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Pesquisa usa fragmento de DNA de planta selvagem para combater brusone do trigo

Planta selvagem parente do trigo forneceu trecho de DNA que provocou a redução da severidade da brusone em até 50%. Associado a outros marcadores, o 2NS/2AS poderá indicar as plantas mais resistentes à doença.

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Trigo com a translocação 2NS 2AS

Um fragmento de DNA originário de um parente selvagem do trigo, denominado elemento de translocação 2NS/2AS, pode ser responsável pelo maior avanço para combater a brusone no cereal. Cientistas da Embrapa Trigo (RS) e do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT) conseguiram resultados promissores com a técnica. “Nas plantas com 2NS/2AS, a severidade da brusone se mostra até 50% menor em comparação com aquelas que não contam com a translocação”, conta o pesquisador Pawan Singh, chefe do Departamento de Fitopatologia em Trigo do CIMMYT.

A chamada translocação 2NS/2AS é um fragmento de um cromossomo retirado do Aegilops ventricosa, espécie selvagem parente da planta cultivada. A primeira cultivar desenvolvida contendo 2NS foi a VPM1, na França, no fim da década de 1960. Depois disso, essa cultivar foi cruzada com outras e a translocação 2NS/2AS ganhou o mundo, principalmente por meio dos cruzamentos realizados no CIMMYT. Como base de pesquisas, a instituição internacional conta com quatro viveiros de brusone na Bolívia e em Bangladesh, onde são avaliadas mais de 15 mil linhagens de trigo por ano para verificar fontes de resistência genética à doença.

Os pesquisadores consideram o 2NS/2AS o início da busca por marcadores genéticos relacionados à resistência à brusone. Esse trecho, associado a outros que ainda serão identificados, poderá ser a chave para uma cultivar resistente à doença, de acordo com os cientistas. Trata-se de um longo trabalho. Como comparação, para o arroz, cultura na qual a brusone surgiu, já foram identificados mais de 100 genes de resistência à doença; no trigo, foram detectados apenas nove genes de resistência até agora.

A principal doença do trigo nos trópicos

A brusone é a principal doença que limita o crescimento do trigo tropical no mundo, mas novos conhecimentos no melhoramento genético apontam caminhos para resolver o problema.

Fungo Pyricularia oryzae Triticum ataca folhas e espigas podendo causar danos que podem comprometer até 100% da lavoura – Foto: Diogo Zanatta

Ela é considerada a doença de importância econômica mais recente detectada em trigo no mundo. Causada por um fungo, Pyricularia oryzae Triticum (Magnaporthe oryzae patótipo Triticum), que ataca folhas e espigas, a brusone causa danos que podem comprometer até 100% da lavoura.

O fungo é um velho conhecido do arroz, já que os primeiros relatos de brusone na cultura datam por volta de 1600, na China.

Em trigo, o fungo causador da brusone foi identificado pela primeira vez no Brasil, em 1985, em lavouras do Paraná, mas a doença rapidamente disseminou-se para outros estados brasileiros. Hoje, além do Brasil, a brusone já é conhecida na Bolívia, Paraguai, Argentina, Bangladesh e Zâmbia.

Pesquisa
A seleção para resistência com 2NS/2AS conta com duas linhas de pesquisa que caminham de forma simultânea: uso de marcadores moleculares e fenotipagem. O uso de marcador molecular visa aprimorar a seleção do fragmento de DNA que será translocado para a planta; já a fenotipagem consiste na observação das plantas com 2NS/2AS que foram inoculadas com o fungo da brusone, ou mesmo ensaios a campo, em que são avaliadas as linhagens com melhor resposta na defesa à doença.

A seleção para resistência com 2NS/2AS conta com duas linhas de pesquisa que caminham de forma simultânea: uso de marcadores moleculares e fenotipagem – Fotos: Joseani Antunes

Conforme a pesquisadora da Embrapa Trigo Gisele Torres, a presença de 2NS/2AS na planta não é garantia de resistência à brusone. “Precisamos verificar a presença do 2NS/2AS com o marcador molecular e depois avaliar a reação da planta ao fungo. São técnicas complementares na busca pelo melhor resultado”, pondera.

No Brasil, o CIMMYT conta com o apoio de diversas empresas parceiras para avaliar o desempenho das linhagens quanto à brusone. Uma delas é a OR Melhoramento de Sementes, na qual as pesquisas com a translocação 2NS/2AS começaram em 2002, visando à introdução de genes de resistência à ferrugem da folha, ferrugem linear e ferrugem do colmo do trigo, ligados à translocação e que agregam resistência a uma ampla gama de raças do fungo, sendo utilizados em combinações com outros genes de resistência durável.

