Notícias Ranking da Stanford University
Pesquisador do Instituto de Pesca é um dos mais relevantes do mundo
Considerado um dos cientistas mais influentes do planeta, Edison Barbieri lidera pesquisa de nanopartículas aplicadas na aquicultura.
O pesquisador do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Edison Barbieri, é um dos mais influentes cientistas do mundo, de acordo com ranking da Stanford University (EUA) e editora Elsevier BV, em 2021. Graduado em oceanografia biológica e geológica, Barbieri atua no Instituto de Pesca desde 2010 e atualmente exerce o cargo de diretor do Núcleo Regional de Pesquisa do Litoral Sul do Estado de São Paulo. O pesquisador já publicou 161 artigos científicos ao longo da carreira e já foi agraciado em 2015, 2016 e 2017 como melhor profissional do ano no Brasil pela BRASLIDER. Em 2018 também recebeu Cartão de Prata da Câmara de Vereadores de Bragança Paulista, em reconhecimento por sua dedicação à vida científica.
O ranking da Stanford University é considerado um dos mais sérios do meio científico e foi criado a partir de um banco de dados disponível ao público contendo mais de 100 mil cientistas de ponta, que representam os 2% dos mais relevantes do planeta. “Não existe segredo, existe sim determinação, dedicação e muito esforço pessoal”, afirma Barbieri.
Currículo
O pesquisador do IP é graduado em oceanografia biológica e geológica e possui mestrado em geografia física e doutorado em oceanografia biológica pela Universidade de São Paulo (USP). É especialista em ecofisiologia com ênfase em interações entre organismos marinhos e parâmetros ambientais e ecotoxicologia de organismos aquáticos.
Bolsista de produtividade do CNPq desde 2009, é coordenador do Programa de Pós-graduação em Aquicultura e Pesca do IP e professor do programa de Biodiversidade de Ecossistemas Costeiros da UNESP de São Vicente. Também é editor científico da Revista o Mundo da Saúde e da renomada Applied Science (volume especial de poluentes emergentes). Faz parte do Conselho Editorial de mais quatro revistas cientificas e do quadro de revisores ad loc da Elsevier e Spring.
Sua jornada profissional e acadêmica é repleta de experiências e reconhecimentos. Foi editor-chefe da revista científica Boletim do Instituto de Pesca; professor convidado da Universidade da Costa Rica e Universidade de San Carlos de Guatemala, além de professor colaborador do Instituto Sophia, na Itália.
Participou de expedições pela Antártica e sessões do LEAD Internacional, em Cuba e Moscou. Além dessas, participou de várias missões em diversos países patrocinadas pela Agência Internacional de Energia Atômica-ONU.
Nanopartículas aplicadas na aquicultura
Atualmente, Barbieri lidera pesquisa com síntese de nanopartículas para ser aplicada a aquicultura. O trabalho visa avaliar e mitigar os riscos da presença de nanomateriais no meio ambiente. O projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) tem focado nos efeitos do uso de ferramentas nanotecnológicas em organismos produzidos na aquicultura.
De acordo com o pesquisador do IP, a aquicultura é um dos setores que mais crescem no mundo e por esse motivo também tem buscado novas soluções para os processos produtivos por meio do uso de nanopartículas. “Entre as aplicações que estamos estudando estão os sistemas de desinfecção e purificação da água, bem como o tratamento e controle de doenças dos peixes e camarões. Como resultado desse uso mais frequente, o ambiente aquático pode acabar sendo afetado por um grande número dessas nanopartículas. Essas podem ser tóxicas para organismos aquáticos ou potencializar a toxicidade de outros poluentes. O fato é que ainda é desconhecido o risco deste efeito sobre os peixes, camarões e algas bem como para a população humana através da exposição involuntária dos consumidores devido ao consumo de peixe em cuja produção foram utilizadas nanopartículas sintetizadas”, explica.
Neste contexto surgiu a ideia de avaliar os riscos e minimizar a presença de nanopartículas em diferentes tipos de sistemas de produção aquícola. “O principal objetivo é entender o caminho das nanopartículas quando penetram nos organismos, estudar os mecanismos de ação, avaliar os riscos e minimizar a presença em diferentes tipos de sistemas de produção aquícola, ou seja, tentar entender o caminho quando penetram nos organismos”, afirma Barbieri.
Novos investimentos
Em 2021, o Laboratório de Nanotecnologia e Sanidade Aquícola do Instituto, que pertence ao Núcleo Regional de Pesquisa do Litoral Norte, em Cananeia, recebeu investimento de R$ 670 mil do Governo do Estado de São Paulo.
Os recursos fazem parte do montante de R$ 52 milhões investidos no ano passado pela Secretaria de Agricultura e Governo do Estado de SP nos seis Institutos e unidades regionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). O investimento é considerado recorde, já que representa o triplo do maior investimento feito até então nessas unidades, em 2009.
Considerado estratégico pela Secretaria de Agricultura e Instituto de Pesca, o Laboratório deve receber novo aporte financeiro neste ano, para compra de equipamentos de ponta
Colunistas
Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.
A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.
O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.
Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.
Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.
Notícias
A importância da pesquisa agropecuária
A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.
Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.
Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.
A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.
A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.
Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).
As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.
Notícias Atenção produtor rural
Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc
Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.
O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.
A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.
O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.
A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).
O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).
No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.
A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.
O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.