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Pesquisador acredita em dois anos de “vacas gordas” na pecuária leiteira
Segundo pesquisador da Equipe de Pecuária do Cepea, 2020 será um ano muito bom para o setor lácteo, e 2021 será ainda melhor
Como está se comportando o mercado e o que esperar para os próximos meses são assuntos que rondam, e muito, a cabeça do pecuarista leiteiro. Como o mercado lácteo é bastante volátil, ter perspectivas do que pode acontecer ajuda muito nas tomadas de decisão e também sobre o que esperar para o futuro. Para que os pecuaristas tenham uma visão geral sobre isso, o Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), que aconteceu em Chapecó, SC, em novembro, levou para os participantes a palestra “Cenário econômico e perspectivas de mercado para o setor lácteo”. A apresentação será feita pelo pesquisador da Equipe de Pecuária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), doutor Thiago Bernardino de Carvalho. Ele acredita em recuperação do consumo interno e bons preços para 2020 e 2021.
De acordo com ele, o pecuarista não deve se atentar somente ao que está acontecendo no mundo agropecuário, mas em toda a economia nacional e internacional. Para o especialista, são todos fatores que influenciam diretamente na cadeia leiteira. “Vou falar (na palestra) não somente do cenário do setor, mas também do político e econômico, quais as perspectivas da cadeia e como tudo isso impacta diretamente o setor lácteo”, conta. “A minha intenção é mostrar a situação do Brasil, traçar perspectivas e como tudo isso influencia na cadeia”, complementa.
O pesquisador começa informando que, nos últimos anos, todo o país passou por uma grande crise, sendo considerada a mais grave já enfrentada. “E isso reflete diretamente na decisão de investimento, seja da indústria ou do produtor”, afirma. A cadeia foi muito influenciada no final de 2018, especialmente porque o setor não sabia como seria o ano de 2019. “Dessa forma, não houve investimentos. O que aconteceu nos últimos anos afetou o mercado. Ficou muito presente a insegurança política e isso afeta diretamente todo o mercado, especialmente do leite, que depende essencialmente do mercado interno”, conta.
De Carvalho explica que a cadeia do leite é muito dependente da população. “E se as pessoas não têm renda, o setor sofre impacto, especialmente quanto a produtos com valor agregado. E isso acontece em todos os setores, não somente no leite. Produtos como iogurte ou queijos melhores elaborados acabam não sendo consumidos”, argumenta. Segundo o especialista, isso é por conta que o consumidor irá escolher outros produtos com valores menores. “A queda de emprego e de renda prejudica o setor. E ainda há o detalhe que se tem produção e não tem demanda, é outro problema”, diz.
O pesquisador comenta que o mercado do leite é um setor instável. “Quanto maior a oferta, menores os preços. E isso realmente diminui a margem de renda e o custo aumenta. Isso e outros fatores fazem com que muitos produtores decidam sair da atividade”, explica. Outro detalhe do que vem acontecendo no decorrer do ano, segundo Carvalho, é que a indústria estava pagando melhor para aqueles produtores que produziam mais. “A indústria acabava pagando mais para quem tem mais volume”, diz. Para o especialista, o que acaba acontecendo é que o produtor tem a necessidade de aumentar a produtividade em momento de tensão do setor produtivo.
Reformas, política e mercado
O profissional comente que para o próximo ano o produtor e o setor não podem ser pessimistas nem otimistas. “Pensando na economia política, a Reforma da Previdência, existe um cenário claro do que pode acontecer no mercado. O que se pode esperar pode ser um bom clima, taxa de desemprego menor. Depois de uma crise forte, as expectativas são de recuperação”, avalia. Para ele, 2020 será um ano bom e 2021 ainda melhor. “Este é um momento de a cadeia olhar para dentro da propriedade para melhorar o setor produtivo, para ser melhor. As exigências são maiores, mas vemos um bom horizonte para o setor produtivo”, afirma.
O pesquisador comenta ainda que, com as novas Instruções Normativas que foram aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ainda este ano, é preciso entender que, na teoria, se as coisas forem feitas da forma como devem ser, sem dúvida o setor irá melhorar. “Mas, antes disso, é preciso olharmos como estão os produtores, eles têm condições de fazer o que está sendo pedido? A tecnologia existe, mas eles têm condição? Há eficiência dentro da cadeia, mas vai depender muito do produtor, quem sai na frente e produz bastante”, avalia.
Mesmo com este detalhe das INs, o setor pode se animar, de acordo com Carvalho. “Tem as instruções normativas de qualidade, mas o principal, o Ministério está abrindo mercados com países como China e reabriu o mercado com o Egito. Então, estes são fatores que mostram um sinal positivo para o ano de 2020”, comenta. Ele ainda acrescenta que o mercado interno também deverá estar melhor. “Ele deverá estar equilibrado, o que é um fator positivo para o momento”, diz.
Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2019 ou online.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran