Suínos
Plano ABC terá central nacional de monitoramento
O sistema de monitoramento das emissões é considerado um componente estratégico para o Plano ABC
O Brasil passa a contar, a partir de segunda-feira (21), com uma estrutura física especialmente criada para coordenar o sistema de monitoramento da redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na agropecuária, bem como da dinâmica de estoque de carbono no solo. Trata-se da sede da Plataforma Multi-institucional de Monitoramento das Reduções de Emissões de Gases de Efeito Estufa derivadas das ações do Plano ABC (Plataforma ABC).
A coordenação fica estrategicamente situada nas instalações da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), e vai ajudar no compromisso do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC).
Segundo o chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, a plataforma será um fator de agregação de competências das instituições envolvidas no monitoramento do Plano ABC.
Estarão alocadas as competências da Embrapa e de diversas instituições parceiras, capazes de gerar informações para um monitoramento robusto das estimativas de redução das emissões de GEE compromissadas para o Plano ABC. Cabe à plataforma a coleta, organização, análise, armazenamento e zelo pela segurança das informações e estimativas. Para tanto, a Plataforma ABC contará com um comitê diretor, que será responsável pela definição das suas diretrizes macroestratégicas e pelo acompanhamento do seu funcionamento.
O Comitê será composto por sete membros representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que atuará como presidente, e como secretário Executivo, um representante indicado pela Diretoria Executiva da Embrapa. O Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Rede Clima, instituições do sistema bancário (Banco Central ou Banco do Brasil), além da sociedade civil e do setor agropecuário privado, indicam um membro nato cada.
O sistema de monitoramento das emissões é considerado um componente estratégico para o Plano ABC. O monitoramento eficiente será a única forma de o País comprovar de que forma e em qual quantidade os setores da agricultura e pecuária brasileira estarão conciliando produção e sustentabilidade no mesmo pacote.
"É extremamente relevante o correto emprego das estratégias de monitoramento, de modo que possam garantir que as reduções sejam devidamente apuradas, contabilizadas e passíveis de serem comprovadas em 2020, inclusive para verificações de auditorias internacionais," afirma o pesquisador Celso Vainer Manzatto, da Embrapa Meio Ambiente, que será o responsável técnico da Plataforma ABC,
Ele destacou ainda o desafio técnico-cientifico da Plataforma para o estabelecimento de mecanismos de monitoramento – Mensuração, Relatório e Verificação (MRV). Esses mecanismos devem comprovar internacionalmente o cumprimento desses compromissos em discussão nas NAMAS (Nationally Appropriate Mitigation Actions), como forma de aumentar a participação dos países em desenvolvimento no esforço de redução das emissões de (GEE). Para isso, Manzatto explicou que o Comitê terá ainda um papel fundamental no diálogo e na mobilização de instituições públicas e privadas.
A sede é resultado da articulação iniciada em 2010 entre Embrapa, MMA e Mapa e a inauguração contará com a presença do presidente da empresa, Maurício Antônio Lopes e de diversas autoridades.
Mitigação e adaptação
O ABC é um plano setorial que busca organizar, planejar e programar ações para que, por meio de incentivos à adoção de sistemas e tecnologias sustentáveis de produção, seja possível aos produtores rurais aliar a produção com adequação ambiental, capacitando a viabilidade econômica na atividade rural.
O Plano é composto por sete programas relacionados a tecnologias de mitigação e ações de adaptação às mudanças climáticas. São eles: integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistema plantio direto (SPD), recuperação de áreas de pastagens degradadas, tratamento de dejetos animais, florestas plantadas, fixação biológica de nitrogênio (FBN), e por último, adaptação às mudanças climáticas.
Esses sistemas de produção, combinados ou não, são capazes de responder às responsabilidades assumidas pelo país, de forma voluntária, em 2009, na Dinamarca, durante a 15ª Conferência das Partes (COP-15).
Na ocasião, o Brasil assinou um compromisso de redução de emissões de GEE no país entre 36,1% e 38,9% das esperadas para 2020, tendo 2005 como ano-base. Os compromissos propostos para a agricultura que constituem a base do Plano ABC, possuem um potencial estimado para a mitigação de GEE da ordem de 133,9 a 162,9 milhões toneladas CO2 equivalente.
O protagonismo do Brasil
O planejamento estrutural para a realização de processos de mitigação de GEE é o resultado de esforço coordenado. O pesquisador Eduardo Delgado Assad, da Embrapa Informática Agropecuária (SP) participa das discussões para a implantação do Plano ABC desde o ano de 2009.
