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Pesquisador da Embrapa aponta mecanismos para aprimorar a qualidade da carne suína
Além da genética adequada para se obter carne de qualidade superior, a alimentação oferecida aos animais desempenha um papel igualmente importante para atingir bons resultados.

Em meio um seleto nicho consumidor que prima pela excelência nos melhores cortes de carnes, estudos e pesquisas científicas indicam o norte a suinocultores que buscam atender essa fatia exigente do mercado. Alguns fatores influenciam na aparência e na atratividade da carne. “Os principais são o sistema de produção, a genética, a nutrição e as práticas de manejo”, destaca o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Élsio Figueiredo.
De acordo com o pesquisador, apesar desse tipo de carne ter valor agregado, para produzi-la o sistema de produção utilizado deve ser desenhado para permitir lucro ao suinocultor. Caso o produtor queira, por exemplo, utilizar o sistema de semiconfinamento, o custo aumentará em razão do tipo de alojamento. “O produtor precisa conhecer cada ponto da produção antes de entrar nesse mercado”, frisa Figueiredo, que também é mestre em Zootecnia e doutor em Animal Breeding.
Para obter uma carne com qualidade melhorada é preciso se ater ao maior custo de produção em relação a carne convencional, sobretudo pela utilização de raças menos produtivas e logística mais cara. “Para bancar esse custo mais elevado é necessário estabelecer um negócio dedicado, com logística própria, marca específica e contratos com clientes (abatedouros, supermercados, restaurantes e afins)”, menciona.
Indicadores
Algumas características da carne suína são analisadas conforme indicadores como pH, cor, maciez, cheiro, gordura intramuscular e perda de água, aponta o pesquisador da Embrapa.
Segundo Figueiredo, a carne pálida, flácida e exsudativa, (PSE) sigla em inglês para pale, soft and exudative, está relacionada ao rápido aumento da acidez, conforme a queda do pH e a alteração da cor da carne após o abate do animal. “O pH baixo com a carcaça ainda quente leva à desnaturação de proteínas com comprometimento sobre as características desejáveis ao processamento”, afirma.
Enquanto que a carne PFD (Dark, Firm, Dry), ou seja, a carne nesse caso é mais escura, dura e seca. Possui um pH muito mais elevado que 5,9 e 6,5. A depleção de glicogênio muscular pode ser causada por uma variedade de graves tensões pré-abate, incluindo a exaustão de transporte, medo, estresse climático, a retenção prolongada de alimentos antes do abate, entre outros.
Genética
O pesquisador salienta a necessidade de utilizar genéticas menos produtivas do que a usada na produção industrial para melhorar a qualidade da proteína suína. “Precisa ser um animal que gaste a energia que seria usada para produzir músculo, para produzir gordura”, afirma.
Figueiredo destaca o uso de raças melhoradas como a Duroc, Berkshire, raças asiáticas, ibéricas-Moura, Piau e Nilo Canastra e o cruzamento entre Duroc com F1 Landrace-Large White; Berkshire com F1 Landrace-Large White e Duroc com Landrace-Large White-Moura. “Os cruzamentos proporcionam o vigor híbrido das matrizes e dos animais de abate”, afirma o pesquisador.
O pesquisador da Embrapa, ressalta ainda um estudo realizado na Argentina, que aponta a variabilidade genética para características de qualidade da carne dos suínos industriais-híbridos e crioulos. Entre os genes encontrados no estudo está o Halotano (RYR1), que além de determinar a maior predisposição ao estresse em suínos, é responsável pela produção de carcaças com maior produção de carne magra, porém relacionado à produção de carne PSE. O outro gene importante para o desempenho da carne é o da carcaça (PRKAG3), chamado de gene da carne ácida. “Esses são os dois genes que causam os maiores defeitos, mas existem outros com mutações menores”, explica.
O estudo apontou ainda que na frequência genotípica no sistema industrial o RYR1 apresentou índice de frequência alélica do gene causador de 14,94%, enquanto que no sistema crioulo o índice foi de 22,41%.
Nutrição
Além da genética adequada para se obter carne de qualidade superior, a alimentação oferecida aos animais desempenha um papel igualmente importante para atingir bons resultados, destaca o pesquisador da Embrapa.
Figueiredo ressalta a utilização de nutrientes com vitamina E e a suplementação de magnésio em dietas de suínos para reduzir o efeito do estresse através da redução da concentração de catecolaminas no plasma. “Se for usado muito óleo na ração, por exemplo, o produtor terá uma carne sem a firmeza desejada”, exemplifica o pesquisador da Embrapa.
Manejo
A forma como é realizado o manejo na granja é outro ponto importante para obtenção de carne de melhor qualidade. Figueiredo destaca as boas práticas de bem-estar animal para evitar carnes DFD e PSE. Entre elas, o pesquisador destaca o jejum pré-abate de 12 a 18 horas; a seleção, embarque, transporte e desembarque dos suínos de maneira calma, evitando possíveis fatores estressantes; o descanso de duas horas nas baias de espera antes do abate; o espaço suficiente na baia de espera para que os animais possam deitar e descansar e a utilização de chuveiros nas baias de espera e nos bretes para que os suínos possam se refrescar enquanto estão em áreas do abatedouro. “A forma de tratamento dos animas ajuda a reduzir o estresse, e isso também é importante para ter uma carne de qualidade”, ressalta Figueiredo.

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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira
Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel
Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.
Exemplo
O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.
Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.
A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro
Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.
Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol
Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.
Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.
Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.
Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.
A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”
Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.
“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.
Atrações
Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.
“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.
Critérios de avaliação
Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.




