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Planejamento é essencial para ganhos na pecuária de corte em 2020

Segundo gerente executivo da Assocon, o próximo ano poderá ser de ganhos para todos da cadeia produtiva, se estiverem planejados com suas compras e vendas

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Arquivo/OP Rural

Sendo um ano de muitas incertezas em toda a economia nacional, 2019 surpreendeu de muitas formas os pecuaristas brasileiros. Apesar de altos e baixos, preços, consumo e produção foram fatores que influenciaram muito a pecuária nacional. O gerente executivo da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Bruno de Jesus Andrade, faz uma avaliação do cenário econômico nacional na pecuária e fala sobre as perspectivas para 2020.

De acordo com ele, o mercado pecuário de gado de corte iniciou 2019 com boas expectativas, com um novo governo com promessas de reformas e boas projeções para a exportação, mas os resultados positivos demoraram a aparecer. “O primeiro semestre não correspondeu às expectativas de forma plena. No segundo semestre começamos a observar uma melhora no cenário para o pecuarista, uma consolidação da melhoria das exportações e aumento da rentabilidade ao produtor”, conta.

Para Andrade, o cenário ainda não é perfeito, o consumo interno ainda está enfraquecido e a recuperação prometida, se vier, deve ser somente para 2020. “O mercado interno é o nosso principal consumidor. Dessa forma, esse ganho aparente (com as exportações) que o setor teve em 2019 é muito frágil”, analisa.

O gerente explica que embora a demanda interna esteja enfraquecida e a oferta se comportando de maneira similar ao ano anterior, as exportações estão muito interessantes. “Continuando nesse ritmo, esperamos valorização da arroba do boi gordo até o final do ano. Existem negociações acontecendo bem acima dos indicadores oficiais de mercado”, informa.

Além do mais, Andrade comenta que este foi um bom ano porque os custos se mantiveram sob controle do pecuarista e ocorreu uma valorização da arroba do boi gordo. “Ainda assim, não foi um ano de grandes investimentos ou ousadia, considerando a atual situação (econômica) do Brasil”, comenta.

Ele ainda explica que mesmo com este cenário, existem mercados que a pecuária brasileira pode conquistar. “Temos Coréia do Sul e Japão como metas para os próximos anos. Além disso, ampliar nossas exportações para lugares que hoje já exportamos, como Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e Ásia. Importante também a exportação de animais vivos, que tende a crescer muito nos próximos anos e é um mercado relativamente jovem para o Brasil”, sustenta.

E o mercado interno?

Sobre as movimentações no mercado interno, Andrade informa que o custo da arroba engordada do confinamento em São Paulo no período de janeiro a setembro de 2018 ficou em R$ 132,30 e de R$ 133,45 entre janeiro e setembro de 2019. “É um aumento de 1%”, diz. Já em Goiás, o mesmo período em 2018, o custo da arroba engordada ficou em R$ 113,84 e em 2019 R$ 116,63. “É um aumento de 2,5%”. O importante, em sua visão, é que “de forma geral, os custos da engorda parecem estar controlados”.

Quanto à reposição de plantel, ou seja, a aquisição do animal para colocar no confinamento foi o item mais preocupante para os confinamentos que necessitaram comprar animais para a engorda em 2019, conta Andrade, que prevê a mesma situação para o ano que vem. “Esperamos mercado difícil também para 2020. O sistema conjugado, recria-engorda ou ciclo completo nos parece mais atrativo atualmente e para o próximo ano”, avalia.

Sobre a produção de animais confinados, o gerente explica que a estimativa continua estável, com a previsão de um pequeno crescimento. “Porém, boa parte desses animais já foram comercializados, restando muito pouco até o final do ano. Não acreditamos que esse volume crie algum impacto no mercado para depreciar os valores da arroba do boi gordo. Muito pelo contrário, o mercado está aquecido. O crescimento estimado, de 2019 em relação a 2018 é de 5%. Nosso número se baseia em propriedades que temos mapeadas e não representa 100% dos confinamentos brasileiros. Arredondando os números, 3,4 milhões de animais confinados em 2018 e 3,5 milhões de animais em 2019”, expõe.

