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Pesquisa melhora desempenho da produção de tambaqui em tanques-rede

As melhoras em ambos os índices sinalizam para o aprimoramento da criação da espécie, que é a nativa mais produzida no País e a segunda de maneira geral.

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Foto: Clenio Araujo

Em experimento conduzido em Palmas (TO), a Embrapa conseguiu dois importantes avanços para o sistema de criação de tambaqui (Colossoma macropomum) em tanques-rede. A pesquisa concluiu o ciclo de cultivo da espécie em 9 meses, contra um tempo médio de 12 meses. E a conversão alimentar (quantidade de quilos de ração que o animal consome para ganhar 1 kg de peso) foi de 1,74, quando normalmente é maior que 2. Esses números referem-se a tambaquis com peso final de 1 kg.

As melhoras em ambos os índices sinalizam para o aprimoramento da criação da espécie, que é a nativa mais produzida no País e a segunda de maneira geral (perdendo apenas para a tilápia, Oreochromis niloticus), em um sistema ainda pouco utilizado na aquicultura, o tanque-rede. Os especialistas da Embrapa ressaltam o enorme potencial do Brasil nesse sistema, sobretudo por conta dos reservatórios de hidrelétricas construídas em rios da União.
Além das melhorias nos índices chamados zootécnicos, que demostraram que o tambaqui cresceu de maneira mais eficiente e em menos tempo, a parte econômica mostrou-se favorável. Quando consegue vender sua produção diretamente ao consumidor, mesmo no cenário de menor valor pago, o piscicultor não tem prejuízo financeiro. Foi o que mostrou a pesquisa realizada em parceria com a Associação Bom Peixe, que agrega piscicultores em Palmas.

A pesquisadora Flávia Tavares de Matos, que atua na Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) com sistemas de produção aquícola, explica os ajustes no manejo que o produtor precisa fazer para também obter os resultados do experimento. “Primeiramente, ele tem que adotar a densidade de estocagem que a Embrapa recomenda nas três diferentes fases. Para isso, o piscicultor deve organizar um cultivo trifásico”, detalha.

O protocolo elaborado pela Embrapa detalha cada fase: a primeira corresponde aos alevinos (animais jovens) de 50 g a 200 g; a segunda fase engloba os alevinos com peso entre 200 g e 500 g; e a terceira com peixes de 500 g a 1 kg. A orientação quanto à estocagem é usar tanques de 48 m³ (com medidas de 4 m X 4 m X 3 m) sob densidades de, respectivamente, 24 kg/m³ na primeira fase, 32 kg/m³ na segunda e, na terceira fase, 40 kg/m³.
Tavares recomenda que a cada mudança de fase, o produtor faça a classificação dos peixes em pequenos, médios e grandes e adote a densidade de estocagem que a Embrapa preconiza para cada grupo. Essa separação por tamanho, e os resultados das biometrias mensais, é fundamental para que a densidade de estocagem seja ajustada e para que não ocorra competição entre os animais quando estiverem se alimentando. A consequência é que os lotes ficam mais homogêneos e, portanto, comercialmente mais atrativos.

Lançamento do sistema de produção

O sistema de criação de tambaqui em tanques-rede em pequena escala será lançado pela Embrapa durante a 23ª edição da Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins, a Agrotins. Considerada um dos principais eventos do setor no Norte do País, a feira reúne instituições e empresas públicas e privadas durante cinco dias na zona rural de Palmas.

O lançamento será durante reunião técnica sobre produção de peixes em tanques-rede nos reservatórios do Tocantins, marcada para a manhã de sexta-feira, 19 de maio. Será a quarta edição da reunião, organizada em conjunto pela Secretaria de Pesca e Aquicultura do Tocantins e pela Embrapa Pesca e Aquicultura.