Ele conta que todas as etapas do projeto e a implantação do Plano contaram com o envolvimento direto do Governo Federal, dos ministérios e secretarias relacionados ao tema, universidades, entidades do terceiro setor, órgãos financiadores, Institutos de pesquisas, além da Embrapa.
O pesquisador avalia que o Plano ABC coloca o Brasil como protagonista mundial na redução dos gases efeito estufa a partir da agropecuária e que poucos países possuem um planejamento similar. "Enquanto o mundo ainda discute sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), ou integração lavoura-pecuária-floresta – (ILPF), o Brasil promove e estuda esses sistemas há mais de três décadas", ressalta Assad.
Cenários com áreas de degradação dos solos, verificados ainda nos anos 1980, mobilizaram pesquisadores que acabaram por oferecer sistemas produtivos mais sustentáveis para a agropecuária brasileira, nos quais os aumentos de produtividade animais e vegetais passaram a conviver com a possibilidade de preservação dos recursos naturais.
Graças ao esforço de implantação de tecnologias de produção de baixa emissão, o Brasil possui hoje 92 Unidades de Referência Tecnológica e mais de três milhões de hectares em que esses sistemas foram adotados.
"Essa é uma oportunidade da qual o País não pode abrir mão. Trata-se de um ativo valioso a ser conduzido com extremo cuidado. Não estamos tratando somente da possibilidade de produzir carne, grãos e fibra, mas de agregar pegada verde a esses produtos, com chancela de boas práticas de produção, em um mercado que anseia por isso," explicou Assad.
Manzatto concorda. Para ele, há um caminho a se percorrer, que passa pelo desenvolvimento dos mecanismos de monitoramento das reduções de emissões de GEE, para avaliar a efetividade do Plano ABC. "Posteriormente, com as devidas comprovações internacionais das reduções de emissões da nossa agricultura tropical, essas ações irão contribuir para gerar novas oportunidades de negócios para a produção brasileira, em mercados mais seletos," disse o pesquisador frisando que isso acontecerá à medida que produtores forem progressivamente adotando sistemas de produção sustentáveis.
A contribuição da Embrapa
Atualmente o Brasil conta com mais de 40 Sistemas Integrados de Produção, a grande maioria testada na Embrapa. Assad ressalta que a Empresa possui pesquisas em campos experimentais nessa área há mais de 30 anos. Destaca o trabalho pioneiro de pesquisa básica, sobre verificação de carbono no solo e emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), iniciada principalmente nas Unidades da Embrapa Cerrados (DF), Solos (RJ), Agrobiologia (RJ) e Meio Ambiente (SP).
Para o pesquisador, este é o momento de aperfeiçoar a produção agrícola no Brasil, fortalecendo os modelos integrados, capazes de produzir grãos, carne, leite e produtos madeireiros e não madeireiros ao longo de todo o ano. Ele ressalta que as fazendas adotantes desse modelo se tornam altamente competitivas em termos produtivos, além de incorporar benefícios econômicos e ambientais ao empreendimento.
"Temos 170 milhões de hectares de pastagens com potencial e capacidade de transformá-los em sistemas da agricultura ABC da melhor maneira possível, beneficiando produtores, o País e o ambiente", acredita Assad.
Carbono como moeda
Quando instituições financeiras e bancos centrais de países influentes passaram a considerar as mudanças climáticas como fator de risco para a estabilidade financeira mundial, uma nova moeda de troca começou a surgir: o carbono. Ela tem origem na interpretação do Artigo 117, do Acordo de Combate ao Aquecimento Global, firmado por 195 países, incluindo o Brasil, e que versa sobre o valor social e econômico das ações de mitigação.
Enquanto se discute a definição adequada para a retenção do carbono, o mercado deste tipo de "título verde" prospera. Os "green bonds" servem para financiar empreendimentos que invistam em tecnologias de mitigação das emissões de carbono, ou que reduzam o consumo de água, matérias-primas e energia. Segundo o Climate Bonds Initiative, organização sem fins lucrativos da Inglaterra, esses títulos poderão movimentar até U$100 trilhões no mercado nos próximos anos.
Os títulos se configuram como dívida de longo prazo e são usados para financiar projetos sustentáveis, como os que contemplam as boas práticas agrícolas, por exemplo. Com isso, ajudam na redução das emissões de GEE, minimizam o aquecimento do planeta, valoram a produção e aumentam a oferta de alimentos seguros, entre outras vantagens.
