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Suínos / Peixes

Pesquisador alerta para biosseguridade no manejo de animais mortos

Realizar os corretos procedimentos para garantir máxima segurança sanitária dentro da propriedade faz toda a diferença

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Biosseguridade é uma palavra muito ouvida pelo produtor rural brasileiro. Destacar sua importância em todo o processo da cadeia é fundamental importância, inclusive no manejo e destinação de animais mortos. E não são poucos. Estimativas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) indicam o produtor brasileiro precisa dar destinação a mais de 110 mil toneladas de suínos mortos todos os anos. Para demonstrar as maneiras mais eficientes de fazer esse controle, o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Nelson Morés, fala sobre as “Condições mínimas de biosseguridade para retirada e transporte de suínos mortos em propriedades rurais” durante o Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), que aconteceu de 22 a 24 de maio, em Porto Alegre, RS.

O pesquisador explica que nos sistemas atuais de produção animal em alta escala, a mortalidade na rotina de produção é um evento inevitável por diversas razões, como por exemplo doenças metabólicas, tóxicas e infecciosas, ou mesmo por erros de manejo no rebanho. “Essas mortes geram um volume enorme de carcaças que devem ser destinadas de forma segura, seja dentro da propriedade ou fora dela por empresa processadora”, conta. Ele destaca que no Brasil ainda não há regulamentação oficial para remoção e transporte de animais mortos por estas empresas, mas a Embrapa está subsidiando os órgãos oficiais com informações de pesquisas. “O trabalho que realizamos (Embrapa) é no sentido de mitigar riscos de disseminação de agentes infecciosos pela remoção desses animais mortos até a empresa processadora, com o objetivo de fornecer subsídio ao setor oficial caso o procedimento seja regulamentado”, continua.

Morés diz que as propriedades elencadas estão associadas à qualidade da biosseguridade da granja que deseja que uma empresa recolha as carcaças, ao papel do veículo e do motorista que recolhem as carcaças, ao transporte das carcaças das unidades produtivas até a empresa processadora e ao destino. “Neste sentido, estudos de avaliação de risco considerando três cenários da forma de recolhimento e várias premissas de biosseguridade, realizado na Embrapa Suínos e Aves para possíveis agentes infecciosos que podem ser veiculados por suínos mortos, indicaram riscos baixo, muito baixo e insignificante, quando o processo é realizado de forma correta”, afirma.

O processo de recolhimento e transporte por ser realizado por veículos que passam por várias propriedades recolhendo animais para leva-los diretamente a empresa processadora ou até um entreposto e então ao destino feito por outro veículo. “Todavia, o procedimento que envolve um sistema de congelamento das carcaças na própria granja e recolhimento com veículo que se desloca apenas dessa granja até a empresa processadora se mostrou o mais seguro. Então, para mitigar os riscos sanitários de disseminação de agentes infecciosos para a cadeia produtiva, é necessário regulamentar, padronizar e fiscalizar todo o processo, pois se for realizado de forma incorreta representa um risco sanitário para o setor”, informa.

Ele acrescenta que as maiores preocupações relacionadas com os procedimentos utilizados no destino dos animais mortos devem seguir princípios aceitáveis para destruir os possíveis patógenos causadores de mortes. “Independentemente da causa da morte e do destino das carcaças, o processo utilizado deve inativar os possíveis agentes infecciosos e considerar aspectos ambientais, trabalhistas e econômicos. Nesse sentido, as farinheiras atendem este requisito”, informa.

Morés afirma que as granjas de suínos e aves que desejam remover os animais mortos para uma empresa processadora devem em primeiro lugar atender normas de biosseguridade de isolamento da unidade produtiva para evitar que o veículo e o motorista que as recolhe não entrem na unidade produtiva. “Nas granjas com cerca de isolamento o depósito dos animais mortos deve ser feito em local adequado que permite a limpeza e desinfecção, localizado na cerca de isolamento ou fora dela, mesmo quando um sistema de congelamento for utilizado”, comenta. “É preciso enfatizar que tanto o veículo como seu motorista não podem entrar em contato com a criação de animais, já que podem ser possíveis vetores de agentes infecciosos”, diz. O pesquisador acrescenta ainda que o local de depósito dos animais mortos deve prevenir o acesso de outros animais, predadores, insetos e aves, como urubus, entre outros.

Transporte

Morés esclarece que atualmente no Brasil ainda não há regulamentação que permita o trânsito de animais mortos. “Caso esse procedimento seja provado, ele deve ser realizado da forma mais segura possível, para evitar a disseminação de possíveis doenças e, para fins de controle oficial de animais mortos, a remoção dos cadáveres das unidades produtivas e transporte até o entreposto ou destino, e do entreposto até o destino final deverá ser feita somente após a emissão do Documento de Trânsito de Animais Mortos”, conta.

Dessa forma, o pesquisador explica que o veículo deve ser tipo baú, totalmente vedado para impedir o derramamento de líquidos e o acesso de insetos. “Tais veículos devem ser aprovados pelo serviço veterinário oficial e periodicamente vistoriados. Em cada carga de animais mortos transportados, o veículo deve ser totalmente lavado e desinfetado”, afirma. Ele ainda sugere que os motoristas destes veículos recebam treinamento periódico em biosseguridade.

O que fazer

O pesquisador da Embrapa comenta que o produtor poderá fazer diversas ações para garantir a máxima biosseguridade nestas ocasiões. “Se for produtor de suínos ou aves, ele deve tomar as medidas de biosseguridade mínimas para proteger as granjas da entrada de agentes infecciosos. Para o recolhimento dos animais mortos, ele deve construir um local adequado para deposição destes animais à espera do recolhimento, buscando orientações de um técnico experiente”, conta.

Outras medidas que podem ser tomadas é para que o veículo e o motorista não entrem em contato com a criação de animais e ficar sempre atento para que este motorista e os funcionários da unidade produtiva não entrem em contato com o veículo que recolhe os animais. “Ele deve fazer o controle sistemático de insetos e roedores, cuidar para que predadores, outros animais e aves não entrem em contato com os animais mortos, e cuidar para que o local de depósito das carcaças seja limpo e desinfetado sempre que houver remoção de animais mortos”, complementa.

Além do mais, o pesquisador menciona que existem rotas tecnológicas para destino das carcaças dos animais mortos na propriedade que utilizam determinados equipamentos. “Estas alternativas estão sendo estudadas por outros pesquisadores na Embrapa Suínos e Aves, como a compostagem acelerada, sistema de desidratação, digestão anaeróbica, incineração, entre outras, cujos resultados ainda não são totalmente conhecidos”, informa.

Morés destaca ainda que as proposições sugeridas no documento publicado pela Embrapa basearam-se no cenário atual de produção animal no Brasil. O documento, de acordo com ele, sugere medidas mitigatórias de risco de disseminação de possíveis agentes infecciosos responsáveis por mortes de rotina que ocorrem nas unidades produtivas pela movimentação de animais mortos, visando a segurança sanitária das cadeias produtivas, preservação da saúde animal e humana, a segurança do trabalhador rural, qualidade da carcaça dos animais mortos e a sustentabilidade ambiental e econômica das cadeias. “Com aplicação dos conhecimentos técnicos existentes atualmente em biosseguridade, penso que é perfeitamente possível mitigar os riscos de disseminação de agentes infecciosos pela remoção das carcaças das propriedades rurais até a empresa processadora, com possibilidade de gerar subprodutos com certo valor comercial”, aponta.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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