Avicultura
Importância do Plano de Contingência da Influenza aviária para a avicultura brasileira
A propagação do vírus acontece a partir do contato prolongado com aves infectadas, através de suas secreções ou excreções (fezes e urina).

A prevenção e detecção precoce dos casos suspeitos é uma tarefa a ser seguida por toda avicultura nacional. As medidas de biosseguridade devem ser reforçadas em todas as granjas e conscientizar os produtores e trabalhadores é nossa função!
O que é?
A Influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), ou como é popularmente conhecida gripe aviária, é uma doença de caráter viral que tem preocupado o mundo inteiro por ser altamente contagiosa e fatal.
A IAAP, conhecida mundialmente como HPAI (Highly Pathogenic Avian Influenza), vem acometendo diferentes partes do mundo e especialistas alegam que se trata do ciclo do vírus mais letal da história, o qual, além de infectar aves domésticas, também acomete aves aquáticas e alguns mamíferos selvagens.
O agente causador da doença pertence ao gênero influenza A, da família Orthomyxoviridae dividido em vários subtipos, sendo os mais relevante os subtipos H5, H7 e H9. Esse vírus nunca foi detectado no território nacional, sendo considerada exótica no Brasil, mas após a notificação de focos da doença pela América do Sul (Peru, Colômbia, Chile, Venezuela, Equador, Bolívia, Uruguai e Argentina) o Brasil intensificou as medidas de prevenção, o que coloca o país em estado de alerta sanitário máximo, visto que somos um dos maiores produtores e exportadores de produtos avícolas do mundo, e caso a doença chegue ao país, causará graves consequências ao comércio nacional/ internacional avícola.
Transmissão
A propagação do vírus acontece a partir do contato prolongado com aves infectadas, através de suas secreções ou excreções (fezes e urina). Os seres humanos podem ser afetados pelo vírus, mas a sua transmissão de pessoa para pessoa ainda não foi evidenciada – e apesar disso, a gripe aviária não é uma doença transmitida pela carne de aves e nem pelo consumo de ovos.
Turistas oriundos de áreas infectadas podem ser um vetor mecânico, por suas vestimentas e calçados. Após a visita de ambientes possivelmente contaminados, recomenda-se uma quarentena de pelo menos 15 dias até a visita da próxima granja.
Equipamentos, ração, ovos quebrados, carcaças de animais mortos, água e outros objetos contaminados também podem ser um veículo de transmissão dessa doença.
O contato de aves domésticas com aves silvestres é o fator predominante para a ocorrência de surtos da doença na indústria avícola, mas além da entrada do vírus através das aves migratórias, há outras formas de introduzir e disseminar a doença nas granjas:
– Movimentação internacional de aves.
– Criação de inúmeras espécies juntas.
Hospedeiro da Influenza aviária
O hospedeiro natural e reservatório do vírus são as aves aquáticas (patos, gansos, cisnes, garças, cegonhas, pelicanos etc.) que podem transportar diferentes cepas de vírus da gripe aviária dentro do seu trato respiratório e intestinal, podendo ser inofensivos ou fatal para a ave selvagem.
Quando há pouco ou nenhum sintoma, as aves tem a capacidade de disseminar o vírus entre os países vizinhos ou a longas distâncias nas suas rotas migratórias. O período de migração de aves para o hemisfério sul teve o início em novembro e deve estender-se até abril. Dessa forma, é recomendado atenção a qualquer mudança de comportamento das aves.
Na água e em fezes, o vírus de influenza pode ficar ativo durante longos períodos, principalmente em locais com baixas temperaturas.
Água de lagos e lagoas frequentadas por patos migratórios, são consideradas importantes fontes de contaminação e reinfecção de aves.
Sintomas
O sinal clínico nas aves pode ser extremamente variável dependendo da espécie infectada, idade, infecções concomitantes, fatores ambientais e imunidade adquirida.
• Em aves domésticas, os sintomas estão associados a anormalidades de órgãos respiratórios, digestivo, urinário e reprodutor, sendo assim, os sinais mais frequentes incluem tosse, coriza, sinusite, conjuntivite e excessivo lacrimejamento. Pode haver ainda quadro de diarreia, edema de barbela e desordens neurológicas.
• Em poedeiras pode ser observada intensa queda na postura e depressão.
• Em frangos de corte e matrizes pode ocorrer diarreia, edema nas juntas, inchaço da crista e barbela, queda de postura e produção de ovos, tosse, espirros, muco nasal e falta de coordenação motora.
• Em perus, quando associada a infecções secundárias, a doença pode ser severa.
• Em avestruzes pode ocorrer depressão, queda de penas, respiração com bico aberto, além de paralisia das asas e tremores de cabeça e pescoço.
• Em aves selvagens e patos domésticos, o vírus se replica mais lentamente sendo capaz de ocasionar poucos sinais clínicos.
Diagnóstico
Quando há uma suspeita de influenza, é preciso confirmar o diagnóstico através de testes laboratoriais. Em aves mortas, são retiradas amostras do pulmão, traqueia, intestino, cérebro, fígado ou sangue e são levadas para análise para investigar a detecção de RNA e/ou proteínas virais. Em aves vivas, são utilizados o soro sanguíneo e suabes de traqueia e cloaca. As amostras são enviadas para laboratórios devidamente credenciados junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária para o diagnóstico da Influenza A.
Onde notificar
A Influenza aviária altamente patogênica, o que inclui todos os vírus dos subtipos H5 e H7, é uma doença de notificação obrigatória aos órgãos de Defesa Sanitária Animal. Em casos de suspeita de influenza aviária, a notificação pode ser feita junto ao escritório de defesa da região, à CDA pelo telefone (19) 3045-3350 ou na plataforma e-Sisbravet do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Prevenção
Como é amplamente divulgado, o Brasil adota sistemas rígidos de biosseguridade nas granjas, sendo um exemplo para o mercado internacional. De quaisquer formas, os programas de prevenção devem ser intensificados no país, uma vez que o vírus já chegou na América do Sul.
Conforme preconizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, desinfetantes e detergentes devem ser utilizados como método preventivo da gripe aviária. A Chemitec® conta com uma linha completa de desinfetantes que podem ser utilizados no programa de desinfecção e biosseguridade das granjas avícolas.
A seguir, destacamos as medidas importantes de controle sanitário que devem ser intensificadas: As referências bibliográficas estão com as autoras. Contatos: regulatorio@chemitec.com.br e lilian.abreu@chemitec.com.br.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!

Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock
Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik
Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.






