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Avicultura Entrevista Exclusiva

Pesquisadora Janice Zanella destaca avanços da Embrapa Suínos e Aves em sete anos

Nos últimos sete anos, a instituição se aproximou das indústrias e dos produtores para saber quais eram suas reais necessidades. O objetivo: criar linhas de pesquisa, gerar conhecimento científico e embasar mudanças que os setores necessitavam.

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Fotos: Divulgação

Nos últimos sete anos a Embrapa Suínos e Aves se aproximou das indústrias e dos produtores para saber quais eram suas reais necessidades. O objetivo: criar linhas de pesquisa, gerar conhecimento científico e embasar mudanças que os setores necessitavam. Esse é um dos avanços da Embrapa Suínos e Aves, com sede em Concórdia, SC, sob a chefia da pesquisadora Janice Zanella, que deu posse a seu sucessor, o pesquisador Everton Krabe, em 1º de novembro. Confira um balanço da gestão, sob a ótica de Janice Zanella, uma das mais renomadas e respeitadas pesquisadoras de suínos e aves do mundo.

O Presente Rural – Conte um pouco de sua trajetória acadêmica e profissional.

Janice Zanella – Nasci no Sul de Minas Gerais, minha família é de agricultores, plantavam café, criavam gado de leite. Fiz o ensino médio em Minas, fiz Medicina Veterinária na universidade federal em Belo Horizonte. Qaundo estava terminando meu curso, tive a oportunidade de uma bolsa de estudos da CNPQ e vim para Concórdia (SC), para trabalhar na Embrapa. Quem me orientava na época era o Nelson Mores. Fiz um ano na patologia, depois fiquei mais um ano na virologia e depois fui trabalhar na Sadia, na BRF. Fiquei lá no laboratório. Nesse meio tempo que fiquei na BRF, consegui uma bolsa e fui para os Estados Unidos, para a Universidade de Nebrasca, no meio oeste americano, para fazer meu mestrado. Acabei ficando, fiz o PHd e iniciei o pós doutorado.

Nesse tempo abriu concurso da Embrapa, prestei, passei e voltei para o Brasil em 1998. Comecei a trabalhar na pesquisa, com virologia de suínos e aves, depois me dediquei somente a suínos. Durante esse tempo fiz vários projetos, fiz o primeiro diagnóstico de Circuvírus, o primeiro diagnóstico de Influenza, desenvolvi metodologias de diagnóstico para várias doenças virais de suínos que não estavam estabelecidos no Brasil, por exemplo para PRRS e diagnóstico da PED.

Uma das grandes contribuições que dei foi atuar junto na erradicação da doença de Algeski, isso deu um diferencial para Santa Catarina. Na época a gente apoiava o Estado livre de aftosa sem vacinação, a gente estimulou o governo do Estado para implementar barreiras.

Orientei muitos colegas em vários projetos, atuei em vários comitês, organizamos eventos técnicos e também ajudei muito como membro de vários comitês na OIE, (Peste Suína Clássica, Peste Suína Africana), desde 2011 sou membro de um grupo de especialistas no mundo para controle e monitoramento da Influenza em suínos.

Recentemente fui indicada como uma das 25 pessoas no mundo para trabalhar com uma saúde (One Health), faço parte de um grupo bem forte, de apoio à questão da saúde única, juntamente com a FAO, a OIE e a OMS. Sou a única pessoa no Brasil que está trabalhando nesse comitê.

De 2008 a 2010 fiquei no laboratório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Laboratório Central de Diagnóstico e Pesquisa, em Iowa. Lá consegui trabalhar com várias doenças, como PRRS e Influenza. Foi justamente durante a pandemia de 2009 da Influenza. Pude trazer essas metodologias de diagnóstico mais aprimoradas para o Brasil. Todo o trabalho de monitoramento de Influenza que hoje fazemos foi graças a essa parceria com a equipe do USDA.

O Presente Rural – Como chegou até a chefia da Embrapa Suínos e Aves?

Janice Zanella – Cheguei à chefia da Embrapa porque sempre gostei de desafios, sempre gostei de trabalhar muito, sou extremamente motivada, dedicada, posso reconhecer isso. Quero estar sempre fazendo o melhor, buscando fazer diferente e encarando os desafios.

Sempre tive apoio, tanto da família como dos meus colegas, amigos próximos e lideranças do setor. Posso dizer que tenho muitos parceiros, trabalho com muita gente e sou inquieta, gosto de fazer diferente, sempre melhorando e servindo, servindo a Embrapa e servindo o setor. Tive todo esse incentivo.

