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Bovinos / Grãos / Máquinas 1º Dia do Leite O Presente Rural/Frimesa

Pesquisador da Embrapa aponta desafios e oportunidades na cadeia produtiva do leite

Economista e pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, destacou durante o 1º Dia do Leite O Presente/Frimesa o desempenho da cadeia produtiva de leite em 2021 com o movimento de R$ 167 bilhões, cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

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Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Essencial para a nutrição humana, o leite de vaca, além de fazer uma dupla inseparável com o café na mesa dos brasileiros e servir de matéria-prima para uma série de produtos, desempenha um relevante papel social e de grande importância econômica para o país. A cadeia produtiva de leite foi tema do 1º Dia do Leite O Presente Rural Frimesa, realizado pelo Jornal O Presente Rural, em parceria com a Frimesa, uma das dez maiores indústrias de lácteos no país.

O encontro aconteceu em Marechal Cândido Rondon (PR), em 1º de junho, com a participação presencial de mais de 140 pecuaristas, além de um público superior a sete mil pessoas, que acompanharam a transmissão nos canais do YouTube e do Facebook do Jornal O Presente Rural ou assistiram posteriormente.

Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins: “O Sul tem um diferencial nesse adensamento da atividade leiteira que é um nível de organização que cria mecanismos para facilitar o processo de competitividade”

Com a palestra: Leite 4.0 – Desafios e oportunidades, o economista e pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, destacou o desempenho da cadeia produtiva de leite em 2021 com o movimento de R$ 167 bilhões, cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. “O setor movimenta todo o Brasil, gerando emprego e renda não somente na propriedade, mas antes mesmo disso e depois, até chegar ao consumidor”, salienta.

Martins destacou os desafios da cadeia produtiva de leite, principalmente por parte dos produtores, e ressaltou o papel dos projetos tecnológicos, o chamado Leite 4.0, que ganha espaço no segmento. “O Leite 4.0 é uma maneira de encarar tudo isso que está acontecendo no setor, e o digital é uma parte deste processo”, afirmou.

O pesquisador da Embrapa destacou algumas tendências para os próximos 10 anos que devem impactar a cadeia produtiva e que segundo ele, vieram para ficar. “2022 não é apenas o ano em que estamos fazendo a transição de um momento difícil em nossas vidas que foi a pandemia, mas é um momento também em que outros valores começam a aparecer”.

A primeira tendência citada por Martins é o crescimento do consumo de leite e derivados no Brasil e no mundo. O pesquisado apresentou números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que apontam aumento do consumo per capita de 36,8% em 2019 nos últimos 20 anos. “Conseguimos crescer mais do que setores de frango, suínos e bovinos de corte em termos de consumo”, salienta.

Segundo Martins, o crescimento do consumo de leite, não somente no Brasil, mas em muitos países, traz oportunidades para cadeias produtivas. Entretanto, antes é preciso resolver questões sanitárias e aumentar a competividade em termos de produção. “Isso já vem acontecendo nos últimos anos, mas é preciso que se intensifique”, destaca.

Menos produtores com mais produção

Outra tendência para o Brasil apontada pelo pesquisador, e que acontece em todo o mundo, é a diminuição do número de produtores. “O Brasil passa por um processo de enxugamento da quantidade de produtores”, afirma.

Martins cita como exemplo os Estados Unidos, que atualmente possui apenas 5% do total de produtores existentes na década de 1970. “A cada vinte produtores, apenas um continua produzindo leite nos Estados Unidos, considerando esse período de 50 anos”, mencionou.

Segundo ele, a queda no número de produtores se deve, sobretudo, ao fato de muitos deles produzirem em pequena escala, o que de acordo com Martins, muitas vezes, inviabiliza o negócio. “Não é somente a margem que garante a sobrevivência, mas a quantidade produzida também” afirma.

