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Pesquisadores propõem medidas para garantir a biosseguridade em granjas de suínos para abate

Especialistas esperam que o texto sirva como subsídio na elaboração de uma normativa específica para esse tipo de criação.

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Durante vários meses, pesquisadores fizeram um levantamento epidemiológico em granjas em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, estados que concentram a maior produção da suinocultura no Brasil. O objetivo foi identificar as condições atuais de biosseguridade dessas granjas. Com as informações obtidas, os cientistas elaboraram um documento com recomendações para garantir a biosseguridade em criações de suínos para abate. Os especialistas esperam que o texto sirva como subsídio na elaboração de uma normativa específica para esse tipo de criação.

“A adoção de algumas medidas, como a cerca periférica de isolamento e a troca de roupa e calçados antes de entrar na unidade produtiva, ajuda a manter a saúde dos animais e mitigar riscos de contaminação e disseminação de agentes infecciosos, medidas fundamentais no controle de enfermidades e obtenção de alimento seguro para os humanos”, enfatizou o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves (SC) Nélson Morés, que participou do trabalho de pesquisa.

 “O objetivo foi abordar aspectos relevantes das granjas que produzem para abate e subsidiar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na elaboração de uma regulamentação oficial, além de servir de suporte para empresas e produtores melhorarem a qualidade sanitária de seus plantéis”, comentou Morés. De acordo com o pesquisador, atualmente apenas granjas de suínos que produzem, vendem ou distribuem animais destinados à reprodução ou centrais de coleta, venda ou distribuição de sêmen possuem normativa oficial com critérios específicos de biosseguridade.

Mercado em crescimento

A suinocultura é uma das atividades essenciais na produção e exportação de proteína animal. A evolução dessa cadeia tem sido constante, tanto em escala como em unidades produtivas instaladas em diversas regiões do País. Esse aumento gera preocupação ao setor de garantir a sanidade dos rebanhos para manter a produção e atender às demandas de mercado externo e interno. Para os cientistas, a biosseguridade é o pilar mais importante da cadeia produtiva.

Medidas de biosseguridade em granjas têm como foco mitigar os riscos de contaminação de rebanhos e a disseminação de doenças. Para isso, conhecer o local e as condições das granjas é importante. “A sobrevivência de agentes causadores e transmissores [de doenças] depende muito de condições ambientais, como luz e ressecamento, da movimentação de suínos entre diferentes rebanhos e de como cada propriedade interage com outros elos da cadeia”, destaca Morés.

Esse trabalho também compõe o arcabouço que a Embrapa Suínos e Aves está reunindo para definir e apontar as rotas tecnológicas para a destinação de animais mortos. “A investigação da situação das granjas, identificando como estão em termos de adoção de medidas de biosseguridade, é importante para que possamos reforçar cada vez mais ações que protejam nossos rebanhos”, comenta Morés.

Mais de 100 questionários aplicados

O levantamento foi realizado com aplicação de um questionário naquelas propriedades que incluíram granjas de Ciclo Completo (CC), Unidades Produtoras de Leitões Desmamados (UPD), Unidades Produtoras de Leitões Descrechados (UPL), Crechários (CR), Unidades de Desmame ao Abate (UDA) e Unidades de Terminação (UT). Foram avaliados 126 questionários, que abordaram os principais aspectos de biosseguridade, como cerca de isolamento, escritório e vestiário, embarcadouro, transporte de alimentos para a granja, fábrica de ração ou depósito, outra atividade além da suinocultura, câmara de compostagem para restos de parto ou animais mortos.

Após o levantamento, a Embrapa elaborou uma proposta e a validou por meio de um painel técnico composto por especialistas no tema, incluindo pesquisadores, professores universitários, associações de produtores, defesa sanitária estadual e programa nacional de sanidade suína do Mapa. “Consideramos duas situações distintas, sendo uma para granjas novas e outra para unidades já em funcionamento, especialmente em razão de alguns itens envolverem estruturas já construídas”, explica o pesquisador.

Cerca de isolamento

Os critérios apontados são os mais relevantes ligados diretamente à mitigação de riscos para melhorar a proteção das granjas quanto à entrada e disseminação de agentes infecciosos. São basicamente 16 critérios específicos, além da sugestão de outras medidas importantes, como, por exemplo, cuidados necessários na aquisição de animais de reposição em CC, UPD e UPL e com movimento e mistura de leitões de diferentes origens em CR, UDA e UT.