O processo de seleção de chefias da Embrapa é muito limpo, transparente, baseado em meritocracia. Você precisa fazer um plano de trabalho, que é avaliado. É realizada uma série de entrevistas, é muito aberto, tanto que a última seleção foi toda online. Cheguei à chefia através de uma caminhada, fui galgando em vários pontos, fui atuando tecnicamente como também em termos de atuação administrativa. Sempre liderei projetos, sempre fui gestora de núcleos temáticos, como por exemplo presidente do portfólio de sanidade animal de toda a Embrapa. Então sempre busquei e tive apoio muito forte da diretoria da Embrapa. Isso também me incentivou a chegar à chefia.

O Presente Rural – Enquanto esteve à frente da Embrapa, quais as principais linhas de pesquisa?

Janice Zanella – São várias linhas de pesquisa. Nós atuamos em cinco núcleos temáticos, de sanidade de aves, sanidade de suínos, de produção de aves, produção de suínos e o núcleo temático de meio ambiente. As atividades dentro desses núcleos seguem o plano diretor da Embrapa (PDE). Dentro desse PDE a gente faz um plano de execução da unidade, que é baseada em várias contribuições nas áreas de sanidade, diagnósticos de doenças, de geração de insumos, segurança de alimentos, modernização do abate. A gente atua na sanidade, tanto em doenças de produção quanto em doenças de apoio à defesa, como Senecavírus, por causa da causa da semelhança com Aftosa; Influenza, e a gente vai começar alguns trabalhos com PSA e PSC. Fizemos trabalhos, por exemplo, para produção de vacinas. Na questão do meio ambiente, para trazer mais sustentabilidade, com reuso de água, valorização dos dejetos, a questão do biometano, entre outras. Então a gente atua em sanidade, produção e meio ambiente.

O Presente Rural – Quais os principais resultados obtidos?

Janice Zanella – Os principais resultados são o atendimento às políticas públicas, é a geração de dados, a geração de ciência, gerando dados confiáveis para embasar políticas públicas. O Brasil tem que atender várias normas, tanto internas quanto internacionais, e essas normas vão mudando, como as questões de bem estar, resíduos de microbianos nos alimentos. São vários resultados em sete anos. É um trabalho de uma grande equipe. A Embrapa busca muito as soluções. Entender a dor do cliente, que é o setor como um todo, e procurar desenvolver soluções. Uma das coisas que a gente sempre busca é gerar tecnologia através de inovações abertas, como o abatedouro móvel, que foi um resultado legal, o Nanovo, que é o recobrimento nanoestruturado de ovos, e a vacina da Pesteurella.

Em questão de políticas públicas, todo o trabalho de destinação de animais mortos, a modernização do abate para suínos e aves que está dando um impacto tremendo, tem também as nossas genéticas, como o lançamento de uma fêmea suína, a MO025C.

Tanto questão de tecnologias como pesquisa aplicada, projetos de desenvolvimento em parcerias, a gente teve alguns desafios durante a gestão. Tínhamos o campo experimental que estava abandonado, a gente reativou, levou nossas linhas puras para lá, para anteder normativas e continuar realizando experimentos lá, onde tem o núcleo de conservação. Fizemos uma manutenção tremenda nos campos experimentais, renovamos a frota de veículos, isso tudo com muito apoio.

Uma das coisa que vejo que foi legal foram as parcerias, uma das grandes conquistas foi mostrar que a Embrapa pode ajudar a comunidade não só no setor da suinocultura e avicultura. Desde maio do ano passado a gente tem ajudado o laboratório de saúde pública de Santa Catarina na realização dos testes moleculares de Covid. A gente já realizou mais de 40 mil testes. A gente tem mostrado que a Medicina Veterinária é importante para a saúde pública, importante no conceito de saúde única, que a saúde humana e animal está muito ligada. A nossa pesquisa é muito interdisciplinar. A gente pode atuar em várias frentes.

Outra coisa de grande valia foram as parcerias, tanto no Inova Pork quanto no Inova Ave, e agora no programa Inova, que reúne os dois. A gente conseguiu abrir a Embrapa. Abrimos nossos campos experimentais para parcerias, fomos atrás das principais agroindústrias oferecendo nossas equipes para atuar diretamente em projetos com a demanda deles.

Outra coisa interessante foram as emendas parlamentares. A gente teve um relacionamento bem interessante com parlamentares, acima de qualquer partido, principalmente deputados federais e senadores. Um deles que destaco é o Projeto Javali.

São muitas coisas que me veem a mente quando penso nesses últimos anos, é um trabalho de uma equipe com muitas habilidades e muita dedicação.

O Presente Rural – Como é chefiar uma equipe de pesquisadores na Embrapa Suínos e Aves?

Janice Zanella – É um desafio dia a dia, o pesquisador é treinado para ser crítico, e muitas vezes quando a gente é muito crítico, acaba se frustrando, acaba exigindo muito, e isso é normal. Nosso nível é muito lá em cima. Mas falei desde o começo, vamos ter paciência, calma, vamos nos ajudar, trabalhar junto, a gente está aqui para fazer pesquisa com qualidade e criatividade, que era nosso lema, e foi assim. A gente teve muito apoio, a coisa não parou, passamos por dificuldades, principalmente de recursos, mas a equipe se reinventou, fez o possível para inovar, buscar novas parcerias e recursos. Foi muito bom, e tem sido, a gente conseguiu pavimentar um caminho bem interessante. A nova gestão vai poder trabalhar também, dar continuidade, e fazer da forma que para eles seja mais certa e aplicada ao plano de trabalho que eles pensam em realizar.

Sempre liderei equipes, mas não uma equipe tão grande, de 213 pessoas. Foi desafiador, mas também muito recompensador.

O Presente Rural – Quais foram os maiores desafios nesses sete anos?

Janice Zanella – A gente veio de um período de vacas gordas, digamos assim. A gente teve o PAC, tivemos o PAC Embrapa, o Ciência Sem Fronteiras, havia muito investimento na pesquisa brasileira, mas com o tempo a gente foi percebendo que os recursos foram ficando mais escassos, então a gente teve uma redução enorme do nosso orçamento, investimento praticamente zero nos últimos sete anos. Investimento é o que? compra de equipamentos, fazer reforma renovação de frota. A gente tinha vários projetos, como implantação de uma mini usina de energia solar que a gente não conseguiu, por exemplo, mas nós conseguimos outras coisas, como o posto de biometano do biogás, então a gente consegue gerar biometano para abastecer um veículo na unidade. A gente sempre teve parceria com indústrias e outros parceiros então a gente conseguiu manter o trabalho andando.

Vale lembrar que tivemos uma crise política muito forte, tivemos impeachment de presidente, tivemos mudança de presidente da Embrapa, nesses últimos anos tivemos três presidentes na Embrapa, muitos ministros da Agricultura. Cada vez que muda, muda política, dá uma lentidão digamos até tudo se acertar. Outro problema que eu vejo a questão de equipe. Nós estamos mais de 10 anos sem concurso público e para entrar na Embrapa a admissão é somente por concurso público. As equipes vão diminuindo, nós tivemos um plano de demissão incentivada, quando 25 colegas se desligaram, fora outros que também se transferiram, tivemos alguns falecimentos, então isso aí vai diminuindo a equipe. Acredito que uma das grandes dificuldades é a falta de recurso e a falta de pessoas. Mas tudo isso eu digo nos aproximou de outros parceiros e vimos como somos resilientes. Mesmo com todas essas dificuldades a gente conseguiu ainda mostrar que produzimos, que estamos gerando resultados e que a Embrapa é importante para o país. Basicamente isso nos dá uma realização muito grande do trabalho que a gente faz, o reconhecimento que é que é feito tanto pelo setor como também da sociedade brasileira.

O Presente Rural – A pandemia alterou os rumos de trabalho da Embrapa Suínos e Aves?

Janice Zanella – Alterou Sim. Ela é uma dos grandes desafios, a gente não tinha visto uma pandemia dessa magnitude nos últimos 100 anos. A última pandemia assim grande desse jeito, claro que a gente teve a gripe A em 2009, mas nada parecido com que a gente tá vendo, o impacto no mundo, na economia mundial, em mortes. A gente viu que realmente aqui no Brasil a situação não foi e não é muito fácil. Tivemos perdas de colegas, isso impactou e impacta muito. Com certeza impacta a cabeça de todo mundo. Todos nós ainda ficamos com essa pergunta: o que que vai ser? A pandemia veio para ter uma mudança, como aconteceu depois da segunda grande mundial, da primeira guerra. Creio que essa foi a mudança do milênio, ela ensinou também muita coisa para a gente. Eu acho que no começo a gente ainda ficou meio sem saber o que fazer, mas nunca paramos, a gente sempre deu continuidade aos trabalhos de uma forma virtual, de forma online e revezamento na unidade. Os campos experimentais não pararam, os laboratórios não pararam, a gente aprendeu a trabalhar diferente.

O Presente Rural – É possível avaliar “estragos” que a pandemia tenha deixado nas pesquisas?

Janice Zanella – A gente perdeu alguns colegas, ficamos com muitas pessoas com dificuldades até psicológicas porque perderam familiares, toda essa insegurança, as pessoas um pouco mais ansiosas, com dificuldade maior de saber o que vai ser daqui para frente, mas com relação às pesquisas eu posso te dizer com toda a segurança que não atrasamos nenhuma atividade, nenhum dos projetos foi interrompido ou foi cancelado. Atrasamos no início da pandemia, mas retomamos, estamos com tudo em dia, além desse apoio que a gente deu para o Ministério da Saúde. Nós conseguimos financiar um projeto de R$ 4 milhões com Finep para estruturar nosso laboratório NB2 Plus para um laboratório nb3, ou seja a gente vai poder atuar muito proximamente ao Ministério da Agricultura e Ministério da Saúde também em apoio principalmente a pandemias e zoonoses. Esse laboratório nb3 vai ter padrão OMS (Organização Mundial de Saúde), então isso foi uma grande conquista que eu posso dizer que foi reflexo também dessa pandemia e que veio para somar.