A captação média entre os 14 maiores laticínios do Brasil passou de 200 litros/dia por produtor em 2005 para 597 litros/dia em 2020. No mesmo período, o número de produtores passou de 6.035 para 2.446, queda de 41%. “Essa transformação não é de agora, talvez ela esteja acontecendo mais rapidamente e está mais visível”, salienta.

Mais vacas por propriedade

O reflexo será o aumento da quantidade de animais por propriedade. Martins cita dados do IBGE que apontam que 80% das propriedades possuem plantel de até 50 vacas, e 90% dos produtores têm até 100 animais. “Essa é uma transformação estrutural que acontece no mundo e está acontecendo também no Brasil”, menciona o pesquisador da Embrapa.

Mudança do perfil do produtor

Segundo o Martins, terá cada vez menos espaço para produtores que herdaram a atividade, mas que pouco melhoraram o negócio da família, e aquelas pessoas que não veem do campo e acham que é possível de ganhar dinheiro tendo a produção de leite como uma espécie de lazer. “Estamos indo com uma velocidade muito rápida para o produtor que é profissional, que necessariamente trabalha sob a ótica técnica e econômica”, aponta.

Especialização regional da produção

Outra tendência, conforme Martins, é a intensificação de regiões especializadas, como, no Sul do país. “Vocês estão em uma região que é um cluser, e será cada vez mais importante para o país”, afirma. Para ele, um dos fatores determinantes é do custo de produção nessa região ser menor do que em outras regiões produtoras do Brasil. “O Sul tem um diferencial nesse adensamento da atividade leiteira que é um nível de organização que cria mecanismos para facilitar o processo de competitividade”, afirma Martins.

Leite é foodtech

O pesquisador destaca a tendência é passar a tratar o leite como um alimento tecnológico (foodtech. Martins explica que as exigências do mercado consumidor impõem à cadeia produtiva de leite inúmeros cuidados relacionados à pegada de carbono, rastreabilidade, bem-estar animal, biosseguridade, entre outros fatores. “Os supermercados estão dizendo isso para a indústria e a indústria exigirá isso do produtor”, afirma.

A década do ESG

A última tendência citada pelo pesquisador no Dia do Leite O Presente Rural Frimesa é as práticas ESG, sigla de Environmental, Social and Governance – ou, em português, ambiental, social e governança. As empresas devem atuar seguindo boas práticas relacionadas ao meio ambiente, causando o menor impacto possível à natureza, considerando profundamente questões sociais e de políticas de administração transparentes. “Temos a preocupação ambiental, que todas as empresas estão atentas, a questão social, a forma como ela se relaciona com a comunidade e a questão de governança, fator que costuma acontecer naturalmente nas cooperativas”, explica Martins.

Nesse contexto, o pesquisador cita as startups que desenvolvem soluções tecnológicas para o agronegócio. “Essas tecnologias apresentam nosso produto cada vez mais tecnológico por que os jovens estão querendo consumir causa”, conclui.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura, commodities e maquinários agrícolas acesse gratuitamente a edição digital Bovinos, Grãos e Máquinas.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Mato Grosso registra maior exportação de carne bovina de sua história

Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas em novembro. No acumulado de janeiro a novembro, o estado atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Foto: Divulgação/Imac

Mato Grosso encerrou novembro com o maior volume de exportação de carne bovina já registrado pelo estado. Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas no mês, um recorde histórico. No acumulado de janeiro a novembro, o estado também superou todas as marcas anteriores e atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado, que já havia sido o melhor desempenho até então.

Em novembro deste ano, o estado ultrapassou a carne bovina exportada durante 2024, quando foram vendidas 759,3 mil toneladas da proteína bovina. Esse avanço reforça a posição de Mato Grosso como o maior exportador brasileiro de carne bovina e um dos principais fornecedores globais.

