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Pesquisa mostra o retrato da agricultura digital brasileira

Ausência de infraestrutura de conectividade é o maior entrave da agricultura digital para 61% dos entrevistados

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Divulgação/iStock

Uso de ferramentas digitais para comercialização, interesse por soluções digitais, gargalos em infraestrutura de conectividade e falta de conhecimento sobre as tecnologias disponíveis são alguns tópicos extraídos da pesquisa realizada com mais de 750 participantes entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviço sobre tendências, desafios e oportunidades para a agricultura digital no Brasil. O trabalho foi feito por meio de parceria entre a Embrapa, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e revelou que 84% dos agricultores brasileiros já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola

Os resultados, recém-consolidados, mostram que a facilidade de comunicação e de acesso à informação, proporcionada pela internet, são a porta de entrada hoje para introduzir o agricultor nessas novas tecnologias. Mas aplicações mais especializadas, capazes de ampliar o acesso a mercados, reduzir custos ou ainda agregar valor à produção já estão no radar dos produtores rurais, com potencial de expansão.

Por meio de painéis interativos (dashboards), é possível analisar todos os resultados da pesquisa de forma estratificada. A consultas podem ser feitas a partir das informações sobre o perfil do agricultor e do prestador de serviço, como tamanho da área cultivada e tempo na atividade, para cada unidade da federação. Os dados completos também estão disponíveis para consulta no sumário executivo. O estudo foi realizado no âmbito do projeto de cooperação  “Inteligência estratégica para pequenos negócios rurais: agregação de valor e tecnologia”, coordenado pela Secretaria de Inovação e Negócios (SIN) da Embrapa e firmado em parceria com o Sebrae. Seu objetivo é ajudar a orientar novas pesquisas e inovações além de subsidiar estratégias de mercado.

A pesquisa amostral, aplicada por meio de um questionário on-line, ficou disponível entre abril e junho deste ano e contou com a participação de 504 agricultores, de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. A maioria deles, 72%, cultivam áreas de até 50 hectares, com agricultura, pecuária e silvicultura, e 69% têm mais de dez anos de experiência na atividade rural.

Seja para agilizar a comunicação na hora de contratar um serviço, pesquisar o preço de um insumo ou para enxergar a propriedade com outros “olhos”, mapeando a lavoura e planejando a atividade, a pesquisa mostra um retrato atual de como esses produtores rurais estão utilizando a internet, aplicativos de celular, drones, entre outras tecnologias, e também um panorama das suas expectativas e dificuldades.

Mais de 70% dos produtores rurais que responderam à pesquisa disseram que acessam a internet para interesses gerais sobre agricultura. Já as redes sociais, como o Facebook, e os serviços de mensagem, como o WhatsApp, foram apontados por 57,5% deles como meios utilizados para obter ou divulgar informações relacionadas à propriedade, comprar insumos ou vender sua produção.

“Essas ferramentas são utilizadas em atividades gerais com o objetivo de ajudar no planejamento e na gestão da propriedade, mas foi possível observar também que uma boa parte dos produtores rurais já utiliza outras aplicações a partir de sensores remotos e de campo, eletrônica embarcada, aplicativos ou plataformas digitais para fins específicos em uma cultura ou sistema de produção”, explica o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (SP) Édson Bolfe, que coordenou o estudo.

Cerca de 40% dos produtores disseram que vêm usando essas novas tecnologias como canal para a compra e venda de insumos e da produção e, ainda, em torno de um terço deles utiliza soluções digitais com o objetivo de mapear a lavoura e a vegetação e para a previsão de riscos climáticos. “Outras aplicações das tecnologias aparecem em número menor, mas vemos como áreas com tendência de crescimento aquelas voltadas para o bem-estar animal, citada por 21,2% dos respondentes; e para certificação ou rastreabilidade dos alimentos, mencionada por 13,7% deles”, completa Bolfe. Ele ressalta ainda que 95% dos produtores registraram na pesquisa que desejam mais informações sobre agricultura digital.

Informação

Se os produtores se mostram ávidos pelas tecnologias digitais, algumas barreiras ainda desestimulam sua adoção. Os resultados da pesquisa indicam que o valor do investimento para a aquisição de equipamentos e aplicativos assusta o agricultor. Esse aspecto  é apontado por 67,1% deles como uma das dificuldades. A questão aparece à frente de problemas estruturais, como a qualidade de conexão na área rural.