O que esperar para 2020

Já para a pecuária para o próximo anos, Andrade espera que no cenário macroeconômico haja o surgimento dos primeiros resultados positivos, o que poderá fortalecer o mercado interno e promover um maior consumo de carne bovina. “Nossas exportações estão consolidadas e assim esperamos que continuem em 2020. Custos de produção subirão e o pecuarista tem que estar atento para a sua reposição. Em resumo, poderá ser um ano de ganhos para todos da cadeia produtiva se estiverem planejados com suas compras e vendas”, afirma.

Outro ponto de interesse para o pecuarista em 2020 é a retirada da vacinação contra a febre aftosa que já está acontecendo em alguns estados. “O Brasil tem o maior projeto de vacinação do mundo. Isso confere a nós o melhor status sanitário frente aos demais países competidores e alcance de mercado. A campanha vitoriosa do controle da febre aftosa conseguiu agregar todos os outros protocolos sanitários. Desmontar toda essa estrutura, que foi criada para o controle da febre aftosa, sem o devido preparo, seria temerário”, analisa.

Segundo ele, até o momento o Brasil não dispõe de estudos profundos que indiquem o real ganho do país com a retirada da vacinação. “A Assocon tem muito orgulho dessa conquista do setor e trabalharemos juntos com as demais entidades e Mapa para garantir a segurança sanitária de nosso rebanho. Portanto, para abdicarmos da vacinação precisamos ter a máxima certeza de que todas as variáveis serão controladas”, comenta.

Consumo de carne bovina no Brasil

De acordo com Andrade, cada brasileiro consome aproximadamente 47 quilos de carne bovina por ano, entretanto, dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam um consumo de 27 kg. “Alguns outros artigos apontam valores próximos de 30 kg de consumo por habitante ao ano. De qualquer forma, sabe-se que nos últimos anos, devido à crise econômica interna, esse consumo caiu, antes era estimado entre 35 – 37,5 kg por habitante/ano”, conta.

Dessa forma, para mudar este cenário, a Assocon tem desenvolvido uma campanha chamada “Semana com Carne”. “Nossa proposta foi criar algo positivo sobre o consumo de carne. Inicialmente estamos trazendo cortes de baixo custo e que podem ser aproveitados no dia a dia da família brasileira”, explica. A campanha terá ainda outras duas fases. “Em uma próxima etapa trataremos sobre os benefícios do consumo de carne e outras informações importantes. E em uma terceira pretendemos trabalhar os mitos e fatos sobre o consumo e produção de carne bovina. Sempre no sentido de instruir, informar e conscientizar as pessoas sobre o que é fato ou fake news”, explica.

Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil apresenta na COP30 ações que unem produtividade e redução de metano na pecuária

Iniciativas do Mapa destacam inovação, assistência técnica e parcerias internacionais para ampliar tecnologias sustentáveis e fortalecer a pecuária de baixa emissão.

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Foto: Shutterstock

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou, nesta segunda-feira (17), na Blue Zone da COP30, as principais ações brasileiras que associam ganho de produtividade à redução das emissões de metano na pecuária. A agenda reuniu representantes de financiadores como Global Methane Hub e Environmental Defense Fund (EDF), além de organizações multilaterais como a FAO, a Climate and Clean Air Coalition (CCAC) e a Clean Air Task Force (CATF).

O Mapa foi representado por Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável, que destacou a integração entre inovação, assistência técnica e práticas sustentáveis para acelerar a transição climática no campo.

Foto: Mapa

Segundo ele, a adoção de tecnologias alinhadas ao Plano ABC+ e a estratégias de intensificação sustentável reforça o papel do Brasil como referência global em pecuária de baixa emissão. “A experiência brasileira demonstra que o ganho de produtividade na pecuária é uma medida efetiva na redução da intensidade de emissões de metano, conciliando sustentabilidade e renda para o produtor rural”, destacou Bruno Brasil.

Durante o encontro foram discutidas possibilidades de financiamento para serviços de ATER digital com foco em ampliar o acesso de produtores a soluções tecnológicas e sustentáveis. As instituições presentes reforçaram a importância de parcerias internacionais para fortalecer iniciativas que apoiam a redução do metano e a adaptação climática na agropecuária.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bovinos / Grãos / Máquinas Irregularidades sanitárias

Cargueiro barrado na Turquia inicia retorno após dois meses sem desembarque

Retorno deve durar cerca de um mês, com chegada prevista para 14 de dezembro. As condições a bordo têm sido descritas por testemunhas como degradantes, com forte odor, infestação de moscas e carcaças acumuladas no convés, em processo avançado de decomposição.

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Cerca de três mil vacas estão há dois meses confinadas em um navio que não obteve autorização para desembarcar sua carga na Turquia, após autoridades identificarem graves irregularidades na documentação sanitária e na identificação dos animais. A inspeção turca constatou que 146 bovinos estavam sem brincos de identificação ou com numeração ilegível, enquanto 469 apresentavam marcas que não correspondiam às listas oficiais de importação, falhas que acenderam o alerta para riscos sanitários, incluindo a possível transmissão de doenças. Também foi reportada a morte de 48 animais durante a viagem.

O cargueiro Spiridon II deixou Montevidéu, Capital do Uruguai, em 20 de setembro, e chegou à região do porto de Bandırma em 22 de outubro. Desde então, não recebeu permissão para desembarcar as vacas, destinadas à produção de leite. Após semanas ancorado, o navio deixou Bandırma na última sexta-feira (14), cruzou o Estreito de Çanakkale e agora navega de volta rumo ao Uruguai. Segundo dados da plataforma MarineTraffic, o retorno deve durar cerca de um mês, com chegada prevista para 14 de dezembro.

Fotos: Reprodução

Odor forte e infestação de moscas

As condições a bordo têm sido descritas por testemunhas como degradantes, com forte odor, infestação de moscas e carcaças acumuladas no convés, em processo avançado de decomposição. Além das mortes registradas, a organização Animal Welfare Foundation (AWF) relatou, com base em informações obtidas localmente, o nascimento de cerca de 140 bezerros durante a travessia.

Retorno a Uruguai

A especialista em bem-estar animal Maria Boada, da AWF, alertou que muitos dos bovinos não devem resistir a uma segunda viagem de um mês até Montevidéu e que o navio aparenta ter estoque insuficiente de alimento. Ela também afirmou ser provável que os animais mortos tenham sido descartados no mar.

Foto: Reprodução

A veterinária australiana Lynn Simpson, referência internacional em transporte marítimo de animais, lançou novos alertas ao relatar vazamento de fluidos provenientes de carcaças em decomposição no convés, destacando riscos ao bem-estar animal, à saúde pública e à segurança ambiental.

Esta não é uma situação isolada envolvendo a exportação de animais vivos. Ao redor do mundo, casos como esse se repetem, cada vez com maior frequência, devido à péssima condição dos chamados navios boiadeiros. A exportação de animais vivos é uma das atividades de maior impacto negativo da pecuária, as más condições de higiene e bem-estar nos navios causam intenso sofrimento animal e oferecem riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

Outros casos

Em 2024, o navio transportador de animais vivos Al Kuwait atracou no porto da Cidade do Cabo para carregar ração. A chegada do curral flutuante poluiu o ar da capital legislativa da África do Sul e seu cartão-postal mais característico com o cheiro fétido de esterco de 19.000 touros embarcados no Brasil para serem enviados ao Iraque. O episódio foi exposto pela National Council of Societies for the Prevention of Cruelty to Animals (NSPCA).

A equipe da NSPCA que embarcou no navio descreveu o que testemunhou como abominável. Além de animais mortos, outros animais feridos e doentes foram encontrados a bordo, alguns dos quais tiveram que ser sacrificados. Havia escassez de medicamentos necessários para lidar com os problemas de saúde animal encontrados, entre eles um surto de conjuntivite bovina. Tampouco havia assistência médica suficiente: apenas dois veterinários, auxiliados por quatro tratadores, acompanhavam os 19.000 touros.