Segundo a pesquisadora da OR Camila Turra, os cruzamentos com 2NS/2AS expressam defesa nas plantas para brusone na espiga. Porém, a seleção no campo em áreas experimentais com irrigação e pressão da doença é fundamental, buscando aliar a herança genética com a expressão fenotípica. “Hoje a seleção para 2NS/2AS está em 100% do programa de melhoramento genético, buscando o desenvolvimento de cultivares com ampla adaptabilidade de cultivo, ou seja, cultivares que podem ser semeadas nas mais diversas regiões tritícolas onde quer que uma epidemia de brusone possa ocorrer”, conta Turra.

Na Biotrigo Genética, após a divulgação do efeito do segmento 2NS/2AS para a brusone, os pesquisadores buscaram identificar as linhagens com este segmento direcionando o uso da tecnologia nos cruzamentos e aumentando sua frequência no programa de melhoramento de trigo. “Não tenho dúvidas de que o 2NS/2AS é um marco na solução do problema da brusone, mas ainda precisamos evoluir em pesquisas para identificar outros genes de resistência”, comenta o pesquisador Paulo Kuhnem, ampliando: “Enquanto a pesquisa evolui em busca de maiores níveis de resistência, aspectos relacionados ao manejo químico complementar, como a tecnologia de aplicação de fungicidas, também precisam evoluir”, explica Kuhnem, destacando que a brusone infecta a ráquis (eixo principal da espiga), onde os fungicidas ainda não conseguem chegar satisfatoriamente para fazer a proteção de forma eficiente.

Em 2013, a Embrapa Trigo trouxe 1.581 linhagens do CIMMYT para avaliar a resistência à brusone a campo, com posterior utilização de marcadores moleculares para confirmar a presença de 2NS/2AS e experimentos em casas de vegetação com as linhagens pré-selecionadas. “Na seleção final, apenas oito linhagens com 2NS/2AS mostraram boa resistência à brusone e tiveram desempenho agronômico satisfatório nas nossas condições de campo no Cerrado brasileiro. Até o momento, selecionamos uma linhagem candidata a chegar ao mercado como cultivar, que além de resistência à brusone também apresentou excelente qualidade de farinha para a panificação”, conta o pesquisador da Embrapa Vanoli Fronza.

Em 2021, o pesquisador da Embrapa Cerrados (DF) Angelo Sussel avaliou outras 12 linhagens do CIMMYT com 2NS/2AS e verificou a incidência de, no máximo, 20% de brusone em trigo de sequeiro, sem nenhuma aplicação de fungicidas. Porém, ele lembra que o desafio para as últimas duas safras de trigo tem sido a falta de água, ocasionando perdas ainda maiores do que os potenciais danos causados pela brusone. “Práticas de manejo, como ajustes na época de semeadura, genética mais tolerante e uso eficiente de fungicidas, têm assegurado proteção contra a brusone acima de 80% nas lavouras. Mas, assim como o fungo da brusone, o trigo precisa de água para sobreviver”, argumenta o pesquisador.

Em busca da resistência durável
Apesar de a translocação 2NS/2AS representar um marco para as pesquisas no combate à brusone no mundo, é preciso cautela para incluir a tecnologia nos programas de melhoramento, com possíveis quebras de resistência em cultivares já relatadas pela comunidade científica. “Não podemos ficar dependentes apenas da 2NS/2AS para controlar a brusone no trigo. A natureza do fungo é de adaptação. Não há garantias de que, no futuro, a resistência conferida pela sequência 2NS/2AS não possa ser rompida e isso gerar graves problemas até para a segurança alimentar do País, caso todas as cultivares disponibilizadas para os produtores tenham sido desenvolvidas a partir dessa única alternativa como fonte de resistência à brusone”, explica o pesquisador da Embrapa João Leodato Maciel.

Ele destaca, ainda, que os principais estudos relacionados à sequência 2NS/2AS têm indicado que a resistência está associada somente à brusone na espiga de trigo, necessitando de mais estudos sobre o efeito da 2NS/2AS quanto à resistência em casos de incidência de brusone nas folhas.

