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Pesquisa revela deficiência de água para matrizes suínas em diferentes sistemas de alojamento

Outro apontamento que chamou bastante atenção do pesquisador está relacionado aos animais alojados em box, que tiveram maior peso na saída de creche, alcançando 890 gramas acima dos leitões criados em baias coletivas.

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Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Por questões ligadas ao bem-estar animal e pela ausência de condições das matrizes suínas poderem expressar alguns dos seus comportamentos naturais, como caminhar, fuçar, deitar em um espaço adequado e interagir com outros animais da sua espécie, os sistemas de alojamento das matrizes suínas em box de gestação e maternidade estão há alguns anos no centro de debates da comunidade científica, de consumidores e demais segmentos do setor.

Entre as mais recentes iniciativas para melhorar o bem-estar animal e a sustentabilidade na suinocultura brasileira está a implantação do sistema de gestação coletiva de matrizes suínas. Entre os benefícios do alojamento em grupo estão a redução de fatores estressores, a diminuição de problemas sanitários e a interação entre os animais. “O processo de migração dos sistemas de alojamento das matrizes envolve diferentes etapas, entre elas a adequação das instalações e a qualificação da mão-de-obra. Mudanças como essas vão trazer novos desafios no manejo a técnicos e produtores”, expõe o médico-veterinário e pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Osmar Antonio Della Costa. Ele foi um dos palestrantes do Seminário sobre sistemas de alojamento de matrizes suínas durante a 6ª edição do Congresso e Central de Negócios Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios (Avisulat), realizado de 28 a 30 de novembro, em Porto Alegre, RS.

De acordo com Costa, as agroindústrias, universidades e o setor público têm trabalhado no desenvolvimento de novos sistemas de alojamento das matrizes suínas na gestação e maternidade com o objetivo de propor sistemas que possam incrementar o bem-estar das matrizes suínas.

Em um estudo recente conduzido por Costa para levantar os índices de produtividade das matrizes suínas alojadas em box de gestação e baias coletivas, foram avaliadas 27 granjas, sendo 18 unidades de produção em baias coletivas e nove em box de gestação, com 950 leitegadas – 701 matrizes alojadas em baias coletivas e 249 matrizes alojadas em box de gestação, totalizando 12.260 mil leitões que participaram do estudo. “Na maternidade levantamos o número de leitões nascidos vivos, peso ao nascimento, número de leitões desmamados, peso ao desmame, ganho de peso diário na lactação e taxa de mortalidade. Levando em consideração todas essas variáveis, constatamos que o índice de leitões nascidos mortos foi de 3,23% maior em baias coletivas, enquanto que o peso médio dos leitões desmamamos aos 24 dias nos boxes de gestação chegaram a 1,16 kg acima dos animais nascidos nas baias coletivas”, menciona.

Fornecimento de água

A fim de verificar se o sistema de distribuição de água atualmente utilizado nas granjas suinícolas pode afetar e comprometer os indicadores de bem-estar e os índices de produtividade das matrizes, o pesquisador avaliou a vazão média de bebedouros instalados em baias e boxes de gestação e de maternidade, com aferição da disponibilidade da água ajustado para um minuto.

Para referência da pesquisa foram usados três índices: nas unidades de gestação vazão menor que 1,5 litro por minuto (L/min) se caracterizava baixa vazão; vazão maior que 1,5 L/min e menor ou igual que 2,5 L/min se caracterizava vazão normal; e vazão maior que 2,5 L/min se tratava de alta vazão. Enquanto que na maternidade a baixa vazão foi considerada menor que 2,5 L/min, vazão normal maior ou igual a 2,5 L/min e menor ou igual a 3,5 L/min; e alta vazão maior que 3,5 L/min. “Constamos que nas baias de gestação 20% dos bebedouros tinham alta vazão, 35% baixa vazão e 45% vazão normal. Nos boxes de gestação, 18,66% apresentavam alta vazão, 21,64% baixa vazão e 59,70% vazão normal. E do total de bebedouros avaliados na maternidade foram constatados que 11,27% tinham alta vazão, 67,69% baixa vazão e 21,03% vazão normal”, relata Costa.

Do total de bebedouros avaliados, apenas 18,82% nos boxes de gestação, 26,4% nas baias de gestação e 54,78% na maternidade estavam com a vazão normal de água. Para ajustar a frequência do volume de água nos bebedouros, Costa recomenda a manutenção da rede hidráulica e treinamento dos profissionais responsáveis pela produção na granja. “Se as matrizes não bebem água suficiente não produzem leite, com isso não desmamam os leitões”, aponta o pesquisador.

Análise de densidade da urina

Para analisar a densidade da urina de matrizes suínas nas baias coletivas e nos boxes de gestação foram coletadas 2.062 amostras. O estudo mostrou ausência de sangue em 99,82% dos animais analisados, ausência de proteína em 99,74%, porém apresentou presença de nitrito em 9,21% das amostras.

No teste de densidade da urina, 3,34% das matrizes suínas apresentaram quantidade de água suficiente no organismo, 17,5% em limites críticos e 79,14% em quantidade de água insuficiente. “Apenas 3,05% de 1.607 das amostras de matrizes suínas alojadas em baias coletivas apresentaram nível satisfatório de água, outros 15,3% mostraram limites críticos e 81,72% quantidade de água insuficiente. Enquanto que na análise das amostras de 669 matrizes suínas alojadas em box de gestação, 4,04% apontou níveis de água suficiente, 22,7% estado crítico e 73,30% deficiência hídrica. Esses resultados comprovam que independente do tipo de alojamento, maternidade ou gestação, as matrizes estão com deficiência de água”, avalia o pesquisador.

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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