Fotos: Shutterstock

“Esses números mostram, mais uma vez, a força da pecuária mato-grossense no cenário internacional. Não se trata apenas de volume: estamos exportando uma carne cada vez mais competitiva, sustentável e alinhada às exigências dos principais mercados do mundo. O desempenho histórico de novembro comprova que o setor está preparado para crescer com responsabilidade, ampliando acesso a novos destinos e fortalecendo a confiança global na carne produzida em Mato Grosso”, afirma o diretor de Projetos do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.

Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento expressivo dos embarques para a China, que segue como principal destino e responde por 54,8% de toda a carne bovina exportada pelo estado em 2025. O país asiático mantém forte demanda por proteína de alta qualidade, o que favorece a competitividade de Mato Grosso.

Além da China, mercados como Rússia e Chile ampliaram suas compras ao longo do ano. O movimento reflete, em parte, o ganho de competitividade da carne mato-grossense, beneficiada pela eficiência produtiva, rastreabilidade crescente e fortalecimento das práticas socioambientais.

“Quando vemos China, Rússia, Chile e outros mercados ampliando suas compras, isso significa que a carne mato-grossense está ganhando competitividade pela qualidade, pela previsibilidade e pela sustentabilidade do sistema produtivo. É um momento que consolida o estado como protagonista global e abre espaço para avançarmos ainda mais em valorização e diferenciação da nossa proteína”, destaca Bruno Andrade.

Além de impulsionar o setor produtivo, o desempenho histórico reforça a importância econômica da pecuária para Mato Grosso. Em 2025, o estado movimentou mais de US$ 3 bilhões com exportações de carnes, contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira e para a geração de renda em toda a cadeia — da pecuária de corte à indústria frigorífica.

Fonte: Assessoria Imac
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Exportações de carne bovina mantêm ritmo acelerado em 2025

Volume e receita avançam mais de 30% com destaque para China, Estados Unidos e União Europeia, consolidando ano de crescimento histórico para o setor.

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Fotos: Shutterstock

As exportações brasileiras de carne bovina registraram novo avanço em novembro, mantendo o ritmo acelerado observado ao longo de 2025. No mês, o Brasil embarcou 356 mil toneladas, crescimento de 36,5% em relação às 261 mil toneladas exportadas em novembro de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em receita, houve aumento de 51,9%, passando de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,87 bilhão. O volume mensal é um dos maiores já contabilizados, com 318 mil toneladas de carne in natura.

A China permaneceu como o principal destino no mês, com 178,8 mil toneladas e US$ 974,6 milhões, mantendo participação superior à metade da receita exportada. Em seguida, destacaram-se a União Europeia, com 15,5 mil toneladas (US$ 131,2 milhões), e a Rússia, que registrou 20,3 mil toneladas e US$ 86,6 milhões. O Chile importou 14,8 mil toneladas (US$ 85,8 milhões), enquanto os Estados Unidos somaram 12,6 mil toneladas (US$ 84,3 milhões), mesmo após as flutuações decorrentes do ambiente tarifário no terceiro trimestre. Também apresentaram resultados relevantes os mercados do México, Filipinas, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Egito.

No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 3,15 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 18,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (2,66 milhões t). A receita alcançou US$ 16,18 bilhões, alta de 37,5% na comparação anual. O desempenho parcial já supera o total exportado em todo o ano de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bilhões), consolidando 2025 como um dos anos de maior expansão na série.

A China também lidera o acumulado do ano, com 1,52 milhão de toneladas e US$ 8,08 bilhões, representando 48,3% do volume e 49,9% do total faturado. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com 244,5 mil toneladas e US$ 1,46 bilhão, seguidos pela União Europeia, Chile, México, Rússia, Egito, Hong Kong, Filipinas e Arábia Saudita. Diversos mercados ampliaram de forma expressiva suas compras em relação a 2024, com destaque para Indonésia (+579%), Palestina (+66%), Canadá (+96%), Filipinas (+35%), Egito (+56%), México (+105%), China (+43%), Rússia (+306%), Chile (+38%) e União Europeia (+52%).