O Presente Rural – Você foi a primeira mulher a chefiar a Embrapa Suínos e Aves, criada em 1975. Fale sobre isso.

Janice Zanella – Sou a primeira mulher a chefiar a Embrapa, com 46 anos. Realmente foi um momento desafiador, mas eu nunca deixei que isso afetasse a forma de eu trabalhar, o fato de ser mulher, sempre tenho paixão pelo que eu faço e consegui ter reconhecimento. Claro que a mulher ainda parece que ela tem que mostrar porque veio, porque parece que o pessoal não confia de cara, mas tive apoio de toda uma equipe, uma equipe fantástica trabalhando junto comigo, meus chefes adjuntos, todos os meus supervisores. Nós tivemos uma união muito grande de esforços e a gente tem certeza que a gente conseguiu trabalhar e fazer o que a gente se propôs a fazer e mais. Acredito que essa questão de gênero não afetou, acredito muito na diversidade e acredito muito na multidisciplinaridade. As equipes têm que ser formadas por diferenças porque essas diferenças enriquecem a forma de trabalho. São essas diferenças de gerações, diferenças de gênero, de formação de culturas só enriquece.

O Presente Rural – O que vai fazer depois de passar o bastão ao pesquisador Everton Krabbe?

Janice Zanella – O Everton Krabbe é um pesquisador extremamente competente, é uma pessoa extremamente dedicada à Embrapa, é um amigo querido. Vou fazer tudo que eu puder para que seja uma transição muito tranquila, muito profissional. Nesse primeiro momento vou ajudar no que ele precisar, não só ele, mas toda equipe que ele escolheu para ajudar durante esses anos que ele vai ficar à frente da unidade. Eu trabalho para a Embrapa, trabalho para o setor e eu vou continuar fazendo o que eu puder para dar esse apoio.

Vou continuar me dedicando na pesquisa. Estou já me incluindo em grupos, eu nunca parei, mas estou retomando com mais força agora. Penso em sair fazer um ano sabático ou no ano que vem ou no outro, depois que acalmar essa pandemia, para ver o que realmente a gente vai fazer, mas eu penso em atuar muito proximamente com a parte de diagnóstico rápido, geração de diagnóstico rápido para que o técnico veterinário de campo possa ter esse primeiro diagnóstico a campo, dar segurança para ele com um diagnóstico clínico e também apoio aos laboratórios parceiros nossos, como o Sedisa e os demais laboratórios para que, quando chegue lá as amostras, já chegue com direcionamento. E também a questão da defesa, a gente vê a Peste Suína Africana chegando aí nas Américas e esse diagnóstico rápido é muito importante. E vacinas. Então o que eu quero fazer é geração de dados, dados epidemiológicos. Uma coisa que eu tenho muito interesse também de trabalhar com parte de compartimentos, são áreas que eu penso em atuar fortemente, na sanidade, é essa a minha proposta agora.

O Presente Rural – Deixe uma mensagem aos colegas de Embrapa e aos profissionais do agro.

Janice Zanella – A mensagem que trago aos meus colegas, que eu deixo para todos é primeiro continuar se dedicando, fazendo o máximo para o país, inovando, porque o nosso lema é inovação, se motivando e principalmente apoiando essa nova gestão, porque a situação não está fácil para o país. Por outro lado o agro nosso é líder mundial, nós somos líderes em várias setores. O Brasil deu muito certo na agricultura e vai continuar dando certo, a gente precisa apoiar isso tudo. E quero que meus colegas sejam felizes, procurarem trabalhar com amor, trabalhar com dedicação, acordar todo dia feliz de ter um emprego e se sentir abençoado em trabalhar no setor tão importante.

O agro é um setor fantástico, setor maravilhoso que eu adoro trabalhar junto, mas não podemos nos acomodar, os desafios estão cada dia mais próximos. A Embrapa tem um trabalho que se chama a visão 2030. O que vem na tua cabeça quando você pensa em próximos desafios? A questão da sustentabilidade. O planeta está passando por mudanças, mudanças climáticas, mudanças demográficas e mudanças sanitárias. Doenças novas vão continuar surgindo, o regime de águas, as mudanças climáticas, o calor, tudo isso vai impactar a produção de grãos, vai impactar a produção animal, a saúde humana e a saúde animal.