De acordo com Singh, já foram identificadas outras possíveis fontes de resistência genética, mas o processo de seleção exige tempo e investimento. “Estamos trabalhando com as mais modernas técnicas de biologia molecular para ajudar no melhoramento genético do trigo, visando alcançar a grande diversidade de regiões produtoras de trigo no mundo e garantir a segurança alimentar da população”, diz Singh.

No mundo, de acordo com Kuhnem, muitos trabalhos de pesquisa têm buscado espécies parentais do trigo visando identificar novas fontes de resistência à brusone, mas, até o momento, nenhuma apresentou o efeito alcançado com a 2NS/2AS.

“A tecnologia 2NS/2AS é hoje o que temos de melhor para conviver com a brusone. Aliando a translocação com o controle químico e a época de semeadura mais adequada para cada cultivar, conseguimos um avanço enorme na triticultura tropical. O uso de novas tecnologias tem permitido o aumento de área em Goiás e em Minas Gerais e agora vamos poder expandir também para outros estados. E, quando conseguirmos colocar juntos na mesma cultivar a 2NS/2AS com outras fontes de resistência, vamos dar mais um passo grande na convivência com a brusone do trigo”, conclui Fronza.

Epidemias podem agravar a fome em países pobres
Conforme informações divulgadas pelo CIMMYT, uma epidemia de brusone afetou três milhões de hectares de trigo na América do Sul, na década de 1990. Em 1996, o primeiro surto de brusone na Bolívia resultou em quase 80% de perdas na produção.

No ano seguinte, a doença novamente devastou as lavouras, causando 100% de perda de produtividade, o que foi responsável pela queda acentuada na área de trigo nos anos subsequentes na Bolívia. No Paraguai, onde ocorreu a primeira epidemia em 2002, foram registradas perdas de produção de mais de 70%.

Foto: Pedro Schereer

No Brasil, ocorreram perdas por brusone em trigo nos anos de 2009 e 2012, quando danos acima de 40% comprometeram lavouras na fase de espigamento do trigo no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Casos isolados de ocorrência de brusone no Rio Grande do Sul têm sido detectados, mas nunca foram registradas epidemias da doença.

Em 2019, a brusone causou prejuízos em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal com lavouras que tiveram perdas de até 100%, mas o que chamou a atenção foi a infecção do fungo mais cedo.

As condições climáticas no início do ciclo da cultura propiciaram a incidência de brusone ainda no perfilhamento das plantas, acendendo o alerta para, com condições ambientais favoráveis, antecipar o controle da doença ainda nas folhas e não apenas na espiga, como orientava a pesquisa até então.

“Mesmo sem epidemias em 2022, as oscilações de temperatura permitiram registrar lesões de brusone nas folhas em, praticamente, todas as regiões tritícolas do país. No Sul, as lesões de brusone costumam ser confundidas com sintomas de mancha marrom (Bipolaris sorokiniana), mas o controle de manchas foliares acaba mascarando possíveis danos por brusone”, conta a pesquisadora da OR Melhoramento de Sementes Camila Turra.

A chegada da brusone do trigo na Ásia surpreendeu os pesquisadores da comunidade científica internacional. A doença, historicamente restrita à América Latina, foi registrada na Ásia pela primeira vez em 2016, resultando numa epidemia nas lavouras de Bangladesh que dizimou cerca de 15 mil hectares, com uma quebra de 51% na safra.

Como os esporos do fungo podem viajar com o vento, existe o risco da brusone se espalhar para países vizinhos, como China, Índia, Nepal e Paquistão. Em 2018, a doença foi registrada na Zâmbia, no sul da África, mas sem perdas significativas. Uma importante via de disseminação do fungo é o comércio internacional, caminho para que grãos e sementes contaminadas nas áreas endêmicas possam se dispersar para outros países.

De modo geral, o desenvolvimento da doença é favorecido por altas temperaturas e umidade, condições presentes em países de clima tropical e subtropical. Na América do Norte e na Europa, ainda não foram relatados registros da doença, já que o clima mais frio pode limitar a sobrevivência do fungo e mesmo o processo de infecção na planta. No entanto, num cenário de mudanças climáticas e possíveis mutações do fungo, a ameaça global que a brusone representa não pode ser descartada.

De acordo com Singh, somente no sul da Ásia estima-se que mais de sete milhões de hectares são vulneráveis à brusone. “Se o fungo comprometer apenas 10% de uma safra de trigo nesta região, serão 260 milhões de dólares em perdas. Uma tragédia que pode comprometer a segurança alimentar em países pobres que não dispõem de recursos para importação de trigo”, avalia.