Venda direta com agregação de valor

A indicação da Embrapa, nesse sistema, é que a venda do peixe seja feita diretamente ao consumidor. O pesquisador na área de economia aquícola da Embrapa Pesca e Aquicultura Manoel Pedroza explica que o custo de produção em tanque-rede ainda é um pouco mais elevado do que em viveiro escavado. “O valor a que chegamos é em torno de R$ 9,80 por quilo de tambaqui em tanque-rede. E hoje esse valor é aproximadamente o mesmo que as indústrias estão pagando pelo tambaqui”, declara. Com isso, vem a necessidade de agregação de valor ao tambaqui. “Na venda direta, com agregação de valor, é possível que o produtor tenha sucesso”, completa Tavares.

Para ela, a agregação de valor também está relacionada a um peixe em que sejam possíveis diferentes tipos de corte, como a banda de tambaqui, filé sem espinhas, costela e lombo sem espinhas. “Outra vantagem é que, em locais com alta renovação de água como o tanque-rede, a probabilidade de ter off-flavor, ou gosto de barro, é menor do que no viveiro escavado”, diz. Ela lembra ainda que o tambaqui é uma espécie nativa; portanto, há um apelo natural do consumidor, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Foto: Siglia Souza

Em uma cadeia produtiva de valor ainda incipiente e em formação, como é o caso da do tambaqui, faltam tecnologias inclusive de manejo do ciclo produtivo. Pesquisas que geram recomendações para o sistema de produção em tanques-rede são escassas e, portanto, necessárias para que se mude o cenário. Nessa perspectiva, encontrar nichos de mercado é uma alternativa para o piscicultor.

Atualmente, a grande maioria da produção de tambaqui no Brasil ocorre em barragens e em viveiros escavados. Esse quadro é devido à falta de protocolos de produção da espécie voltados ao sistema de tanques-rede. Os pesquisadores consideram esse cenário uma contradição, pois o maior potencial do País é justamente nesse último sistema de produção, sobretudo por conta dos diversos reservatórios formados com a construção de usinas hidrelétricas em rios da União, aqueles que estão presentes em mais de um estado.

A pesquisa da Embrapa vem para começar a ocupar esse espaço de falta de resultados validados em condições produtivas reais, como é o caso do sistema de criação de tambaqui em tanques-rede em pequena escala. Com a evolução das pesquisas, na Embrapa e em outras instituições, a expectativa é de que a produção de tambaqui possa ser cada vez mais intensiva e gerar mais oportunidades ao piscicultor brasileiro.

A perspectiva dos pesquisadores é de que essa espécie seja complementar à produção de tilápia, que já possui todo um pacote tecnológico para produção eficiente. No mercado, cabem ambos os tipos de peixe, tanto os nativos, a exemplo do tambaqui, como os exóticos, como a tilápia. Do ponto de vista de mercado, inclusive, é inteligente que haja opções e que o produtor não aposte todas as suas fichas numa única espécie.

Números de mercado

O tambaqui é a segunda espécie mais produzida no Brasil. Entre as nativas, é a principal. O Anuário Brasileiro da Piscicultura, publicação editada pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), traz as espécies nativas como um dado agrupado. Os números de 2022 indicam que, das 860 mil toneladas produzidas no País, 267 mil toneladas foram de peixes nativos, sendo a maioria tambaqui. Houve pequeno avanço de 1,8% na produção de 2021 para o ano passado.

Entre os estados produtores de peixes nativos, o destaque é Rondônia, com 57 mil toneladas em 2022. Na sequência, aparece o Maranhão (39 mil t), bem próximo do Mato Grosso (38 mil t). Fecham o grupo dos cinco maiores produtores brasileiros de peixes nativos em 2022 o Pará (24 mil t) e o Amazonas (21 mil t). Ou seja, mais de dois terços da produção brasileira de peixes nativos em 2022 ocorrem em apenas cinco estados, o que mostra concentração da produção.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura

Peixes Piscicultura brasileira

Oportunidades internas e competitividade no mercado global

Brasil parece estar no caminho certo para se tornar um dos maiores produtores de pescado do mundo, pois vem ganhando destaque tanto no mercado interno quanto externo.

