Suínos Suinocultura
Pisos térmicos são opção para bem-estar na maternidade
Suinocultor utiliza e garante que a diferença sentida é grande; principais benefícios são redução da mortalidade e ganho de peso dos leitões

Garantir total bem-estar animal conseguindo assim melhores resultados é o que muitos suinocultores vem fazendo ao longo dos anos. A adoção de tecnologias que ajudem isso tem facilitado o trabalho dos produtores. Esse é o caso do suinocultor do Oeste do Paraná César Luis Scherer, que há sete anos adotou em suas granjas pisos térmicos. Pode parecer algo simples, mas os resultados trazidos foram surpreendentes e satisfatórios, garante o suinocultor. Scherer possui duas granjas: a Vô Manzke, com aproximadamente 700 matrizes, e a Granja Tigrinho, com aproximadamente 1,8 mil matrizes, sendo as duas no município de Toledo.
Nas duas granjas Scherer utiliza exclusivamente piso térmico nos escamoteadores. “Comecei a usar este sistema de aquecimento desde o inverno de 2013, quando instalamos no Granja Vô Manzke. Agora, na construção da Granja Tigrinho, não hesitamos e, em todas as 420 baias, foi instalado o piso térmico”, informa.
De acordo com o suinocultor, as principais diferenças sentidas na granja após a instalação dos pisos térmicos foram a redução da mortalidade e o ganho de peso dos leitões. “O ambiente aquecido dentro do escamoteador faz com que o leitão procure aquele espaço e não fique próximo a matriz. Com isso, reduz a mortalidade por esmagamento. Ele vai até a matriz somente no momento da amamentação. Por outro lado, como não passa frio ele se desenvolve melhor, que resulta em um ganho de peso maior”, explica.
Scherer destaca que o custo da energia diferencia um pouco depois da instalação dos pisos térmicos. “Mas obvio que com o ganho de peso e redução da mortalidade, compensam”, garante. Outro fato citado pelo suinocultor que foi observado na propriedade, comparando com o passado, foi a redução dos chamados leitões de refugo. “Temos a produção de leitões mais uniformes”, afirma. Mais um ponto positivo observado foi quanto ao resultado da mortalidade de leitões nos crechários. “A média dos últimos seis meses foram de 1.27%, que segundo os técnicos é excelente. Demonstra que os animais desmamados estão preparados e com boa saúde”, diz.
Para o suinocultor, é indispensável implementar um sistema que de conforto térmico e bem-estar ao leitão, para alcançar bom desempenho na atividade de produção de leitões desmamados. “Dentre as opções que estão postas (lâmpada incandescente, Resistência Elétrica, lâmpada infravermelha e Piso térmico), o piso térmico em primeiro lugar apresenta baixo custo de manutenção e dificilmente apresenta problemas. Enquanto lâmpadas, mesmo que com certa resistência, acabam quebrando e sempre é necessário desmontar para fazer a limpeza. Outro fator interessante do piso térmico é o controle absoluto da temperatura de forma extremamente simples. Também é fácil fazer a limpeza e não requer desmontagem. Fica um ambiente limpo e bem higienizado”, assegura.
Scherer reconhece que o desempenho da produção de leitões envolve muitas variáveis, como manejo, limpeza, ambiência, alimentação adequada. “Variáveis que se somam. Mas é importante mencionar que temos alcançado excelente resultados e, no último ano, as granjas mencionadas, alcançaram o segundo e o terceiro lugar na premiação de maior número de leitões porca ano, promovido pela Cooperativa Copagril”, conta. Ele comenta que a estimativa é que neste ano as granjas alcancem mais de 32 leitões vendidos porca ano (atualmente no resultado parcial 32,82), com desmame aos 28 dias.
Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2020 ou online.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



