Avicultura
Pessoas, processos e parâmetros: palavras de ordem na vacinação in ovo
Um dos precursores da vacinação in ovo no mundo, o pesquisador Chris Williams (MS PhD), diretor técnico da Zoetis, esteve no Brasil durante o Simpósio da Acav para defender os três Ps dentro da técnica
A vacinação in ovo tem sido um método cada vez mais difundido na avicultura industrial para garantir aos embriões compostos extras e, com isso, potencializar seu desenvolvimento após a eclosão e evitar doenças. Ainda dentro do ovo, ele recebe uma injeção capaz de orientar nutrientes para um desenvolvimento pleno da futura ave, com anticorpos capazes de imunizar contra as principais doenças que atingem os polos produtivos. Um dos precursores da vacinação in ovo no mundo, o pesquisador dos Estados Unidos Chris Williams (MS PhD), diretor técnico da Zoetis, esteve no Brasil durante o Simpósio da Acav em Florianópolis, em agosto, para falar sobre o tema. Para ele, a técnica funciona somente se for baseada em três P’s: “Pessoas, processos e parâmetros”.
Segundo o estudioso, com mais de 50 artigos técnicos publicados sobre o tema, é preciso sempre observar os procedimentos padrão para saber se as pessoas estão ou não corretas em seus métodos. “Temos que saber três pontos principais, que são a idade do embrião, a uniformidade e os desafios microbianos do ovo”, frisou.
Pedindo para público, formado por profissionais técnicos do setor avícola, pensar em suas próprias empresas, disse que as pessoas são peças-chave para a efetividade da vacinação. “Os seus funcionários são fundamentais para todo o processo”. Segundo Chris Williams, eles são responsáveis por questões básicas, como otimização do local de vacinação, sanitização das bandejas e estocagem. “Tudo interage e pode afetar o resultado. Por isso os funcionários são fundamentais”, comentou.
Durante a estocagem, Williams lembrou a importância de espaços diferentes para diferentes tamanhos de embriões, o que resulta em uniformidade dos lotes. “A primeira coisa na estocagem é proteger o ovo de contaminação microbiana”, alertou. Depois, disse o pesquisador, é preciso estar atento à distribuição em todo o ambiente de ventilação, luz e temperatura, por exemplo. “Assim, conseguimos uniformidade dos lotes”, orientou.
Na área de estocagem, Williams disse para os presentes que utilizem os sentidos para saber se a situação está adequada, mas frisou sobre o controle de temperatura. “Cheirem, vejam se aquele espaço parece ideal”, comentou. Utilize seus sentidos, mas sem o controle de temperatura, nada vai dar certo”, frisou.
Mais Orientações
Além de uma limpeza robusta no incubatório, o especialista orienta para procedimentos que ajudam na eficiência, como “segregação de áreas de trabalho, uso de pressão positiva nas áreas limpas e pressão negativa nas áreas sujas, uso de bom senso (parece limpo?, cheira limpo?), gerenciamento de temperatura, pressão e elementos químicos, além de equipamentos lavados e secos no fim do dia”.
Para ele, uma das preocupações é o Enterococcus, que “gosta de Ph elevado e de temperatura alta”. “Estamos vendo cada vez mais o Enterococcus, que gera a morte de pintinhos”, comentou.
Nas áreas de preparação da vacina, Williams orientou para a correta ventilação do local, com esterilidade e equipamentos propícios, como balcões em aço inox e tapetes pegajosos para captar a sujeira do calçado do funcionário. Na incubação, orientou ainda para monitoramento do tempo até a eclosão.
Nessa etapa, disse que as pessoas voltam a ter papel essencial, já que são elas que colocal os ovos para receber a vacina. É preciso cuidar das pessoas, que colocam os ovos no dispositivo que dá a injeção. Vamos conseguir maior eclodibilidade se tivermos menos trincas nos ovos”, apontou.
Vacinas
O pesquisador também falou da importância de saber o momento ideal para aplicar cada composto, atentando sempre aos desafios daquela granja ou região produtora. “Cada composto deve ser injetado em um momento diferente. Para isso, temos que saber quais os desafios de doença que temos”, afirmou.
Entre as vacinas estão para Marek, Gumboro, as coccidianas, HVT e Buba. Elas contribuem com os anticorpos maternos já depositados no ovo.
Mais informações você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2016 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
