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Pesquisa no Instituto de Pesca avança no combate a vírus letal na tilapicultura

Estudo de mestrando Rafael Lopes Faria investiga respostas fisiológicas e vias de transmissão do ISKNV em tilápias, contribuindo para o aprimoramento do manejo sanitário na aquicultura.

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Foto: Divulgação/Arquivo OP Rural

O Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, destacou nesta sexta-feira (4) o relevante trabalho científico desenvolvido pelo mestrando Rafael Lopes Faria, do Programa de Pós-graduação em Aquicultura e Pesca (PPGIP). A pesquisa conduzida por Rafael representa um avanço importante no entendimento do comportamento do vírus ISKNV, causador da necrose infecciosa de baço e rim, um dos grandes desafios sanitários da piscicultura mundial.

Rafael Lopes Faria durante seu trabalho de pesquisa – Foto: Divulgação

Com o título Perfil de aminoácidos e potencial de transmissão fecal do Megalocytivirus pagrus 1 (subtipo ISKNV) em duas espécies de tilápia”, o estudo avaliou a resposta fisiológica de duas espécies comerciais de tilápia infectadas pelo patógeno. A análise do perfil de aminoácidos pós-infecção permitiu identificar diferenças metabólicas entre as espécies, oferecendo subsídios para estratégias mais eficazes de manejo sanitário e nutricional em sistemas de produção aquícola.

Outro ponto de destaque da pesquisa foi a avaliação do potencial de transmissão fecal do vírus. Ao investigar a presença de ISKNV nas excretas dos peixes, o estudo observou níveis muito baixos de carga viral nas fezes, o que sugere baixa probabilidade de contaminação por essa via em sistemas de coabitação, informação crucial para a formulação de protocolos de biosseguridade.

Para Rafael, o trabalho representa não só um avanço acadêmico, mas também uma experiência transformadora. “Fiz muitos amigos por aqui, que me ajudaram em diversas dúvidas e momentos em que precisei. Minha orientadora, Cláudia Maris, foi um grande suporte, me auxiliando de forma humana e sensível”, compartilha. O mestrando também destaca o apoio de pesquisadores do IP e do Instituto Biológico, com quem contou durante toda a execução do projeto.

A orientadora Cláudia Maris, pesquisadora científica do IP e pró-reitora do PPGIP, reforça a importância dos resultados: “Com o auxílio destas experimentações, desvendamos mais uma etapa sobre o comportamento deste vírus letal e emergente na piscicultura global”.

Com defesa da dissertação prevista para o segundo semestre, Rafael Faria contribui com uma base científica sólida que pode guiar futuros estudos e ações práticas voltadas à sanidade aquícola no Brasil.

Fonte: Assessoria IP-Apta

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Importação de tilápia vietnamita reacende alerta do setor de aquicultura

Operação comercial liderada pela JBS traz 700 toneladas do Vietnã. Dados oficiais mostram 48 toneladas já desembarcadas em 2025 e produtores apontam risco à competitividade e à sanidade

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Foto: Shutterstock

O recente avanço das importações de tilápia do Vietnã ao Brasil, autorizado pelo governo federal em abril deste ano e agora operacionalizado por um embarque de maior escala negociado pela JBS, reacendeu apreensões entre piscicultores e representantes do setor. A operação prevê a chegada de 700 toneladas de pescado, com o primeiro contêiner despachado em 06 de novembro e previsão de desembarque no Porto de Santos em 17 de dezembro, segundo informações sobre o acordo comercial fechado durante a Cúpula do BRICS.

Os números oficiais já registrados no sistema Comex Stat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que o País importou 48 toneladas de filé de tilápia congelado do Vietnã em 2025: 25 toneladas em agosto (US$ 123.877) e 23 toneladas em setembro (US$ 71.419), num total de US$ 195.296.

Embora representem um volume relativamente pequeno frente ao mercado produtor doméstico, as aquisições internacionais ganham peso diante da escala industrial prevista pela operação atual.

