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Planejamento forrageiro incrementa em 40% a produção de leite no RS
Grande parte desse resultado se deve ao uso de pastagens perenes e precoces, capazes de resolver os vazios forrageiros nas entressafras

O planejamento forrageiro tem se mostrado eficiente para aumentar a produção leiteira em propriedades do Balde Cheio no Rio Grande do Sul. Dados de fazendas integrantes do programa indicam que o uso de pastagens perenes e precoces, além de outros ajustes tecnológicos no manejo animal, incrementaram em até 40% a produção de leite por vaca, trazendo um caráter inovador ao manejo forrageiro e animando os produtores que participam do projeto no estado.
Planejar a propriedade para o cultivo das pastagens é uma tarefa que exige conhecimento sobre o ambiente de produção e assessoria técnica. A análise do solo, para correção da acidez e adubação, por exemplo, é uma das tarefas básicas. Mas outro aspecto geral, além da busca pelo incremento da produção, tem avizinhado o trabalho de gestão dos pastos realizado nas propriedades do Balde Cheio no RS: os vazios forrageiros que ocorrem no estado nos períodos de transição entre as estações quentes e frias do ano.
A alternativa encontrada pelos técnicos para atacar o problema foi a perenização da produção forrageira, com o uso de pastagens como BRS Kurumi, BRS Capiaçu e tíftons (grama perene forrageira), além do capim-sudão BRS Estribo, que apesar de não ser perene, tem possibilidade de semeadura precoce e longo ciclo de produção. “O aspecto inovador está em oferecer pastagens perenes de verão como alternativa para vazios forrageiros, e por consequência, elas também fornecem pasto até o outono do ano seguinte, porque concluem o ciclo com a chegada do inverno e a presença de geadas”, explica o analista da Embrapa Clima Temperado Sérgio Bender, um dos coordenadores do Balde Cheio no estado.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, que também é uma das coordenadoras do programa no RS, Renata Suñé, as plantas perenes apresentam muitos benefícios aos sistemas de produção. “Uma das vantagens das forrageiras perenes é que no começo da estação favorável, elas já estão estabelecidas e com seu sistema radicular desenvolvido. Isso possibilita a rápida produção de forragem e consumo. Além disso, embora tenham um custo inicial de implantação mais alto, nos anos seguintes o custo é muito baixo, já que
depende apenas da refertilização. Outra vantagem é que, por conta do sistema radicular mais robusto, elas protegem melhor o solo do pisoteio e, uma vez que são perenes, não apresentam períodos de solo descoberto, como no caso da implantação das anuais”, destaca.
Segundo a engenheira agrônoma Adriana Vargas, que representa a Fundação Maronna e atende uma propriedade do Balde Cheio em Alegrete (RS), o planejamento forrageiro é etapa fundamental para o sucesso da atividade leiteira, principalmente se o sistema de produção for à base de pastagem, como no caso da Fronteira Oeste do estado. “No projeto Balde Cheio é um dos fundamentos para se ter uma produção com baixo custo e estável ao longo do ano”, ressalta.
Nas propriedades atendidas, o planejamento é estruturado também para minimizar os efeitos negativos dos vazios forrageiros do outono e da primavera, bem como da estiagem. “O produtor é orientado pelos técnicos a implantar espécies e variedades que se adequem ao tipo de solo e sistema de produção da sua propriedade. As perenes de verão tífton 85 e BRS Kurumi são algumas variedades recomendadas, assim como o capim-sudão BRS Estribo, que tem se destacado como forrageira muito adaptável a diversos tipos de solo e fertilidade, principalmente pela sua tolerância ao déficit hídrico”, pontua Vargas.
Manejo anual de pastagens apresenta problemas nas entressafras
Historicamente os produtores de leite do RS utilizam pastagens anuais de verão e de inverno. No inverno, a preferência é por aveia e azevém e no verão, pelo milheto. “Essa estratégia de manejo gera um problema de vazio forrageiro nas entressafras, quando termina o ciclo de uma cultura e ainda não se iniciou o ciclo da outra”, explica Bender.
As pastagens anuais de verão encerram o ciclo de produção até o mês de abril e as pastagens anuais de inverno iniciam o ciclo a partir do mês de maio. Assim os meses de abril e maio são um período crítico na Região Sul do País. Da mesma forma, os meses de outubro, novembro e dezembro também vão apresentar uma falta de alimento no campo. “É necessário ter pastagens implantadas para esse período de entressafras. As pastagens precoces e perenes vêm demonstrando bom desempenho nos experimentos de pesquisa para a produção de leite”, pondera o analista.
O diferencial das pastagens precoces e perenes
Para o inverno, os trigos de duplo propósito, como os materiais genéticos da Embrapa BRS Tarumã e BRS Pastoreio, podem ser alternativas para o planejamento forrageiro. Essas variedades forrageiras precoces podem ser plantadas no mês de março, com a opção de estarem disponíveis no mês de abril, e ainda aptas para o pastejo em maio e junho. “Após a liberação dessa área, pode-se retirar o rebanho leiteiro e permitir que a planta siga o seu ciclo até alcançar o estágio de grão, o qual pode ser armazenado seco, para produzir ração, ou mesmo para cortar e fazer silagem, antes de chegar o seu período de maturação”, observa Bender.
Na primavera, o que pode ser modificado é o uso de pastagens perenes de verão, porque já estão estabelecidas na área. Em setembro, são mais quentes e com maior período de luz, possibilitando que as pastagens comecem a vegetar. Ao chegar outubro, já estão disponíveis para os animais pastejarem com qualidade e com volume, ao passo que uma pastagem anual de verão demandaria uma espera até outubro para início do plantio, para apenas em dezembro a pastagem ser oferecida.
Resultados são destacados na produção de leite
O projeto Balde Cheio tem um ano de execução no Rio Grande Sul, e após a tecnificação continuada de técnicos e produtores (mesmo com a pandemia houve o acompanhamento virtual), uma das propriedades integrantes, na localidade de Barão, região da Serra Gaúcha, vem aumentando sua produção ao conquistar 1.350 litros de leite a mais por mês.
Segundo o técnico capacitado pelo projeto Leison Prediger, isso significa que houve um acréscimo de 40% em média de aumento de produção por vaca. “A implantação do projeto resultou também em economia de alimento para mais vacas, pois o rebanho foi reduzido em cinco vacas (foi avaliado o desempenho reprodutivo e leiteiro desses animais e os que não produziam eram descartados), sobrando alimento para as demais. Outro fator positivo desse resultado de produção é a maior disponibilidade de matéria seca pela escolha de alternativas forrageiras de melhor qualidade”, analisa.
Os técnicos Ederson de Andrade e Jaqueline Bernardi apontam também significativa mudança em uma das propriedades participantes, localizada em Soledade, também na região da serra. Há um ano, o produtor contava com 10 vacas, alcançando entre sete e oito litros por vaca/dia, mas perdeu dois desses animais. Dedicava apenas um hectare de pastagens para alimento das vacas leiteiras e oferecia campo nativo, sendo que havia uma parte da propriedade arrendada para plantio de soja. Com as estratégias de manejo do projeto, o produtor conseguiu adquirir mais duas vacas, e assim voltou a ter um rebanho com 10 animais, além de adquirir mais cinco bezerras para criação ao melhorar a genética das vacas, usando técnicas de inseminação.
“O produtor rural recuperou sua área, aumentou a disponibilidade de campo nativo e pôde plantar pastagens de inverno utilizadas nesta estação de 2020. Com novas adoções tecnológicas em planejamento forrageiro, neste inverno, ele conquistou a produção em média de 18 litros por vaca/dia”, relata Ederson.
“O produtor triplicou sua produção e reconquistou a confiança na tecnologia e isso justifica os investimentos que foram feitos e vividos pela família, que também conseguiu fazer melhorias em sua residência. Eles passaram de uma comercialização de leite entre 1.800 e 2 mil reais por mês, chegando hoje a 6.500 a 7 mil por mês”, completa o técnico.
A propriedade com 15 hectares agora tem novo desenho agrícola: seis hectares para cultivo de pastagens, um hectare de milho para produção de silagem, e os demais hectares para pastejo do rebanho leiteiro em campo nativo.
