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Plano Safra 2024/25 tem juros altos e recursos abaixo do esperado

Taxas de juros acima das expectativas do setor deixam produtores apreensivos. Além disso, R$ 476 bilhões em crédito anunciados pelo governo federal estão abaixo dos R$ 565 bilhões reivindicados pelo agronegócio

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A safra 2024/25 começa com um desafio extra. Além do “risco Brasil” de todas as temporadas e as incertezas climáticas, os produtores rurais terão que pensar em formas de driblar as altas taxas de juros. Esse é o balanço do anúncio do Plano Safra 2024/25, que jogou um balde de água fria nas expectativas do setor produtivo. Se por um lado o montante de R$ 476 bilhões está acima do ano passado (R$ 338 bilhões), os recursos estão mais caros. A maior parte das linhas de investimento permanece com taxas elevadas, mesmo com o pedido do Sistema Faep/Senar-PR para que houvesse uma redução. Clique aqui para conferir o documento com as propostas do Sistema Faep/Senar-PR para o Plano Safra 2024/25.

As taxas de juros praticadas no Plano Safra estão diretamente ligadas com o montante reservado pelo governo federal no orçamento para fazer a chamada equalização. O pedido do setor produtivo era o valor acima de R$ 20 bilhões, mas o orçamento ficou abaixo, em R$ 16,7 bilhões (R$ 6,3 bilhões para agricultura convencional e R$ 10,4 bilhões para a agricultura familiar). “Nos preocupam essas taxas de juros, que variam de 8% a 12%. Havíamos solicitado que a taxa máxima fosse de 9% para algumas linhas de investimento, aquelas que têm maior prazo para pagamento. As taxas acima de dois dígitos não incentivam que o produtor faça novos investimentos”, problematiza Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR.

“O aumento em relação ao Plano Safra anterior repõe parte do que o produtor precisa, mas não é o suficiente em relação ao que é necessário para a captação de recursos pelos agricultores”, complementa Ana Paula.

Seguro rural

Nessa época do ano, quando ocorre o lançamento do Plano Safra, o setor aguarda as verbas suplementares para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Apesar do pedido de suplementação de R$ 2,1 bilhões ao governo federal, o anúncio foi de apenas R$ 210,9 milhões. O valor que estava previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 era de R$ 965,5 milhões, ou seja, em 2024 está previsto um valor de R$ 1,16 bilhão em subvenção, pouco mais de um terço do que o setor produtivo estima ser necessário: R$ 3 bilhões. “O acesso ao seguro é ainda mais importante nesse momento, porque tivemos alterações importantes nas regras do Proagro, que tornaram o programa mais caro, praticamente inviabilizando a sua contratação. Porém, a subvenção anunciada ficou muito aquém das expectativas e devemos ver ainda menos produtores contratando apólices”, lamenta Ana Paula.

Esse esvaziamento do seguro rural é um movimento recorrente nos últimos anos. O PSR, criado em 2006, tinha recebido aumentos sistemáticos, até chegar a R$ 1,1 bilhão em 2021. Desde então, o montante vem encolhendo, segundo dados do Atlas do Seguro Rural do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Essa tendência impacta diretamente na procura pelo seguro rural. Em 2021, foram 212,8 mil apólices contratadas em todo o Brasil. Em 2022, o número caiu para 123,1 mil e, em 2023, fechou em 106,6 mil. De janeiro a junho de 2024, foram apenas 32,1 mil apólices contratadas.

Trazendo o recorte para o Paraná, em 2021 os paranaenses contrataram 82,2 mil apólices, número que caiu para 46,8 mil em 2022 e para 36,6 mil em 2023. No primeiro semestre de 2024, foram apenas 13,8 mil apólices contratadas.

Ponto de atenção

O governo anunciou um desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros do custeio para atividades produtivas sustentáveis. Poderão acessar esse desconto beneficiários enquadrados no Pronamp e demais produtores, desde que sejam enquadrados em um dos quatro programas com certificação reconhecida pelo Mapa: Produção Integrada (PI Brasil-Mapa); Programa de Boas Práticas Agrícolas (BPA-Mapa); Produção Orgânica certificada por instituições certificadoras credenciadas pelo Mapa e Produção Orgânica certificada por organismos participativos de avaliação da conformidade orgânica, credenciados pelo Mapa. A certificação poderá ser validada pela instituição financeira mediante consulta à plataforma AgroBrasil + Sustentável.

Os mutuários do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro) também podem acessar o desconto na taxa de juros. O RenovAgro financia investimentos em recuperação de pastagens degradadas; implantação e melhoramento de sistemas orgânicos, de plantio direto, de integração lavoura-pecuária-floresta e agroflorestais; implantação, manutenção e melhoramento de florestas comerciais, sistemas de manejo de resíduos da produção animal; além de uso e produção de bioinsumos para uso próprio e adoção de práticas conservacionistas de uso dos recursos naturais, como correção de acidez e fertilidade do solo.

Atraso no anúncio foi criticado pela Faep

O anúncio do Plano Safra 2024/25 saiu com uma semana de atraso em relação ao que havia sido anunciado pelo governo federal. A princípio, o lançamento estava marcado para 26 de junho, véspera do início do ano-calendário da nova safra, que começou oficialmente em 1º de julho. O setor produtivo, no entanto, foi surpreendido com o adiamento para 3 de julho.

