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Notícias Soja e Milho

Pesquisa mostra interferência das árvores na lavoura em sistemas ILPF

Pesquisa foi feita em 72 hectares, em que sistemas de produção de soja/milho, pecuária de corte e eucalipto são comparados com todas as combinações possíveis de integração

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Gabriel Faria/Embrapa

A soja é mais tolerante à sombra das árvores em um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) do que o milho. Essa é uma das conclusões da avaliação de cinco anos de diferentes configurações de sistemas integrados realizada no maior experimento de ILPF conduzido pela Embrapa, em Sinop (MT).

De acordo com resultados publicados por pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril (MT), a lavoura de soja só apresentou redução na produtividade devido à menor incidência de sol a partir do quarto ano de implantação dos sistemas. Já o milho, cultivado em segunda safra, apresentou queda da produtividade já desde o terceiro ano agrícola.

A pesquisa foi feita em um experimento de 72 hectares, em que sistemas de produção de soja/milho, pecuária de corte e eucalipto são comparados com todas as combinações possíveis de integração: ILP, ILF, IPF e ILPF (com rotação a cada dois anos e com lavoura na safra e pecuária na safrinha todos os anos). As áreas com componente arbóreo são formadas por renques triplos de eucaliptos, com espaçamento de 30 metros entre eles, plantados em sentido leste-oeste.

No caso da soja, embora não houvesse diferença no tamanho e porte das plantas até o quarto ano, a produtividade do sistema ILF teve uma queda de 18,4% quando comparada com a lavoura solteira na safra 2014/2015, a quarta do sistema. Nos demais sistemas com árvores não houve diferença estatística.

Já na quinta safra (2015/2016), a produtividade da soja teve queda de 24% nos sistemas ILF e ILPF com rotação a cada dois anos. No sistema mais intensificado de ILPF, com lavoura de soja e milho com braquiária, com pastejo após a colheita do milho, em todos os anos, a produtividade da oleaginosa foi semelhante ao sistema sem árvores.

O milho também só passou a apresentar diferenças estatísticas no tamanho médio das plantas a partir do quinto ano, com variação de até 19 cm na altura. As linhas de cultivo mais próximas às árvores na face sul foram as que apresentaram maior redução. Entretanto, variações na produtividade começaram a ser percebidas já a partir da terceira safra, com queda média de 19% nos tratamentos com árvores, em relação ao cultivo solteiro. Nas duas safras seguintes a queda foi de 37%.

Na média de produtividade dos cinco anos de avaliação, a soja teve redução de 13,1% no sistema ILF e de 8,6% nos sistemas ILPF. Já o milho apresentou queda média de 23,1% na ILF e de 19,4% na ILPF.

“O milho é uma planta exigente em luz, uma planta C4. E na nossa região ele é cultivado na safrinha, que pega a pior época em termos de luminosidade. Os dias são cada vez mais curtos até o início do inverno. Soma-se a isso a maior sombra projetada pelas árvores devido à maior angulação solar nessa época do ano”, explica o pesquisador Ciro Magalhães.

De acordo com o pesquisador, a incidência de radiação solar nos sistemas com árvores, comparada com a lavoura exclusiva, foi 17% menor no período de cultivo da soja e 33% menor no período em que o milho foi cultivado, dados medidos ao longo da sétima safra avaliada (2017/18).

Milho deve ser retirado do sistema?

Embora o milho apresente maior queda de produtividade, o bom manejo do componente florestal pode viabilizar a continuidade do plantio do grão em mais uma ou duas safras.

“Fazendo a desrama o mais alto possível, você possibilitará a entrada de mais luz no sistema, além de diminuir a evapotranspiração das árvores. Removendo a superfície foliar com a desrama dos galhos mais baixos, você reduz a demanda por água, consequentemente haverá menor competição por água e nutrientes entre as árvores e as plantas de soja e milho na zona mais próxima dos renques, fator que também provoca redução na produtividade de grãos”, explica Ciro, que ainda alerta para a necessidade da desrama para garantir a boa qualidade da madeira para serraria.

Outra alternativa é planejar sistemas ILPF com renques simples, com apenas uma linha de árvores. Na sequência do período avaliado no estudo, um dos tratamentos foi desbastado, de modo a ficar com apenas a linha central de árvores, em um espaçamento de 37 metros. De imediato a soja recuperou sua produtividade, não diferindo dos sistemas sem árvores. O milho também respondeu bem, recuperando parte de sua produtividade. Porém, ainda apresentou perdas, quando comparado com o sistema solteiro.

“Se você começar um sistema ILPF com renque simples, até o sétimo ano já sabemos que você pode cultivar a soja sem ter perdas de produtividade. Já o milho, mesmo com renque simples, com eucalipto de seis e sete anos, tem perdas de 15% a 23%”, afirma Ciro com base nas avaliações das safras 2016/2017 e 2017/2018.

Para saber até quanto de perda na produtividade do milho será compensada com o ganho na madeira será necessário esperar o fim do ciclo, com o corte final das árvores e a avaliação econômica completa do sistema.

