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Bovinos / Grãos / Máquinas

Pesquisa mostra benefícios do consumo de carne sem gordura

Estudo aponta que a forma de produção dos animais pode influenciar no produto que chega ao consumidor

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Um dos maiores mitos criados é o de que a carne bovina faz mal à saúde. Mas, dependendo da forma de consumo, ela traz benefícios. Uma pesquisa realizada serviu para uma tese de doutorado da Fundação Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul e mostrou que o consumo feito sem a gordura externa de novilhos engordados em pastagens, ou em confinamento por curto período de tempo, não alterou o perfil lipídico dos consumidores.

 

A pesquisa foi realizada em conjunto com o Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e Instituto de Cardiologia (IC/FUC). A Conexão Delta G, associação que reúne criadores de bovinos de corte que trabalham no melhoramento genético de animais das raças Hereford e Braford, foi parceira na pesquisa através da Estância Guatambu, de Dom Pedrito (RS), pela cedência dos novilhos, dos quais a carne do corte entrecot veio a ser servida aos consumidores voluntários.

 

No Instituto de Cardiologia foram feitos testes com voluntários previamente selecionados pela regularidade de seus exames médicos, os quais passaram a consumir 120 gramas por dia por um período de 27 dias. Primeiramente, consumiram o entrecot de um tipo de terminação, em pastagens ou em confinamento. Terminado este primeiro período de consumo, após um espaço de tempo de 35 dias, foi iniciado um segundo período, invertendo-se entre os consumidores a carne dos dois tipos de terminação. “Ao início e fim de cada período de consumo, foi avaliado o perfil lipídico, pressão arterial e perfil bioquímico para constatar possíveis diferenças devido aos dois diferentes sistemas de terminação dos novilhos", explica a nutricionista Denise Dillenburg, autora da tese de doutorado.

 

Os exames não mostraram alteração do perfil lipídico dos consumidores em nenhum dos dois períodos de consumo, permitindo a recomendação de que carnes são saudáveis sem o consumo da gordura externa, necessária para a preservação da qualidade da carcaça quando nas câmaras frigoríficas, conforme normas do Ministério da Agricultura.

 

Para o cardiologista e pesquisador na área, Iran Castro, o estudo revela que se a carne for consumida em condições com o menor índice de gordura possível, não vai afetar o colesterol e desmistifica a questão de que carne faz mal à saúde. "A cardiologia sempre teve a carne como uma arqui-inimiga na questão do colesterol. Quando se tem a carne processada ou embutidos é uma coisa. Já a carne sem a gordura externa, é outra. A carne não faz mal, o que faz mal é a gordura. Se eliminar a gordura o indivíduo não terá problemas com o colesterol", analisa o especialista.

 

O professor José Fernando Piva Lobato, com sua aluna de pós-doutorado, Aline Kellermann de Freitas, co-responsáveis pela coleta dos cortes de entrecot no frigorífico Marfrig, em Bagé (RS), e interpretação das análises, concluíram ser a carne bovina de constituição fantástica, saudável, de sabor inigualável. Pequenas diferenças na análise dos entrecots oriundos de novilhos de duas terminações foram identificadas. A exemplo de outros trabalhos de circulação internacional, os novilhos criados e terminados a pasto tiveram significativa maior quantidade de ômega 3 e melhor relação ômega 6/ômega 3, inferior a 4:1, o que é recomendável. "A exemplo dos peixes de águas profundas, os quais se alimentam no fitoplancton dos mares, rico em cloroplastos, os ruminantes que só consomem forrageiras também estão ingerindo os cloroplastos destas plantas. Por isto esta diferença significativa nestes teores", salienta Lobato.

 

As demais análises de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e colesterol não mostraram diferenças significativas entre os cortes de carne dos dois sistemas de terminação. O colesterol dos cortes dos dois sistemas de engorde foram de 46-47 miligramas por 100 gramas de carne, enquanto o Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos, diz ser a carne gorda se tiver acima de 95 miligramas por 100 gramas de carne. 

 

Conforme Lobato, a conclusão é de que a carne gaúcha é de excelente constituição, mesmo a de novilhos terminados em confinamento por um curto período de tempo. Os novilhos confinados deste estudo o foram por apenas 69 dias, com uma dieta em que 39% era de silagem de milho de planta inteira. E mais, todos os novilhos foram ao abate com o mínimo de três a quatro milímetros de gordura externa, carcaças com 230 a 240 quilos, ao contrário das carcaças e dieta dos confinamentos americanos, país que mais publica estudos de análises de carnes, onde a gordura externa das carcaças chega a 15 milímetros, o peso das carcaças estão ao redor de 350 quilos, os confinamentos ultrapassam 120 dias e a dieta é altamente concentrada, com base em milho. “Os novilhos precoces terminados no bioma Pampa do Rio Grande do Sul, bem acabados, produzem cortes de carne verdadeiras iguarias, para quem aprecia carnes com palatabilidade e constituição mais saudável", conclui.