Em 2019, o Queen Hind naufragou no Porto de Midia na Romênia, pouco após zarpar carregado com milhares de ovinos vivos. Em 2022, o Al Badri 1, também carregado, adernou e afundou em um berço de atracação do porto de Suakin, no Sudão. O navio que afundou no porto romeno, o Queen Hind, esteve no Brasil apenas alguns meses antes do acidente. Investigações subsequentes indicaram diversas irregularidades, inclusive a existência de compartimentos de carga ocultos. Tanto o Haidar quanto o Queen Hind e o Al Badri 1 eram navios convertidos.

Em 2018, uma operação de exportação de bovinos vivos causou intensa poluição do ar na cidade de Santos-SP, em decorrência do acúmulo de fezes e urina dos animais na embarcação, o navio de bandeira panamenha MV Nada. Os 27 mil bois pertenciam à Minerva e tinham por destino a Turquia. A empresa foi multada pela prefeitura municipal por infração ambiental e maus tratos animais.

Em 2015, na cidade de Barcarena (PA), o navio Haidar, com quase 5 mil bois vivos, 28 tripulantes a bordo e 700 toneladas de óleo, naufragou no Porto de Vila do Conde. A decomposição dos corpos dos animais mortos e o vazamento de óleo do navio provocaram um dos piores desastres ambientais da história do estado. As carcaças e o óleo que vazou do Haidar deixaram um rastro de contaminação que alcançou a cidade de Belém, cerca de 60 km rio abaixo.

Em 2012, 2.750 bois morreram asfixiados a bordo do navio de bandeira panamenha MV Gracia Del Mar, em decorrência de uma pane no sistema de ventilação durante a viagem. Os animais, fornecidos pela Minerva, foram embarcados no porto de Vila do Conde, em Barcarena-PA, e tinham por destino o Egito.

No Porto de São Sebastião, o terceiro do país que mais exporta animais vivos, a população relata como fica a cidade nos dias de operação: o trânsito fica congestionado pelo grande fluxo de caminhões; o mau cheiro das fezes e da urina dos animais empesteia o ar e prejudica o turismo na região. Este cenário foi retratado no documentário “Elias: O Boi que Aprendeu a Nadar”, da Mercy For Animals.

Fonte: O Presente Rural com Animal Welfare Foundation
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Casos de raiva no Paraná exigem cuidados redobrados nas propriedades

Crescimento dos focos da doença mobiliza autoridades, Sistema Faep e produtores na vacinação obrigatória, reforço da vigilância e ações de educação sanitária em diversas regiões.

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Fotos: Arnaldo Alves

O Paraná tem registrado casos de raiva herbívora em rebanhos de animais de produção, o que acende o alerta para a necessidade de ações de controle da zoonose (doença infecciosa transmitida entre animais e seres humanos).

Por isso, as autoridades sanitárias, com apoio do Sistema Faep e produtores rurais, têm promovido uma série de medidas de controle, como vacinação obrigatória, reforço na vigilância e campanhas de educação. “Nas últimas décadas, o Sistema Faep investiu, de forma sistemática, na sanidade animal e na segurança das atividades agropecuárias. Agora, nas ações contra a raiva, não é diferente. Temos colaborado ativamente nas campanhas de disseminação de informações e de conscientização. É preciso ampliar a importância do controle dessa doença e garantir a proteção dos nossos rebanhos comerciais”, enfatiza o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Foto: Licia Rubinstein

A presença da raiva no Paraná é recorrente, o que exige atenção constante dos produtores. Porém, há uma região que concentra boa parte dos casos. Em 2024, o Estado confirmou 227 focos de raiva, sendo mais da metade em propriedades localizadas na área de abrangência das regionais de Cascavel e Laranjeiras do Sul. A situação se repete em 2025. Até setembro, já foram contabilizados 166 focos em 41 municípios, sendo 81 na região Oeste.