Também presente na Fronteira Oeste gaúcha, em Alegrete, o Balde Cheio entrega resultados. Segundo o instrutor técnico do projeto Juliano Alarcom Fabrício, o planejamento forrageiro vem fazendo a diferença na região. “Em uma Unidade Demonstrativa de 100 hectares, iniciamos com o cultivo de aveia, azevém e sementes melhoradas em apenas sete hectares, saindo de uma produção leiteira de sete litros/dia/vaca e passando, no inverno de 2020, a 30 litros/dia/vaca”, conta.
De acordo com Fabrício, na mesma propriedade, na primavera, foi possível minimizar os vazios forrageiros desse período pelo uso de irrigação sob as áreas de pastagens. Nessas propriedades foram usadas pastagens perenes, gramíneas tifton, forrageira que também contribuiu para o desempenho dos animais, que passaram a ser lotados a campo sob pastejo entre sete e dez vacas/ha, propiciando o uso das demais áreas para outros cultivos.
Em busca do crescimento da pecuária leiteira
A Região Sul do País ocupa a segunda colocação na produção brasileira de leite, em 2020. Ao atingir metas de produção superiores às esperadas, o agro brasileiro se destaca com índices de crescimento constante e permanente durante o período da pandemia de Covid-19. Esse fato tem estimulado a cadeia produtiva, já que em 2019 o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul, realizado pela Emater/RS, apontou uma perda de cerca de 46 mil produtores de leite, entre os anos de 2015 e 2019, uma redução de 23,16%. Segundo a empresa de assistência técnica e extensão rural, esse mesmo estudo faz uma projeção para que nos próximos dez anos 138 mil produtores abandonem o setor leiteiro.
Diante dessa problemática, a Embrapa surge com soluções tecnológicas de forma a tecnificar o produtor de leite para que permaneça na atividade. A partir do Balde Cheio, é realizada em todo o Brasil a capacitação continuada de técnicos, dentro das propriedades rurais leiteiras, envolvendo a parceria entre instrutores técnicos e produtores rurais. O programa retornou ao sul do País em agosto de 2019, em duas regiões do RS: Serra Gaúcha, ao contemplar os municípios de Nova Petrópolis, Soledade, Barão e Vila Flores, com apoio da Cooperativa Piá; e a Fronteira Oeste, centralizada no município de Alegrete, a qual integra sete propriedades rurais, em parceria com a Associação dos Produtores de Leite – Acripleite, e inclui a área de produção de leite experimental da Fundação Maronna. O projeto no estado é identificado como Balde Cheio no Rio Grande do Sul.
O trabalho desenvolvido com a tecnologia do planejamento forrageiro, por exemplo, é uma alternativa levantada pela pesquisa agropecuária para esse setor e é aplicada dentro do projeto. Por meio dessa adoção tecnológica, a alimentação não é mais uma dificuldade para a produção dos animais, pois há diferentes cultivares de forrageiras oferecidas para atender às variadas necessidades de cada sistema de produção.

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Paraná registra menor emissão de gases de efeito estufa em 15 anos
Relatório elaborado pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, apontou que o Paraná apresentou queda de 10,03% nas emissões, consolidando o Estado como referência nacional em ação climática.

O Paraná registrou em 2024 o menor volume nas emissões brutas de gases de efeito estufa (GEE) em 15 anos. Segundo a 13ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), coordenada pelo Observatório do Clima, divulgada neste mês, o Estado apresentou uma redução de 10,03%, o índice mais baixo desde 2009.
O levantamento revela que as emissões caíram de 77,05 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (MtCO₂e) para 69,32 MtCO₂e no período. O resultado coloca o Paraná entre as unidades da federação que mais reduziram emissões no País, com o 14º menor volume total de difusões atmosféricas.
De acordo com a coordenadora de Ação Climática e Relações Internacionais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Walquíria Biscaia, a diminuição representa um avanço importante para o Estado na busca pela neutralidade climática. “O número demonstra que as políticas estaduais estão gerando resultados concretos tanto na redução de emissões quanto no aumento da captura de carbono pela vegetação. Essa queda indica que o Estado está conseguindo alinhar desenvolvimento econômico e proteção ambiental, consolidando o Paraná como referência em ação climática”, destaca.
Entre as iniciativas de destaque, ela cita o Selo Clima Paraná – registro público estadual de emissões de GEE, com adesão crescente de empresas e organizações públicas; o Plano de Ação Climática do Paraná (PAC-PR 2024–2050); e o Plano de Descarbonização da Economia Paranaense (Pedep), que apoiam municípios e setores produtivos na transição para práticas sustentáveis.
