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Suínos / Peixes Piscicultura cresce

Pesquisa retrata principais polos de criação de tilápia do Brasil

Por meio de um questionário on-line, poderão participar da pesquisa produtores dos dez maiores polos nacionais

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Arquivo/OP Rural

Um trabalho de pesquisa inédito, em metodologia e alcance, reunirá dados sobre a cadeia produtiva do peixe mais cultivado do Brasil, a tilápia (Oreochromis niloticus). O estudo faz parte do projeto “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil (BRS Aqua)”.

Por meio de um questionário on-line, poderão participar da pesquisa produtores dos dez maiores polos nacionais de produção da espécie: oeste do Paraná; norte do Paraná; Vale do Itajaí; Ilha Solteira (divisa entre SP e MS); submédio São Francisco (divisa entre PE, BA e AL); Reservatório Boa Esperança (PI); Serra da Mesa e Cana Brava (GO); Três Marias (MG); Furnas (MG); e Reservatórios Orós e Castanhão (CE). Juntos, eles representam mais de 60% da produção nacional de tilápia.

A ideia é coletar informações como custos de produção, disponibilidade de crédito, tecnologias utilizadas, acesso aos mercados, nível de qualificação da mão de obra local, disponibilidade de insumos e equipamentos e até as condições de infraestrutura na região, como a existência de estradas e o acesso a energia elétrica.

A previsão é que esse trabalho de coleta termine em março e o processamento das informações seja concluído no segundo semestre deste ano. Haverá uma segunda etapa com questionário voltado para a indústria de pescado. Com os dados a serem divulgados, os pesquisadores querem entender melhor como estão organizados cada um desses polos produtivos e poderão subsidiar a elaboração de políticas públicas voltadas à piscicultura.

Um projeto para impulsionar a aquicultura nacional

O BRS Aqua reúne ações de pesquisa e de transferência de tecnologia, envolve mais de 20 Unidades da Embrapa, cerca de 270 empregados da empresa e recursos financeiros de diferentes fontes.

São quase R$ 45 milhões do Fundo Tecnológico (Funtec) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 6 milhões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) (que estão sendo executados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq) e, como contrapartida, outros R$ 6 milhões da própria Embrapa. A tilápia é uma das quatro espécies que estão sendo trabalhadas no âmbito do projeto, que também tem ações com tambaqui, camarão cinza e bijupirá.

Abordagem quantitativa é inovadora

Na primeira etapa da pesquisa, participarão os piscicultores. Foi elaborado um questionário específico para eles, com questões cujas respostas vão permitir traçar um panorama dessas regiões produtoras também do ponto de vista quantitativo. “Essa metodologia é inovadora por incorporar indicadores quantitativos que permitem melhor comparação entre os polos estudados. Haja vista que a maioria dos estudos de cadeia de valor são essencialmente qualitativos. Além disso, estudos dessa natureza em aquicultura são inéditos no Brasil e mesmo no exterior”, conta o coordenador desse trabalho, Manoel Pedroza, pesquisador da área de Economia da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO).

O cientista conta que, em etapa posterior, o trabalho será expandido a outros atores da cadeia de valor da tilápia – com atuação na indústria. O presidente da Associação Brasileira da Piscicultura, a PeixeBR, Francisco Medeiros, afirma que “o conhecimento dos principais polos de produção não tem importância somente para os produtores, mas também para toda a indústria, de ração, processamento de pescado, fármacos, aditivos e equipamentos”.

Ele defende a necessidade de esse tipo de trabalho ser permanente. “Nós da cadeia de produção da piscicultura necessitamos de informações mais detalhadas de mercado, dados que sejam acompanhados regularmente, para que possamos planejar melhor o nosso negócio, avaliar o que estamos fazendo e tomar decisões a curto, médio e longo prazos baseados em dados e não em suposições. Portanto, se faz necessário que esse trabalho seja contínuo”, coloca.

Como participar

Neste primeiro momento, para que os dados coletados retratem adequadamente como se organiza cada um dos dez polos produtivos trabalhados, os pesquisadores pedem o envolvimento dos produtores. Os interessados em participar da pesquisa podem acessar este link. As respostas são rápidas.

O produtor se beneficiará dos dados coletados

Pedroza entende que, ao conhecer tanto os fatores positivos como os negativos de seu polo de atuação, o piscicultor poderá planejar melhor suas atividades, otimizando as vantagens e minimizando os gargalos do próprio polo produtivo. Dessa maneira, será possível aproveitar melhor as condições favoráveis da região e cobrar das instituições responsáveis a solução de problemas que estejam atrapalhando a expansão sustentável da atividade.

Subsídio para políticas públicas

O trabalho também vai contribuir com a gestão pública e as instituições responsáveis pela formulação de políticas para o setor. O pesquisador da Embrapa acredita que os dados a serem obtidos vão permitir a identificação dos principais fatores que afetam o desenvolvimento da atividade, tanto os que o impulsionam, como os que o dificultam. “A partir dessas informações, será possível orientar as políticas públicas que de fato apoiem os produtores, evitando assim erros históricos ligados a investimentos públicos mal planejados”, analisa. Questões ligadas à utilização de águas da União para a produção em tanques-rede, por exemplo, poderão ser resolvidas conhecendo-se melhor a atuação profissional dos produtores.

Pedroza ressalta que o projeto não pretende fazer uma classificação ou ranqueamento entre os polos. A proposta é entender o que cada região oferece aos produtores ali localizados sejam condições favoráveis ou não à atividade.

Produção de tilápia no Brasil

De acordo com dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a tilápia continua sendo a espécie de peixe mais criada no país. Naquele ano, a espécie foi responsável por 58,4% da produção nacional da piscicultura. Esse volume é mais de três vezes maior que o da segunda espécie mais criada no país, o tambaqui (Colossoma macropomum), que respondeu por 18,2% da produção nacional de 2017. Entre as regiões geográficas, o Sul do Brasil permaneceu na liderança, produzindo 42% da tilápia brasileira; em seguida, vêm o Sudeste e o Nordeste. Os estados que mais produziram foram Paraná, São Paulo e Minas Gerais. As informações são do estudo Produção da Pecuária Municipal, divulgado anualmente pelo IBGE.

Fonte: Embrapa Pesca e Aquicultura

Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui

Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.

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Além do crescimento mais rápido e do peso maior do tambaqui, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa - Foto: Siglia Souza

A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.

Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.

A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”

Equipamento de pressão para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes – Foto: Jefferson Christofoletti/Embrapa

Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.

Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.

Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.

À esquerda, animais convencionais e, à direita, peixes submetidos ao processo de indução de poliploidia. Ambos originários da mesma desova e de idades idênticas.

Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.

Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.

Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.

“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.

No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.

A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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