O Brasil passa a contar, a partir de segunda-feira (21), com uma estrutura física especialmente criada para coordenar o sistema de monitoramento da redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na agropecuária, bem como da dinâmica de estoque de carbono no solo. Trata-se da sede da Plataforma Multi-institucional de Monitoramento das Reduções de Emissões de Gases de Efeito Estufa derivadas das ações do Plano ABC (Plataforma ABC).
A coordenação fica estrategicamente situada nas instalações da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), e vai ajudar no compromisso do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC).
Segundo o chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, a plataforma será um fator de agregação de competências das instituições envolvidas no monitoramento do Plano ABC.
Estarão alocadas as competências da Embrapa e de diversas instituições parceiras, capazes de gerar informações para um monitoramento robusto das estimativas de redução das emissões de GEE compromissadas para o Plano ABC. Cabe à plataforma a coleta, organização, análise, armazenamento e zelo pela segurança das informações e estimativas. Para tanto, a Plataforma ABC contará com um comitê diretor, que será responsável pela definição das suas diretrizes macroestratégicas e pelo acompanhamento do seu funcionamento.
O Comitê será composto por sete membros representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que atuará como presidente, e como secretário Executivo, um representante indicado pela Diretoria Executiva da Embrapa. O Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Rede Clima, instituições do sistema bancário (Banco Central ou Banco do Brasil), além da sociedade civil e do setor agropecuário privado, indicam um membro nato cada.
O sistema de monitoramento das emissões é considerado um componente estratégico para o Plano ABC. O monitoramento eficiente será a única forma de o País comprovar de que forma e em qual quantidade os setores da agricultura e pecuária brasileira estarão conciliando produção e sustentabilidade no mesmo pacote.
"É extremamente relevante o correto emprego das estratégias de monitoramento, de modo que possam garantir que as reduções sejam devidamente apuradas, contabilizadas e passíveis de serem comprovadas em 2020, inclusive para verificações de auditorias internacionais," afirma o pesquisador Celso Vainer Manzatto, da Embrapa Meio Ambiente, que será o responsável técnico da Plataforma ABC,
Ele destacou ainda o desafio técnico-cientifico da Plataforma para o estabelecimento de mecanismos de monitoramento – Mensuração, Relatório e Verificação (MRV). Esses mecanismos devem comprovar internacionalmente o cumprimento desses compromissos em discussão nas NAMAS (Nationally Appropriate Mitigation Actions), como forma de aumentar a participação dos países em desenvolvimento no esforço de redução das emissões de (GEE). Para isso, Manzatto explicou que o Comitê terá ainda um papel fundamental no diálogo e na mobilização de instituições públicas e privadas.
A sede é resultado da articulação iniciada em 2010 entre Embrapa, MMA e Mapa e a inauguração contará com a presença do presidente da empresa, Maurício Antônio Lopes e de diversas autoridades.
Mitigação e adaptação
O ABC é um plano setorial que busca organizar, planejar e programar ações para que, por meio de incentivos à adoção de sistemas e tecnologias sustentáveis de produção, seja possível aos produtores rurais aliar a produção com adequação ambiental, capacitando a viabilidade econômica na atividade rural.
O Plano é composto por sete programas relacionados a tecnologias de mitigação e ações de adaptação às mudanças climáticas. São eles: integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistema plantio direto (SPD), recuperação de áreas de pastagens degradadas, tratamento de dejetos animais, florestas plantadas, fixação biológica de nitrogênio (FBN), e por último, adaptação às mudanças climáticas.
Esses sistemas de produção, combinados ou não, são capazes de responder às responsabilidades assumidas pelo país, de forma voluntária, em 2009, na Dinamarca, durante a 15ª Conferência das Partes (COP-15).
Na ocasião, o Brasil assinou um compromisso de redução de emissões de GEE no país entre 36,1% e 38,9% das esperadas para 2020, tendo 2005 como ano-base. Os compromissos propostos para a agricultura que constituem a base do Plano ABC, possuem um potencial estimado para a mitigação de GEE da ordem de 133,9 a 162,9 milhões toneladas CO2 equivalente.
O protagonismo do Brasil
O planejamento estrutural para a realização de processos de mitigação de GEE é o resultado de esforço coordenado. O pesquisador Eduardo Delgado Assad, da Embrapa Informática Agropecuária (SP) participa das discussões para a implantação do Plano ABC desde o ano de 2009.