Desafio do Controle

O pesquisador da Embrapa Trigo João Leodato Maciel explica que a doença é considerada uma ameaça global devido à condição de que a maioria das cultivares de trigo utilizadas no mundo não contam em sua genealogia com fontes de resistência à brusone. Além disso, a resistência a doenças, em especial à brusone do trigo, possui uma natureza complexa: “Apesar do trigo ser uma das culturas mais estudadas no mundo, diferentes genes estão envolvidos na resistência a doenças. No caso da brusone, alguns asseguram resistência da planta adulta, outros somente resistência no desenvolvimento inicial da cultura e há genes que previnem lesões nas folhas ou no espigamento. É uma interação complexa, que varia em cada cultivar ou ambiente, além da mutação constante do fungo para quebrar essas resistências.”

Ainda que o avanço na eficiência do controle químico, associado ao manejo da lavoura, tenha evoluído muito nos últimos anos, a resistência genética das cultivares de trigo ainda é a forma mais segura e econômica para conter a brusone.

Diversas empresas de pesquisa com trigo no Brasil investiram em programas de melhoramento focados na resistência à brusone. Atualmente, com base nas informações fornecidas pelos obtentores para a publicação Informações Técnicas para Trigo e Triticale – Safra 2022, são 31 cultivares indicadas como moderadamente resistentes à brusone.

Contudo, segundo resultados da Rede de Ensaios Cooperativos para a Resistência à Brusone da Espiga de Trigo, muitas destas cultivares têm apresentado reações de maior suscetibilidade à doença quanto testadas nos ensaios a campo, o que pode indicar a presença de variantes do fungo, com eventual quebra da resistência.

Fonte: Ascom Embrapa trigo

Notícias Relações internacionais

Ministro da Agricultura apresenta propostas de cooperação a embaixadores da Liga Árabe

Representantes de 16 países discutiram parcerias agrícolas com o Brasil

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com embaixadores da Liga dos Estados Árabes para tratar de propostas de cooperação técnica e agrícola entre os países. O encontro foi realizado na Embaixada da Palestina, em Brasília, na quarta-feira (08) e contou com representantes de 16 países do grupo (Arábia Saudita, Argélia, Egito, Iraque, Mauritânia, Tunísia, Líbia, Sudão, Jordânia, Kuwait, Qatar, Bahrein, Omã, Síria e Palestina).

Durante a reunião, o ministro destacou a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no estreitamento das relações diplomáticas com os países árabes e a aproximação, cada vez maior, do Brasil com o Sul Global tendo sempre como foco principal o combate à fome a segurança alimentar. Neste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já realizou missões oficiais em três países da Liga Árabe: Emirados Árabes Unidos, Omã e Marrocos.

Fotos: Divulgação/Mapa

Anfitrião do evento, o embaixador da Palestina no Brasil, ponderou que este primeiro encontro é de suma importância para os países presentes. “Sob o comando do presidente Lula, sentimos que Brasil e os países árabes trabalham como uma família unida e essa reunião é um indício de que esse trabalho de estreitamento está sendo feito”, destacou o embaixador da Jordânia, Maen Moh’d Sodii Salem Masadeh.

Fundada em 1945 com o objetivo de fomentar as relações culturais, econômicas, sociais e políticas entre seus membros, a Liga Árabe é uma organização internacional que reúne 22 estados-membro e, atualmente, representa uma importante parceira para o Brasil em termos diplomáticos e econômicos. Em 2023, os países integrantes do grupo importaram cerca de U$ 13,5 bilhões em produtos da agropecuária brasileira. “O Brasil é maior produtor e exportador de proteína halal do mundo. Temos muito orgulho desse título e queremos fortalecer ainda mais esta relação pois o Brasil tem um grande potencial de ampliar sua produção de forma sustentável”, destacou Fávaro.

Para isso, uma das maiores ações que o Mapa vem desenvolvendo é o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), que visa aumentar a área de produção de alimentos no país sem avançar sobre áreas preservadas e com a recuperação dos solos, contribuindo para a segurança alimentar e climática do planeta. “Em momento de mudanças climáticas evidentes, que o mundo pensa de forma sustentável, o Brasil tem obrigação de manter políticas públicas de preservação da Amazônia”, ressaltou o ministro. “A Amazônia é um grande patrimônio brasileiro, mas também mundial com relação ao sequestro de carbono. Mas a preservação da Amazônia não significa que o Brasil ainda não pode expandir sua produção de alimentos”, completou.