A globalização está cada vez maior, então essas doenças estão chegando cada vez mais rápido em vários continentes. A gente também tem que pensar que existem soluções, às vezes não são soluções fáceis, são soluções difíceis, mas por exemplo para a sustentabilidade têm várias tecnologias. Eu acho que o Brasil não pode depender de tecnologia dos outros. Por exemplo, tanto para produção de insumos fertilizantes, vacinas, o Brasil tem que ter isso. A gente viu agora como foi difícil durante a pandemia se manter, desde a construção civil até os diagnósticos moleculares a dificuldade que é de conseguir insumo. O Brasil tem que ser autossuficiente e também abrir.

Veja a China, né? A China comercializa com o mundo inteiro, importa do mundo inteiro e exporta para o mundo inteiro. O Brasil é relativamente fechado, tem que se abrir mais, investir em tecnologia. Dizem que nos próximos 30 anos a tecnologia vai avançar mais que nos últimos 200 anos. A gente vê isso nas comunicações, como evoluiu de um ano para cá.

Os desafios são grandes, mas também a gente tem que aproveitar essas oportunidades e construir o melhor, inovando, fazendo diferente, abrindo a cabeça, saindo da caixa. A ciência está aí para nos ajudar. Eu acredito que a maior conquista da humanidade realmente foi a ciência e a comunicação. Temos que aproveitar a tecnologia, trabalhar juntos, criticar também, mas também usar a criatividade para inovar. Então essa aí a mensagem que eu deixo, agradecendo todos os parceiros, principalmente os parceiros do nosso Inova, que acreditaram na gente, e que continuem nos apoiando e apoiando a Embrapa. E dizer que sempre podem contar comigo.

Avicultura

Congresso APA debate avanços e desafios na avicultura de postura

Em uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico, mais de 850 congressistas de vários estados brasileiros e países tiveram acesso a uma variedade de temas através de 25 palestras distribuídas nos painéis sobre Genética, Influenza aviária e Inspeção.

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Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Considerado um dos maiores eventos avícolas do Brasil, o Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos foi mais uma vez sucesso absoluto de público. Realizado pela Associação Paulista de Avicultura (APA), a 21ª edição reuniu produtores, fornecedores, academia, profissionais da área e grandes nomes do setor no mês de março, em Ribeirão Preto (SP).

Coordenador do congresso e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura: “O sucesso do nosso evento é resultado de cada um que trabalha, acredita e confia em nós para sua realização”

Em uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico, mais de 850 congressistas de vários estados brasileiros e países tiveram acesso a uma variedade de temas através de 25 palestras distribuídas nos painéis sobre Genética, Influenza aviária e Inspeção. Além disso, 75 trabalhos científicos foram expostos em pôsteres, enriquecendo ainda mais o ambiente acadêmico e profissional do evento.

O coordenador do congresso e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura, destaca a evolução do evento. “A cada ano o congresso tem crescido em tamanho, o que muito nos orgulha. Superamos todas as nossas expectativas”, enfatizou. “O sucesso do nosso evento é resultado de cada um que trabalha, acredita e confia em nós para sua realização”, frisou.

Debates

Na edição 2024 temas essenciais do cotidiano do setor foram abordados, incluindo sanidade, inovação, evolução genética, exigências nutricionais, qualidade da água na granja, práticas de manejo, uso de minerais e aditivos alternativos, qualidade de casca, análise de dados, vacinação contra coccidiose, nutrição de precisão, vacina autógena, Influenza aviária, entre outros. “O fato de estarmos em um evento que não tem um espaço de feira de negócios em paralelo contribui muito para a interação dos participantes, que aproveitam os momentos de intervalo para tirar dúvidas, compartilhar opiniões, adquirir novas ideias, até por estarmos ainda no início do ano muitos dos assuntos discutidos no congresso podem ser bem utilizados ao longo de 2024”, salientou o zootecnista Diogo Ito, membro da Comissão Organizadora.

Responsável pelo controle de qualidade na Granja Odan, localizada em Pindamonhangaba (SP), Raquel Marques: “Esse congresso oferece uma riqueza de informações que muitas vezes são difíceis de encontrar no nosso cotidiano”

Riqueza de informações

Responsável pelo controle de qualidade na Granja Odan, localizada em Pindamonhangaba (SP), Raquel Marques compartilha suas impressões sobre o congresso e destaca os aspectos que mais a impressionaram: “Esta foi a primeira vez que participei deste congresso e foi uma experiência enriquecedora. Ele oferece uma riqueza de informações que muitas vezes são difíceis de encontrar no nosso cotidiano, especialmente dada a especificidade da nossa área. Foi uma experiência repleta de aprendizados, oportunidades de networking e compartilhamento de conhecimento”, frisou.