“É um planejamento robusto, que inclui ainda outras ações como o Mapeamento de Vulnerabilidades Climáticas, conduzido pela Sedest em parceria com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), e o Programa Previna, de combate a incêndios e a proteção de áreas naturais”, explica Walquíria.
Além disso, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Sedest, o Estado firmou acordo com o Secretariado da Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (ONU) para compensação de emissões. O órgão paranaense vai reparar o carbono emitido por atividades do escritório do secretariado através da restauração ambiental de áreas degradadas no Estado.
O vínculo é até 2030 e prevê diferentes métodos de restauração, como o plantio de árvores nativas e a condução da regeneração natural. Para certificar a compensação, o Estado vai emitir relatórios e fornecer ao órgão todas as informações relacionadas às áreas em recuperação.
“Temos um grande número de empresas e instituições que reconhecem o Paraná como um estado que vai liderar a questão da sustentabilidade e que defende a biodiversidade de forma efetiva”, afirmou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.
Outro ponto é que o órgão intensificou a fiscalização ambiental. Segundo o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) no Brasil, divulgado pelo MapBiomas, iniciativa multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia, o Paraná reduziu em 64,9% do desmatamento ilegal da Mata Atlântica no Paraná de 2023 para 2024. A manutenção das florestas impacta diretamente no aumento da captura de carbono pelos ecossistemas.
O Instituto faz medições de emissões atmosféricas periodicamente, em chaminés de indústrias licenciadas, conforme parâmetros definidos pela Resolução Sedest nº 02/2025. Nesses pontos, são analisados os principais poluentes lançados na atmosfera, com o objetivo de verificar se as emissões estão dentro dos padrões permitidos.
A qualidade do ar também é monitorada de forma contínua, por meio de estações que seguem os critérios estabelecidos pela Resolução Conama nº 506/2024. Esses dados permitem acompanhar a evolução da poluição atmosférica e orientar políticas públicas de controle e prevenção. Quando constatadas emissões acima dos limites legais, o IAT realiza autuação e instaura processo administrativo contra o empreendimento responsável. As penalidades variam conforme a gravidade da infração.
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Brasil reúne adidos agrícolas para alinhar expansão de mercados e fortalecer comércio internacional
Evento em Brasília destaca avanços diplomáticos, parcerias institucionais e os resultados da estratégia de abertura e ampliação de mercados conduzida pelo Mapa.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou, na quarta-feira (26), da abertura oficial do Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas, realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em Brasília (DF).
O evento tem como tema principal “Parcerias que vão Além” e reúne 54 adidos agrícolas, sendo 40 em missão e 14 recém-designados, além das equipes dos escritórios da ApexBrasil em Bogotá, Miami, Bruxelas, Moscou, Dubai, Lisboa e Pequim.
Na ocasião, o ministro Carlos Fávaro evidenciou a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reconstruir a credibilidade internacional do Brasil. “Parece que alguma coisa falava para ele: em algum momento vai acontecer uma mudança e a geopolítica e as relações comerciais serão muito afetadas, e o Brasil precisa estar preparado. Ele foi lá, começou a escalar o time, escolheu o Jorge para estar na Apex, nos escolheu para estar no Mapa, escolheu o time do MRE, escolheu o vice-presidente no MDIC. Essas escolhas foram determinantes para reposicionar o país no cenário global”, afirmou.
Destacou o papel fundamental das adidâncias agrícolas para o crescimento do comércio brasileiro no exterior e a importância do trabalho conjunto entre governo, adidos e setor produtivo. “É um momento muito especial. Todos nós fazemos parte da história que está acontecendo no mundo. Os adidos agrícolas contribuem abrindo muitas portas. Cada abertura e ampliação de mercados é mais emprego, mais desenvolvimento e mais oportunidade”, afirmou Fávaro.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua, reforçou a importância estratégica do encontro e das parcerias institucionais. “Este é um momento de celebração das conquistas que alcançamos até aqui. Dos 491 mercados que abrimos pelo mundo e das mais de 200 ampliações, boa parte só foi possível graças ao trabalho dos adidos agrícolas, ao apoio das embaixadas e à promoção comercial conduzida pela ApexBrasil. Mas também é um momento de planejamento. O cenário internacional muda a cada segundo e precisamos estar preparados, com diretrizes claras, para avançar ainda mais em 2026”, destacou.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou os resultados expressivos alcançados pelo Brasil até outubro deste ano, demonstrando o fortalecimento da presença internacional do país. “Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil já alcançaram 74 bilhões de dólares este ano, um número que não víamos há mais de uma década. Esses resultados são fruto do trabalho de todos nós, da credibilidade que o país voltou a conquistar e do empenho das nossas equipes no Brasil e no exterior”, afirmou.
Ao falar sobre os avanços recentes, o ministro Carlos Fávaro salientou o impacto econômico das aberturas de mercado e das negociações sanitárias conduzidas pelas equipes do Mapa e pelos adidos agrícolas. “A consequência do nosso trabalho tem efeitos para toda a sociedade brasileira. Eu acredito no trabalho, na perseverança e na dedicação, e é isso que faz as coisas acontecerem”, disse.
Na oportunidade, as autoridades ressaltaram o impacto da estratégia de abertura e ampliação de mercados conduzida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores. Já são US$ 3 bilhões em novos negócios, e mais US$ 33 bilhões previstos.
Integraram também a mesa de abertura a presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá, e o embaixador especial da FAO para o Cooperativismo e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
Encontro nacional do agro e dos adidos agrícolas
Realizado pelo Mapa e pela ApexBrasil, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Encontro está sendo realizado desde o dia 24 de novembro e vai até 2 de dezembro.
O objetivo é estreitar relações entre instituições governamentais, adidos agrícolas, equipes técnicas e setores produtivos do agro, contribuindo para o aumento das exportações brasileiras e o acesso aos mercados internacionais de forma mais eficiente.
A programação conta com reuniões individuais entre entidades do setor privado, adidos agrícolas e representantes dos escritórios da ApexBrasil a respeito de temas como abertura e melhoria de acesso a mercados, parcerias estratégicas e promoção comercial. Além disso, será realizada uma visita de campo ao Complexo Industrial no Paraná.
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Trigo recua no mercado interno e externo após avanço da colheita
Com queda de 9% nas cotações internas e preços internacionais pressionados pela oferta global, governo libera R$ 67 milhões em incentivos para estimular a comercialização de 250 mil toneladas.

Os preços do trigo seguem em queda no mercado brasileiro e internacional, pressionados pelo avanço da colheita e pela elevada oferta global. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, diante desse cenário, a Conab anunciou, neste mês, medidas de apoio à comercialização interna por meio de leilões públicos.
No Brasil, a retração foi significativa em outubro: as cotações caíram 9% em relação a setembro, encerrando o mês com média de R$ 64,22 por saca de 60 kg no Paraná. A tendência baixista continuou nas primeiras semanas de novembro, quando a média parcial até o dia 14 ficou em R$ 64,00. O avanço da colheita e o peso da oferta internacional continuam sendo os principais fatores que pressionam o mercado interno.

Foto: José Fernando Ogura
No exterior, outubro registrou estabilidade nos preços em Chicago, embora ainda em patamar pressionado. O trigo soft encerrou o mês a 511 centavos de dólar por bushel, leve alta de 0,4% em relação a setembro. Em comparação com o mesmo período de 2023, porém, as cotações estão 12,7% mais baixas.
Com o início de novembro, o mercado internacional até reagiu à especulação de compras chinesas, levando os preços a 550,25 centavos de dólar por bushel em 4 de novembro. Entretanto, os volumes negociados ficaram abaixo do esperado, e as cotações voltaram a recuar, fechando a média parcial do mês em 538 centavos até o dia 14. A divulgação de novos dados do USDA, que atualizaram para cima a estimativa de oferta, reforçou a pressão baixista.
No Brasil, os preços pagos ao produtor permanecem abaixo do valor mínimo estabelecido pela Conab, de R$ 78,51 por saca. Para tentar reduzir o descompasso e estimular a comercialização, a companhia anunciou em 7 de novembro a liberação de R$ 67 milhões para leilões dos programas Pepro e PEP, com expectativa de dar suporte à venda de 250 mil toneladas de trigo.