Fonte: Ass. de Imprensa

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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Chapecó - Santa Catarina

Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite acontece em novembro

Primeiro lote de inscrições segue até 02 de outubro.

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Fotos: Divulgação/MB Comunicação

Referência em disseminação de conhecimento, aperfeiçoamento da classe, desenvolvimento de novas tecnologias e troca de experiências, o 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) ocorrerá nos dias 05, 06 e 07 de novembro, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), está com as inscrições abertas e contará com os painéis indústria, qualidade da forragem, saúde, manejo e ambiente. A programação ainda engloba a 8ª Brasil Sul Milk Fair e o 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte.

Presidente do Nucleovet, Tiago Mores: “Nossa missão é entregar um evento completo que demonstre e reforce a pujança da bovinocultura brasileira”

O presidente do Nucleovet, Tiago Mores, ressalta que o evento é organizado para oportunizar discussões atuais, com apresentação de novas soluções e geração de conexão entre empresas e profissionais. “Recebemos médicos veterinários, zootecnistas, técnicos, profissionais de agroindústrias, produtores rurais e estudantes de todo o Brasil e da América-Latina, nossa missão é entregar um evento completo que demonstre e reforce a pujança da bovinocultura brasileira”.

Na visão de Mores, o sucesso do evento também tem sido baseado em uma abordagem pragmática de assuntos do cotidiano e que possam agregar informação técnica e aplicação prática.

O presidente da comissão científica, Claiton André Zotti, explica que a programação é elaborada por uma comissão responsável por avaliar os temas de maior relevância para o setor na atualidade. “Com uma equipe formada por profissionais de diversos segmentos da cadeia produtiva, conseguimos construir uma programação riquíssima e que engloba importantes debates”, destaca.

Zotti reforça que as discussões são levantadas por renomados pesquisadores do setor, qualificando ainda mais a grade técnico-científica do evento. “Tratamos de um ramo complexo e desafiador, temos novas práticas e técnicas sendo desenvolvidas a todo momento. É crucial que profissionais da bovinocultura de leite e de corte mantenham-se atualizados acerca dos avanços do setor”.

Fonte: Assessoria MB Comunicação
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Nutrição de precisão: A importância da concentração de sólidos na dieta líquida de bezerras

O investimento em uma nutrição líquida balanceada nos primeiros meses de vida não é apenas uma preocupação com o presente, mas uma estratégia para o futuro.

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Foto: Divulgação/Agrifirm

Imagine um futuro onde suas vacas leiteiras são robustas, saudáveis e altamente produtivas. Parece um sonho? Esse futuro começa com: a concentração correta de sólidos na dieta líquida das suas bezerras. Muitos produtores enfrentam o desafio de garantir que suas bezerras recebam a nutrição adequada logo nos primeiros meses de vida. Mas como saber se a alimentação está no ponto certo?

Os sólidos na dieta líquida – que incluem proteínas, gorduras, lactose, vitaminas e minerais – são a chave para o desenvolvimento saudável das bezerras. Pense neles como os tijolos de uma construção. Cada tijolo colocado corretamente agora garantirá uma estrutura forte e resistente mais tarde. Por outro lado, uma quantidade insuficiente desses “tijolos” pode comprometer a base do seu rebanho.

Estudos mostram que a concentração ideal de sólidos na dieta líquida deve estar entre 12% e 15%. Essa faixa não é apenas um número técnico; ela representa o equilíbrio perfeito entre nutrição e digestibilidade. Uma dieta com cerca de 15% de sólidos oferece o que as bezerras precisam para um ganho de peso saudável, sem sobrecarregar seu sistema digestivo em desenvolvimento. É como dar o combustível certo para que elas possam correr em direção ao futuro.

E por falar em corrida, não é só o corpo que cresce mais forte. O rúmen das bezerras, crucial para a transição para alimentos sólidos, se desenvolve de forma mais eficiente com essa concentração de nutrientes. Proteínas e fibras de alta qualidade estimulam a atividade microbiana no rúmen, preparando o caminho para uma digestão eficaz de forragens e concentrados.

Além disso, uma boa nutrição líquida faz mais do que apenas crescer; ela protege. Bezerras bem nutridas, com a concentração adequada de sólidos, são mais resistentes a doenças, exigem menos intervenções veterinárias e têm uma chance muito maior de se tornarem vacas produtivas e longevas.

O investimento em uma nutrição líquida balanceada nos primeiros meses de vida não é apenas uma preocupação com o presente, mas uma estratégia para o futuro. Cada grama de sólidos bem dosada hoje se reflete em litros de leite amanhã, em vacas que produzem mais e por mais tempo, e em um rebanho que se destaca pela saúde e produtividade.

A Agrifirm é especialista em nutrição de animais jovens, focada em resultados.

