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PIB da soja e do biodiesel acelera em 2025 com força da agroindústria
Avanço do esmagamento e do biodiesel no terceiro trimestre leva Cepea e Abiove a revisar para cima o crescimento da cadeia que ganha participação no agronegócio mas enfrenta pressão de preços e ajuste na renda.

Com um novo avanço da agroindústria no terceiro trimestre, o já expressivo crescimento do PIB da cadeia da soja e do biodiesel para 2025 passou por mais uma revisão positiva. No segmento de esmagamento, o resultado esteve em linha com a melhora das perspectivas para o ano indicada pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). No caso do biodiesel, o movimento foi impulsionado pela aceleração da produção observada no terceiro trimestre, associada à entrada do B15 em 1º de agosto.
Diante disso, os estudos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Abiove, apontam que o PIB da cadeia da soja e do biodiesel pode crescer expressivos 11,66% em 2025. A estimativa atual supera em 0,37 ponto percentual a do relatório anterior, refletindo o avanço da agroindústria e seu impacto positivo sobre os agrosserviços da cadeia.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
De modo geral, a colheita de uma safra 2024/25 de soja recorde no Brasil e a intensificação do processamento do grão por parte da indústria vêm sustentando a previsão de forte alta do PIB da cadeia da soja e do biodiesel em 2025. Com isso, o PIB da cadeia produtiva representaria 23% do PIB do agronegócio neste ano e 5,7% do PIB nacional.
Apesar desse desempenho, segundo pesquisadores do Cepea/Abiove, com novas quedas de preços no terceiro trimestre, a variação dos preços relativos tornou-se negativa para a cadeia produtiva. Entre janeiro a setembro de 2024 e de 2025, os preços da cadeia produtiva recuaram 7,27% – uma piora frente à estimativa anterior, que apontava estabilidade. Essa deterioração no terceiro trimestre decorreu exclusivamente das fortes elevações de preços observadas no mesmo período de 2024, uma vez que, em geral, houve alta de preços ao longo do terceiro trimestre de 2025 – caracterizando, portanto, um efeito de base de comparação. Esse movimento também levou à redução da estimativa de avanço da renda da cadeia da soja e do biodiesel, embora a expansão dos volumes produzidos ainda assegure crescimento. A estimativa atual indica alta de 3,54% na renda da cadeia em 2025, revertendo uma sequência de três anos consecutivos de queda. Ainda assim, essa projeção foi revisada para baixo pela segunda vez no terceiro trimestre (era de +11,19% no relatório anterior).
Com base nas informações levantadas até o encerramento do terceiro trimestre de 2025, estima-se que o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada poderá representar 4,2 vezes o PIB gerado pela soja produzida e exportada diretamente.
Mercado de trabalho
Houve aumento de 7,15% no número de pessoas ocupadas na cadeia produtiva da soja e do biodiesel no terceiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 2,39 milhões de trabalhadores. Com isso, a participação da cadeia produtiva na economia brasileira foi de 2,34% e, no agronegócio, de 10,35%.
De acordo com pesquisadores do Cepea/Abiove, o avanço das ocupações no trimestre – refletindo o desempenho ao longo de 2025 – decorreu principalmente dos aumentos registrados antes da porteira e nos agrosserviços.
A maior área destinada à soja e o crescente uso de tecnologia levaram o segmento de insumos a registrar aumento de 7,09% no número de pessoas ocupadas, o que representa cerca de 10 mil trabalhadores adicionais. Nos agrosserviços, o crescimento foi de 12,08%, associado ao aumento da produção física e do processamento da soja, que amplia a demanda por serviços e aquece o mercado de trabalho nesse segmento.
Por outro lado, dentro da porteira e nas agroindústrias, o cenário foi de redução das ocupações. Na soja, houve queda de 30.291 pessoas ocupadas (-6,98%), com recuo observado na maioria dos estados produtores, indicando ganhos de produtividade do trabalho. Destaca-se, ainda, a perda expressiva de ocupações no Rio Grande do Sul (-26.655 pessoas), que teve uma quebra de safra por questões climáticas. Na agroindústria, as indústrias de rações e de esmagamento e refino reduziram suas ocupações, e o pequeno aumento observado na indústria de biodiesel não foi suficiente para reverter o resultado agregado do segmento.
Comércio exterior
As exportações brasileiras da cadeia da soja e do biodiesel totalizaram 35,54 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2025, avanço de 11,78% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Com o crescimento dos volumes embarcados, a variação da receita passou a ser positiva na comparação trimestral: +4,47%, alcançando US$ 14,5 bilhões no período. O avanço mais moderado da receita frente ao crescimento dos volumes reflete os menores preços de exportação da soja e do farelo de soja.