Para o engenheiro-agrônomo e sócio da startup IZagro Murilo Bettarello, a preocupação vem da visão de que essas novas tecnologias foram feitas somente para produtores rurais com alta capacidade de investimento. “Há ainda a percepção de que são tecnologias caras, mas existem muitas aplicações de baixo custo que já fazem a diferença e podem iniciar o agricultor nessa jornada da agricultura digital”, acredita. Segundo ele, falta a informação sobre avanços tecnológicos chegar ao produtor, principalmente médios e pequenos.

Essa demanda por mais informação já era percebida pelo Sebrae e aparece agora na pesquisa. A falta de conhecimento sobre quais são as tecnologias mais apropriadas foi mencionada como uma dificuldade por quase 41% dos produtores rurais. “Existem muitas ferramentas que o agricultor desconhece ou não compreende para que servem”, afirma o analista de Competitividade no Agronegócio do Sebrae Victor Ferreira. Uma das estratégias que serão desenvolvidas a partir do estudo é a criação de conteúdos para melhorar a informação para o agricultor sobre as soluções digitais disponíveis. As informações ficam no portal e em outros canais de acesso, como a plataforma de apoio à inteligência DataSebrae.

De acordo com a pesquisa, 40,5% dos agricultores utilizam tecnologias digitais para atividades de compra e venda. Segundo o analista do Sebrae, os produtores estão descobrindo novas formas de comunicar o seu produto, por meio de mídias sociais digitais e plataformas de marketplace, e isso tem feito com que se posicionem de maneira diferente, seja no negócio, na própria família ou com os clientes. Essa demanda por ferramentas para comercialização da produção acelerou ainda mais com a pandemia do novo coronavírus e as medidas de distanciamento social.

É o caso de agricultores do norte da Bahia, organizados na Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc). Por meio da parceria com startups de Salvador e São Paulo, eles estão conseguindo levar seus produtos a base de frutas nativas, como umbu e maracujá da caatinga, para novos mercados. “O uso das ferramentas digitais foi intensificado e a resposta tem sido muito interessante durante a pandemia, quando reduziram as vendas para lojas físicas”, explica a presidente da Coopercuc, Denise Cardoso. A queda chegou a quase 70%, mas ela estima que com a comercialização em plataformas digitais já foi possível reverter essa perda em torno de 30%.

Conectividade se reflete na produtividade

Além de ouvir os produtores rurais, a pesquisa também teve a participação de 249 empresas e prestadores de serviços. Mais da metade atua de alguma forma associada a cooperativas ou outras entidades ligadas ao produtor, oferecendo, entre as principais soluções, aquelas voltadas para o planejamento das atividades, para mapeamento e planejamento do uso da terra, gestão da propriedade, estimativas de produção ou produtividade e compra e venda de insumos, de produtos e da produção.

Fatores ligados ao investimento por parte dos agricultores para ter acesso às tecnologias, falta de capacitação dos usuários e dificuldades com mão de obra foram algumas das limitações apontadas para expandir o setor. De acordo com Victor Ferreira, há exemplos de tecnologias digitais que já tiveram seus custos reduzidos, que podem beneficiar pequenos e médios produtores e abrir mercado para as empresas e prestadores de serviço. Uma das estratégias propostas para aprimorar a conexão com as necessidades do agricultor é por meio de um programa de consultoria em inovação e tecnologia, o Sebraetec. “Queremos colocar essas novas tecnologias no portfólio do programa e oferecer, por exemplo, subsídios para facilitar que cheguem ao agricultor”, completa.

No entanto, a deficiência na infraestrutura de conectividade nas áreas rurais ainda é o principal entrave hoje para o desenvolvimento da agricultura digital, mencionada por 61,4% dos profissionais da área que responderam à pesquisa. Neste momento, somente os grandes produtores estão conseguindo investir em soluções para melhorar o acesso à internet nas propriedades.

“Quando o assunto é expansão da digitalização no campo, a principal barreira ainda é a conectividade. A extensa dimensão territorial do Brasil, a falta de infraestrutura nas zonas rurais e o alto investimento, fator que inviabiliza principalmente pequenos e médios produtores de terem acesso à internet, ainda permanecem sendo os principais impeditivos dessa expansão”, afirma Sergio Rocha, fundador e CEO da Agrotools, agtech que fornece soluções digitais baseadas em plataforma geográfica.

Segundo ele, incentivar a conectividade no campo é essencial para garantir o aumento de produtividade. “O desenvolvimento de novas tecnologias não deve parar. São elas que provam que vale a pena investir na conectividade no campo, pois, com ela, a acessibilidade do produtor a soluções de produtividade, de inteligência, de gestão vai aumentar muito, visto que trazem muitos benefícios”, prevê.

