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Piscicultura paulista assume segunda posição no país
Em 2018, São Paulo produziu 73.200 toneladas, sendo a tilápia o carro-chefe, com (69.500 t)

Eficiência tecnológica e políticas públicas de fomento contribuíram para o crescimento da produção de peixes cultivados no Estado de São Paulo. Em 2018, a atividade surpreendeu e assumiu a segunda posição entre os maiores produtores do Brasil, de acordo com o Anuário Peixe BR da Piscicultura 2019, realizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR): em 2018, São Paulo produziu 73.200 toneladas, sendo a tilápia o carro-chefe, com (69.500 t), seguida dos peixes nativos (3.300 t) e outras espécies como carpa, truta e panga (400 t).
“São Paulo desponta como um dos polos mais eficientes do território nacional para a produção de peixes de cultivo não somente pelos números, mas também pelas iniciativas de fomento, aplicação de tecnologias e incentivos a pequenos e médios produtores”, afirma Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.
Medeiros afirma que o trabalho conjunto da iniciativa privada com os órgãos públicos do setor tem contribuído favoravelmente com a piscicultura paulista. “Instituto de Pesca, vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União (Peixe SP), Compesca e Câmara Setorial de Pescado, dentre outras entidades, são exemplos do excelente trabalho prestado à atividade. O investimento em pesquisas é um dos pontos centrais para o fortalecimento da piscicultura de São Paulo, especialmente pela instituição dos “NITS” (Núcleos de Inovação Tecnológica) em todos os institutos de pesquisas da piscicultura e aquicultura no estado”, explica o dirigente. Outra iniciativa que ajudou a impulsionar a produção de peixes de cultivo em São Paulo é o decreto estadual 62.243, que simplificou o licenciamento ambiental dos projetos de peixes.
Produção nacional – O Brasil produziu 722.560 mil toneladas de peixes de cultivo em 2018. Esse resultado é 4,5% superior a 2017 (691.700 t). A tilápia é a mais importante espécie: com crescimento de 11,9% em relação a 2017, atingindo 400.280 toneladas em 2018 (55,4% da produção brasileira de peixes de cultivo). Esse resultado coloca o Brasil entre os quatro maiores produtores de tilápia do mundo, atrás de China, Indonésia e Egito, e à frente de Filipinas e Tailândia. Ainda segundo o Anuário da Peixe BR, a categoria de peixes nativos – liderada pelo tambaqui – representou em 2018 cerca de 39,84% (287.910 toneladas) da produção total.

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Trigo deve encerrar colheita com boa oferta no Brasil
Preços seguem sob pressão externa diante de estoques globais elevados e maior concorrência internacional.

Com a colheita praticamente concluída e padrão de qualidade elevado, o mercado brasileiro de trigo entra no fim de ano com oferta confortável. O cenário externo, no entanto, segue pressionando os preços, diante do aumento das projeções globais, estoques robustos e da intensificação da concorrência argentina, que caminha para uma safra recorde e adota medidas para estimular as exportações.
No Brasil, 98% da área de trigo havia sido colhida até 5 de dezembro, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nos dois principais estados produtores, Rio Grande do Sul e Paraná, o índice chega a 99%. Em Santa Catarina, a colheita avança em ritmo mais lento que a média histórica, mas ganhou fôlego com a melhora das condições climáticas. A produtividade foi considerada positiva e o elevado padrão de qualidade do cereal garante tranquilidade no abastecimento interno.