Ele conta que todas as etapas do projeto e a implantação do Plano contaram com o envolvimento direto do Governo Federal, dos ministérios e secretarias relacionados ao tema, universidades, entidades do terceiro setor, órgãos financiadores, Institutos de pesquisas, além da Embrapa.
O pesquisador avalia que o Plano ABC coloca o Brasil como protagonista mundial na redução dos gases efeito estufa a partir da agropecuária e que poucos países possuem um planejamento similar. "Enquanto o mundo ainda discute sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), ou integração lavoura-pecuária-floresta – (ILPF), o Brasil promove e estuda esses sistemas há mais de três décadas", ressalta Assad.
Cenários com áreas de degradação dos solos, verificados ainda nos anos 1980, mobilizaram pesquisadores que acabaram por oferecer sistemas produtivos mais sustentáveis para a agropecuária brasileira, nos quais os aumentos de produtividade animais e vegetais passaram a conviver com a possibilidade de preservação dos recursos naturais.
Graças ao esforço de implantação de tecnologias de produção de baixa emissão, o Brasil possui hoje 92 Unidades de Referência Tecnológica e mais de três milhões de hectares em que esses sistemas foram adotados.
"Essa é uma oportunidade da qual o País não pode abrir mão. Trata-se de um ativo valioso a ser conduzido com extremo cuidado. Não estamos tratando somente da possibilidade de produzir carne, grãos e fibra, mas de agregar pegada verde a esses produtos, com chancela de boas práticas de produção, em um mercado que anseia por isso," explicou Assad.
Manzatto concorda. Para ele, há um caminho a se percorrer, que passa pelo desenvolvimento dos mecanismos de monitoramento das reduções de emissões de GEE, para avaliar a efetividade do Plano ABC. "Posteriormente, com as devidas comprovações internacionais das reduções de emissões da nossa agricultura tropical, essas ações irão contribuir para gerar novas oportunidades de negócios para a produção brasileira, em mercados mais seletos," disse o pesquisador frisando que isso acontecerá à medida que produtores forem progressivamente adotando sistemas de produção sustentáveis.
A contribuição da Embrapa
Atualmente o Brasil conta com mais de 40 Sistemas Integrados de Produção, a grande maioria testada na Embrapa. Assad ressalta que a Empresa possui pesquisas em campos experimentais nessa área há mais de 30 anos. Destaca o trabalho pioneiro de pesquisa básica, sobre verificação de carbono no solo e emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), iniciada principalmente nas Unidades da Embrapa Cerrados (DF), Solos (RJ), Agrobiologia (RJ) e Meio Ambiente (SP).
Para o pesquisador, este é o momento de aperfeiçoar a produção agrícola no Brasil, fortalecendo os modelos integrados, capazes de produzir grãos, carne, leite e produtos madeireiros e não madeireiros ao longo de todo o ano. Ele ressalta que as fazendas adotantes desse modelo se tornam altamente competitivas em termos produtivos, além de incorporar benefícios econômicos e ambientais ao empreendimento.
"Temos 170 milhões de hectares de pastagens com potencial e capacidade de transformá-los em sistemas da agricultura ABC da melhor maneira possível, beneficiando produtores, o País e o ambiente", acredita Assad.
Carbono como moeda
Quando instituições financeiras e bancos centrais de países influentes passaram a considerar as mudanças climáticas como fator de risco para a estabilidade financeira mundial, uma nova moeda de troca começou a surgir: o carbono. Ela tem origem na interpretação do Artigo 117, do Acordo de Combate ao Aquecimento Global, firmado por 195 países, incluindo o Brasil, e que versa sobre o valor social e econômico das ações de mitigação.
Enquanto se discute a definição adequada para a retenção do carbono, o mercado deste tipo de "título verde" prospera. Os "green bonds" servem para financiar empreendimentos que invistam em tecnologias de mitigação das emissões de carbono, ou que reduzam o consumo de água, matérias-primas e energia. Segundo o Climate Bonds Initiative, organização sem fins lucrativos da Inglaterra, esses títulos poderão movimentar até U$100 trilhões no mercado nos próximos anos.
Os títulos se configuram como dívida de longo prazo e são usados para financiar projetos sustentáveis, como os que contemplam as boas práticas agrícolas, por exemplo. Com isso, ajudam na redução das emissões de GEE, minimizam o aquecimento do planeta, valoram a produção e aumentam a oferta de alimentos seguros, entre outras vantagens.
Fonte: Ass. Imprensa

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