Na opinião do pesquisador, alternativas como o cultivo de milho na safra (época com maior passagem de radiação nos sistemas) podem ser interessantes desde que o mercado compense. Do contrário, o melhor é fazer rotação com outras culturas, como arroz e feijão-caupi, por exemplo, ou ainda antecipar o boi safrinha.

“Uma das possíveis formas de se aproveitar melhor a área na ILPF seria cultivar a soja na safra e já plantar o capim na sequência. Seria um sistema de boi safrinha antecipado. Em 40 dias esse capim está formado e o boi já entra pastejando em uma área com oferta de sombra, comprovadamente benéfica para o desempenho dos animais”, sugere.

ILPF: mais renda usando mesmo espaço

Ao contrário do que uma análise superficial da lavoura possa sugerir, a pesquisa mostra que os sistemas ILPF valem a pena. Inclusive com resultados positivos nas árvores e na pecuária.

“Você está tirando mais produto de uma mesma área. Até o quinto ano, em um dos sistemas ILPF com renque triplo, a produtividade da soja foi igual. Ou seja, estou produzindo soja com a mesma produtividade e tenho árvores crescendo ali que vão me dar renda no futuro”, destaca Ciro.

De acordo com a pesquisa, até o quarto ano as árvores no sistema integrado tiveram comportamento semelhante às árvores em monocultivo, com incremento médio anual de 31 m³/ha. O número é abaixo da média nacional para Eucalyptus urograndis, de 39 m³/ha, porém superior à média de Mato Grosso, que é de 23,8m³/ha/ano.

Troncos maiores na ILPF

Já no quinto ano as avaliações demonstraram maior ganho em diâmetro na ILPF, com média de 3,8 cm/ano contra 3,2 cm/ano no sistema de silvicultura solteira. De acordo com o pesquisador Hélio Tonini, isso evidencia a maior competição por luz na monocultura.

Porém, até o quinto ano não foi identificada variação significativa no volume de madeira entre os indivíduos comparados.

A continuidade da pesquisa, no entanto, vem mostrando que o manejo das árvores, como a retirada das linhas laterais e manutenção da linha central, tem grande impacto no crescimento do diâmetro e no aumento do volume. Em dois anos, o ganho em volume da área com linha simples chega a ser 54% maior do que na área com monocultura e 25% maior do que na área com renques de linhas triplas, afirma o pesquisador da Embrapa Maurel Behling.

Melhor desempenho forrageiro e animal

A pecuária de corte, por sua vez, apresentou ganhos quando integrada com a lavoura e a floresta. A mensuração do acúmulo de forragem foi 34% superior nas áreas precedidas por lavoura. Isso se refletiu em maior ganho de peso dos novilhos nelore. Nos sistemas ILPF o ganho de peso médio por animal foi de 740 g/dia, 21% superior à ILP, 38% superior à pastagem exclusiva e 24% superior à IPF.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Bruno Pedreira, responsável pela avaliação do componente pecuário, os dados mostram a sinergia dos componentes. “A interação entre eles gera ganhos que muitas vezes nem se consegue identificar onde estão”, afirma o especialista.

Avaliação econômica

Todos os dados para a avaliação econômica desse experimento foram coletados, entretanto, ainda não foram analisados. De toda forma, outras pesquisas realizadas em parceria entre Embrapa, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e Rede ILPF têm demonstrado a viabilidade econômica dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta.

Uma pesquisa divulgada recentemente demonstrou inclusive como esses sistemas contribuem para o aumento da segurança do produtor. Ao variar as fontes de receita, ele está menos vulnerável às possíveis variações nos preços das commodities.

O trabalho mostrou ainda que mesmo nos piores cenários simulados, com queda de 15% no preço da soja ou da arroba do boi gordo, a ILPF permanece lucrativa.

O pesquisador da Embrapa Júlio César dos Reis lembra que em um sistema integrado, nenhum resultado pode ser visto de maneira isolada. É preciso olhar o sistema como um todo. A queda de produtividade em um componente pode ser compensada pelo ganho em outro.

Fonte: Embrapa Agrossilvipastoril

Notícias Dia do Churrasco

ABPA inicia campanha por mais carnes de aves e de suínos na grelha

Em parceria com a Asgav e o SIPS, entidade realizou uma ação durante a ExpoChurrasco, em que foram servidos mais de 200 quilos de cortes assados, incluindo pratos especiais preparados pelo chef Marcelo Bortolon. A iniciativa continuará com a divulgação de vídeos nas redes sociais da ABPA, destacando a variedade e o potencial dessas carnes para grelha.

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Foto: Shutterstock

Às vésperas do Dia Nacional do Churrasco, comemorado em 24 de abril, a ABPA deu início a uma mobilização para estimular a adoção de mais cortes de carne de frango e de carne suína no cardápio das confraternizações que envolvam preparos na churrasqueira.

No último fim de semana, a ABPA promoveu, em parceria com a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS) uma grande ação em meio à ExpoChurrasco, em Porto Alegre (RS).

Foram mais de 200 quilos de cortes de aves e de suínos assados e servidos ao longo das seis horas de evento, incluindo o preparo de pratos especiais sob a batuta do chef Marcelo Bortolon – um verdadeiro convite à degustação de cortes diferenciados para a grelha.