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Fotos: Arquivo/OP Rural

Nos últimos anos, a piscicultura brasileira vem ganhando destaque tanto no mercado interno quanto externo, e o Brasil parece estar no caminho certo para se tornar um dos maiores produtores de pescado do mundo. Com vastos recursos naturais, condições climáticas favoráveis e uma crescente demanda mundial por peixes e frutos do mar, o país tem todas as ferramentas necessárias para ocupar uma posição de liderança global. Entretanto, os desafios são tão grandes quanto as oportunidades.

Durante o 21º Seminário Estadual da Piscicultura, realizado em Maripá, Paraná, o ex-ministro da Pesca e atual presidente do International Fish Congress (IFC), Altemir Gregolin, destacou as potencialidades e obstáculos que o Brasil enfrenta para consolidar seu papel nesse setor estratégico.

De acordo com Gregolin, o Brasil tem um dos maiores potenciais do mundo para a piscicultura, principalmente por sua vasta disponibilidade de água doce, pela extensão de suas áreas propícias para a criação de peixes e pela proximidade com a matéria-prima da nutrição. No entanto, ele sublinhou que o Paraná, um dos principais estados produtores, ainda não explora totalmente o potencial desse mercado. “O Paraná tem tudo para ser uma referência na produção de tilápia, mas ainda não aproveita todo o seu potencial. Precisamos investir mais em tecnologias e estratégias de mercado”, afirmou Gregolin, apontando que o modelo de produção de tilápia no estado já agrega valor considerável, mas poderia alcançar níveis ainda mais elevados.

Ex-ministro da Pesca, Altemir Gregolin

Oportunidades inexploradas

O Brasil é um gigante adormecido na produção de pescado, com capacidade de superar outros grandes produtores globais, como os países do Sudeste Asiático, que atualmente enfrentam limitações significativas devido a problemas ambientais e de espaço. “O Sudeste Asiático, que é um grande produtor de pescado, já está no limite de sua capacidade produtiva. Problemas ambientais e a falta de espaço estão prejudicando a continuidade da expansão naquele mercado. É aí que o Brasil entra”, destacou Gregolin. Ele ressaltou que, além das condições naturais, o Brasil tem avançado no uso de tecnologias e na ciência como base para o sucesso do setor.

A piscicultura no Brasil ainda tem muito espaço para crescer no mercado interno. O consumo de pescado no país é baixo (9 quilos/habitante/ano) quando comparado à média mundial (20,7 quilos), o que representa um grande potencial inexplorado. “A recomendação da FAO é que cada brasileiro consuma pelo menos 12 quilos de pescado por ano”, observou o palestrante. Segundo ele, há um grande espaço para crescimento no mercado interno, o que é uma oportunidade não só para os produtores, mas também para a melhoria da alimentação da população brasileira.

Sustentabilidade e inovação: pilares para o futuro

De acordo com Gregolin, para que o Brasil assuma uma posição de liderança global na piscicultura, será essencial investir em práticas sustentáveis e tecnologias inovadoras. Gregolin ressaltou que o mercado internacional está cada vez mais exigente em termos de certificações e rastreabilidade, especialmente quando se trata de questões ambientais e bem-estar animal. “A certificação de boas práticas e a rastreabilidade são fundamentais para acessar os mercados mais exigentes, como o europeu”, disse. Ele destacou que o Brasil está bem posicionado para atender a essas demandas, mas que será necessário um esforço contínuo para garantir que os padrões sejam mantidos.

