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Suínos / Peixes

PGPM: Folador redige carta a votos contrários e ressalta a importância da suinocultura

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O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Luis Folador, enviou na tarde de hoje (10) uma carta aos deputados federais Assis Melo (PCdoB/RS) e José Stédile (PSB/RS). Dos 31 deputados que representam os gaúchos na Câmara dos Deputados, apenas estes dois votaram contra o Projeto de Lei nº 7.416, de 2010, que inclui a carne suína na pauta de produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). 
            Há 50 anos, a demanda é objeto de luta da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e afiliadas em todo o País, assim como da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) neste Estado, em nome de todos os criadores de suínos.
            A suinocultura tem importância fundamental no contexto socioeconômico do Rio Grande do Sul, que é o segundo maior Estado produtor e exportador brasileiro de carne suína. Reúne cerca de 10 mil produtores de suínos e, destes, 80% pertencem a pequena propriedade rural de economia familiar. 
            Portanto, segundo Folador, a atividade suinícola configura-se como importante fonte de geração de renda para a propriedade e de geração de trabalho e renda para a família e terceirizados. Além disso, o suíno é matéria-prima transformada, ou seja, tem em sua base alimentar o milho e o soja, tornando-se fator de fortalecimento da agricultura: gera demanda de insumos, ativando e fortalecendo as atividades do comércio. "Contribui para o fortalecimento da receita pública de mais de 300 municípios gaúchos e proporciona a modernização e o fortalecimento da indústria", coloca o dirigente.
            A evolução na suinocultura deu-se ano a ano através de intenso trabalho. "Os criadores de suínos precisaram se profissionalizar, qualificando sua produção para tornar a atividade suinícola economicamente rentável", observa Folador. 
            A partir da década de 90, começou-se a trabalhar com o sistema de integração: cada frigorífico contava com produtores próprios que, através de contratos, deveriam garantir o abastecimento diário das plantas industriais. Todos os produtores mantinham em sua propriedade o ciclo completo de produção, que contempla desde o nascimento até a engorda dos animais. Com o aperfeiçoamento do sistema de integração, em 2000, a suinocultor contou com uma nova mudança na produção, com a opção do suinocultor em trabalhar com o ciclo completo de produção ou apenas uma parte do processo, fazendo com que o criador trabalhasse ainda mais focado em sua produção, oferecendo maior qualidade ao produto, que é a carne suína.
            De acordo com Folador, o suinocultor buscou e até hoje busca atender as demandas que o mercado consumidor exige, no entanto, nem sempre tem o retorno financeiro que deve ter. Com a oscilação nos custos de produção, muitas vezes paga para produzir, pois não tem margem de lucro. "As altas e baixas do preço pago pelo quilo do suíno no Estado fazem com que o produtor não tenha garantia de que receberá o valor devido pelo seu produto", ressalta.
            Na carta enviada aos parlamentares, o presidente da entidade questiona o voto contrário: "Por que a contrariedade a um projeto tão importante para a suinocultura tanto gaúcha quanto brasileira?".  

O Projeto

            O Projeto de Lei que inclui a carne suína na pauta de produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) foi aprovado no dia 14 de agosto pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. O relator da proposta na comissão, deputado federal Vilson Covatti (PP/RS), que é presidente da Frente Parlamentar Mista da Suinocultura, defendeu a proposta ao projeto ressaltando que a providência tem muito a contribuir para a estabilidade da renda dos milhares de suinocultores brasileiros. Para Covatti, o Preço Mínimo "é a garantia que os produtores de suínos precisam". Segundo ele, a implantação de um projeto que permita ao suinocultor a garantia do pagamento da diferença entre este e o preço de mercado trará benefícios a toda a sociedade brasileira, pois estimulará o consumo de carne suína em outras regiões do País. De acordo com a política de preço mínimo, estabelecida pelo Decreto-Lei 79/66 e pela Lei 8.427/92, a União deve garantir, por meio de subvenções econômicas a produtores rurais e suas cooperativas, preços mínimos para determinados produtos das atividades agrícola, pecuária ou extrativista. Os preços são definidos pelo Conselho Monetário Nacional, com base em proposta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
            Antes de chegar à CCJC, o Projeto precisou passar pela Comissão de Finanças e Tributação e teve como relator o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que defendeu a aprovação da proposta por sua compatibilidade financeira e orçamentária.