Foto: Divulgação/OP Rural
No mercado internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima, mais uma vez, a produção global de trigo para a safra 2025/26, passando de 829 milhões para 838 milhões de toneladas — volume cerca de 5% superior ao da temporada anterior. As estimativas para a União Europeia e para a Argentina também foram elevadas, com avanços de 18% e 30%, respectivamente, em relação à última safra. Os estoques globais ficaram acima do esperado, subindo de 271 milhões de toneladas no relatório de novembro para 275 milhões em dezembro, o que elevou a relação estoque/consumo e tende a manter pressão sobre as cotações internacionais.
Na Argentina, a colheita avança com perspectivas positivas. Até 3 de dezembro, 45,3% da área havia sido colhida, segundo a Bolsa de Cereales. As lavouras apresentam excelente condição, embora o baixo teor de proteína comprometa o valor do produto. Ainda assim, a produção foi novamente revisada para cima, estimada em 27,7 milhões de toneladas, um novo recorde histórico.
Para reforçar a competitividade da agroindústria, o governo argentino reduziu as retenciones sobre o trigo de 9,5% para 7,5%. O aumento do excedente exportável, aliado ao estímulo às vendas externas, deve intensificar a entrada do trigo argentino no mercado brasileiro, ampliando a pressão concorrencial sobre o cereal nacional.
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Show Rural 2026 terá passarela elevada e amplia estacionamento para 22 mil veículos
Estrutura de 70 metros vai ligar novo estacionamento ao parque e integra pacote de melhorias para a 38ª edição do evento, em fevereiro, em Cascavel.

Uma passarela com 70 metros de extensão vai ligar o novo estacionamento do Show Rural ao parque que desde 1989 abriga um dos maiores eventos técnicos do mundo em transmissão de conhecimentos e inovações para a agropecuária. Essa é uma de muitas novidades que serão colocadas em atividade de 09 a 13 de fevereiro de 2026, quando será realizada a 38ª edição do evento, em Cascavel, no Oeste do Paraná.
Toda em metal e elevada, a estrutura vai ligar uma área que em fevereiro passado recebeu ônibus das mais diferentes regiões do País, que trouxeram produtores para conhecer as novidades apresentadas por 600 expositores da cadeia do agro. Com a cessão de uma nova área, de 45 mil metros quadrados, o estacionamento passa a ter capacidade para 22 mil veículos (cinco mil a mais que na 37ª edição) e 700 ônibus, diariamente – 300 a mais do que na realização anterior, enumera o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
“As obras de preparação do estacionamento e da passarela estão adiantadas. Vamos deixar tudo pronto em alguns dias”, comenta o coordenador geral Rogério Rizzardi. Com a mudança e ampliação, o espaço vai abrigar também expositores e imprensa. O antigo ambiente de recepção de expositores e imprensa passa a ser ocupado por empresas que há anos reivindicavam espaços maiores para instalar estandes com dimensões diferenciadas, conforme Rizzardi. “Precisamos agradecer ao empresário Assis Gurgacz que, gentilmente, cedeu essa nova área, viabilizando assim alterações importantes no estacionamento do evento”.
Gratuito
O Show Rural Coopavel tem um diferencial importante: as vagas de estacionamento podem ser ocupadas pelos visitantes sem nenhum custo. O mesmo acontece com o acesso ao parque, também gratuito. “Esse é mais um dos muitos investimentos que fazemos nesse grande evento, que tem por premissa o compartilhamento de inovações e conhecimentos que permitem ao produtor, com as novidades aprendidas, produzir mais, com menos custos, com qualidade superior e conectado aos critérios da sustentabilidade”, comenta Dilvo Grolli.
Com o tema A força que vem de dentro, o 38º Show Rural terá também, como novidades, a ampliação na cobertura de ruas (que alcançará 11 dos 15 quilômetros de vias que conectam todo o parque), ampliação dos prédios da administração e do Espaço Impulso (parceria com o Itaipu Parquetec) e criação de um boulevard entre esses ambientes, bem como ampliação do pavilhão da agricultura familiar (convênio com a Itaipu), implantação de duas novas lanchonetes, pavimentação asfáltica em mais 2,5 quilômetros de vias, reforma nos 14 conjuntos de banheiros e relocação da área de embarque e desembarque de máquinas e equipamentos.
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Pesquisa no Paraná comprova que plantio direto e terraços reduzem em até 85% os danos da enxurrada no solo
Estudo da UEPG mostra que práticas conservacionistas elevam a produtividade de milho, soja e trigo, reforçando a agricultura paranaense como referência em sustentabilidade.

Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e pela Rede Paranaense de Agropesquisa, com apoio do Sistema Faep e do NAPI Prosolo, comprova que o Sistema de Plantio Direto na Palha (SPD) e a utilização de terraços reduzem em até 85% os danos causados por enxurradas no solo. Coordenado pela professora do Departamento de Ciências do Solo e Engenharia Agrícola UEPG, Neyde Fabíola Balarezo Giarola, o estudo ocorreu em Ponta Grossa durante três anos com o monitoramento da dinâmica da água em lavouras com SPD de milho, soja e trigo com (ou sem) terraços.
Os terraços ocupavam área entre 2% e 3% das lavouras analisadas e nos períodos de seca, nos anos de 2019, 2020 e 2021, auxiliaram em maior produtividade, na comparação com os terrenos sem essa cobertura no solo.
No caso do milho, o aumento é de 12%, de 6.950 quilos por hectare sem a aplicação de técnicas de cultivo para 7,8 mil no cenário com SPD e terraços. Já na soja, a diferença é de 10%, de 2.910 quilos para 3.210 quilos, enquanto o trigo registra o melhor desempenho, de 2.960 quilos para 3.420 quilos. “Nos últimos 30 anos a produtividade do Paraná cresceu praticamente 300%. Tudo isso devido as pesquisas científicas. Afinal, esse avanço da ciência permitiu todo esse crescimento em termos de rendimento, sem que tenha havido sem que tenha havido grandes expansões de área no Estado”, destaca a professora Neyde.

Cuidados com o solo são fundamentais para uma maior produtividade, aponta pesquisadora da UEPG
Para o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette, o fato de o Paraná ser referência no desenvolvimento sustentável tem contribuição direta dos trabalhos das entidades de pesquisas e universidades. Inclusive, um documento que elenca as diversas ações da agropecuária paranaense em prol do meio ambiente foi apresentado durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), realizada em novembro, em Belém.
“A agropecuária, em sua essência, tem a missão de proteger a natureza, que oferece insumos vitais para o dia a dia, como água, solo, fauna e flora. Por conta disso, o produtor rural adota soluções sustentáveis, como a agricultura de baixo carbono, uso racional de matérias-primas e de combustíveis verdes”, completa Meneguette.
Essa visão é compartilhada pela docente da UEPG, que atrela a manutenção do crescimento do setor rural paranaense com a adoção de práticas sustentáveis de produção. “O agricultor tem olhar apurado do sistema produtivo. Não olha apenas para o fim do processo da produção de grãos, a colheita, o rendimento. Ele sabe da importância de fazer a manutenção do solo e preservar a água, pois isso é fundamental economicamente e para toda a sociedade”, finaliza a professora.
Recomendações aos produtores
Segundo a pesquisadora, algumas dicas contribuem para que os produtores possam preservar o solo, garantindo a boa produtividade. Antes do início do plantio, é preciso avaliar as condições físicas e químicas do solo para identificar se consegue reter nutrientes. Também é necessário cuidar das camadas compactadas, principalmente após o uso de máquinas, pois é por meio dos poros que as raízes se alongam e crescem na direção certa.
Ainda, a cada safra é fundamental intercalar culturas. Quando o produtor rotaciona as culturas, isso permite retenção de nutrientes e profundidade e criação de poros no solo. Além disso, há maior presença de biomassa e carbono, o que nutre o terreno e diminui as emissões de gases do efeito estufa. Visando a preservação do meio ambiente e a redução do custo de produção, o agricultor precisa fazer o uso racional de defensivos agrícolas. Posteriormente a colheira, técnicas para cobertura do solo são fundamentais para maior produtividade e sustentabilidade.