Gregolin exemplificou, citando que uma das inovações já em curso no setor é a adoção de embalagens sustentáveis, que têm atraído a atenção de mercados internacionais. Empresas estão desenvolvendo soluções em que 70% do material é feito de papelão reciclável, com apenas 30% de plástico. Isso facilita a separação e a reciclagem dos materiais, alinhando-se às demandas globais por sustentabilidade. “As empresas que estão à frente na adoção dessas tecnologias terão vantagem competitiva no mercado internacional”, afirmou Gregolin, apontando que essa é uma entre outras tendências que não podem ser ignoradas pelos produtores brasileiros.

Além das inovações em embalagens, o uso de tecnologias de monitoramento também tem sido crucial para a evolução da piscicultura no país. Equipamentos como sondas, que monitoram a oxigenação da água e a concentração de nutrientes, estão cada vez mais presentes nas fazendas de criação de peixes, permitindo uma gestão mais eficiente e produtiva. O palestrante destacou que a digitalização dos processos e o uso de big data são fundamentais para melhorar a eficiência e a tomada de decisões no campo.

Palestra para centenas de piscicultores durante 21º Seminário Estadual de Piscicultura, em Maripá (PR)

Bem-estar animal: uma exigência crescente

O bem-estar animal é outro tema central para o futuro da piscicultura no Brasil. De acordo com Gregolin, o mercado internacional, especialmente a Europa, está cada vez mais exigente em relação a certificações que comprovem práticas adequadas de manejo e bem-estar animal. “Animais que vivem em boas condições tendem a ter uma melhor conversão alimentar e a produzir carne de maior qualidade, o que beneficia tanto o produtor quanto o consumidor”, afirmou. Ele destacou que esse é um caminho sem volta, e que o Brasil deve se preparar para atender essas exigências caso queira se manter competitivo no mercado global.

Gregolin também apontou que o Brasil possui condições ideais para expandir sua produção de peixes utilizando áreas como tanques escavados e reservatórios de água doce, que favorecem a criação de diversas espécies. “Temos um potencial enorme, especialmente nas águas interiores. Se soubermos aproveitar essas condições e aliá-las a práticas de manejo adequadas, a piscicultura pode se tornar uma das atividades mais rentáveis e sustentáveis do agronegócio brasileiro”, declarou o especialista.

O papel das cooperativas

As cooperativas desempenham um papel fundamental na estruturação da cadeia produtiva de pescado no Brasil. Segundo Gregolin, essas organizações têm sido responsáveis por levar tecnologia e gestão eficiente a milhares de pequenos e médios produtores, permitindo que eles acessem mercados maiores e mais exigentes. Ainda segundo Gregolin, o Brasil deve seguir o exemplo de outros setores do agronegócio, como o de carnes, que se estruturaram por meio de cooperativas e hoje são líderes mundiais em produção e exportação. “A piscicultura pode trilhar o mesmo caminho de sucesso que a avicultura e a suinocultura seguiram no Brasil”, analisou o palestrante.

A piscicultura e o desafio da competitividade

Por outro lado, Gregolin também ressaltou que, para ser competitiva, a piscicultura brasileira precisa superar alguns desafios internos, como a melhoria da infraestrutura de logística e o acesso a mercados internacionais. “Temos um grande desafio pela frente em termos de logística. Precisamos de uma rede eficiente de transporte e armazenamento para que o peixe brasileiro chegue ao mercado internacional com a qualidade que os consumidores exigem”, alertou. Ele destacou que o investimento em infraestrutura, especialmente nas áreas de processamento e distribuição, será crucial para que o Brasil consiga expandir suas exportações de pescado.

O palestrante também mencionou a importância do crédito agrícola e de políticas públicas que incentivem o crescimento da piscicultura no país. “O acesso ao crédito é fundamental para que os produtores possam investir em tecnologia e inovação. Além disso, precisamos de políticas públicas que incentivem o crescimento do setor”, comentou Gregolin.

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Fonte: O Presente Rural
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Peixes

Rodada Internacional de Negócios impulsiona mercado de pescados no IFC Brasil 2024

Evento reuniu mais de quatro mil participantes e contou com a participação de mais de 150 empresas expositoras, além de abrigar 10 atividades simultâneas e lançamento de sete produtos inovadores para o setor.

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A sexta edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil), realizada entre os dias 24 e 26 de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi marcada pela 2ª Rodada Internacional de Negócios do Projeto Brazilian Seafood, que alcançou resultados expressivos. A iniciativa, organizada em parceria com a Apex Brasil e a Abipesca, reuniu empresas brasileiras da aquicultura e compradores internacionais, gerando US$ 700 mil em negócios e abrindo perspectivas de US$ 10 milhões para os próximos 12 meses.

Fotos: Divulgação/IFC Brasil

O evento deste ano contou com a presença de importadores estratégicos dos Estados Unidos, Uruguai e México, consolidando o IFC Brasil como um importante polo de conexões e oportunidades para o setor aquícola brasileiro.

Além das negociações internacionais, o IFC Brasil 2024 também promoveu o “Dia do Produtor”, em 26 de setembro, que atraiu mais de 300 produtores das cooperativas paranaenses C.Vale, Coopacol, entre outras. O Sebrae, patrocinador do evento, mobilizou participantes de sete estados brasileiros, incluindo Minas Gerais, Goiás, Rondônia, Paraná, Piauí e Ceará, além de representantes internacionais do Paraguai e da Argentina, reforçando a importância da integração e da troca de conhecimentos para o desenvolvimento do setor.

O IFC Brasil 2024 promoveu ainda eventos simultâneos, como o “Congresso Internacional de Aquicultura”, que abordou temas como Economia Azul, estratégias de exportação e inovações tecnológicas. Outro destaque foi o “Fórum Aquacultura 4.0”, organizado pela Embrapa, que debateu tendências em aquicultura digital e de precisão.

O evento também acolheu a 5ª edição do “Encontro Mulheres da Aquicultura”, com o tema “Cooperativismo e Negócios”, reunindo mulheres da cadeia produtiva do pescado para discutir liderança feminina e oportunidades no setor. A CEO do IFC Brasil, Eliana Panty, ressaltou a realização do 5º Encontro Mulheres das Águas durante o evento: “Esta edição do IFC Brasil marcou a maturidade do encontro Mulheres das Águas”.

Outras atrações incluíram o “Workshop sobre Sistema de Recirculação de Água”, organizado em parceria com a BluEco Net e a Unioeste, focando na produção sustentável em sistemas intensivos, além da apresentação de 175 trabalhos científicos, estabelecendo um recorde no evento. Ainda, a 4 Reunião Ordinária do Coesaqua | Agência de Defesa Aqropecuária do Paraná – tratou da Inclusão da Peixe BR na Agência. Ao todo, foram mais de dez eventos simultâneos, reforçando o IFC Brasil como o maior encontro do setor aquícola no país.

O presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin, destaca que esta foi a melhor de todas as edições do evento, principalmente em função do alto nível das palestras e da qualidade dos debates. “Foram mais de 70 conferencistas, sendo 15 internacionais”.

Presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin: “O IFC Brasil se consolida como um evento internacional e um dos grandes eventos da aquicultura e pesca da América Latina. Essa é a marca da sexta edição”

Ele chama atenção ainda para outros números, como mais de 100 expositores e 150 marcas envolvidas, e o volume de negócios realizados, nacionais e internacionais, que superou R$ 120 milhões. “Tivemos ainda a participação de delegações de diversos países, como Argentina, Paraguai e Chile. Os números do IFC Brasil, segundo ele, refletem a grandeza do evento. “O IFC Brasil se consolida como um evento internacional e um dos grandes eventos da aquicultura e pesca da América Latina. Essa é a marca da sexta edição”, enfatiza.