Trabalhos premiados

Durante o evento, os melhores trabalhos científicos em cada categoria foram premiados. O estudante Felipe Dilelis, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, recebeu o prêmio na categoria Outras Áreas pelo trabalho intitulado “Biofilmes proteicos para manutenção da qualidade interna de ovos caipiras armazenados em temperatura ambiente”. Na categoria Sanidade, o prêmio foi para Viviane Amorim Ferreira, da Unesp Jaboticabal, pelo trabalho “Deleção do gene mgtC em Salmonella Gallinarum resulta em progressão retardada do Tifo Aviário”. Raully Lucas Silva, da Unesp de Jaboticabal, levou o 1º lugar na categoria Nutrição com o trabalho “Modelos não-lineares de efeito misto para predição das exigências de energia metabolizável e líquida em galinhas poedeiras na fase de postura”. Na categoria Manejo, o principal prêmio foi conquistado por Ednardo Rodrigues Freitas, da Universidade Federal do Ceará, com o trabalho “Programa de luz e forma física da ração pré-inicial sobre o desempenho de pintainhas até 35 dias de idade”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Desafios na integridade estrutural de frangos de corte e intervenções nutricionais

Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para identificar e implementar estratégias sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar das aves, ao mesmo tempo em que garantam a produção eficiente e de alta qualidade na indústria avícola.

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Fotos: Shutterstock

Nas últimas décadas a indústria avícola tem feito avanços significativos, especialmente no que diz respeito às melhorias genéticas e ao manejo, resultando na produção de frangos de corte altamente eficiente e de crescimento rápido. O manejo e a nutrição foram meticulosamente ajustados para suprir as necessidades genéticas e produzir aves maiores em um período de tempo reduzido.

No entanto, os frangos modernos tendem a priorizar a deposição muscular em detrimento do desenvolvimento do esqueleto e dos tecidos moles, o que pode resultar em desafios à integridade estrutural. Este artigo resume os desafios emergentes da integridade estrutural enfrentados pela indústria de frangos de corte, propondo intervenções nutricionais que podem mitigar esses problemas, incluindo pododermatite, questões relacionadas à qualidade da carcaça e incidência de claudicação.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Qualidade da carne 

O peito amadeirado (WB) é uma miopatia degenerativa observada em frangos de corte, resultando na degradação da qualidade dos filés de peito e rechaço/repúdio do consumidor. Os filés afetados exibem maior resistência antes e depois do cozimento, além de menor capacidade de retenção e absorção de água.

Apesar do significativo número de estudos conduzidos, a etiologia precisa ainda permanece obscura, indicando que a condição está associada a aves com taxas de crescimento mais aceleradas ou com filés de maior peso.

Uma das hipóteses sobre a etiologia da WB e de miopatias semelhantes é que frangos de corte com uma taxa de crescimento muscular hipertrófico demanda mais metabolicamente, o que pode resultar em maior risco de acúmulo de resíduos metabólicos, desencadeando assim um aumento do estresse oxidativo.

Os radicais livres acumulados são altamente reativos e podem danificar o DNA, RNA, proteínas e lipídios presentes nas células musculares, desencadeando inflamação e distúrbios metabólicos, que eventualmente levam à degeneração das fibras musculares. Quando os danos causados pelo aumento do estresse oxidativo excedem a capacidade regenerativa das células musculares, resulta em um acúmulo de tecido fibroso e gordura, contribuindo para miopatias como o WB.

Pododermatite

A pododermatite é uma inflamação da pele que resulta em lesões necróticas na superfície plantar das patas em aves. Foi observado que a umidade na cama é o principal fator que predispõe o desenvolvimento de pododermatite em aves. Sabe-se que minerais como Zn, Cu e Mn, desempenham um papel fundamental na manutenção da integridade estrutural de vários tecidos, incluindo a pele. Além disso, nutracêuticos como probióticos, prebióticos ou enzimas melhoram a integridade intestinal e promovem melhora na consistência fecal, consquentemente na qualidade da cama, podendo reduzir as lesões nas patas.

Diversas pesquisas foram conduzidas para investigar o papel dos minerais orgânicos na prevenção de lesões nas patas. Em um estudo conduzido em 2017 foi constatado que a suplementação de uma combinação dos oligoelementos Zn, Cu e Mn, na forma de quelato metal metionina hidroxi (MMHAC), não apenas melhorou o desempenho, mas também reduziu as lesões nas patas, aprimorando o processo de cicatrização de feridas.

Estratégias de intervenção

Diversas estratégias de intervenção estão sendo consideradas para diminuir a incidência de WB na indústria avícola, incluindo restrição alimentar, redução da densidade de nutrientes e diminuição de lisina durante a fase de crescimento. Essas estratégias têm o intuito de diminuir ou desacelerar a taxa de crescimento, no entanto, se não forem aplicadas adequadamente, essas abordagens apresentam o risco de comprometer o desempenho.