Quer saber mais sobre como potencializar o futuro do seu rebanho? Acompanhe nossas redes sociais e fique por dentro das melhores práticas e inovações em nutrição animal. Encontre-nos no Instagram e no Linkedin. Juntos, vamos construir um rebanho mais saudável e produtivo!

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Agrifirm
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Uma jornada de evolução no bem-estar animal: das cinco liberdades aos cinco domínios

Essa abordagem reflete um entendimento mais profundo da senciência animal e da importância de proporcionar experiências positivas, promovendo um nível de bem-estar elevado.

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Foto: Lensgo.AI/Giuliano De Luca/O Presente Rural

Nos anos 1960, uma revolução no cuidado com os animais começou a ganhar forma com a publicação do livro Animal Machines de Ruth Harrison. A narrativa de Harrison expôs as duras realidades da industrialização da produção animal, desencadeando uma reação em cadeia que culminou na criação do Comitê Brambell pelo parlamento britânico. Esse comitê deu origem ao conceito das cinco liberdades, um marco crucial na história do bem-estar animal.

As cinco liberdades foram formuladas para garantir que os animais fossem: livres de fome e sede; livres de desconforto; livres de dor, lesões e doenças; livres para expressar comportamento natural; e livres de medo e angústia.

Essas liberdades serviram como uma base essencial para o cuidado com os animais, enfatizando a prevenção de sofrimento. No entanto, com o tempo, as críticas surgiram. A principal crítica era que essas liberdades eram vistas como ideais inatingíveis, sem o poder de determinar o que é um nível aceitável de bem-estar animal em um sentido ético e prático, e focavam apenas na eliminação de experiências negativas, negligenciando a promoção de estados positivos. E afinal, tecnicamente, como assegurar estas liberdades?

Os cinco domínios: uma nova abordagem

Com o avanço do conhecimento científico e a crescente consciência sobre a complexidade das necessidades dos animais, tornou-se evidente que as cinco liberdades, embora importantes, não eram suficientes para garantir um bem-estar animal completo. Concomitante, ficou evidente que para avaliar o bem-estar animal, é necessário reconhecer os animais como seres sencientes, capazes de experimentar estados afetivos positivos e negativos.

Dessa forma, é claro que a ciência do bem-estar animal passou por uma evolução teórica significativa, refletida nos métodos de avaliação atuais, que além de considerar indicadores baseados em recursos (como a disponibilidade de alimento e água) e no ambiente (como a temperatura do ar), assim como os estados afetivos negativos vivenciados pelos animais (como fome, sede, dor e medo), agora também se avaliam os estados positivos (como prazer e contentamento). Essas mudanças representam um claro avanço conceitual e metodológico na ciência do bem-estar animal.

Proposto inicialmente em 1994, os cinco domínios expandiram o foco do bem-estar animal. Em vez de apenas evitar o sofrimento, essa abordagem se concentrou em promover experiências positivas. O modelo estruturado mais recente considera 5 domínios, 4 deles sendo estados internos ou físicos-funcionais do animal: nutrição, ambiente físico, saúde e interações comportamentais; esses 4 primeiros domínios influenciam experiências afetivas associados ao quinto domínio, estado mental.

Das cinco liberdades para “uma vida que vale a pena ser vivida”

Membro da equipe executiva da MBPS, Beatriz Pressi: “A transição de conceito das cinco liberdades para os cinco domínios representa uma evolução necessária para garantir um bem-estar animal mais holístico e positivo” – Foto: Divulgação/MBPS

Focando na evidência de que os animais buscam conscientemente atingir objetivos específicos ao interagir com o ambiente, outros animais e humanos, é essencial considerar todas as condições, tanto negativas quanto positivas, de cada um dos domínios. Com base nisso, em 2009, a FAWC (Farm Animal Welfare Council) reconheceu que o bem-estar dos animais deveria ser expresso pela sua qualidade de vida, propondo uma classificação dessa qualidade de vida como: todo e qualquer animal de produção tenha uma vida digna de ser vivida. Para proporcionar ao animal uma vida digna de ser vivida, é preciso adotar a boa criação, manejo e transporte cuidadosos, abate humanitário e, acima de tudo, criadores qualificados e conscienciosos.

Conclusão

A transição de conceito das cinco liberdades para os cinco domínios representa uma evolução necessária para garantir um bem-estar animal mais holístico e positivo. Ao adotar os cinco domínios é possível evitar o sofrimento, bem como promover uma vida digna e que vale a pena ser vivida. Essa abordagem reflete um entendimento mais profundo da senciência animal e da importância de proporcionar experiências positivas, promovendo um nível de bem-estar elevado. Ao obter este entendimento dos cinco domínios, aprender a aplicar e avaliar o bem-estar animal, é possível ser mais assertivo na resolução dos desafios na produção animal, contribuindo para uma convivência sustentável entre humanos e animais, estabelecendo um novo padrão de cuidado na pecuária.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Beatriz Pressi, membro da equipe executiva da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável
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