Entre os itens elencados pela Embrapa está a cerca de isolamento, ou seja, uma barreira física que impeça que pessoas estranhas, veículos e animais como cães, gatos, javalis, galinhas, bovinos, entre outros, entrem no estabelecimento e estejam em contato com os suínos.   

Cuidados de higienização na entrada

Outra atenção é com o escritório, que deve ficar próximo à cerca de isolamento, com a área suja voltada para a parte externa da cerca, e a área limpa voltada para o interior. É considerada área suja o local destinado às pessoas que chegam à granja, seja no transporte de animais e insumos, seja visitantes, funcionários e proprietários antes de entrar na unidade produtiva. Já a área limpa é a parte interna da granja de produção. O acesso de funcionários, proprietários e visitantes ao interior da unidade produtiva só poderá ser feito após os procedimentos de troca de roupa e calçados e lavagens das mãos. Na área limpa do escritório, devem ser armazenados documentos, remédios, sêmen e material de escritório.

Visitantes devem observar vazio sanitário

A visita à unidade produtora é outro critério a que os proprietários de granjas devem estar atentos. A recomendação é que os visitantes estejam em vazio sanitário por no mínimo 24 horas. Ou seja, não podem ter contato com suínos de outra UP, abatedouro ou laboratório que trabalha com agente infeccioso antes de entrar na granja.  E a entrada deles deve ocorrer pelo vestiário, com troca de roupa e calçado de uso exclusivo no interior da granja.

Além disso, no documento da Embrapa constam as recomendações para transporte e armazenamento de rações e insumos, refeitório e lavanderia, localização do embarcadouro/desembarcadouro, câmara de compostagem e depósito para animais mortos.

Veículos que movimentam ração não podem transportar animais

O armazenamento de rações e insumos deve estar em local apropriado, porém o transporte é essencial. “Veículos utilizados para transporte de ração ou de insumos não podem ser utilizados em outras atividades, como o transporte de animais ou de material biológico”, enfatiza Morés.

O local para tratamento de dejetos precisa ficar fora da cerca de isolamento, para que o manejo possa ser feito sem acesso à unidade produtiva. O controle de roedores e insetos é outro aspecto de biosseguridade que deve ser atendido pelas granjas, com documentação dos procedimentos utilizados. Estão incluídos ainda o fornecimento de água de beber aos animais, a guarda de registros e documentos e as orientações sobre os riscos sanitários na movimentação e mistura de leitões de diferentes origens. 

Além desses critérios mínimos apontados pela Embrapa, enfatiza-se que também fazem parte das medidas de controle de doenças a lavagem e sanitização das instalações, a restrição de visitas, o vazio sanitário entre cada lote, o programa de vacinações, o isolamento e tratamento de animais que adoecem. “Todas essas práticas devem ser combinadas com o fluxo de animais entre as várias fases de produção e com as práticas de manejo, bem-estar animal, capacitação dos operários, utilização de sistema de gestão da qualidade e com uso de Boas Práticas de Produção no manejo diário dos animais”, frisa o pesquisador.

Fonte: Embrapa Suínos e Aves

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Notícias Comissão de Agricultura na Assembleia

Afagro busca melhores condições de trabalho para fiscais agropecuários no Rio Grande do Sul

Jeferson Barcelos Morais, conselheiro da entidade, expôs que nos últimos cinco anos houve 95 nomeações de fiscais, dos quais 41 pediram exoneração.

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Foto: Bruna Karpinski

Na manhã desta quinta-feira (25), a diretoria da Afagro falou sobre a situação da categoria na Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. “De 2019 até agora, em 2024, tivemos 95 nomeações de fiscais. Em contrapartida, tivemos 41 pedidos de exoneração, quase a metade. Somando as aposentadorias, nós temos mais que a metade deste número de evasão de servidores treinados e capacitados”, detalhou o conselheiro da Afagro, Jeferson Barcelos Morais, que falou em nome do presidente da associação e dos 409 fiscais estaduais agropecuários.