Por outro lado, estratégias baseadas em antioxidantes, como a inclusão de arginina, vitamina C, selênio e minerais na dieta, têm sido avaliadas para reduzir miopatias. O uso de antioxidantes reduz o estresse oxidativo em tecidos animais. Com o intuito de reduzir as miopatias, pesquisadores avaliaram o efeito de várias intervenções dietéticas (antioxidante dietético, mineral orgânico Zn-Cu-Mn- MMHAC e selênio) na incidência de WB quando as aves foram expostas ao estresse oxidativo.

Em resumo, sob diferentes condições de estresse oxidativo, programas de intervenção dietética podem aprimorar o desempenho e promover a integridade da carcaça, reduzindo problemas como o WB. Este efeito é provavelmente alcançado ao melhorar simultaneamente o status antioxidante, tanto exógeno quanto endógeno, reduzindo o estresse oxidativo e aprimorando o processo de cicatrização dos tecidos da ave.

Incidência de claudicação

A incidência de claudicação vem aumentando nas últimas décadas e está correlacionado com o rápido crescimento e peso corporal. Os machos mostram maior suscetibilidade à claudicação em comparação com as fêmeas. Ainda não está claro se a claudicação é um efeito direto do rápido aumento da taxa de crescimento e do peso corporal ou se é um efeito indireto do desenvolvimento inadequado dos ossos e tendões, ou mesmo da falha da barreira intestinal, provável é que seja uma junção dos fatores citados.

As aves com claudicação enfrentam dificuldades para acessar ração e água, o que pode levá-las à desidratação e, eventualmente, à morte. As significativas perdas econômicas atribuídas à claudicação são resultados do aumento da taxa de mortalidade e das condenações durante o processamento no frigorífico. A necrose da cabeça femoral (NCF) é uma

condição metabólica mais prevalente em frangos de corte com crescimento acelerado, sendo reconhecida como a principal causa de claudicação.

Há evidências que mostram que as bactérias associadas ao NCF se originaram no intestino Enterococcus (E.) spp. Estudos demonstraram que a fonte de infecção por Enterococcus (E.) spp pode ser tanto de transmissão vertical quanto horizontal. A ventilação inadequada no aviário cria um ambiente propício, o que leva a rápida proliferação de bactérias afetando o intestino. Além disso, o estresse oxidativo ou doenças entéricas anteriores podem comprometer a integridade mucosa intestinal.

A falha na barreira intestinal pode facilitar a invasão de bactérias patogênicas, levando à translocação dessas bactérias para os ossos. Os ácidos orgânicos e óleos essenciais podem interferir no desenvolvimento da NCF, atenuando ou reduzindo a população de bactérias patogênicas, melhorando a função da barreira intestinal e reduzindo a translocação de bactérias através da parede intestinal. Os minerais desempenham um papel crucial no desenvolvimento ósseo e na saúde das articulações.

Descobertas recentes indicam que o Zn-Cu-Mn-MMHAC são fontes orgânicas eficazes para atender às necessidades de frangos de corte, melhorarando a saúde estrutural dos ossos, tendões, patas e intestino, e reduzindo a incidência de claudicação em aves.

Conclusão

Em resumo, enfrentar os desafios emergentes na integridade estrutural de frangos de corte requer uma abordagem multifacetada que combina práticas de manejo adequadas, intervenções nutricionais eficazes e uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes aos problemas observados. Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para identificar e implementar estratégias sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar das aves, ao mesmo tempo em que garantam a produção eficiente e de alta qualidade na indústria avícola.

As referências bibliográficas estão com as autoras via e-mail manara.grigoletti@novusint.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Mercedes Vázquez-Añón, zootecnista, doutora em Ciência Animal e diretora de Iniciativas Estratégicas e Colaboração de Contas na Novus; e Kelen Zavarize, zootecnista, doutora em Nutrição e gerente de Serviços Técnicos na Novus.
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Avicultura Artigo

A importância das monitorias sanitárias no incubatório de aves

A qualidade dos pintos com um dia de vida é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório

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Divulgação Zoetis

Artigo escrito por: Beatriz Silva Santos, médica veterinária, assistente técnica da Zoetis na divisão de Aves para as regiões Sudeste e Centro-oeste*

A avicultura brasileira se destaca pelo uso de tecnologia avançada, controle de qualidade e constante monitoramento microbiológico nas diversas etapas da produção. Entre essas etapas, os incubatórios de aves têm o papel fundamental de conectar diferentes origens de ovos embrionados e o destino das aves recém-nascidas em um mesmo ambiente.

A qualidade dos pintos com um dia de vida é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório, que podem gerar condições ideais para a disseminação de patógenos, com consequentes perdas embrionárias e de pintinhos, má qualidade das aves e enfermidades que levarão a grandes prejuízos.

As bactérias, de modo geral, podem penetrar no ovo pelos poros em menos de 30 minutos após a postura. Esta penetração é facilitada, nos primeiros minutos após a postura, pela umidade e temperatura natural do ovo. Durante a incubação, a umidade e a temperatura também favorecem o rápido aumento da população microbiana.