Contexto de produção
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de tilápia. Em 2024 a produção nacional foi registrada em cerca de 662.230 toneladas, volume que representa aproximadamente 68% da produção de peixes cultivados no país. Ainda assim, a entrada de matéria-prima importada suscita dúvidas sobre competitividade e equilíbrios de mercado.

O Brasil possui uma das legislações sanitárias mais rigorosas do mundo para a aquicultura, impondo aos produtores brasileiros padrões de biossegurança, rastreabilidade, fiscalização contínua e protocolos de inspeção animal que não são integralmente exigidos em alguns países exportadores, entre eles o Vietnã.

Preocupações com competitividade e normas
Representantes do segmento destacam que a assimetria regulatória é central nas preocupações. Enquanto a cadeia brasileira opera sob protocolos de biossegurança, rastreabilidade e fiscalização contínua que aumentam custos, parte do pescado importado pode provir de sistemas com exigências menos restritivas na origem, reduzindo preço final e, potencialmente, pressionando margens de produtores e frigoríficos nacionais.

Riscos sanitários e incerteza regulatória
Além do aspecto econômico, há receio explícito sobre riscos sanitários. A importação de tilápia estrangeira pode introduzir doenças, parasitas ou variantes de patógenos não presentes ou controlados no Brasil. A situação ficou mais sensível com a inclusão da tilápia na Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras no início de novembro, medida que aumentou o debate sobre eventuais barreiras e requisitos para movimentação e manejo da espécie, embora o governo afirme que a inclusão não impede a produção comercial.

Produtores, no entanto, veem na listagem um fator de incerteza regulatória que pode resultar em maior burocracia e, consequentemente, inibir novos investimentos. Em suma, dizem, o risco é duplo: concorrência com produto importado a custos potencialmente menores e custos adicionais eventuais decorrentes de medidas administrativas vinculadas ao estatuto de espécie exótica invasora.

Fonte: O Presente Rural
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Aqua Summit BR 2025 traz programação estratégica para orientar o futuro da aquicultura no Brasil

Encontro reúne lideranças, especialistas e setor produtivo para integrar ciência, mercado e políticas públicas.

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Fotos Shutterstock

A primeira edição do Aqua Summit BR 2025 reúne, de 26 a 28 de novembro, no Palácio Araguaia em Palmas, no Tocantins, uma programação intensa que combina conhecimento, estratégia e inovação para impulsionar o futuro da aquicultura brasileira. O evento estratégico vai reunir lideranças, pesquisadores, empresários e representantes das cadeias de proteína animal e da aquicultura para planejar o futuro da produção de pescado no Brasil. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.aquasummitbr.com.br.

A abertura oficial será realizada no dia 26 de novembro, às 19 horas, com a Palestra Magna “A Força das Proteínas Brasileiras no Cenário Mundial: O que a aquicultura pode aprender com as demais proteínas”, conduzida por Celso Luiz Moretti, engenheiro agrônomo, mestre e doutor em produção vegetal, pesquisador, ex-presidente da Embrapa e atual presidente do conselho do CGIAR, reconhecido internacionalmente por sua contribuição à sustentabilidade agrícola, incluindo o Prêmio Norman Borlaug.

No dia 27 de novembro, às 09 horas, inicia-se o primeiro painel, “Lideranças e sua importância no desenvolvimento da cadeia”, destacando o papel estratégico da gestão e da articulação institucional para o fortalecimento do setor, com participação de Diones Bender Almeida, da Genomar Genetics Latin América, e João Manoel Cordeiro Alves, do Sindirações, sob moderação de Altemir Gregolin, ex-ministro da Pesca e presidente do IFC Brasil.

Em seguida, às 10h30, ocorre o segundo painel, “Avanços Normativos e Governança Setorial em Debate”, abordando as atribuições do governo e do setor produtivo para garantir competitividade e construir um ambiente regulatório moderno e eficiente. Participam Juliana Satie Becker de Carvalho Chino, do Dipoa/Mapa, e Helinton Rocha, da Câmara Setorial.