De acordo com chefe do Departamento de Saúde Animal da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, esse número elevado motivou a publicação da Portaria 368/2025, que torna obrigatória a vacinação contra raiva em 30 municípios da região Oeste do Paraná (veja a lista mais abaixo) para bovinos, búfalos, cavalos, asnos, mulas, ovinos e caprinos a partir de três meses de idade. “Simultaneamente, intensificamos a mobilização com o projeto ‘Adapar Educa a Campo’, que tem percorrido municípios da região para fortalecer a conscientização e engajamento local. Essas ações visam a contenção de focos ativos e a prevenção em áreas vizinhas para evitar a expansão da doença”, detalha Dias.

Em outubro, o órgão e o Sistema Faep realizaram reuniões e encontros em propriedades rurais, assentamentos e prefeituras, com um público estimado em 1,1 mil pessoas. Além disso, a campanha teve divulgação nos veículos de comunicação do Oeste. “O Sistema Faep apoiou diretamente essa ação. Esse projeto-piloto, cuja proposta é expandir para outras áreas da defesa agropecuária, promoveu a integração entre a agência e a sociedade por meio da educação sanitária”, explica Nicolle Wilsek, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP.

Confira os municípios onde a vacinação é obrigatória

  • Boa Vista da Aparecida
  • Braganey
  • Campo Bonito
  • Capanema
  • Capitão Leônidas Marques
  • Cascavel
  • Catanduvas
  • Céu Azul
  • Diamante d’Oeste
  • Foz do Iguaçu
  • Guaraniaçu
  • Ibema
  • Itaipulândia
  • Lindoeste
  • Matelândia
  • Medianeira
  • Missal
  • Planalto
  • Pérola d’Oeste
  • Quedas do Iguaçu
  • Ramilândia
  • Realeza
  • Rio Bonito do Iguaçu
  • Santa Lúcia
  • Santa Tereza do Oeste
  • Santa Terezinha de Itaipu
  • São Miguel do Iguaçu
  • Serranópolis do Iguaçu
  • Três Barras do Paraná
  • Vera Cruz do Oeste

Saiba como identificar casos de raiva

Foto: Fabiano Bastos

A raiva em herbívoros é transmitida, entre outras formas, por morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue de animais). Entre os sintomas da doença estão o isolamento do animal, apatia ou agitação, perda de apetite, salivação intensa e dificuldade para engolir, fezes secas e escuras, e progressiva paralisia dos membros. “Diante desses sinais clínicos, a doença é praticamente irreversível e fatal para os animais acometidos”, alerta Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar.

Se um produtor suspeitar de raiva em algum animal do rebanho, a orientação é: isolar o animal suspeito, notificar imediatamente à Adapar e não mexer ou manipular o animal sem proteção. “É importante que quando o animal morrer, o produtor solicite a visita da Adapar para coletar uma amostra. Além disso, ações importantes são reforçar a vacinação no entorno da propriedade, identificar possíveis abrigos de morcegos e monitorar os demais animais da propriedade”, orienta Dias.

Outros cuidados

O chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar enfatiza que, mesmo em municípios onde a vacinação não é obrigatória, o ato de imunizar o rebanho previne que animais suscetíveis sejam infectados caso o vírus chegue até aquela área. “Mesmo sem obrigatoriedade legal, vacinar ajuda a formar uma ‘cobertura imunológica’, que reduz o risco de propagação desde as áreas de foco. Vacinar antecipadamente constitui uma medida preventiva responsável e vantajosa, independentemente de obrigatoriedade legal”, reforça.

Segundo Nicolle Wilsek, técnica do Sistema FAEP, há medidas complementares que ajudam na prevenção da raiva e de outras doenças que podem afetar os rebanhos. “É preciso seguir boas práticas sanitárias, como manter o registro detalhado de vacinações, investir em capacitação contínua, incluir cláusulas de sanidade em transações de animais e promover a conscientização de cuidados pessoais no manejo”, destaca.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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