Foto: Claudio Neves
A pressão sobre os preços de exportação do grão e do farelo decorreu da ampla oferta desses produtos no mercado internacional, apesar da demanda firme. Para 2025/26, as projeções indicam mudança na tendência de disponibilidade global, com expectativa de queda na produção.
No caso da soja em grão, o aumento dos embarques foi impulsionado principalmente pela China e pelo Sudeste Asiático. Para o farelo, destacaram-se como destinos com crescimento a União Europeia e o Leste Asiático. Já no caso do óleo de soja, diante da firme demanda doméstica, houve redução dos volumes exportados, com quedas sobretudo para a China e para o grupo de “outros destinos”.

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3ª maior empresa do Brasil em abate de frango, Lar apresenta resultados positivos em 2025 e vai focar em suínos e peixes em 2026
Diretor-presidente Irineo da Costa Rodrigues e diretor 1° vice-presidente Diogo de Mattia fazem balanço do ano, destacam superação de desafios, analisam presença da marca no Brasil e no exterior e detalham projeto de expansão.

A Lar Cooperativa realizou, no último dia 18, o tradicional “Encontro com a Imprensa”, reunindo profissionais de comunicação de toda a região Oeste do Paraná. O evento, sediado na Lar Escola de Formação, em Medianeira, buscou fortalecer parcerias e alinhar estratégias, servindo também como um gesto de reconhecimento e respeito ao trabalho do setor.
Na oportunidade, os convidados prestigiaram uma apresentação institucional conduzida pelo diretor 1° vice-presidente, Diogo Sezar de Mattia, que detalhou as conquistas e o desempenho da Cooperativa em 2025, reforçando a transparência e a união com os profissionais.
Também participaram do encontro o diretor-presidente, Irineo da Costa Rodrigues; o diretor 2° vice-presidente, Urbano Inacio Frey; o superintendente de Negócios Agrícolas, Vandeir Conrad; o superintendente de Suprimentos e Alimentos, Jair Meyer; e o superintendente Administrativo e Financeiro, Clédio Roberto Marschall; além da equipe de Assessoria de Comunicação da Lar, liderada pela assessora Susi Ana Nardi.
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Área de trigo recua em 2025 e produção reage com ganho de produtividade
Safra menor em área é compensada por clima favorável e maior rendimento enquanto pressão externa e importações derrubam preços e elevam a preocupação com a rentabilidade do produtor.

A área semeada com trigo no Brasil voltou a diminuir em 2025. Segundo pesquisadores do Cepea, a retração esteve diretamente relacionada à frustração da safra de 2024, quando o clima adverso comprometeu a produtividade e a rentabilidade da cultura, o que desestimulou produtores a realizarem novos investimentos.
A Conab indicou que a área cultivada em 2025 ficou cerca de 20% abaixo da registrada em 2024 e foi a menor desde 2020. Apesar da expressiva redução da área, a produção nacional e a produtividade devem encerrar 2025 acima dos patamares do ano anterior, favorecidas pelo clima e por ganhos de rendimento.
Quanto aos preços domésticos, levantamento do Cepea mostra que apresentaram dois momentos em 2025. No primeiro semestre, se mantiveram firmes, sustentados pela oferta doméstica abaixo da demanda. A partir de maio, contudo, o avanço da semeadura nacional, os elevados estoques de passagem e, sobretudo, a crescente pressão vinda da ampla oferta mundial e também do trigo importado inverteram a tendência de preços.
No segundo semestre, com a intensificação da colheita brasileira, as cotações caíram de forma mais acentuada. Pesquisadores do Cepea relatam que esse movimento foi reforçado por um cenário externo fortemente baixista, marcado por uma safra mundial recorde e por expectativas igualmente elevadas para a colheita na Argentina. As constantes quedas de preços nesse período suscitaram preocupações quanto à rentabilidade do produtor.
Adicionalmente, a apreciação do Real frente ao dólar ao longo do ano aumentou a competitividade do trigo importado, sobretudo o argentino. A redução das “retenciones” na Argentina contribuiu para tornar o cereal externo ainda mais atrativo aos compradores brasileiros. Diante desse cenário, agentes vendedores no mercado interno foram pressionados a reduzir seus valores de negociação para acompanhar a queda das referências internacionais.
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VBP do Amazonas cresce e chega a R$ 5,84 bilhões em 2025
Projeção do Mapa aponta avanço da produção agropecuária do estado, com destaque para a mandioca e a pecuária.