Isso porque a expertise do país, especialmente após a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), faz com que o Brasil seja a principal potência para fornecimento de suprimento alimentar com preços acessíveis e estabilidade.

Além do anfitrião, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, participaram da reunião os embaixadores da Arábia Saudita, Faisal Ghulam; do Bahrein, Bader Abbas Hasan Salem Al Zarim Alhelaibi; do Qatar, Ahmad Mohammed Al-Shebanin; do Egito, Mai Taha Khalil; da Jordânia, Maen Moh’d Sodii Salem Masadeh; do Kuwait, Talal Al Mansour; do Líbano, Carla Jazzar; da Líbia, Osama Ibrahim Ayad Sawan; da Mauritânia, Abdoulaye Idrissa Wagne; do Omã, Talal Sulaiman Alrahbi; da Síria, Rania Alhaj Ali e da Tunísia, Nabil Lakhal, e os encarregados de negócios do Iraque, Dr. Firas Hasan Hashim Al-Hamadany; da ⁠Argélia, Emira Assia Dali; do Sudão, Ahmed Etigani Mohamed Swar. Integraram a delegação do Mapa, o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart; o secretário-executivo adjunto, Cleber Soares; o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Júlio Ramos, o assessor especial do ministro, Carlos Ernesto Augustin e o diretor de Promoção e Comercial e Investimentos, Marcel Moreira.

Transferência tecnológica 
Diante da experiência exitosa do Brasil na produção de alimentos, especialmente na fruticultura em clima árido, o ministro colocou à disposição dos países da Liga Árabe a possibilidade de acordos de transferência tecnológica por meio da Embrapa.

Parcerias entre a empresa pública e a Organização Educacional, Cultural e Científica da Liga Árabe (Alecso) e instalação de centros de pesquisa da Embrapa nos países foram um dos principais temas debatidos durante o encontro.

O encarregado de negócios do Iraque, Firas Al-Hamadany, informou que seu país já trabalha numa proposta de acordo na transferência tecnológica do setor agrícola e ampliação das relações comerciais.

Já o embaixador do Qatar, Ahmad Al-Shebanin, informou que uma delegação da Hassan Food, braço de investimento agrícola e de alimentos da Autoridade de Investimentos do Qatar (QIA), visitará o Brasil ainda nesta semana com objetivo de cooperar e investir no país.

Uma parceria entre Sudão, Arábia Saudita e Brasil para a produção de alimentos e cooperações no setor de biocombustíveis também foram destacadas pelo encarregado de negócios do Sudão, Ahmed Swar.

Um dos principais fornecedores de fertilizantes para o Brasil, o Omã também terá uma delegação de investidores prospectando investimentos no país na próxima semana e, segundo o embaixador do Omã, Talal Alrahbi, está em estudo a possibilidade de realização de um projeto conjunto nessa área.

Solidariedade
No encontro, os embaixadores fizeram questão de manifestar, em nome de seus países, solidariedade às famílias do Rio Grande do Sul que estão sofrendo com os efeitos das chuvas excessivas no estado, inclusive, oferecendo apoio e parcerias para mitigar os impactos.

Fonte: Assessoria Mapa
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Notícias Exportações brasileiras

Cinco países abrem mercado para suínos vivos do Brasil

Trata-se da segunda grande abertura comercial na UEEA para produtos agrícolas brasileiros em menos de 10 meses.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os cinco países que compõem a União Econômica Eurasiática (UEEA) – Rússia, Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão – abriram seus mercados para a exportação brasileira de suínos vivos. Esta decisão marca a segunda grande abertura comercial para produtos agrícolas do Brasil na UEEA em menos de 10 meses.

A autorização para exportar suínos vivos segue uma série de iniciativas bem-sucedidas, incluindo a permissão concedida em setembro de 2023 para exportar bovinos vivos para os países membros da União. Essas conquistas resultam de esforços coordenados entre representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o apoio da Embaixada do Brasil na Rússia, fortalecendo os laços comerciais entre o Brasil e os países da UEEA.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, em 2023, o Brasil exportou mais de US$ 1,2 bilhão em produtos do agronegócio para a UEEA, incluindo produtos soja em grãos, carne bovina, café verde e açúcar bruto. Esses números refletem a importância crescente das exportações agrícolas brasileiras para a região e a confiança dos países da UEEA na qualidade e competitividade dos produtos brasileiros.

