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Pesquisadora Janice Zanella é finalista na categoria Ciências do Prêmio Claudia

A chefe geral da Embrapa Suínos e Aves foi indicada pela trajetória de pesquisa e dedicação em temas como virologia animal

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Dos campos de Varginha-MG para o mundo. O mundo da ciência e das descobertas que ela pode trazer em benefício da sociedade. Assim podemos descrever uma parte da trajetória profissional da pesquisadora e chefe geral da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia-SC), uma das três finalistas da categoria Ciências do Prêmio Cláudia, que já está em sua 22º edição. Sua dedicação à ciência, em especial na área de virologia animal, a conduziu à esta indicação. O objetivo do prêmio é descobrir, destacar e valorizar mulheres competentes, talentosas, inovadoras e empenhadas em fazer um Brasil melhor, nas categorias Cultura, Trabalho social, Negócios, Políticas Públicas, Ciência, Revelação e Consultora Natura Inspiradora.

O prêmio de 2017 já passou pelas etapas preliminares, que selecionou as personalidades em cada categoria e agora é chegada a hora de conhecer melhor as candidatas e votar. O resultado final será conhecido em outubro. O perfil de cada uma das três finalistas em cada categoria pode ser conferido no site do prêmio ou nas revistas impressas que chegam nas bancas em junho. A votação é pela internet.

Como tudo começou 

O exemplo e a história pessoal do trabalho familiar na agropecuária, em Varginha, no interior de Minas Gerais, levaram Janice Reis Ciacci Zanella à uma trajetória crescente dentro da pesquisa agropecuária. Além de conquistas importantes em projetos de pesquisa, hoje ela está em um dos cargos mais importantes na Embrapa: a chefia geral de um centro de pesquisa, a Embrapa Suínos e Aves (Concórdia-SC).

Médica veterinária, mestre e PhD, a pesquisadora Janice é descendente de família de italianos que se estabeleceram no Sul de Minas Gerais no final do século XIX e tinham no trabalho do campo o seu sustento e sucesso. Foi assim que ela cresceu, percebendo o quanto o conhecimento poderia ajudar no desenvolvimento das famílias e da região onde vivia.

Assim, aos 17 anos iniciou sua carreira, saindo de Varginha para Belo Horizonte estudar Medicina Veterinária na Universidade Federal de Minas Gerais. E foi após sua graduação, durante o seu estágio de aperfeiçoamento, que teve o primeiro contato com a instituição que faria parte de toda a sua vida profissional: a Embrapa Suínos e Aves. Seu estágio na área de sanidade animal a conquistou e direcionou sua carreira. Incentivada, ela foi para a Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, cursar o mestrado, com bolsa do National Pork Board Council, em Latência do vírus da Doença de Aujeszky. Foi convidada a cursar o PhD em modelos de latência de vírus. O sucesso do trabalho rendeu várias publicações de impacto / inclusive na revista Science. Ainda no período de estudo, Janice realizou o sonho de integrar a equipe de pesquisa da Embrapa, passando no concurso para Pesquisador.

Há 19 anos atuando como pesquisadora na área de Virologia Animal, Janice desenvolveu projetos de pesquisa e transferência de tecnologia em vírus de suínos e aves, com uma participação em mais de 30 projetos. Suas equipes obtêm valiosos resultados e contribuem decisivamente para a melhoria do status sanitário da suinocultura e avicultura nacionais. Isso pode ser comprovado pelo desenvolvimento e transferência de mais de 50 metodologias, práticas e processos, dezenas de artigos científicos publicados. Janice também coordenou o programa de Erradicação da Doença de Aujeszky em Santa Catarina, que recebeu quatro premiações, e teve um impacto positivo para suinocultura do Estado, pois criou condições sanitárias favoráveis para a negociação de carne suína com países importadores e hoje é o único que exporta para o Japão e Estados Unidos.

Já recebeu 26 premiações, entre nacionais de equipe de projetos, personalidade técnica e internacionais. Em 2015 recebeu o Troféu Mérito Lauriston von Schmidt por relevantes serviços prestados à causa do setor avícola e suinícola da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A pesquisadora recebeu ainda o título de “RDA Overseas Honorable Researcher” da Rural Development Administration da Coreia do Sul, baseado no impacto internacional dos temas conduzidos por seu trabalho.

Um dos trabalhos de impacto que Janice atuou foi como pesquisadora no Labex-EUA Sanidade Animal, junto ao NADC/ARS/USDA, o maior centro de referência em Sanidade Animal do mundo. Janice estava no local e na hora certa quando a pandemia do vírus da gripe A ocorreu no mundo, pesquisando e fazendo parte da equipe que desenvolveu e testou a vacina de influenza utilizada em suínos no mundo. Resultados dessa pesquisa embasaram o desenvolvimento da vacina da gripe para controle da enfermidade em humanos mundialmente.

Atuou no Comitê Gestor de Portfólios de Sanidade Animal da Embrapa, como secretária executiva do Comitê Técnico Interno (CTI) da Embrapa Suínos e Aves, participou de diversas comissões e comitês administrativos e de pesquisa, além de integrar a Diretoria do Centro de Diagnóstico em Sanidade Animal – CEDISA desde a sua criação, em 2005.

Atualmente, a pesquisadora Janice compõe o Comitê Gestor das Estratégias da Embrapa, órgão colegiado consultivo integrante do Sistema Embrapa de Gestão (SEG), instituído com o objetivo de assessorar a Diretoria-Executiva no monitoramento do foco estratégico da Empresa. Ela integra ainda os Grupos AdHoc da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE para avaliação do estado de Peste Suína Clássica de países membros, da Peste Suína Africana e representa o Brasil no Grupo Técnico OFFLU (OIE, FAO e WHO). O grupo vírus da influenza suína da OFFLU é uma rede de especialistas em gripe suína que estão ativamente envolvidos em atividades de pesquisa e vigilância para compreender a doença e contribuir para melhorar seu controle e prevenção. O grupo OFFLU representa setores de saúde animal e saúde pública com o objetivo de ter uma representação global.

E, com toda esta trajetória bem-sucedida de pesquisa, Janice resolveu que era momento de buscar mais e tornou-se a primeira mulher chefe geral da Embrapa Suínos e Aves. “Vou fazer mais pela Embrapa e essa vontade é que me motivou a novos desafios, como a gestão da Unidade”, destacou a pesquisadora. “Na área técnica meu crescimento foi em pirâmide, com uma base bem sólida. Agora, desejo contribuir para uma projeção ainda maior da Embrapa Suínos e Aves. E o meu compromisso é com uma gestão compartilhada, de diálogo e parcerias”, enfatizou.

Janice tem o foco na qualidade técnica das pesquisas desenvolvidas e na valorização da cooperação internacional, o que tem trazido bons frutos para a suinocultura e avicultura do Brasil.

Fonte: Embrapa

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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