Para Eliana Panty, o IFC Brasil 2024 atingiu um nível de maturidade, com avanços a cada ano, marcados também pelo envolvimento da gastronomia, o ritual do corte do atum, o festival do tambaqui e o interesse de outros estados, tanto para comprar quanto para vender. “O IFC Brasil se diferencia pelo cuidado especial com os expositores e visitantes, buscando proporcionar um ambiente confortável, oferecer conteúdo de qualidade com uma programação ampla e focada, e uma feira direcionada. Com tudo isso, é um evento que busca excelência”.

Oportunidades e potencial do mercado brasileiro de pescados

Com conferências apresentadas por mais de 70 especialistas de quatro continentes e mais de 20 horas de conteúdo, o IFC Brasil 2024 explorou temas como Economia Azul, estratégias para exportação, acesso a crédito e inovações tecnológicas, destacando o potencial de crescimento do mercado brasileiro de pescados e a importância da sustentabilidade na produção aquícola.

Entre os eventos simultâneos, destacaram-se o Congresso Internacional de Aquicultura, que abordou questões como o desenvolvimento sustentável e a Economia Azul, e a Feira de Tecnologias e Negócios (VI Fish Expo), que gerou R$ 120 milhões em negócios, consolidando-se como a maior plataforma de inovações do setor.

Sustentabilidade e inovações

O compromisso com a sustentabilidade foi outro ponto de destaque no IFC Brasil 2024, com a iniciativa “Net Zero”, que visou zerar as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo evento. A medida, realizada em parceria com a consultoria Net Zero e certificada pela GPX, demonstra o compromisso do evento em promover uma produção de proteína com menor pegada de carbono.

A feira também foi palco para o lançamento de inovações tecnológicas e soluções para a aquicultura e produção de pescados. Entre os destaques, estavam as empresas Brazilian Pet Foods, AquaGenetics, Têxtil Sauter, BSF Aquicultura, Bernauer Aquacultura, Niju Implementos Rodoviários, Hipra e Safeeds Nutrição Animal, que apresentaram suas novidades ao mercado. A Cresol lançou o projeto Empreendedorismo Rural, voltado aos produtores de peixe, durante o IFC Brasil. O Empreendedorismo Rural com foco na produção de pescados beneficiará, inicialmente, 25 piscicultores com assistência técnica para melhorar a rentabilidade da produção e consultoria financeira da Cresol.

Expositores internacionais

Parceiro internacional do IFC Brasil 2024, o Club de Innovación Acuícola do Chile esteve presente na sexta edição com quatro empresas associadas: Patagonia ROV, Orbe XXI, Enerpry e Satelnet. “O IFC Brasil 2024 é uma oportunidade única para fazer contatos, apresentar os desafios e as ofertas das empresas do nosso Club de Innovación Acuícola”, pontua o Diretor Executivo do Club de Innovación, Adolfo Alvial.

Startups

Dez empresas com soluções inovadoras para a cadeia produtiva da pesca e aquicultura expuseram suas soluções no espaço Inova Aqua, do IFC Brasil 2024. A área da feira destinada a startups é uma iniciativa da organização do evento, em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

CEO do IFC Brasil 2024, Eliana Panty: “O IFC Brasil é um evento que busca excelência”

Entre as startups participantes, a Aquário de Ideias, incubadora da UNESP no Vale do Ribeira e Litoral Sul de São Paulo, é referência sul-americana em inovação na aquicultura, apoiando mais de 50 projetos e startups. Entre as empresas incubadas, estão a Sample, focada em biotecnologia para aquicultura, e a Growd, que desenvolve bioprodutos sustentáveis à base de algas. Outras iniciativas destacadas são o By Fish, grupo de oito startups alimentícias inovadoras, e a Unihub Toledo, da Unioeste, voltada ao desenvolvimento de tecnologias.

No Rio Grande do Sul, a NutriTech produz suplementos à base de farelo de arroz e a Usina do Peixe transforma resíduos em alimentos. A Aqualife Insumos fornece soluções sustentáveis para aquicultura, e a Bioconnex, em Toledo (PR), atua na assessoria ambiental. Já a Catfish Engenharia, localizada em Vale Verde (RS), desenvolve tecnologias de automação e monitoramento utilizando sistemas bioflocos.

