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Pesquisadores de países do Brics apostam no fortalecimento de cooperações para avançar em projetos sobre energia sustentável

Especialistas de três universidades da China, Rússia, Alemanha e do Brasil apontaram que as oportunidades de novas cooperações são fundamentais para avanços no desenvolvimento de projetos em materiais e processos fotocatalíticos eficientes.

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Foto: Pedro Coppi

O projeto colaborativo entre países do BRICs para desenvolver sistemas inovadores, a fim de integrar o tratamento de contaminantes ambientais à produção de energia renovável, alimentada pela luz solar, deve ganhar um impulso significativo após reunião realizada na Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), na semana passada. Especialistas de três universidades da China, Rússia, Alemanha e do Brasil apontaram que as oportunidades de novas cooperações são fundamentais para avanços no desenvolvimento de projetos em materiais e processos fotocatalíticos eficientes.

A atividade, realizada no dia 27, e que também teve o objetivo de aproximar os cooperantes, faz parte do iPhotoMat, consórcio internacional focado na busca de soluções sustentáveis para mitigar as emissões de CO2 e convertê-las em produtos valiosos, como combustíveis. O iPhotoMat é coordenado pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação, Caue Ribeiro, especialista em nanotecnologia.

Discussão fortalece parcerias

Fotos: Divulgação/Embrapa

Para ele, a importância da visita da delegação Brics é, inicialmente, no fortalecimento de relações com universidades chave. “A China hoje é o principal parceiro comercial do Brasil e, dada a mudança dos cenários internacionais, tende a se tornar mais relevante como parceira de desenvolvimento” afirma Ribeiro.

O pesquisador diz que, em particular, a relação com as universidades da China (North China Electric Power, Guangxi e National Center for Nanoscience and Technology) está em tópicos que ele já vem desenvolvendo, como tecnologias fotoativadas para conversão de químicos, mas a capacidade de produção dos chineses é superior a daqui em termos de mão de obra. “Porém, em termos de conhecimento tecnológico, estamos muito próximos e o momento de interagir é esse”, enfatiza.

Jiahong Pan, da Universidade Guangxi, disse que com o projeto iPhotoMat eles vão ficar mais fortes na ciência, porque há uma intensa colaboração chinesa no desenvolvimento de pesquisas de interesse do projeto colaborativo. “Eu espero que a nossa universidade seja boa também na agricultura”.

Para o pesquisador da Universidade Estatal de São Petersburgo (Rússia), Alexei Emeline, há muitas diferenças nas cooperações entre os países do BRICs. “Entre a Rússia e a África do Sul, por exemplo, é absolutamente quase zero”, disse ele.

Universidade é porta de entrada

No entanto, Ribeiro comenta que a Universidade São Petersburgo é uma das mais antigas e tradicionais da Europa, e é uma porta de interação com a Rússia em tópicos críticos. “Em especial, na produção de fertilizantes, já que hoje o Brasil depende criticamente da importação de fertilizantes russos. A consolidação da parceria no âmbito dos BRICS segue também a tendência do governo brasileiro, de buscar parcerias bilaterais com países em desenvolvimento, como a África”.

Nicola Pinna, da Universidade Humboldt (Alemanha), disse que a multidisciplinaridade das pesquisas e a expertise dos especialistas em fotocatálise é muito importante para novos campos de aplicação e resultados dentro do projeto iPhotoMat.

A aproximação com a Universidade Humboldt é continuidade dos esforços de cooperação entre a Embrapa Instrumentação e a Alemanha, iniciados com o LABEX Europa no Forschungszentrum Jülich, onde dois pesquisadores da Unidade estiveram como visitantes.

“A Alemanha demonstra um interesse único entre os países desenvolvidos em colaborar com o Brasil, e precisamos manter essa parceria de forma sólida. Por fim, essas cooperações entre vários países são essenciais pela universalidade dos problemas que estamos tratando, entre eles, a emissão de gases de efeito estufa, poluentes em água, provimento de fertilizantes, todos temas relacionados entre si”.

Ao final do Workshop, os pesquisadores visitaram o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), onde conheceram pesquisas envolvendo o desenvolvimento de fertilizantes. Após o evento, o grupo visitou instituições de pesquisas de Campinas (SP).

Esforço internacional para vencer desafios

O projeto iPhotoMat teve início em 2023 e tem prazo de execução de 36 meses. Para implementação, reuniu parceiros de pesquisa, que são líderes mundiais no campo da ciência dos materiais, nanotecnologia e fotocatálise. Cada país desempenha uma atividade específica.

A equipe russa é responsável pela síntese e pré-seleção dos materiais, por suas propriedades fundamentais; o grupo brasileiro responde pela montagem do sistema e avaliação das propriedades oxidativas, enquanto a chinesa avalia o desempenho dos materiais para reação redutiva.

Mas o coordenador do iPhotoMat, o pesquisador Caue Ribeiro, lembra que todos os parceiros colaboram no desenvolvimento de cada etapa por meio de caracterização detalhada, usando as instalações e compartilhando amostras e dispositivos para verificação cruzada.

“A proposta aborda o desafio de aumentar a sustentabilidade das atividades econômicas tradicionais nos países BRICS de uma forma ecológica e integrada, que pode ser validada pela situação de cada país com elevada flexibilidade. Este projeto consolida um consórcio internacional entre instituições do Brasil, Rússia e China, cooperando para a produção de energia eficiente e sustentável”, diz Ribeiro.

Tecnologia à base de luz solar

O projeto de pesquisa colaborativo desenvolve nanomateriais fotoativos e dispositivos conceituais ou protótipos para integrar as necessidades de soluções ambientais com a produção sustentável de energia limpa. O coordenador do iPhotoMat explica que a ideia é que esses nanomateriais sejam montados em um dispositivo alimentado por luz solar, capaz de produzir combustível e produtos químicos. 

Segundo ele, a energia solar desempenha um papel vital no desenvolvimento sustentável e na promoção de uma economia circular neste contexto. “Ela é limpa, está disponível em todo o mundo e pode conduzir reações fotoquímicas específicas para a produção de combustível ecológico ou decomposição de poluentes tóxicos”, afirmou Ribeiro.

Mas, apesar do grande potencial desse campo, o pesquisador disse que esforços científicos ainda são necessários para tornar essa tecnologia comercialmente viável devido aos vários desafios. “Assim, o desenvolvimento de novos materiais funcionais e dispositivos otimizados são necessários para lidar com esses desafios”, disse ele. O projeto é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Fonte: Embrapa Instrumentação

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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