As fontes de contaminação em uma planta de incubação, além de ovos contaminados e penugem dos pintinhos, podem estar associadas a vários fatores como a qualidade do ar e da água, o fluxo de pessoas (funcionários e visitantes) e de veículos, a presença de pragas (roedores e insetos), pássaros, a remoção e tratamento de resíduos (biológicos, químicos e físicos) e a higienização de ambientes e equipamentos.

Os incubatórios de aves e os nascedouros também são uma área de alto risco, pois fornecem temperatura e umidade ideais para muitos microrganismos sobreviverem e se reproduzirem.

Os patógenos mais prejudiciais aos pintos de um dia que podem causar mortalidade embrionária, mortalidade ao nascer, aumento de refugos e mortalidade nas primeiras semanas de idade são: Escherichia coli, que serve como parâmetro quantitativo da contaminação bacteriana em um incubatório; Salmonella e Pseudomonas e fungos da espécie Aspergillus.

Pesquisas realizadas demostraram que 70% dos casos de onfalite e morte embrionária são causadas por Escherichia coli e quando estes embriões não morrem, os pintinhos apresentam má reabsorção do saco vitelino, não ganham peso e apresentam baixo desempenho.

O Aspergillus fumigatus é o fungo de maior importância que pode crescer em um ambiente de incubatório de aves. Existe uma associação entre a presença de grande número de colônias de Aspergillus fumigatus com o desenvolvimento de aspergilose clínica nos primeiros dias de vida do pintinho. No entanto, grande quantidade destes indica que há necessidade de uma melhor higienização dos ovos na granja ou no incubatório.

Programa sanitário

Um programa sanitário deve ser elaborado para minimizar os riscos relacionados as fontes de contaminação que prejudicam a qualidade dos produtos da “granja ao prato”, desde os ovos férteis até a carne servida a mesa do consumidor, pois afetam a saúde das aves e/ou a saúde pública, com ênfase especial aos microrganismos causadores de ETA (Enfermidades transmitidas por alimentos), como Salmonella spp, Escherichia coli, Campylobacter jejuni, Staphylococcus aureus e Clostridium sp.

O programa deve ser rotineiramente realizado e os resultados regularmente conferidos e interpretados usando processos-padrão contínuos de validação e monitoramento da população microbiológica.

Para que as aves possam expressar seu potencial genético e produtivo elas devem estar dentro de padrões de genética, nutrição, manejo, ambiente e microbiológico desde o primeiro dia de vida. A avaliação microbiológica qualitativa e quantitativa funciona como um termômetro dos processos relacionados as reprodutoras e as medidas de biosseguridade dos incubatórios a fim de conferir se o programa sanitário adotado está sendo eficaz no controle destes microrganismos.

Entre os principais itens a ser monitorados nos incubatórios estão: qualidade dos ovos, limpeza do ambiente e equipamentos utilizados nos processos (carrinhos, bandejas de ovos, caixas de pintos, triturador), limpeza e fluxo de caminhões de transporte de ovos e pintos, qualidade da água, contaminação de ovos bicados, mecônio, pintos de 1 dia, vacinas de aves, mãos dos sexadores, troca de filtros, entre outros, de acordo com a especificidade das plantas, sempre buscando cumprir as exigências sanitárias do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e legislações do mercado brasileiro e internacional.

Outras análises utilizadas são: pesquisa de Salmonella spp. em swabs de superfícies; pesquisa de salmonellas e/ou outras bactérias em penugens, ovos bicados, mecônio e pintos de 1 dia; análise microbiológica de solução vacinal; análise bacteriológica e físico-química da água de abastecimento e água destilada; monitoramento e diagnóstico de enfermidades através de exames sorológicos, histopatológicos, biologia molecular; entre outras análises extras.

Ao analisar os resultados é possível agir na causa do problema, em casos de amostras fora dos padrões de qualidade estabelecidos. Pode ser necessário revisar o manejo dos ovos na granja, melhorar o processo de desinfecção deles e/ou do incubatório, verificar os procedimentos de sanitização de ambientes e equipamentos, avaliar a limpeza do sistema de climatização de aviários, controlar a qualidade da água e conferir a desinfecção em incubadoras e nascedouros, conforme o mapeamento das falhas encontradas.

Tão importantes quanto as análises microbiológicas, treinamentos regulares dos funcionários, a avaliação da qualidade dos ovos (AQO), embriodiagnóstico realizado por pessoas especializadas e checklists frequentes dos procedimentos de boas práticas de produção são monitorias sanitárias que garantem o sucesso do programa de biosseguridade, e consequentemente, a qualidade do produto final do incubatório de aves, os pintinhos de um dia.

Fonte: Assessoria
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