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Pesquisador recebe prêmio da CNA por melhoramento de trigo para o Cerrado

Premiação destaca cultivar adaptada ao Cerrado com recorde mundial de produtividade.

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Pesquisador da Embrapa Cerrados, Júlio Albrecht, na recebeu o Prêmio CNA Agro Brasil 2022 na categoria Pesquisa e Desenvolvimento - Foto: Divulgação/CNA

Os mais de 30 anos dedicados à pesquisa ao melhoramento genético para o desenvolvimento de cultivares de trigo adaptadas ao Cerrado brasileiro foram reconhecidos pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA). O Prêmio CNA Agro Brasil 2022, que homenageia profissionais e personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da agropecuária brasileira, foi entregue ao pesquisador da Embrapa Cerrados, Júlio Albrecht, na categoria Pesquisa e Desenvolvimento. A consagração evidenciou a cultivar BRS 264, que detém o recorde mundial de produtividade de 9,6 mil quilos por hectare. A média do Brasil é de pouco mais de três mil quilos por hectare.

A partir das pesquisas voltadas para o cereal e o lançamento de diversas cultivares, frutos dos trabalhos de melhoramento genético conduzidos nos campos experimentais da Embrapa Cerrados, o pesquisador acredita que em breve o Brasil poderá alcançar a autossuficiência na produção do grão. “O potencial do agro tropical é muito grande. Acredito que, com o trabalho da Embrapa, ainda vamos exportar trigo para o mundo”, vislumbra.

A demanda brasileira atual é de 12,5 milhões de toneladas. O pesquisador informa que já na próxima safra o país deve colher 9,5 milhões de toneladas, um aumento expressivo em relação aos anos anteriores, quando a produção atendia 50% do consumo da população.

O presidente da CNA, João Martins, também aposta nisso. “Com certeza, vocês vão ver que daqui mais algum tempo o Brasil se tornará autossuficiente em trigo, com o cereal que está sendo implantado no Cerrado, contrariando tudo o que era dito em anos anteriores”, destacou Martins.

Por sua vez, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, ressalta a relevância do reconhecimento: “Esse prêmio é muito merecido. Tenho sempre enfatizado a importância do desenvolvimento do trigo no Cerrado”, expôs.

Anos de dedicação
Albrecht conta que no Rio Grande do Sul, ainda menino, no município de Carazinho, ele via as lavouras de trigo que ficavam a três quadras de sua casa, quando o grão o encantou. “Há 35 anos, quando chegamos aqui [em Brasília], ainda na década de 1980, ninguém acreditava no trigo. Mas a Embrapa, desde a sua criação, sempre acreditou no trigo tropical aqui no Cerrado. Quando eu cheguei à Empresa em 1985, peguei esse início de trabalho, quando a produtividade do trigo era de 2,5 mil quilos por hectare”, lembra.

O recorde de produtividade foi alcançado em uma propriedade em Cristalina (GO), em um ciclo de produção de 119 dias. O pesquisador explica: “O recorde mundial é da Nova Zelândia, com 17 mil quilos por hectare, mas com um ciclo lá de 317 dias, ou seja, cerca de 54 quilos por hectare por dia. Aqui, nós colhemos 9,6 mil quilos em um ciclo de menor, o que dá quase 81 quilos por hectare por dia”, enaltece.

Hoje, o Cerrado é a região que produz o melhor trigo do País e um dos melhores do mundo para panificação, por sua força de glúten. A região tem potencial para aumentar em dez vezes sua área de produção, com produção de mais de 4 milhões de toneladas. “O potencial do trigo tropical é muito grande”, enfatiza.

O aumento de produtividade é um dos fatores que podem levar à autossuficiência do Brasil, além das novas fronteiras que estão se abrindo para o cultivo do grão. Há trabalhos em andamento para avaliação de cultivos em Alagoas, Piauí, Roraima e Ceará. Neste último, os resultados são promissores, chegando a 4,7 toneladas por hectare em um ciclo de 80 dias. Albrecht destaca ainda a importância das pesquisas para a economia nacional, que pode reduzir a importação do cereal: “O trigo só perde para o petróleo em termos de divisas que saem do País. É muito dinheiro que nós gastamos comprando trigo de fora”.

A premiação
O Prêmio CNA Agro Brasil foi criado em 2016 para destacar o trabalho de profissionais, personalidades e instituições que tenham contribuído para o desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro com ações que se revertem em benefícios diretos a toda sociedade. São quatro as categorias: Pesquisa e Desenvolvimento; Comunicação; Política; Destaque.

Neste ano, na categoria Comunicação, recebeu o prêmio a jornalista Kellen Severo, especializada em economia e agronegócio, apresentadora do quadro A Hora H do Agro, da Jovem Pan News.

Na categoria Política, o homenageado foi o senador Jayme Campos (União Brasil – MT), integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária. Campos falou sobre a importância de se investir em infraestrutura para melhorar a competitividade da agropecuária brasileira, principalmente na logística de transporte para escoamento da safra.

Na categoria Destaque, o vencedor foi o deputado Arthur Lira (Progressistas – AL), presidente da Câmara dos Deputados.

Mais um pesquisador reconhecido
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF) realizou solenidade para a comemoração do Dia do Engenheiro, quando homenageou o pesquisador da Embrapa Cerrados, Nilton Junqueira, por suas importantes contribuições à agronomia.

Em evento que reuniu mais de 180 profissionais no último dia 12, o conselho destacou o trabalho de outros sete profissionais e a Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília pelos serviços prestados a engenharia, agronomia e geociências.

Fonte: Ascom CNA

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável

Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

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Foto: SAA SP

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.

 

Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.

Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.

A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.

Solos mais saudáveis e produtivos

Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.

Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.

A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.

Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.

Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.

A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.

A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).

O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.

Fonte: O Presente Rural com Embrapa Cerrados
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