Com essa nova conquista, o agronegócio brasileiro alcança sua 39ª abertura de mercado em 24 países somente neste ano, totalizando 117 aberturas em 50 países desde 2023.

Fonte: Com informações do Mapa
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Notícias Ações de conscientização

Mês da Saúde Animal tem como enfoque ações do Serviço Veterinário Oficial e saúde única

Ao longo do mês serão realizadas ações entre o Mapa e organizações públicas e privadas em saúde animal com apresentações de informações relevantes para a sociedade e pecuaristas sobre produção animal segura, sustentável e para a segurança dos alimentos.   

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Durante o mês de maio é realizada a Campanha Nacional do Mês da Saúde Animal com o intuito de promover e fomentar ações de conscientização, engajamento e prevenção de doenças voltadas para a produção animal brasileira. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou o mês de maio como o Mês da Saúde Animal em 2023 por meio da portaria nº 583. A primeira campanha é realizada neste ano com a temática “Saúde Animal – É Saúde para Todos”.  

Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro destaca que rebanhos saudáveis são fundamentais para a garantia de produção de alimentos de qualidade para o mercado interno e externo, além de geração de emprego e renda. “Não se pode separar a saúde humana, o meio ambiente e a saúde animal. Integrando as ações em uma só saúde, todos são beneficiados”, disse.   

Ao longo do mês serão realizadas ações entre o Mapa e organizações públicas e privadas em saúde animal com apresentações de informações relevantes para a sociedade e pecuaristas sobre produção animal segura, sustentável e para a segurança dos alimentos.   

A ação é promovida pelo Departamento de Saúde Animal (DSA) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). Para o secretário Carlos Goulart, trata-se de uma medida de grande importância para aproximar cada vez mais a população e o Serviço Veterinário Oficial (SVO), informando sobre o seu papel como promotor de rebanhos saudáveis, permitindo, desta forma, a geração de alimentos seguros e o acesso dos produtos brasileiros aos mercados interno e externo.  

Neste ano, a campanha tem como foco o Papel dos SVOs na garantia da saúde animal e ações em saúde única, que considera a saúde humana, animal e vegetal como interdependentes e vinculadas à saúde dos ecossistemas em que existem.   

A Campanha tem quatros estratégias principais: conscientizar e incentivar os pecuaristas na atualização anual de cadastros de seus rebanhos, pois contribui para a prevenção de doenças; Promoção sobre o papel dos SVOs sobre boas práticas sanitárias na produção animal, conscientização para identificação e notificação a suspeitas de enfermidades; e o trabalho realizado pelos governos federal e estadual na garantia da saúde dos rebanhos.   

Os SVOs trabalham na garantia da qualidade sanitária, monitoramento, controle e erradicação de doenças dos animais de produção, terrestres e aquáticos e, da ambiência dos campos brasileiros, criada pela parceria com os produtores rurais. Essa ambiência abre portas para o consumo interno seguro e, para as exportações de animais e produtos de origem animal. Regulamentam e controlam o trânsito nacional e internacional de animais e produtos de origem animal, sobre o uso de prudente de antimicrobianos na medicina veterinária. Além de regulamentar, acompanhar e certificar a condição sanitária de propriedades e áreas livres de doenças animais, facilitando assim a abertura de mercados para exportação dos produtos pecuários nacionais.

Em ação e no mês que se comemora o cuidado com a saúde animal, o ministro Fávaro anunciou na última quinta-feira (2) que os todos os estados brasileiros estão livres de febre aftosa sem vacinação. No mês de abril foram intensificadas as ações para a vacinação dos rebanhos bovinos que faz parte do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PE-PNEFA).   

Produção animal

Para o ano de 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela que a expectativa é de aumento na produção de carne bovina, suína e frango com 30,88 milhões de toneladas neste ano. Destes, 21,12 milhões de toneladas serão destinados ao mercado interno e 9,85 milhões de toneladas devem ser exportadas.    

De acordo com dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) em 2023 o Brasil exportou oito milhões de toneladas de carnes somando mais de US$ 23,51 bilhões.     

Desde 2023 foram abertos novos mercados de carne bovina e suína para o México e República Dominicana, além de carne bovina enlatada para o Japão e carne bovina processada para Singapura. Aves na Argélia, Butão, Israel, El Salvador, Polinésia Francesa e Vanuatu.  

Fonte: Assessoria Mapa
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