Por nota, o Sistema FAEP/SENAR-PR repudiou o adiamento. “Essa mudança tem impacto direto no planejamento de milhares de agricultores e pecuaristas do Paraná e dos demais Estados. Desta forma, produtoras e produtores rurais começaram a temporada em meio às incertezas”, destacou o documento.

Fonte: Assessoria Faep

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Mapa reúne gestores estaduais para definir estratégias para recuperação de áreas degradadas

Ações vão contribuir com a eficiência produtiva da agropecuária brasileira do ponto de vista econômico, social e ambiental.

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Foto: Divulgação/Mapa

Gestores públicos das secretarias que promovem o desenvolvimento rural em 10 estados brasileiros estiveram reunidos, nesta sexta-feira (5), por videoconferência, para planejar a execução de oficinas estaduais que definirão as ações para a conversão e recuperação e pastagens degradadas. As atividades contribuirão para elevar a eficiência produtiva da agropecuária brasileira dos pontos de vista econômico e social e ambiental.

Promovidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, por intermédio da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI/Mapa), as oficinas têm por objetivos compartilhar conhecimentos, identificar as áreas e propor ações prioritárias, com base nas diretrizes do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) e nas metas do Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária 2020-2030 (Plano ABC+).

De acordo com a secretária da SDI, Renata Miranda, as tecnologias de recuperação de pastagens degradadas vêm sendo trabalhadas no Mapa há mais de uma década, com a implementação do plano ABC, hoje ABC+, e ganha ainda mais espaço no Governo Federal, com a criação do programa interministerial, o PNCPD. As políticas públicas visam o fomento de boas práticas agropecuárias contribuindo com a preservação ambiental, o aumento da renda dos agricultores e a segurança alimentar.

“Apesar de temos uma robusta base de dados, é fundamental a participação e o olhar dos estados sobre essa análise territorial e as oficinas vão possibilitar essa interação. Ao final, teremos um estudo que, num futuro próximo, poderá ser amplamente utilizado na elaboração de estratégias de desenvolvimento econômico de áreas hoje consideradas improdutivas”, completou a secretária.

O primeiro encontro acontecerá em Cuiabá (MT), no dia 10 de julho, seguido por Campo Grande (24/7), Belo Horizonte (26/7), Salvador (29/7), Goiânia (01/8), Belém (6/8), Porto Velho (8/8), Palmas (15/8), São Paulo (30/8) e Porto Alegre (5/9). Nas oficinas, estão previstas a participação de representantes do Governo Federal, de instituições que compõe os Grupos Gestores Estaduais (GGE), de entidades sindicais, produtores rurais e convidados.

PNCPD

Criado dezembro de 2023, por meio do Decreto 11.815/2023, o PNCPD tem como finalidade de promover e coordenar políticas públicas destinadas à conversão de pastagens degradadas em sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis.

Entre as atividades previstas estão: a adoção e manutenção das tecnologias sustentáveis; o mapeamento das áreas prioritárias para o desenvolvimento de cadeias produtivas condizentes com a sociobioeconomia local e regional; o financiamento a produtores rurais; o desenvolvimento de planos de negócios de acordo com os mapas de aptidão (áreas e culturas/práticas agropecuárias prioritárias), entre outros. Práticas que podem ocorrer de forma direta ou indireta.

Fonte: Assessoria Mapa
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Médias de junho são as maiores do ano; exportação de soja é recorde

Impulso vem da firme demanda internacional pelo produto brasileiro e da valorização externa.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços da soja seguem em alta no mercado doméstico; em junho, atingiram as maiores médias do ano, em termos reais (IGP-DI de maio), de R$ 138,92/sc para o Indicador Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá e de R$ 133,98/sc de 60 kg no caso do Indicador Cepea/Esalq – Paraná, respectivos aumentos de 2,1% e 2,4% em relação ao mês anterior (maio de 2024).

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem da firme demanda internacional pelo produto brasileiro e da valorização externa.

Além disso, uma parcela de sojicultores se mostra resistente em comercializar grandes volumes, na expectativa de que a taxa cambial elevada continue favorecendo as exportações e, consequentemente, os preços do grão no Brasil.

No acumulado do primeiro semestre, os embarques de soja somaram 64,13 milhões de toneladas, um recorde para o período e 2,2% superior ao volume escoado em intervalo equivalente de 2023 – dados Secex.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Preços do milho iniciam julho com quedas mais intensas

Pressão vem do aumento da oferta do cereal no spot, com o bom andamento da colheita de segunda safra, e das desvalorizações externas.

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Foto: Shutterstock

O movimento de queda nos preços do milho foi intensificado na primeira semana de julho.

Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem do aumento da oferta do cereal no spot, com o bom andamento da colheita de segunda safra, e das desvalorizações externas.

Além disso, muitos consumidores brasileiros evitam adquirir grandes volumes, priorizando o recebimento de lotes negociados antecipadamente à espera de novas desvalorizações.

Do lado dos vendedores, embora se mostrem mais flexíveis, uma parcela ainda aposta em recuperações nos preços, fundamentados, conforme pesquisadores do Cepea, na menor produção nesta temporada e no clima desfavorável durante o desenvolvimento da atual safra – como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca no Sudeste e em partes do Centro-Oeste.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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