“Nós trabalhamos, todos os dias, cientes da nossa responsabilidade frente ao agronegócio gaúcho, sabendo da importância deste setor para a economia do nosso Estado. Temos amor pelo que fazemos e não queremos, de jeito nenhum, ter que continuar procurando outros empregos para melhorar nossa renda”, enfatizou Jeferson.

A proposta do espaço de fala foi do deputado Luciano Silveira (MDB), que preside a comissão. No dia 10 de abril, a diretoria esteve no gabinete do parlamentar para conversar sobre os pleitos dos Fiscais Estaduais Agropecuários.

Ao final do pronunciamento da Afagro, o deputado Zé Nunes (PT) pediu a palavra para manifestar sua solidariedade e reconhecimento à carreira. Diante do contexto relatado pelos servidores da fiscalização agropecuária, o parlamentar concordou que existe o risco de desmantelamento do serviço. “Eu sou engenheiro agrônomo de formação, e você jamais vai encontrar um engenheiro agrônomo trabalhando em uma empresa privada para ganhar o que os nossos servidores hoje recebem”, afirmou o parlamentar.

“Sem os fiscais agropecuários trabalhando lá no campo para cuidar da sanidade, das doenças, da defesa agropecuária, vai dar problema. Vocês não estão lutando só pelo salário de vocês, estão lutando pela defesa do Estado gaúcho”, disse o deputado.

Fonte: Assessoria
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Entidades debatem gargalos nos portos catarinenses

Encontro também debateu a renovação da concessão do trecho norte da BR-101.

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Foto: Divulgação/Fiesc

O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, participou nesta semana da reunião do Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (Cofem). O encontro, realizado na sede da Fetrancesc, em Florianópolis (SC), debateu os gargalos no setor portuário catarinense e a renovação da concessão do trecho norte da BR-101.

As entidades integrantes do Cofem manifestaram preocupação com a situação dos portos catarinenses, especialmente com a situação de Itajaí, que há mais de um ano praticamente não movimenta contêineres. Neste sentido, enviarão ofício ao coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, deputado Valdir Cobalchini, reforçando a necessidade de mobilização de Santa Catarina para um aumento do efetivo do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) e Vigiagro para atuação no estado, bem como a atenção em relação à disponibilização, pelo governo federal, de recursos necessários para a dragagem do complexo portuário de Itajaí.

Pedrozo avalia como positiva a reunião que oportunizou debater assuntos estratégicos para o desenvolvimento do setor produtivo. Para ele, o envio do ofício ao coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense foi uma decisão fundamental para a busca de soluções aos gargalos no setor portuário catarinense, que vem sendo penalizado com a falta de profissionais e outros problemas que geram atraso na liberação de mercadorias e impedem a competitividade.  “Ao debatermos essa e outras pautas, mais uma vez cumprimos com o propósito de promover o diálogo entre representantes de diversos setores da economia para darmos o melhor encaminhamento às demandas comuns aos integrantes do Conselho”, comentou Pedrozo.

Os presidentes das entidades integrantes do Cofem também deliberaram por encaminhar ao Ministério do Transportes e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) um pedido de informações sobre a modelagem que está sendo proposta para a renovação da concessão da BR-101 Norte, hoje sob responsabilidade da Arteris, considerando a fala do ministro Renan Filho, em visita ao estado na semana passada.

O setor empresarial quer participar da discussão, para que as demandas do setor produtivo e da sociedade catarinense sejam atendidas, pois considera que o debate deve ser amplo e transparente. Por isso, o Cofem discutiu a necessidade de definir de forma técnica e fundamentada quais obras serão necessárias para que a rodovia possa atender ao crescimento previsto na demanda.

Durante o encontro, o delegado geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, apresentou um panorama da segurança pública no estado e também o planejamento do órgão para os próximos anos. Entre as inovações estiveram a implantação do sistema de alerta de cargas roubadas além de uma ferramenta de alerta contragolpes e estelionatos, especialmente os virtuais. Ele também salientou as medidas tomadas para otimização de recursos, que economizaram R$ 17,4 milhões aos cofres públicos em 2023.

A pauta da reunião trouxe ainda o debate sobre o Projeto de Lei 0290/2023, que trata da padronização de possíveis formas de compensação ambiental para autuados, de forma a tornar a penalização impessoal e favorecer a isonomia.