A programação da tarde começa às 14 horas com o painel “Pacote Tecnológico Integrado: A Base da Competitividade nas Cadeias de Proteína Animal”, trazendo uma visão sobre soluções inovadoras para elevar produtividade e garantir sustentabilidade, com contribuições de Gustavo Maia, da Shrimpl, e Marcos Queiroz, da MqPack, sob mediação de Everton Krabbe, da Embrapa Suínos e Aves.

Às 15h30, o quarto painel, “Posicionamento Mercadológico e Branding Territorial”, explora estratégias de diferenciação, construção de marca e agregação de valor nas cadeias de proteína, com Tom Prado, da REI Alimentos, e Lidia Leal da Silva Lopes, da Angus Brasil, sob moderação de Carlos Humberto Duarte de Lima e Silva, da SICs.

Encerrando o dia, o Flash Embrapa e Sepea apresentará uma sequência de pitches sobre tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Pesca e Aquicultura, incluindo edição genética, inteligência de dados para aquicultura, programas de competitividade e soluções de reuso de água, com apresentações de Eduardo Varela, Manoel Pedrosa Filho, Renata Melon e Marccela Mataveli, além da participação de Thiago Tardivo, da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Tocantins, destacando as condições favoráveis para investimentos no estado. “O Tocantins oferece condições ideais para o desenvolvimento da piscicultura: clima favorável, abundância de água, quatro grandes reservatórios federais, logística eficiente, incentivos fiscais e segurança jurídica para investidores. A realização da primeira edição do Aqua Summit em Palmas é uma oportunidade única para apresentar essas vantagens a investidores nacionais e internacionais, destacando o potencial do estado para impulsionar a cadeia produtiva do pescado”, destaca Tardivo.

No dia 28 de novembro, os participantes farão uma visita técnica à Embrapa Pesca e Aquicultura, onde poderão conhecer de perto pesquisas, tecnologias e estruturas que posicionam o Tocantins como referência nacional em inovação científica para o setor.

A programação do Aqua Summit BR 2025 foi concebida para integrar ciência, mercado e políticas públicas, estimulando decisões estratégicas e preparando a aquicultura brasileira para um novo ciclo de competitividade, sustentabilidade e crescimento.

Sede estratégica

A escolha de Palmas como sede é unanimemente celebrada pelas lideranças envolvidas. Para Danielle de Bem Luiz, analista e chefe da

Embrapa Pesca e Aquicultura, o Aqua Summit BR é uma oportunidade única para a cadeia do pescado refletir, aprender com o sucesso das demais cadeias de proteínas e avançar na consolidação da sua produção e na ampliação de mercados. “O evento integrará pesquisa aplicada, políticas públicas e mercado para reforçar a competitividade e o protagonismo da aquicultura brasileira”, ressalta Danielle.

Eliana Panty, diretora da Hollus Comunicação e Eventos, valoriza a realização no estado em que nasceu: “Realizar um evento no Tocantins ao lado da Embrapa e do Governo do Estado é um sonho antigo. Cresci às margens do Rio Tocantins, onde a vida sempre veio da água. Hoje, mais do que nunca, voltamos nosso olhar para essa proteína que nasce das águas. A piscicultura tem enorme potencial, mas ainda enfrenta desafios de infraestrutura, processamento, logística e mercado. Eventos como o Aqua Summit BR criam os espaços de debate necessários para transformar esse potencial em desenvolvimento real, gerando mais qualidade, mercado e consumo para o pescado brasileiro”, menciona.

Foto: Divulgação

“O Aqua Summit representa uma oportunidade estratégica para fortalecer a aquicultura tocantinense, pois aproxima produtores, pesquisadores, investidores e gestores públicos em torno de um mesmo objetivo: transformar o potencial natural do Tocantins em um setor produtivo robusto e sustentável”, afirma Roberto Sahium, secretário-executivo da Pesca e Aquicultura do Tocantins.

Citando condições que o estado possui (recursos hídricos, clima favorável e localização estratégica), Sahium lembra que é preciso avançar em conhecimento técnico, em inovação e em agregação de valor. “Eventos como o Aqua Summit permitem justamente essa troca de experiências e tecnologias, estimulando a adoção de boas práticas, o empreendedorismo e a atração de novos investimentos para o setor aquícola tocantinense”, reforça.

