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Pesquisas mostram que ILP é viável na Costa Leste de MS

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A Costa Leste de Mato Grosso do Sul, também conhecida como Bolsão Sul-Mato-Grossense, possui solo arenoso e chuvas distribuídas durante o ano de forma irregular. Há muitos anos, pecuaristas e técnicos da Assistência Técnica acreditavam que, por esse motivo, seria impossível implantar a agricultura na Região.
Mas depois de oito anos de trabalho com soja, pastagem e pecuária, profissionais de instituições de pesquisa e de universidades, como Embrapa e Unesp, demonstram números que impressionam: média de 50 sacas de soja por hectare e 20 arrobas de carne (sem carcaça) por hectare, sendo a referência de pastagem – anterior à Integração Lavoura-Pecuária (ILP) – de 6 arrobas por hectare.
Isso significa que a agricultura é viável na Região, não sendo necessário abandonar a pecuária, colocando em prática a ILP, batizada de Sistema São Mateus (SSMateus), nome dado por ter experimentos da Embrapa na Fazenda São Mateus. 
A diferença primordial desse sistema (validado após cinco anos de experimento) é que, ao invés de rotacionar soja-pastagem-soja, o plantio direto é feito realizado pela sequência de soja-pasto-pasto-soja. Porém, antes de implantar a lavoura, é preciso correção química e física do solo e essencialmente formar palhada para o plantio direto da sequência de soja, pasto, novamente pasto e a volta da soja ao solo.
O chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, o pesquisador Guilherme Asmus, diz que a Região possui grande potencial de desenvolvimento e precisa de estímulo para incentivar outros pecuaristas. “É por isso que a Embrapa está planejando ter um ponto focal em Três Lagoas para colaborar com o desenvolvimento da Região”.
Cultivares de soja 
O pesquisador Carlos Lasaro P. de Melo, da Embrapa Soja (Londrina, PR), lotado na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), diz que entre as cultivares recomendadas para a Costa Leste estão três desenvolvidas pela Embrapa em parceria com a Fundação Meridional: as convencionais BRS 284 e BRS 317 e a transgênica BRS 359 RR. Duas cultivares recém lançadas estão em processo de validação para a Região: as transgências 388 RR (com tolerância ao herbicida glifosato) e a 1001IPRO, com tecnologia Intacta RR2 PRO, tolerante ao glifosato e controle de um grupo de lagartas. 
Chuvas na Região
No período de menor quantidade de chuva, a incidência solar é maior, a temperatura é mais alta, assim como a velocidade do vento. Tudo isso aumenta a evapotronspiração no solo”, explica. Entre as recomendações para minimizar as intempéries, estão a formação de palha no sistema para refletir a radiação solar, a escolha de materiais genéticos adaptados de soja e pastagens. “A irrigação também pode ser uma estratégia de cultivo a ser pensada para minimizar os efeitos do sol”.
Redução de emissão de GEE
As principais fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE) na lavoura são revolvimento do solo, adubação nitrogenada, falta de cobertura no solo, queima de soqueira/cana e erosão do solo. Na pecuária, pastagens de má qualidade, baixo ganho de peso animal, baixa produção de leite, queima das pastagens e também a erosão do solo. 
Estudos da pesquisadora Michely Tomazi, da Embrapa Agropecuária Oeste, mostra que é possível reduzir as emissões a partir da ILP, que possibilita o maior acúmulo de carbono no solo, menor tempo de abate e redução no uso de insumos externos (adubos, combustível, sal mineral, pesticidas…).
O começo do SSMateus
Mateus Arantes, proprietário da Fazenda São Mateus, em Selvíria, MS, foi o primeiro pecuarista a adotar o sistema, estabilizando o sistema em 2007. “Em 2008, a Embrapa chegou com experimento que trouxe novos conhecimentos, que resultou no Sistema São Mateus”, conta Arantes.
Segundo ele, atualmente o SSMateus ocupa uma área da Fazenda de aproximadamente 600 hectares – oito anos atrás era de cerca de 150 hectares. E ele garante que outros dois fazendeiros da Região já colocam em prática a ILP. “Um deles já me ultrapassou, com mais de 1 mil hectares de área de integração”, comenta Arantes, que completa: “Isso é muito bom para a Região,” afirma o produtor, que já se aventura no consórcio milho-braquiária, conseguindo bons resultados, com média de produtividade de 50 sacas/hectare. 
Para Fernando Lamas, secretário de Produção e Agricultura Familiar do governo de Mato Grosso do Sul, a Integração Lavoura-Pecuária é uma das soluções, dentro do Plano ABC do governo federal, para ocupar de forma produtiva os 9 milhões de hectares de pastagens degradadas em MS. “É uma tecnologia acessível, que pode ser adotada pelos grandes e médios pecuaristas de gado de corte e pelos pequenos produtores de gado de leite e que traz grandes benefícios para toda a sociedade”, afirma.

Fonte: Embrapa

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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações

Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

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Foto: Ana Maio

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.

As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso

Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.

Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.

Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.

Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA Agro
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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

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Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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