E a promoção dos cortes para churrasco não terminou no evento gaúcho. A partir das imagens capturadas na ação, uma série de vídeos ilustrativos e informativos sobre cortes diferenciados para o churrasco será difundida nas redes sociais institucionais e de consumo da ABPA.  O primeiro deles chegou às redes da ABPA hoje, e pode ser conferido no link https://www.instagram.com/reel/C6Hdy_wxgw-/?igsh=MWg1aDQwbTh4Z3E5dw%3D%3D.

“Queremos despertar a criatividade do público para mais cortes de carnes suínas e de aves nos churrascos. Além da praticidade e do sabor que casam muito bem com as grelhas, são produtos acessíveis e que tem todo o potencial para ganhar ainda mais protagonismo. Vamos focar nossa campanha nessas características, que são diferenciais nestas proteínas”, ressalta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fonte: Assessoria ABPA
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Notícias

Quarenta empresas de nutrição animal participam do SIAVS 2024

Maior feira dos setores no Brasil reunirá diversas soluções para a cadeia produtiva

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Foto O Presente Rural

Cerca de quarenta empresas fornecedoras em diversos segmentos da área de nutrição animal já confirmaram participação na exposição do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS), maior evento dos setores no Brasil, que acontecerá entre os dias 06 e 08 de agosto, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) – entidade organizadora do evento – empresas com variados perfis estarão no espaço de exposição do evento, de empresas brasileiras a grandes multinacionais, com focos variados dentro da nutrição animal.

As empresas se somam às outras centenas de marcas presentes no SIAVS, de agroindústrias produtoras e exportadoras de carne de frango, carne suína, carne bovina, ovos e peixes de cultivo, além de fornecedores de equipamentos, genética, insumos farmacêuticos e outros elos da cadeia produtiva que estarão nos mais de 22 mil metros quadrados destinados apenas à área de exposição.

“Temos presença massiva de segmentos inteiros dentro da exposição do SIAVS, que cresceu já 50% em relação à edição passada. Esta forte expansão é um marco importante do que se espera para a edição deste ano, com novos recordes registrados”, avalia o diretor da feira do SIAVS, José Perboyre.


Informações sobre expositores, credenciamento e detalhes da programação estão disponíveis no site do evento.

Fonte: ABPA
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Porto de Paranaguá bate recorde de movimentação em 24 horas: 146 mil toneladas

Foram mais de 146 mil toneladas movimentadas no corredor de exportação em três navios com destino à China e Espanha. O número representa um aumento de 5% em relação à marca anterior, registrada entre os dias 29 e 30 de agosto de 2019 (138.988,98 toneladas).

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Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Mais de 146 mil toneladas de soja foram movimentadas no Corredor de Exportação Leste do Porto de Paranaguá entre os dias 20 e 21 de abril, o que significa um recorde operacional em 24 horas (entre todos os produtos). O número também representa um aumento de 5% em relação à marca anterior, registrada entre os dias 29 e 30 de agosto de 2019 (138.988,98 toneladas).

“Três berços movimentaram mais de 146 mil toneladas de grãos e farelos de soja com destino à China e Espanha. A movimentação com excelência na operação de três navios permitiu mais um recorde histórico para a Portos do Paraná”, disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Estes números são resultados dos investimentos em gestão portuária dos portos paranaenses”. Três embarcações receberam o produto: Nikolas D, Guo Yuan 32 e Guo Yuan 82.

Ele cita como fatores responsáveis pelo recorde a manutenção de equipamentos e estratégias logísticas para melhor aproveitamento dos berços e das equipes da operação, além da demanda mundial pela commodity. “A movimentação total também trouxe resultados importantes para as empresas envolvidas. Oito terminais embarcaram mais de mil toneladas/hora por equipamento. É um número impressionante alcançado devido às manutenções anuais e à inteligência logística portuária”, enfatizou Garcia.

Este trabalho de planejamento operacional e de engenharia rendeu aos portos paranaenses quatro prêmios de gestão portuária pelo governo federal. Atualmente os portos paranaenses são reconhecidos pela melhor administração do Brasil. Os portos de Paranaguá e Antonina alcançaram a nota máxima no Índice de Gestão das Autoridades Portuárias (IGAP) na principal categoria entre os portos públicos brasileiros.

Recordes

Além dos números expressivos em movimentação diária, os portos de Paranaguá e Antonina registraram oito recordes seguidos de produtividade mensal, desde agosto de 2023. O mais recente foi em março deste ano, com 5.968.934 toneladas movimentadas, 11% a mais que em 2023 (5.357.799 toneladas).

Além dos oito meses de recordes seguidos, os números gerais revelam um crescimento significativo em 2024. No primeiro trimestre houve aumento de 16% em comparação ao ano passado. Foram mais de 16 milhões de toneladas movimentadas só este ano. Na exportação, os destaques vão para as commodities de soja e açúcar, já na importação o fertilizante é o produto mais movimentado.

Fonte: AEN-PR
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SIAVS 2024 E

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