Votaram contra

Dos 513 deputados em exercício na Casa, votaram contra o Projeto de Lei nº 7.416, de 2010, 52 deles: Adrian (PMDB/RJ); Afonso Florence (PT/BA); Amauri Teixeira (PT/BA); Antônio Lúcia (PSC/AC); Assis Carvalho (PT/PI); Assis Melo (PCdoB/RS); Cândido Vaccarezza (PT/SP); Chico Alencar (PSOL/RJ); Costa Ferreira (PSC/MA); Domingos Dutra (PT/MA); Dr. Ubiali (PSB/SP); Erika Kokay (PT/DF); Glauber Braga (PSB/RJ); Hugo Leal (PSC/RJ); Isaias Silvestre (PSB/MG); Janete Capiberibe (PSB/AP); Jean Wyllys (PSOL/RJ); Jesus Rodrigues (PT/PI); João Dado (PDT/SP); João Paulo Lima (PT/PE); José Carlos Araújo (PSD/BA); José Guimarães (PT/CE); José Stédile (PSB/RS); Júlio Campos (DEM/MT); Júlio César (PSD/PI); Keiko Ota (PSB/SP); Laércio Oliveira (PR/SE); Leonardo Monteiro (PT/MG); Luci Choinacki (PT/SC); Luciano Castro (PR/RR); Luis Fernando Machado (PSDB/SP); Manoel Júnior (PMDB/PB); Mauro Benevides (PMDB/CE); Miriquinho Batista (PT/PA); Nilmário Miranda (PT/MG); Osmar Serraglio (PMDB/PR); Osvaldo Reis (PMDB/TO); Padre Ton (PT/RO); Pastor Eurico (PSB/PE); Paulão Pital (PT/AL); Paulo Rubem Santiago (PDT/PE); Pedro Eugênio (PT/PE); Professora Dorinha Seabra Reze (DEM/TO); Raul Henry (PMDB/PE); Renan Filho (PMDB/AL); Ricardo Berzoini (PT/SP); Silvio Costa (PTB/PE); Valdivino de Oliveira (PSDB/GO); Vicente Arruda (PR/CE); Vicente Cândido (PT/SP); Vicentinho (PT/SP); e Waldenor Pereira (PT/BA).

Fonte: Ass. Imprensa da ACSURS

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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui

Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.

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Além do crescimento mais rápido e do peso maior do tambaqui, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa - Foto: Siglia Souza

A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.

Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.

A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”

Equipamento de pressão para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes – Foto: Jefferson Christofoletti/Embrapa

Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.

Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.

Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.

À esquerda, animais convencionais e, à direita, peixes submetidos ao processo de indução de poliploidia. Ambos originários da mesma desova e de idades idênticas.

Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.

Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.

Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.

“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.

No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.

A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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Suínos / Peixes

Exportações de carne suína são as menores desde fevereiro de 2023

Retração no volume exportado se deve à menor demanda de importantes parceiros do Brasil na Ásia, como China, Hong Kong e Singapura.

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Foto: Shutterstock

As exportações brasileiras de carne suína caíram fortemente em março, registrando o menor resultado, tanto em volume como em receita, desde fevereiro de 2023.

De acordo com dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea, foram embarcadas 90,7 mil toneladas (produtos in natura e processados), queda de 6,3% em relação a fevereiro de 2024 e de 14,3% sobre março de 2023.

Segundo pesquisadores do Cepea, a retração no volume exportado se deve à menor demanda de importantes parceiros do Brasil na Ásia, como China, Hong Kong e Singapura.

Ainda assim, no primeiro trimestre de 2024, o total escoado somou 286 mil toneladas, 5,3% acima do embarcado nos três primeiros meses do ano passado e um recorde para o período, considerando-se a série histórica da Secex, iniciada em 1997.

Quanto à receita, o montante arrecadado em março deste ano, de R$ 953,2 milhões, ficou 6% abaixo do registrado no mês anterior e 25,9% inferior ao de março/23. No balanço trimestral, exportadores brasileiros receberam R$ 2,9 bilhões, queda de 11,8% frente ao mesmo intervalo do ano passado.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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