Tecnologias que devem revolucionar o campo

Bolfe conta que os agricultores e prestadores de serviços que participaram da pesquisa colocaram nos primeiros lugares da lista de desejos as soluções para melhorar o planejamento e a gestão da propriedade, que devem vir principalmente por meio de aplicativos e plataformas web. “Mas há também uma forte expectativa por tecnologias que dependem de inovações em sensores e outros equipamentos e técnicas mais avançadas, como inteligência artificial, internet das coisas, automação, robótica, big data, criptografia e blockchain”, destaca o pesquisador.

São soluções com potencial de provocar grande impacto nos sistemas produtivos, em termos de aumento da produtividade, eficiência e redução de custos, qualidade da produção, redução de impacto ambiental e acesso ao mercado. “É a nova agricultura. Existe uma projeção para 2030 indicando que haverá uma intensa revolução no campo e ela já começou”, comenta Francisco Severino, gerente técnico corporativo da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana). A Cooperativa firmou uma parceria com a Embrapa no fim de 2019 para inovar o modelo de trabalho, melhorando a produtividade e, consequentemente, a renda dos produtores, com o uso de tecnologia blockchain e soluções em sensoriamento remoto.

Satélites e drones em expansão no agro 

 Outro exemplo de tecnologia que avança em conhecimento e tem grande potencial de expansão nos próximos anos são as baseadas em dados ou imagens geradas por sensores remotos, como os satélites e drones. Cerca de 37% das empresas e prestadores de serviços entrevistados atuam nessa área. A tecnologia também já é utilizada por 17,5% dos produtores rurais.

Para a pesquisadora do Inpe Ieda Sanches, o levantamento mostrou ainda um interesse bastante relevante em várias soluções para a agricultura que podem ser viabilizadas com a ajuda do sensoriamento remoto, tanto aéreo quanto orbital. São aplicações para detecção e controle de plantas daninhas, pragas e doenças, falhas de plantio e para estimativa de produção e produtividade.

Essa demanda real do produtor e dos prestadores de serviços, segundo ela, vai contribuir para que sejam aprofundadas ainda mais as pesquisas nessa área do conhecimento. Os resultados também devem ajudar em novas ações na área de ensino e capacitação. “Existem muitas ferramentas gratuitas, como imagens e sistemas de processamento, que nem sempre são do conhecimento de todos”, afirma ela, que acredita que é preciso ampliar a divulgação das técnicas já consolidadas.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Instrumentação (SP) Lúcio André de Castro Jorge, o mercado global de drones de 2016 a 2020 foi da ordem de US$ 32,4 bilhões, especificamente para agricultura. “Nesse período, o aumento no uso de drones na agricultura foi de 172%. A projeção da expansão até 2025 é exponencial”, revela.

Para ele, a pesquisa mostrou essa tendência. “Se considerarmos novos lançamentos de sensores previstos nos nanosatélites e nos microsatélites, em 2022 deverá haver um salto significativo no uso dessas tecnologias”, calcula.

O pesquisador lembra que recentemente houve uma explosão de demandas por uso de drones na pulverização agrícola e no controle biológico.“Com a regulamentação da legislação para uso dos drones nessas aplicações [em consulta pública neste momento] espera-se que haja uma melhor utilização da tecnologia. Acredita-se que os pulverizadores costais sejam substituídos por drones, principalmente pela redução de contaminação de operadores e melhor eficiência das aplicações. No controle biológico, várias culturas se beneficiarão da tecnologia, inclusive com menos impacto ambiental”, explica.

Para ele, os pequenos e médios produtores dependem muito de políticas públicas que favoreçam a inserção de tecnologias como essa. Uma alternativa apontada pelo pesquisador para os pequenos é a adoção da tecnologia via cooperativas de crédito e prestadores de serviço, que poderão atender vários grupos de uma região.

Castro Jorge informa que o mercado relativo apenas à fabricação de drones é de 12 bilhões de dólares em negócios, com geração de emprego para mais de 100 mil profissionais no Brasil, sendo 26% só na agricultura, um negócio de US$ 2 bilhões no País até 2020. Assim, o pesquisador acredita que os preços dos veículos aéreos não tripulados devem se tornar mais acessíveis, com a disponibilização de treinamentos acompanhando a demanda, permitindo a adoção pelos pequenos produtores.

Fonte: Embrapa Informática Agropecuária

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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