O Valor Bruto da Produção (VBP) do Amazonas deve atingir a marca histórica de R$ 5,84 bilhões em 2025, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O resultado representa um salto significativo de 45,6% em relação aos R$ 4,01 bilhões registrados em 2024. Contudo, o expressivo crescimento nominal não altera a posição relativa do estado, que permanece com um dos menores VBP agropecuário do Brasil, evidenciando um abismo estrutural em comparação aos grandes polos produtores.
Enquanto o Amazonas projeta uma expansão acelerada, o VBP total do Brasil apresenta uma trajetória mais estável, porém em patamares monumentais. O valor nacional para 2025 está estimado em R$ 1,412 trilhão, um leve recuo frente aos R$ 1,424 trilhão consolidados em 2024.
Essa divergência de tendências, o Amazonas crescendo enquanto o Brasil sinaliza estabilidade — revela um descolamento da economia agrícola amazonense. Enquanto a dinâmica nacional é ditada pelas cotações internacionais de commodities e pelo câmbio, o desempenho do Amazonas reflete uma recuperação interna e o fortalecimento de cadeias voltadas ao consumo regional. Atualmente, a participação do Amazonas no VBP brasileiro é de apenas 0,41%, o que significa que, para cada R$ 100,00 gerados pelo agro no país, o estado contribui com apenas 41 centavos.
Raio-X da Produção: Mandioca lidera e Pecuária sustenta base
A composição do VBP amazonense em 2025 mostra uma predominância das lavouras (70%, ou R$ 4,09 bilhões) sobre a pecuária (30%, ou R$ 1,74 bilhão). No topo do ranking, a mandioca consolida-se como o principal motor econômico, projetando R$ 2,99 bilhões em 2025, um aumento substancial sobre os R$ 1,69 bilhão de 2024.
Bovinos: Segunda maior força do estado, deve gerar R$ 1,36 bilhão em 2025, um crescimento de 12,3% em relação aos R$ 1,21 bilhão de 2024.
Ovos: Atividade de destaque, saltou de R$ 294,6 milhões para R$ 343,2 milhões (+16,5%).
Evolução Histórica

Foto: Shutterstock
A análise do gráfico histórico (2018-2025) mostra que o Amazonas viveu um período de oscilação entre 2020 e 2022, com uma queda acentuada em 2022 (R$ 2,83 bilhões). A partir de 2023, o estado iniciou uma trajetória de recuperação que culmina na projeção recorde de 2025.
Este crescimento, embora expressivo em percentuais, é caracterizado tecnicamente como uma expansão sobre uma base pequena. A trajetória indica um fortalecimento estrutural de culturas de subsistência e mercado interno (mandioca e banana), mas ainda mostra baixa penetração em cadeias globais, como o trigo (inexistente nos registros do estado) ou suínos e frangos, que não figuram no topo do ranking estadual.
Os dados divulgados pelo Mapa em 21 de novembro reforçam que o desafio do agronegócio amazonense é a escala. O estado ocupa o 18º lugar no ranking de estados no VBP do país. A forte dependência da mandioca, que responde por cerca de metade de todo o VBP estadual, aponta para uma concentração produtiva que torna a economia rural vulnerável a variações de preços dessa cultura específica, evidenciando a necessidade de diversificação e integração produtiva para reduzir a marginalidade econômica frente ao restante do país.