IFC Brasil 2024 em Números

O IFC Brasil 2024 reuniu mais de quatro mil participantes e contou com a participação de mais de 150 empresas expositoras. A programação incluiu 175 trabalhos científicos inscritos, mais de 70 conferencistas renomados, e mais de 20 horas de conteúdo. O evento abrigou 10 atividades simultâneas e contou com o lançamento de sete produtos inovadores para o setor. Especialistas de quatro continentes estiveram presentes, trazendo uma visão global para o futuro da aquicultura.

Com esses resultados, o IFC Brasil 2024 reforça seu papel como evento de integração da cadeia de pescados entre Brasil e América Latina. “O IFC Brasil se consolida como o evento essencial para inovação, conhecimento e oportunidades no mercado global”, finaliza a CEO do evento, Eliana Panty.

Fonte: Assessoria IFC Brasil
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Peixes

Embrapa e parceiros promovem Simpósio de Sanidade Aquícola

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Foto: Jefferson Christofoletti

A Embrapa Pesca e Aquicultura promove nesta quinta-feira (17) o 2º Simpósio de Sanidade Aquícola, que acontecerá no Centro Universitário Católica do Tocantins – UniCatólica, das 08 às 18 horas. As inscrições ainda podem ser feitas, clique aqui. O evento é uma realização da Embrapa, UniCatólica e da Secretaria da Pesca e Aquicultura do Tocantins (Sepea).

E nesta quarta-feira (16), no mesmo local, a Embrapa realiza um curso teórico-prático de capacitação de sanidade em peixes, com carga horária de 08 horas, voltado para técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e demais profissionais de empresas particulares.

Durante o Simpósio de Sanidade Aquícola, será lançada a cartilha “Orientações Sanitárias para o Cultivo de Tilápias em Sistemas Intensivos no Tocantins”, que tem o objetivo de promover a conscientização dos produtores rurais e empresários do setor sobre boas práticas sanitárias e de biosseguridade. “A biosseguridade consiste em um conjunto de ações voltadas para prevenir, controlar, minimizar ou eliminar os riscos sanitários na criação. Boas práticas sanitárias e biosseguridade têm o mesmo objetivo: proteger a saúde dos trabalhadores, dos animais, da produção e, por fim, dos consumidores”, esclarece a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Patricia Maciel, que participou da elaboração da publicação. Além da Embrapa também participaram da elaboração da cartilha especialistas da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) e Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura (Sepea).

Confira a programação do 2º Simpósio de Sanidade Aquícola:

Manhã

08h – Inscrição

08h30 – Abertura do evento

09h30 – Palestra – Zootecnista MSc. Thiago F. Tardivo – Panorama da atividade aquícola no Brasil e Tocantins: desafios e perspectivas – SEPEA – TO

10h30 – Lançamento da Cartilha – ADAPEC, SEPEA, Embrapa Pesca e Aquicultura

10h40 – Intervalo – Coffee-break

11h – Programa de Sanidade Aquícola do Tocantins – Médico Veterinário Dr. Elias Mendes – Adapec

11h30 – Espaço para perguntas

Tarde

14h – Acantocéfalos: biologia e controle na produção de peixes redondos – Pesquisadora MSc. Patrícia Maciel Honda – Embrapa Pesca e Aquicultura

15h – Vacinas na aquicultura: uma realidade necessária para o setor – Biólogo – MSc. Luis Otávio Del Guerra – Hipra

16h – Intervalo

16h30 – Programas Sanitários para uma aquicultura mais segura – Médico Veterinário – MSc. José Dias Neto – Prevet – Sanidade Aquícola

17h20 – Mesa redonda com os participantes

18h – Encerramento

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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