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Pesquisadores desenvolvem app que monitora a população de cascudinho na avicultura

O cascudinho, como vulgarmente é chamado, se prolifera na cama dos aviários e é uma das principais pragas da avicultura, sendo responsável por impactos técnicos e econômicos.

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Foto: Fundação MT

Pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC) estão trabalhando num protótipo de aplicativo móvel que utiliza a inteligência artificial para detectar e quantificar automaticamente o Alphitobius Diaperinus em armadilhas, economizando a aplicação de insumos. O cascudinho, como vulgarmente é chamado, se prolifera na cama dos aviários e é uma das principais pragas da avicultura, sendo responsável por impactos técnicos e econômicos. Eles também oferecem riscos à saúde do plantel, do produtor e do consumidor em função do uso de inseticidas químicos no controle populacional. “O monitoramento depende totalmente da subjetividade dos técnicos e (ou) produtores em avaliar e quantificar o grau de infestação, que serve como base para a definição da estratégia de controle”, comentou o pesquisador Gilberto Schmidt, líder de projeto “Desenvolvimento de bioinseticidas através da associação de compostos biológicos e orgânicos para o controle do Alphitobius diaperinus (cascudinho) na avicultura” e integrante da equipe que desenvolve o app.

Foto: Shutterstock

A solução desenvolvida pela equipe, que conta ainda com os pesquisadores Paulo Giovani de Abreu e Joseane Padilha da Silva, combina pesquisa tradicional com tecnologia de ponta. As armadilhas foram desenvolvidas com recipientes especiais, feitos com potes plásticos e testados com diferentes tipos de iscas em aviários comerciais. Surpreendentemente, as armadilhas simples, sem atrativos, funcionam tão bem quanto as complexas – uma descoberta que se mostrou fundamental para o desenvolvimento do app. “As armadilhas desenvolvidas, e sem iscas, funcionam bem e facilitam muito o trabalho da inteligência artificial. Com menos interferências visuais, a precisão foi superior a 90% na contagem automática dos insetos”, comentou Schmidt.

O protótipo do aplicativo já foi desenvolvido com foco na acessibilidade para diferentes características de produtores e funciona até mesmo em smartphones mais simples. O processo é simples: o técnico ou produtor coleta amostras de cascudinhos em pontos estratégicos do aviário, por meio de armadilhas e coloca os insetos em um recipiente padronizado para ser fotografado com o celular. Em segundos, o app processa a imagem, conta automaticamente os insetos e converte o resultado em níveis práticos: “pouco”, “médio” ou “muito” infestado. De acordo com a pesquisadora Joseane Padilha, que é a responsável pelo trabalho de inteligência artificial no projeto, mais importante ainda, o sistema usa modelagem matemática e conhecimento biológico sobre doses letais para calcular, a partir da amostragem representativa, a quantidade exata de inseticida químico e (ou) compostos bioativos, necessária para aquele nível de infestação, evitando tanto o uso insuficiente quanto o desperdício de produtos, reduzindo o custo de produção e ampliando a sustentabilidade do sistema.

Foto: Shutterstock

Os números da avicultura brasileira tornam essa inovação ainda mais relevante. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com um volume anual superior a 7,4 bilhões de aves alojadas. O cascudinho representa uma das principais ameaças a essa cadeia produtiva, causando prejuízos técnicos, econômicos e riscos sanitários ao plantel, produtor, consumidor e meio ambiente. “Atualmente, muitos produtores aplicam inseticidas baseados apenas no ‘olhômetro’ dos técnicos, sem dados objetivos sobre o nível real de infestação. Isso resulta em gastos desnecessários ou em controle ineficiente da praga”, explica o pesquisador Paulo Abreu. “Com esse app a aplicação se torna mais precisa e baseada em dados científicos”.

A equipe se prepara agora para a fase de testes de campo em aviários comerciais. “Conseguimos excelentes resultados em laboratório, mas é preciso validar se a precisão de 90% se mantém nas condições reais dos aviários”, comenta o Schmidt. Essa fase será fundamental para ajustar o protocolo de amostragem e garantir que o sistema funcione perfeitamente na rotina dos aviários. “É necessário ter certeza de que o produtor vai conseguir usar a tecnologia de forma simples e confiável no dia a dia”, afirma ele. Os pesquisadores estão buscando parcerias com a iniciativa privada e produtores para a validação a campo.

Com a conclusão dos testes de campo, o app promete não só contribuir para combater uma das principais pragas da avicultura, mas também estabelecer um novo padrão de precisão e economia no manejo sanitário dos aviários brasileiros. A tecnologia desenvolvida pode ser adaptada para outras pragas, como ácaros, possibilidade que já está no radar da equipe de pesquisadores.

O desenvolvimento desse aplicativo é um dos trabalhos que envolve também o Comitê Local de Aplicação e Desenvolvimento de Inteligência Artificial – CLADIA.

Cascudinho – Os pesquisadores reuniram material completo sobre o cascudinho, que podem ser acessados no portal da Embrapa Suínos e Aves por meio da página do projeto ou clicando aqui.

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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