Outro tema discutido foi o PL 0006/24, que trata da obrigatoriedade de disponibilizar postos de coleta de óleo de cozinha por empresas que comercializam mais de 100 litros, visto com ressalvas pelas entidades empresariais. Também foi discutido o PL 0007/24, que trata da restrição de tráfego de caminhões com produtos perigosos na Serra Dona Francisca.

O Cofem é composto pelas Federações das Indústrias (Fiesc), do Comércio (Fecomércio), da Agricultura (Faesc), dos Transportes (Fetrancesc), das Associações Empresariais (Facisc), das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), das Micro e Pequenas Empresas (Fampesc), além do Sebrae/SC.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar/Fiesc
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“Temos que construir um sistema de segurança alimentar que seja mais sustentável, justo e produtivo“, defende CEO da JBS em seminário

Durante Seminário Brasil Hoje, Gilberto Tomazoni abordou a importância da parceria da indústria com o produtor para ter o consumidor no foco dos negócios.

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Um sistema de segurança alimentar que seja mais sustentável, produtivo e justo, capaz de permitir e acompanhar a evolução da humanidade, defendeu na última segunda-feira (22), o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni. A afirmação foi feita durante o painel “Do campo à indústria: integração e inovação nas cadeias produtivas”, no Seminário Brasil Hoje, promovido pela Esfera Brasil.

“É fundamental utilizarmos práticas cada vez mais sustentáveis para, assim, aumentarmos a produtividade do setor. Afinal, se não houver aumento de produtividade, não vamos combater a questão climática e alimentar a população. É preciso caminharmos em conjunto em prol do mesmo objetivo”, afirmou Tomazoni.

CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, durante participação no Seminário Brasil Hoje: “É preciso caminharmos em conjunto em prol do mesmo objetivo” – Fotos: Ciete Silveirio

 

Como uma companhia global e uma das maiores empresas de alimentos do mundo, com diversidade geográfica e sustentada pela visão de negócios multiproteínas, a JBS compreende a importância de investir em ações pensadas nessa direção. Por isso, tem desenvolvido estratégias que levam em conta as urgências ambientais atuais.

Dessa forma, a empresa se conecta com o conceito de economia circular, uma forma de atuação que está há décadas em seus negócios. “Para nós, ser mais sustentável significa ampliar a eficiência e, assim, expandir nossa capacidade de produzir o máximo com o mínimo de recursos naturais”, explica Tomazoni.

Dentro do conceito de economia circular, a JBS aproveita 99% de cada bovino processado pela Companhia. Em aves e suínos, esse percentual é de 94%. Dos resíduos do processo produtivo do boi, são obtidos biodiesel, couro para revestimento de móveis, vestuário e acessórios, peptídeos de colágeno e gelatinas, além da fabricação de sabonetes e muitos outros produtos.

A Companhia busca fomentar a inovação e a tecnologia na parceria com os produtores para colocar o consumidor no centro dos negócios. Tomazoni citou o exemplo dos Escritórios Verdes no Brasil, iniciativa da JBS que visa apoiar produtores rurais, principalmente os pequenos, na adoção das melhores práticas socioambientais, incluindo manejo de baixo carbono.

Desde a criação do projeto, em 2021, 9.200 fazendas foram regularizadas, com mais de 22 mil atendimentos. Para 2024, a meta é alcançar 12 mil regularizações ambientais. “Buscamos criar condições junto aos produtores para que o consumidor tenha o máximo de poder de escolha possível. Assim, todos saem ganhando”, pontua o CEO.

Investimentos de R$ 15 bilhões na JBS

Durante o evento, Wesley Batista, acionista da J&F, anunciou o investimento de R$ 15 bilhões em unidades da JBS espalhadas pelo país, com o objetivo de ampliar a produção da Companhia. Batista também afirmou que a holding J&F investirá R$ 25 bilhões no negócio de celulose, R$ 5 bilhões em mineração e R$ 5 bi em outras empresas do grupo. O executivo afirmou, ainda, que segue otimista em relação aos investimentos no Brasil e que o país segue com o potencial de ser “a bola da vez”, entrando em um ciclo virtuoso como já ocorreu no passado.

Fonte: Assessoria JBS
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