaram tarifas de 238 produtos, incluindo frutas, sucos, cafés e carnes, reduzindo para 22% a fatia das exportações brasileiras ainda sujeitas ao tarifaço, percentual que já foi de 36%. Outros 27% estão na Seção 232, alinhados à tributação global, e 51% entram no país com tarifa zero ou 10%.
Ao comentar as medidas adotadas pelo governo brasileiro, Alckmin destacou o Plano Brasil Soberano, com apoio para empresas impactadas e outras medidas, e ações do governo em áreas que podem ajudar nas negociações para retirada de todos os produtos das tarifas adicionais. “O Brasil não ficou parado diante do tarifaço. Colocamos em campo um plano robusto para proteger as empresas afetadas, com R$ 40 bilhões em crédito, juros menores e garantias ampliadas. Nosso objetivo é assegurar fôlego para quem perdeu mercado e manter a indústria brasileira competitiva”, destacou.
Ele reforçou também a importância das ações de médio e longo prazos, voltadas à inserção do Brasil em setores de alto valor agregado e tecnologias emergentes. “Estamos preparando o Brasil para a nova economia. Avançamos em temas estratégicos como data centers, inteligência artificial, energia renovável e minerais críticos. O programa Redata já está no Congresso e vai atrair investimentos de alto valor agregado para o país”, garantiu.
Diálogo e articulação
A secretária de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Tatiana Prazeres, participou do painel Diálogo com o Governo Brasileiro, realizado logo após a fala do presidente da República em exercício.
Ao lado do embaixador Fernando Pimentel, em um painel moderado pelo CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto, a secretária Tatiana destacou que os resultados recentes refletem avanços importantes na relação bilateral e reforçam o papel central do diálogo e da articulação entre governo e setor privado. “Os avanços recentes mostram que o diálogo funciona. Vimos progressos concretos e é fundamental manter essa coordenação entre governo e setor privado para seguirmos ampliando o acesso do Brasil ao mercado americano. A relação Brasil–Estados Unidos é estratégica e exige dedicação permanente, e os resultados reforçam que estamos no caminho certo”, avaliou Tatiana Prazeres.
Ao longo do diálogo, houve debate com as autoridades presentes sobre elementos relevantes para a estratégia negociadora brasileira, reforçando o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos.
Abrão Neto, por sua vez, falou sobre a o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos. “Este encontro reafirma algo que está na essência da Amcham: o compromisso de aproximar as duas maiores economias das Américas. A relação bilateral é indispensável, não apenas pela história que representa, mas pelo futuro que oferece aos nossos países”, disse.