O desempenho dos embarques para os Estados Unidos ao longo do ano também se manteve positivo, mesmo com oscilações mensais. Entre janeiro e novembro, as exportações para o mercado norte-americano somaram 244,5 mil toneladas, aumento de 109% sobre o mesmo período de 2024 (117 mil t). A receita alcançou US$ 1,464 bilhão, alta de 53,3%. Com isso, o resultado acumulado já se aproxima do total exportado em todo o ano passado (247 mil t; US$ 1,47 bilhão), consolidando a relevância do mercado, mesmo diante de ajustes tarifários transitórios.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os resultados de novembro demonstram a resiliência do setor frente às variações cambiais, oscilações na oferta global e alterações regulatórias observadas em alguns mercados ao longo do ano. A entidade aponta que o crescimento sustentado decorre de fatores estruturais, como produtividade, condições sanitárias reconhecidas internacionalmente, capacidade de atendimento contínuo e diversificação dos destinos.

A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil e atua na defesa, promoção e ampliação do acesso do produto brasileiro aos mercados internacionais.

Fonte: Assessoria ABIEC
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Oscar da Pecuária 2025 premia destaques que impulsionam a evolução da raça Nelore no Brasil

Evento da ACNB homenageia empresas, criadores e personalidades que marcaram o ano com inovação, protagonismo e contribuição decisiva para o fortalecimento da pecuária nacional.

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Foto: Alisson Siqueira

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) entregou o “Oscar da Pecuária”, durante a Nelore Fest 2025, realizada no dia 6 de dezembro, em São Paulo. Foram homenageadas empresas parceiras, criadores, profissionais e personalidades que se destacaram ao longo do ano por sua contribuição ao contínuo fortalecimento da raça Nelore.

“A proposta do Oscar da Pecuária é reconhecer pessoas, empresas e iniciativas que, ao longo do ano, elevaram o padrão do Nelore no Brasil. São contribuições marcadas pelo protagonismo. Cada homenageado representa um pilar do avanço concreto da raça Nelore e da pecuária brasileira”, afirma Victor Paula Silva Miranda, presidente da ACNB.

A Matsuda Sementes e Nutrição Animal recebeu o prêmio de “Excelência no Agronegócio”, enquanto o Banco Bradesco foi reconhecido com o prêmio “Compromisso com o Agronegócio”, em reconhecimento à sua atuação no apoio aos produtores e aos investimentos do setor. Na comunicação, o programa Giro do Boi, do Canal Rural, foi homenageado com o prêmio de “Promotor da Raça”, e Paulo Henrique Arantes Horto – presidente da Programa Leilões – recebeu o prêmio de “Incentivador da Raça”.

A cerimônia também destacou o protagonismo feminino na pecuária, com o prêmio “Mulher de Destaque na raça Nelore”, concedido a Eny de Miranda Heringer, Elizete Assad Garetti e Arlinda Cristina Oliveira Cruvinel Borges.

Foram homenageados, ainda, criadores de excelência que fazem parte da história do Nelore e contribuem para a expansão da pecuária no Brasil, com a entrega do prêmio “Contribuição para a Evolução da Raça”. São eles José Luiz Niemeyer dos Santos, Alberto Laborne Valle Mendes, Carlos Viacava e Jonas Barcellos Corrêa Filho.

“Essa premiação simboliza o compromisso permanente da ACNB com a valorização de quem impulsiona a pecuária nacional. A Nelore Fest vai além da celebração de resultados. É um momento de reconhecer trajetórias, parcerias e entregas consistentes que contam, de forma coletiva, a evolução do Nelore no país. Ao homenagear diferentes elos da cadeia produtiva, reforçamos a importância da união e do trabalho contínuo em favor de uma pecuária cada vez mais forte, eficiente e sustentável”, conclui Victor Miranda.

Fonte: Assessoria ACNB
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