Com grande potencial de desenvolvimento também na aquicultura, o Tocantins tem avançado nessa área. Ainda longe de transformar em realidade todas as condições que possui para uma aquicultura sustentável nos três pilares (ambiental, econômico e social), o estado atualmente é o 17° maior produtor nacional, com 18.100 toneladas de peixes no ano passado, principalmente tambaqui.

Fonte: Assessoria Aqua Summit
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Com carnes mais caras, consumo de tilápia dispara 32,9% no país

Com a disparada dos preços da carne bovina e suína, o pescado ganhou espaço no carrinho de compras e a tilápia se tornou a principal impulsionadora do crescimento do setor.

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Fotos: Shutterstock

Em um cenário de forte inflação nas proteínas mais tradicionais, o consumidor brasileiro vem ajustando seu carrinho de compras e ampliando o consumo de pescado. Um novo estudo da Scanntech revela que o volume consumido de peixes cresceu 8,2% no acumulado de janeiro a setembro deste ano.

O levantamento analisou o comportamento de consumo em um período de aumento significativo do preço das proteínas. A carne bovina foi a mais impactada, com alta de quase 25%, seguida pela carne suína, que registrou 21,2% de aumento. Em contrapartida, o preço dos peixes subiu apenas 2,1% no mesmo período.

Foto: Divulgação

Essa disparidade de preços impactou diretamente o volume de vendas, levando o consumidor a buscar alternativas mais acessíveis. O estudo destaca que a categoria costuma apresentar maior sazonalidade na Páscoa e na Quaresma. No entanto, fora esse período, foram justamente os meses de janeiro, julho e agosto, aqueles com menor variação de preços, que registraram as maiores altas de consumo em relação aos mesmos meses de 2024. “Estamos percebendo que, em 2025, o consumidor tem revisto suas escolhas no carrinho de compras para adequar o orçamento. Quando falamos da tradicional mistura, o movimento é semelhante: a alta nos preços da carne bovina ao longo do ano levou muitos brasileiros a buscar alternativas em outras proteínas, como os pescados, ampliando o consumo de peixes, sobretudo aqueles com melhor custo-benefício”, analisa a diretora de Marketing da Scanntech, Priscila Ariani.

Tilápia lidera a mudança de hábito

Entre todas as subcategorias analisadas, a tilápia é a principal impulsionadora da alta no consumo de pescados.O estudo apontou que a espécie teve um crescimento expressivo, de 32,9%, no volume de vendas. Esse movimento foi diretamente estimulado por uma redução de -8,4% no preço médio do quilo da tilápia, tornando-a a opção mais atrativa para substituir as proteínas mais caras.

O levantamento também identificou diferenças relevantes no consumo entre as regiões brasileiras. A tilápia se manteve como a espécie mais representativa em praticamente todo o país, com exceção do Norte. As regiões Centro-Oeste e Norte foram as que registraram a maior retração no preço por quilo da tilápia e, consequentemente, os melhores resultados em volume de vendas.

As demais espécies também apresentaram comportamentos distintos entre as regiões:

  • Salmão: Na contramão da categoria, o salmão apresentou queda de consumo em todo o Brasil.
  • Merluza: Apresentou crescimento no Interior de São Paulo, Nordeste e região Leste (MG, ES e RJ), áreas onde a espécie já tem participação de vendas superior à de outras regiões.
  • A espécie se destacou com um aumento de 42,5% no consumo em volume no total Brasil, ganhando força nas vendas em praticamente todo o país. A única exceção foi o Centro-Oeste, onde o preço médio mais elevado limitou o avanço do consumo.
  • Sardinha: Mesmo apresentando o menor preço por quilo, a sardinha registrou recuo no volume de vendas em todas as regiões, com exceção de São Paulo, Nordeste e Centro-Oeste.

Fonte: Assessoria Scanntech
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